A Europa tira o chapéu para o Brasil. E para pedir
O site da BBC publica agora à tarde matéria dizendo que” das opções estudadas nesta quarta-feira pelos governantes da zona do euro para reforçar o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) é criar um mecanismo especial de investimento, em parceria com o FMI, para atrair investidores estrangeiros privados e públicos”.
Tradução: Brasil, China e outras economias emergentes poderiam comprar títulos públicos dos países europeus com problemas, tanto nos mercados primários como secundários, para que os tesouros possam socorrer os bancos quebrados com os mesmos títulos públicos de alguns países europeus. O Fundo “ofereceria garantias contra uma parte das perdas no caso de quebra do país em questão”.
Parte, vejam bem, parte.
A matéria prossegue:
“Um funcionário europeu explicou à BBC Brasil que ao contribuir com o fundo de resgate europeu, o Brasil teria um forte argumento para exigir um papel mais importante para os países emergentes no FMI”.
Tradução: sabem que somos, agora, “gente grande”, mas cobram ajuda financeira para nos reconhecerem como tal.
Negativo: primeiro, queremos o reconhecimento, depois, sim, conversamos sobre ajuda.
O ministro Guido Mantega disse ontem que não entra nessa. Se querem ajuda, que peçam ao FMI e, aí sim, o Brasil pode entrar na caixinha, via FMI. Até porque eles não vão dar calote em si mesmos. Em nós, bem… Já nos deram um na Segunda Guerra Mundial, quando nos deviam os tubos e nos pagaram em ioiôs, matéria plástica e com o porta-aviões Minas Gerais, negociação que a modinha do Juca Chaves tornou famosa.
E que Fernando Henrique repetiu com o Foch, o porta-aviões que virou o “São Paulo”, numa transação que a especialista em assuntos aeronáuticos Eliane Cantanhêde certamente, pela ausência de críticas, deve ter aprovado.
Tradução: Brasil, China e outras economias emergentes poderiam comprar títulos públicos dos países europeus com problemas, tanto nos mercados primários como secundários, para que os tesouros possam socorrer os bancos quebrados com os mesmos títulos públicos de alguns países europeus. O Fundo “ofereceria garantias contra uma parte das perdas no caso de quebra do país em questão”.
Parte, vejam bem, parte.
A matéria prossegue:
“Um funcionário europeu explicou à BBC Brasil que ao contribuir com o fundo de resgate europeu, o Brasil teria um forte argumento para exigir um papel mais importante para os países emergentes no FMI”.
Tradução: sabem que somos, agora, “gente grande”, mas cobram ajuda financeira para nos reconhecerem como tal.
Negativo: primeiro, queremos o reconhecimento, depois, sim, conversamos sobre ajuda.
O ministro Guido Mantega disse ontem que não entra nessa. Se querem ajuda, que peçam ao FMI e, aí sim, o Brasil pode entrar na caixinha, via FMI. Até porque eles não vão dar calote em si mesmos. Em nós, bem… Já nos deram um na Segunda Guerra Mundial, quando nos deviam os tubos e nos pagaram em ioiôs, matéria plástica e com o porta-aviões Minas Gerais, negociação que a modinha do Juca Chaves tornou famosa.
E que Fernando Henrique repetiu com o Foch, o porta-aviões que virou o “São Paulo”, numa transação que a especialista em assuntos aeronáuticos Eliane Cantanhêde certamente, pela ausência de críticas, deve ter aprovado.
A falha da Folha, 13 anos depois. E sub vara
Vejo no Rodrigo Vianna , o Escrevinhador, a reprodução do texto de Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa sobre o “direito” de resposta oferecido a um cidadão caluniado pelo jornal no dia 19 de março de… 1998!
Lembrei-me de duas coisas e, por isso, faço questão de reproduzir a imagem do “direito” (mofado) de resposta concedido 13 anos depois.
A primeira lembrança foi de que o famoso direito de resposta de Brizola contra a Rede Globo, sendo ele um Governador de Estado e podendo contar com os melhores advogados, levou três anos para ser veiculado...
A segunda, semana passada, quando o jornal recusou-se a debater na Câmara dos Deputados, a censura judicial obtida contra o ex-blog “Falha de S.Paulo”, sob a alegação de que a sátira criava prejuízos para o jornal.
Estranho critério este. E os prejuízos do Sr. Luís, por 13 anos de sofrimento?
Leia o texto de Luciano Martins Costa:
“O cidadão chamado Nelson Luiz Conegundes de Souza, professor de Educação Física com especialidade em Fisiologia do Treinamento Esportivo, era professor do Colégio Equipe e técnico de basquetebol da AABB – Associação Atlética Banco do Brasil – em São Paulo, no ano de 1998, quando foi entrevistado pela Folha de S.Paulo.
O repórter do jornal paulista queria detalhes do projeto de criação da Liga Paulistana de Basquetebol, da qual ele era um dos coordenadores.
No dia seguinte, 19 de março de 1998, ao abrir o jornal, Nelson foi informado de que estava sendo acusado pela Folha de ser o principal mentor de uma liga “pirata” que tinha como objetivo “fisgar clubes”, supondo-se que um dos propósitos era levar alguma vantagem financeira.
Nos dias subsequentes, Nelson foi demitido da AABB e estigmatizado no seu meio profissional, tendo seu nome associado àquilo que os brasileiros conhecem como “picaretagem”.
Passou a ser vítima de chacotas de colegas, evitado pelos amigos e teve sua entrada proibida na sede do clube ao qual havia prestado serviços durante os 13 anos anteriores.
Ele entrou na Justiça com uma ação por reparação de danos, exigindo antes de mais nada a publicação do direito de resposta, no mesmo espaço e com o mesmo destaque dado à reportagem que o havia prejudicado.
Pois bem: nesta quinta-feira, dia 20 de outubro de 2011, treze anos após produzido o dano, a ação judicial que tramitava na 29ª Vara Cível do Fórum João Mendes foi finalmente julgada e executada.
A Folha de S.Paulo foi condenada a ceder a ele o espaço para que se defendesse da acusação.
Nem precisava, porque nesse período a tal liga que a Folha considerou “pirata” não apenas se consolidou como uma entidade representativa do esporte em São Paulo como se tornou atuante na capital paulista e região metropolitana, no Vale do Paraiba, Baixada Santista e algumas cidades do interior do estado.
Como sua área de atuação foi ampliada, acabou mudando o nome, de Liga Paulistana para Liga Paulista de Basquetebol, e está filiada à Federação Paulista de Basquetebol.
De tudo isso os leitores da Folha puderam tomar conhecimento apenas porque a decisão judicial mandou que o jornal publicasse a defesa de Nelson Luiz Conegundes de Souza.
Em todo esse tempo, a Folha nunca se preocupou em corrigir o erro por sua própria iniciativa, ou sequer verificar se o teor daquela reportagem de março de 1998 estava correta.
Para obter o direito de ver sua versão publicada, o cidadão teve que levar seus recursos à última instância da Justiça, o Supremo Tribunal Federal.”
Continue lendo no Escrevinhador.
AUDIÊNCIA PÚBLICA DEBATE CENSURA À 'FALHA', MAS A 'FOLHA' FOGE DA RAIA
Será nesta 4ª feira (26), às 14h30, a audiência pública no Congresso Nacional sobre a censura imposta pelo jornal Folha de S. Paulo ao blogue Falha de S. Paulo, em ato de evidente abuso de poder econômico e cerceamento da liberdade de crítica.
Noutra página virtual, a Desculpe a nossa fAlha, os blogueiros censurados, Lino e Mario Ito Bocchini, assim se manifestaram sobre a desrespeitosa recusa da Folha de comparecer à audiência:
Noutra página virtual, a Desculpe a nossa fAlha, os blogueiros censurados, Lino e Mario Ito Bocchini, assim se manifestaram sobre a desrespeitosa recusa da Folha de comparecer à audiência:
"Depois de quase 400 dias fugindo do debate que começou por conta de um processo de censura que eles mesmos abriram, a Folha de S. Paulo resolveu ir pra briga. Na carta enviada à Comissão de Legislação Participativa para informar que recusavam o convite para debater no Congresso Nacional a censura que patrocina contra o blog Falha de S. Paulo, a Folha prestou um grande serviço de utilidade pública. Deu um show de prepotência (chegou a chamar o deputado que propõe o ato de desinformado) e má-fé e mostrou táticas toscas de difamação dignas da Veja.
Concordo em gênero, número e grau. Minha total solidariedade aos irmãos Bocchini, que não lutam por si sós, mas por todos nós, ao tentarem evitar que seja aberto um nefasto precedente de censura na internet.
*naufragodautopia
E este escândalo, a mídia não quer?
Escrevi, agora há pouco, um post para o blog Projeto Nacional para o qual peço a atenção dos leitores.
Chama-se “O homem da P-36 quer as sondas da Petrobras” e é baseado numa matéria de hoje, do jornal Valor Econômico, o único que vem dando algumas informações sobre a maior licitação já realizada neste país, a contratação de 21 sondas de águas ultraprofundas pela Petrobras. Um negócio de dezenas de bilhões de dólares.
Vários grupos brasileiros se uniram para fazer aqui estas sondas, que fazxem parte de um total de 40 necessárias à exploração do pré-sal. Doze, por prazo, foram contratadas lá fora. Das 28 restantes, o primeiro lote, de sete, ficou aqui e vai ser construído em Pernambuco. Faltavam estas 21 e tudo parecia indicar que o mesmo grupo as faria.
Mas surgiu uma figura chamada Guerman Efromovich e entrou na disputa, oferecendo um preço um pouco menor, com uma empresa recém-criada, a Ocena Rig do Brasil, associado a uma empresa norueguesa controlada por armadores gregos.
Efromovich tem uma penca de processos judiciais contra a Petrobras. Todos depois que deixou a diretoria o ex-presidente Joel Rennó, tempo em que ganhava, sem licitação, contratos para comprar e reformar plataformas.
Inclusive a P-36.
O pior é que Efromovich ainda foi a Justiça inglesa pedindo 240 milhões de dólares como indenização pelo caixão que fez. Foi buscar lã e saiu tosquiado, porque a corte inglesa, em lugar de receber, mando foi ele pagar à Petrobras. Este ano, em abril, o STJ recusou a pretensão de Efromovich de não cumprir a sentença que confirmava sua responsabilidade no caso.
Quase ninguém publicou. Que eu achasse, apenas uma nota de dez linhas no G1, reproduzindo texto da Agência Estado.
Agora ele quer as sondas do nosso pré-sal.
E a mídia, que é doida por qualquer coisa que possa ser problema na Petrobras – onde Efromovich, segundo o repórter Chico Santos conta, anos atrás, então no Valor Econômico, tentou reentrar usando desde flores para secretárias até ordens de prisão contra diretores que o abominavam – não dá a menor bola para isso?
Ou as suspeitas aqui são seletivas e nunca envolvem os nomes que se tornaram notórios da era tucana?
Se os jornais quiserem ajuda, está tudo contado no Projeto Nacional, com os links devidos para todas as informações sobre o passado de Efromovich. Nem era preciso, porque está no Google, que o pessoal das editorias parece ter dificuldades em usar.
Não dá muito trabalho conhecer o passado dele, que já foi mastigado, anos atrás, pelo excelente repórter Chico Santos, um dos que mais entende de indústria naval no Brasil.
E que, sem nem mesmo falar com ele, sou capaz de apostar que não compra uma bóia de pneu do Efromovich.
Chama-se “O homem da P-36 quer as sondas da Petrobras” e é baseado numa matéria de hoje, do jornal Valor Econômico, o único que vem dando algumas informações sobre a maior licitação já realizada neste país, a contratação de 21 sondas de águas ultraprofundas pela Petrobras. Um negócio de dezenas de bilhões de dólares.
Vários grupos brasileiros se uniram para fazer aqui estas sondas, que fazxem parte de um total de 40 necessárias à exploração do pré-sal. Doze, por prazo, foram contratadas lá fora. Das 28 restantes, o primeiro lote, de sete, ficou aqui e vai ser construído em Pernambuco. Faltavam estas 21 e tudo parecia indicar que o mesmo grupo as faria.
Mas surgiu uma figura chamada Guerman Efromovich e entrou na disputa, oferecendo um preço um pouco menor, com uma empresa recém-criada, a Ocena Rig do Brasil, associado a uma empresa norueguesa controlada por armadores gregos.
Efromovich tem uma penca de processos judiciais contra a Petrobras. Todos depois que deixou a diretoria o ex-presidente Joel Rennó, tempo em que ganhava, sem licitação, contratos para comprar e reformar plataformas.
Inclusive a P-36.
O pior é que Efromovich ainda foi a Justiça inglesa pedindo 240 milhões de dólares como indenização pelo caixão que fez. Foi buscar lã e saiu tosquiado, porque a corte inglesa, em lugar de receber, mando foi ele pagar à Petrobras. Este ano, em abril, o STJ recusou a pretensão de Efromovich de não cumprir a sentença que confirmava sua responsabilidade no caso.
Quase ninguém publicou. Que eu achasse, apenas uma nota de dez linhas no G1, reproduzindo texto da Agência Estado.
Agora ele quer as sondas do nosso pré-sal.
E a mídia, que é doida por qualquer coisa que possa ser problema na Petrobras – onde Efromovich, segundo o repórter Chico Santos conta, anos atrás, então no Valor Econômico, tentou reentrar usando desde flores para secretárias até ordens de prisão contra diretores que o abominavam – não dá a menor bola para isso?
Ou as suspeitas aqui são seletivas e nunca envolvem os nomes que se tornaram notórios da era tucana?
Se os jornais quiserem ajuda, está tudo contado no Projeto Nacional, com os links devidos para todas as informações sobre o passado de Efromovich. Nem era preciso, porque está no Google, que o pessoal das editorias parece ter dificuldades em usar.
Não dá muito trabalho conhecer o passado dele, que já foi mastigado, anos atrás, pelo excelente repórter Chico Santos, um dos que mais entende de indústria naval no Brasil.
E que, sem nem mesmo falar com ele, sou capaz de apostar que não compra uma bóia de pneu do Efromovich.
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