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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 24, 2011

Cristina fez barba,
cabelo e bigode

 


Se o amigo navegante só tivesse lido o PiG (*), brasileiro ou argentino, estaria convencido de que a peronista – populista Cristina Kirchner seria fragorosamente derrotada – se não fosse, antes, encarcerada.

Pois não é, amigo navegante que, sem dar a mínima bola para o PiG,  ela vai ter a maioria no Congresso e entre os governadores ?

Como informam mal esses correspondentes do PiG !

Saiu na Folha :

De acordo com resultados da apuração de 96% das urnas, Cristina conquistou 53,8% dos votos, com uma vantagem de 37 pontos porcentuais sobre o segundo colocado, o socialista Hermes Binner, governador da província de Santa Fé.


Além disso, ela obteve a maioria em ambas as câmaras do Congresso e seu partido elegeu oito das nove províncias que votaram para governador no domingo. Os resultados vão contra a previsão dos opositores de que conseguiriam obter um equilíbrio legislativos.


O resultado marca uma dramática mudança na carreira de uma líder que enfrentou irados protestos de fazendeiros e eleitores de classe média no início de seu governo, levando críticos a preverem que ela não conseguiria cumprir seu mandato.


“Se algum de nós tivesse dito dois anos atrás que isto seria possível, teriam nos dito que estávamos loucos”, afirmou Cristina, chorando, a milhares de partidários que se concentraram na praça diante do palácio presidencial em Buenos Aires.


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
*PHA

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