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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 26, 2011

Significado da reeleição na Argentina

Editorial do sítio Vermelho:

A América Latina assistiu, neste final de semana, a um dos capítulos mais sólidos do processo de fortalecimento democrático do continente. No domingo (23), 54% dos argentinos respaldaram a atual gestão de Cristina Kirchner. A vitória acachapante da atual presidente, que concorria à reeleição, é uma mostra do avanço dos povos latino-americanos rumo a uma administração independente, com crescimento econômico respaldado por maior justiça social e soberania.

Esse movimento progressista na América se estende por mais de uma década, tendo como expoentes no continente os governos de Argentina, Bolívia, Brasil, El Salvador, Equador, Nicarágua, Paraguai, Uruguai, Venezuela, além de Cuba – que há meio século desafia o governo estadunidense, responsável pelo criminoso bloqueio econômico imposto à ilha. Historicamente considerados “quintal” dos Estados Unidos, esses países romperam com o Consenso de Washington vigente durante a década de 1990 e ousaram reivindicar a independência dos povos, tendo como prioridade os avanços na área social e a consolidação do vitorioso processo de fortalecimento de uma América Latina soberana, que caminha para a superação das desigualdades e injustiças do continente.

Mas esse é um pecado que a direita subserviente ao Império não perdoa.

O ranço histórico dos setores conservadores é agravado pelo fato de que os meios de comunicação, convertidos em partidos políticos de manutenção do status quo, não conseguem impedir o avanço histórico das forças de esquerda no continente. Durante o todo o processo eleitoral da Argentina, jornais a serviço das classes dominantes fizeram intensa campanha contra Cristina Kirchner tentando, de todas as formas, demonizar e desqualificar seu governo.

O jornal Tiempo Argentino publicou, em setembro, uma pesquisa revelando que o grupo Clarín, maior conglomerado de mídia do país, publicou, em 15 meses, 347 capas negativas sobre o governo. Apesar disso, a presidente conseguiu, nas urnas, assegurar o processo de mudança iniciado por seu marido, Néstor Kirchner, quando assumiu a presidência em 2003, após uma ofensiva pelo desmantelamento do Estado perpetrada pelos governos neoliberais de Carlos Saúl Menem (1989 e 1999) e Fernando de La Rúa (1999-2001).

O desespero dos meios argentinos pôde ser verificado no período que antecedeu as Primárias Abertas Simultâneas Obrigatórias (Paso), realizadas em agosto, quando a leitura dos grandes jornais do país deixava dúvidas sobre a reeleição de Cristina e propagava uma reação inexistente dos candidatos da oposição.

Observa-se, no entanto que, assim como no Brasil, a imprensa golpista argentina não conseguiu manipular a opinião pública do país que, frente aos avanços reais da sociedade, respaldou Cristina com mais um mandato. Uma pesquisa de boca de urna realizada pela Universidade de Buenos Aires (UBA) revelou que, dos dez indicadores considerados relevantes para os cidadãos, seis tiveram melhoras significativas nos últimos quatro anos: economia pessoal e familiar, economia nacional, educação, salários, empregos e aposentadoria. As maiores preocupações dos cidadãos argentinos são com segurança e emprego.

Sequer a evidência de que a economia argentina está crescendo de maneira sustentável é suficiente para acalmar os ânimos da direita rancorosa. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, neste ano, o país dispõe de um superávit comercial de mais de US$ 9 bilhões, o que deixa o governo em condições de pagar a dívida pública e controlar a fuga de capitais, mas os meios argentinos insistem em acusar o governo de manipulação dos dados oficiais da economia.

Descredibilizados, os veículos hegemônicos criaram mais um factóide, que já aparece também na imprensa brasileira, em comentários e reportagens nada isentas. Esta argumenta que a maioria parlamentar obtida pela presidente representa um “perigo” para a democracia. Fala em “controle do Congresso”, em superpoderes, “hiperpresidencialismo”, revela o “temor” de um suposto “radicalismo” no país. Esse discurso retrata o temor do que os argentinos chamam de “aprofundar o modelo” e dos avanços na democratização dos meios de comunicação, tal como ocorreu com a criação da Lei dos Meios, cujo objetivo é impedir a formação de monopólios impondo limites à concentração e fixando cotas à quantidade de licenças por tipo de meios.

Tudo indica que o terceiro mandato do partido Peronista na Argentina vai aprofundar as mudanças iniciadas em 2003. Oxalá que assim seja e que possamos tomar como exemplo os avanços conseguidos pelo país vizinho. De acordo com Patricio Echegaray, secretário-geral do Partido Comunista da Argentina, em artigo publicado em seu blog, a mudança estrutural no capitalismo da Argentina “é a única forma de impedir a ofensiva restauradora das direitas ou uma possível descomposição que pode afetar o chamado projeto nacional”.

TVT debate encontro de blogueiros

Tuítaço pela banda larga de qualidade

Do sítio da campanha Banda larga é um direito seu!

Participem do tuítaço esta quarta-feira na véspera da votação em que a Anatel irá definir padrões de qualidade da banda larga. O Conselho Diretor vai se reunir para votar critérios de atendimento, capacidade de rede e variações máximas de velocidade no serviço de acesso à Internet. Para fazer pressão pela aprovação de parâmetros fortes vamos tuitar pedindo “Qualidade Já”.

O tuítaço é hoje, quarta-feira (concentração às 16h).

Hashtag #QualidadeJa e @brasil_ANATEL. Participe tuitando:

@brasil_ANATEL: garanta a qualidade da banda larga! #qualidadeja http://bit.ly/nVxtSY

@brasil_ANATEL: chega de receber só 10% da velocidade contratada #qualidadeja http://bit.ly/nVxtSY

SIM ao limite de 80% de ocupação da rede #qualidadeja não dá para vender se não tem para entregar http://bit.ly/nVxtSY

@brasil_ANATEL Chega de problemas na banda larga! #qualidadeja http://bit.ly/nVxtSY

Brasil tem a Banda Larga mais cara do mundo:http://bit.ly/qEREpz E não tem fiscalização de qualidade @brasil_ANATEL#QualidadeJá

@brasil_ANATEL: o consumidor tem o direito de medir a qualidade da banda larga que recebe! http://bit.ly/qEREpz

Página no Facebook: https://www.facebook.com/note.php?note_id=168495723239634

Atualmente, não há norma que regule a qualidade do acesso à banda larga no País. As empresas provedoras do serviço só garantem 10% da velocidade contratada e algumas nem se comprometem com uma capacidade mínima! O acesso à rede que tanto sonhamos para o Brasil depende da regulação que a Anatel irá aprovar nesta quinta-feira.

Só com qualidade a Internet pode realizar todo o seu potencial de acesso à informação e concretização de direitos fundamentais. Baixa velocidade, problemas de estabilidade, pouca transparência na prestação do serviço e mau atendimento do consumidor não fazem parte da banda larga que queremos.

Se você ainda não enviou uma mensagem para os conselheiros Ronaldo Sardenberg, Emília Ribeiro, João Rezende e Jarbas Valente, envie aqui: http://www.idec.org.br/campanhas/qualidadeja/

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