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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, dezembro 03, 2011

Charge do Dia

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Cinema

Imperdível: "A Guerra Contra a Democracia"

Inclusão e ilusão na classe A

Um fato interessante, e pouco observado, no Brasil dos últimos tempos é a movimentação interna na classe A, sem dúvida a categoria mais confusa, e cheia de nuances, dentro da barafunda que é o nosso sistema de estratificação social. Segundo o IBGE, basta afirmar ter renda superior a 5 mil reais mensais por pessoa para uma família se considerar no topo da escala. E eis aí, talvez, o maior fenômeno de inclusão deste País: para fins estatísticos, o dono de uma empreiteira figura na tabela ao lado de seus engenheiros, como se guardassem a mais tênue semelhança de proventos ou de hábitos.
Compram carros de luxo, mas lutam contra o aumento 
do salário-mínimo e o ganho real nas datas-base 
de categorias trabalhistas.
Foto: Clayton de Souza/AE
O orgulho que se segue ao ingresso na classe A acompanha a necessidade de apropriar-se de valores e sentimentos dos novos colegas de riqueza, que Mino Carta define muito apropriadamente como os “herdeiros da Casa Grande”. É justamente essa heterogênea fatia da população, verdadeira pirâmide dentro da pirâmide, a que tem acesso garantido a alguns serviços que consideram “básicos” desde o fim da escravidão: empregadas domésticas, babás, passeadores de cachorro, manobristas e equivalentes.
Daí as pressões crescentes contra cada aumento do salário-mínimo e pedido de ganho real nas datas-base de categorias trabalhistas que acompanham há décadas o desnível entre lucratividade e produtividade, com larga vantagem para a primeira. É para agradá-los que a mídia adota o discurso de que a “inflação dos serviços” traz de volta a ameaça de descontrole de preços. O encarecimento de certas atividades é um fenômeno inexorável, na verdade um reparo histórico.
Em qualquer país desenvolvido, certos serviços domésticos são prerrogativas de uma elite pequena. Não há tanta gente assim, lá fora, capaz de remunerar apropriadamente, por exemplo, o sacrifício de uma mãe que abre mão de cuidar dos próprios filhos, num sábado à tarde, para vigiar os da patroa, que quer mais tranquilidade durante uma festa de aniversário. Até porque não há tantas mulheres dispostas a vender seu tempo dessa maneira.
Há não muito tempo, uma colunista da Folha de S. Paulo sugeria aos indignados com a corrupção acrescentassem à causa a elevada carga tributária. Afinal, alegava a porta-voz da turma do Cansei (provavelmente os responsáveis pela marcha de 200 gatos pingados que “invadiram” a Avenida Paulista no último feriado e ganharam preciosos minutos de cobertura na Globo), nossas grávidas se vêem obrigadas a viajar até Miami para comprar, por preços mais justos, o enxoval de seus futuros rebentos…
Até os veículos mais insuspeitos volta e meia recaem no discurso das facilidades, tão caro à elite brasileira. O Valor Econômico, hoje um dos melhores jornais do País, trouxe no último dia 25 uma reportagem intitulada “Armadilhas da febre de Miami”, com dicas preciosas aos interessados em se aproveitar de uma nação em crise.
Acreditem ou não, as tais armadilhas do título são as leis tributárias dos EUA. E a genial recomendação é que os brasileiros endinheirados e interessados em arrematar uma “pechincha imobiliária” na Flórida abram empresas em paraísos fiscais e façam por meio delas as aquisições. Assim, prossegue a reportagem, evitam-se os impostos de transmissão de propriedade que, em caso de morte do comprador, podem chegar a 47%.
Quem acha que o Fisco brasileiro “persegue” os ricos precisa saber que, em países com mais longa tradição republicana e democrática, a tributação de propriedades é utilizada, assim como os impostos sobre heranças e grandes fortunas, para evitar a acumulação excessiva de riqueza nas mãos de umas poucas famílias, como ocorre por estas bandas.
Enquanto isso, permitimos a veiculação de propagandas de estratagemas que permitem aos ricos escapar ao pagamento de impostos tanto no Brasil quanto no exterior. Há quem chame esse tipo de estratagema de engenharia tributária. Mais um eufemismo para o jeitinho brasileiro, no pior dos sentidos.
André Siqueira
*CartaCapital

Documentário aborda a ultima transmissão do Repórter esso

DOCUMENTAÇÃO - 13.11.11: O programa desta semana aborda o documentário "A Última Transmissão", dirigido por Marcelo Emmanuel. O filme apresentado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 2011 mostra como foi para o locutor Roberto Figueiredo transmitir pela última vez o "Repóter Esso", jornal radiofônico que perdurou na história do jornalismo brasileiro por 27 anos*LuisNassif
Americanos mandam a Globo fazer campanha contra Belo Monte e exportam toneladas de gás lacrimogêneo para reprimir o povo pelo mundo...


Funcionários do porto de Suez se recusaram nesta segunda-feira (28/11) a assinar o recebimento de sete toneladas e meia de gás lacrimogêneo dos Estados Unidos, alegando que o gás seria utilizado contra os manifestantes da praça Tahrir.
Agencias de noticias locais publicaram o documento que identifica a carga de 479 barris programada para ser entregue ao Ministério do Interior. Os relatórios também informam que um segundo carregamento de 14 toneladas estaria previsto para ser entregue esta semana, totalizando mais de 20 toneladas do gás.

A mídia local já apelidou os funcionários do porto como "os cinco corajosos". Um comitê de avaliação investigará a razão que levou os funcionários a recusarem a execução de suas funções.
A noticia da chegada do gás agitou também as mídias sociais. “Bombas de gás lacrimogêneo são mais importantes que a importação de trigo para fazer pão”, disse um egípcio no twitter.

Cadê esses caras agora???
GrupoBeatrice

Âncora da BBC defende fuzilar grevistas

*Miro

Deleite Paulo Cesar Pinheiro p/Simone

A ré Dilma, em novembro de 1970



Foto inédita mostra Dilma em interrogatório em 1970

ÉPOCA publica na edição desta semana uma imagem da presidente Dilma Rousseff aos 22 anos, na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro 

A RÉ DILMA Dilma na sede da Auditoria Militar no Rio de Janeiro, em novembro  de 1970. Ao fundo, os oficiais que a interrogavam sobre sua participação na luta armada escondem o rosto com a mão (Foto: Reprodução que consta no processo da Justiça Militar)
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A vida quer coragem (Editora Primeiro Plano), do jornalista Ricardo Amaral, chega às livrarias na primeira quinzena de dezembro. A foto abaixo, inédita, está no livro que conta a trajetória de Dilma Rousseff da guerrilha ao Planalto. Amaral, que foi assessor da Casa Civil e da campanha presidencial, desencavou a imagem no processo contra Dilma na Justiça Militar. A foto foi tirada em novembro de 1970, quando a hoje presidente da República tinha 22 anos. Após 22 dias de tortura, ela respondia a um interrogatório na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro.

O PiG preocupado com o Lupi.
E os EUA com a Dilma


Na sessão plenária da Cúpula de Caracas, presidenta Dilma celebra a criação da Celac e reforça a importância da integração regional. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR


O noticiário do PiG (*) neste sábado se dedica a derrubar o Lupi.

Clique aqui para votar no Não e no Sim: o Lupi deve pedir para sair ?

O partido da Controlar, do leilão de emendas na assembléia legislativa e da concorrência do metrô parece muito preocupado com o emprego do Roberto Freire e da filha do FHC no gabinete do Heráclito Fortes – quer dizer, do Lupi.

Como diria o Mino, é o denuncismo hipócrita

E, por isso, o PiG (*) perseguiu a Dilma em Caracas com o Lupi.

E se esqueceu de entender o que acontecia em Caracas.

O Brasil afirmou sua liderança no grupo de 33 países que formam a América Latina e o Caribe.

A Presidenta disse claramente que pretendia compartilhar a prosperidade brasileira com a comunidade vizinha.

E, ao lado de Hugo Chávez – que o PiG brasileiro ainda não conseguiu derrubar – citou Celso Furtado, como o pioneiro dessa integração econômica latino-americana, como caminho para o desenvolvimento.

(Como se sabe, o pensamento neolibelês (**) brasileiro não conseguiu produzir um pensador à altura de Furtado. O Cerra, por exemplo, jamais escreveu um livro. O FHC renegou a obra. Sobra a Urubóloga, essa, sim, uma legítima contribuição do Brasil ao pensamento neolibelês mundial. Viva a Globo !)

Enquanto o PiG fica preocupado com o Lupi, os Estados Unidos, estão é preocupados com a Dilma e sua diplomacia: uma sequencia perfeita da obra do Nunca Dantes e do grande chanceler Celso Amorim.

Clique aqui para ler “Irã e Síria, Dilma diz não ao Obama”

E aqui para ler o Santayana em “Irã – por trás da Europa estão os Estados Unidos”

Os Estados Unidos não foram à reunião de Caracas.

Nem o Canadá, o México do Norte.

Quando os americanos abrirem o olho …

Não tem importância.

Breve, o Merval, o Fernando Rodrigues e o Waack explicam a eles como é que é …

Leia o Blog do Planalto:

Celac reflete importância geopolítica da América Latina e do Caribe, diz presidenta Dilma

Chefes de Estado da América Latina e do Caribe deram hoje (2) um significativo passo para fortalecer a integração dos países da região. Reunidos em Caracas, na Venezuela, criaram a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que conta com a participação de 33 países. As exceções são os Estados Unidos e o Canadá.


Na primeira sessão plenária da 3a Cúpula de Caracas, a presidenta Dilma afirmou que a Celac é fato político e econômico de “grande envergadura”. A integração regional, reiterou, é condição para que as economias da América Latina e do Caribe enfrentem os desafios impostos pela crise internacional, mantenham suas taxas de crescimento acima das registradas pelo resto do mundo e preservem seus ciclos atuais de desenvolvimento.


“A Celac é a expressão da capacidade que nós tivemos de olhar para nós mesmos e perceber a importância estratégica e geopolítica desta região. O Brasil tem hoje uma economia sólida, diversificada e competitiva, mas nós não queremos olhar só para dentro do Brasil ou para a Europa e os países desenvolvidos. É chegada a hora de construir a nossa prosperidade em conjunto com todos os países da região.”


A Celac nasce da união da Cúpula da América Latina e do Caribe (Calc), voltada para a cooperação entre os países, com o Grupo do Rio, que teve forte atuação política desde os anos 1980. Segundo o Itamaraty, surge para contemplar a nova realidade internacional. Nesta, latino-americanos e caribenhos contribuem para resolver a crise que afeta com seriedade os países ricos. Além disso, a nova organização pode estimular a cooperação e fortalecer a integração regional.


Na sua contundente defesa da integração regional, Dilma Rousseff argumentou que são reais os temores de uma recessão global. E, na contramão do que vive hoje a Zona do Euro, “onde velhos modelos foram colocados em xeque pela especulação financeira”, os países da América Latina e do Caribe devem, segundo ela, perseguir a integração.


“Sabemos que a integração não é um processo de curto prazo ou um caminho de facilidades, mas é uma construção contínua e paciente, com respeito à pluralidade. Há que se respeitar a soberania e a independência das nações. Juntos seremos mais fortes. Juntos podemos crescer de forma solidária e mutuamente benéfica.”


Aos 33 chefes de Estado presentes à Cúpula de Caracas, a presidenta Dilma ressaltou o caráter pacífico da região.


“Nós também somos uma zona de paz, livre de armas de destruição em massa, que cultiva a via do entendimento e do consenso, e que não se deixa tentar por soluções impositivas de um país pelo outro. Aprendemos a lidar com nossas diferenças pelo caminho do diálogo.”


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.
*PHA