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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 29, 2011

Manifestantes ocupam editora Abril para protestar contra jornalismo de esgoto da revista Veja

Ativistas do Anonymous entram no prédio da editora Abril e protestam contra a "Veja"

Cerca de 50 manifestantes dos movimentos Anonymous e Ocupa Sampa entraram por volta de 18h desta sexta-feira (28) no prédio da Editora Abril, na zona oeste de São Paulo, para protestar contra a revista “Veja”, que na edição do último sábado (22) estampou na capa a máscara símbolo do Anonymous para ilustrar uma reportagem sobre combate à corrupção.

Segundo Rafael Vilanova, 25, que participa do protesto, os Anonymous não querem ver a imagem do grupo ligada à revista. “Repudiamos a capa da 'Veja', que usurpou a verdade e manipulou nossa mensagem, nossa ideia". A imagem usada pela revista é a máscara branca, com cavanhaque preto, que representa o soldado inglês Guy Fawkes e foi usada na série em quadrinhos "V de Vingança", de Alan Moore.

No protesto, os ativistas --entre eles malabaristas e artistas circenses-- exibiram cartazes contra a revista, com os dizeres “A Veja não me representa” e “Chega de mentiras”. Eles exigiram que a revista publique, na próxima edição, uma carta do grupo.

A reportagem está tentando localizar representantes da revista. (Faz-me rir...)

*esquerdopata

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