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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Como o livro do Amaury bota o Dantas na cadeia (de novo)

Ao Zé (veja aqui como os amigos de Dantas se referem, com carinho, ao Ministro da Justiça) Cardozo e ao brindeiro Gurgel não faltam no livro do Amaury Ribeiro Junior motivos para levar o Cerra à cadeia.

Nem faltam motivos para encarcerar, de novo, o banqueiro condenado por passar bola a um agente da Polícia Federal – clique aqui para ver o vídeo do jornal nacional que o Gilmar Dantas (*) ignorou para dar o segundo HC Canguru.

Sugere-se ao amigo navegante que vá à página 89 do Amaury para ver como banqueiro condenado lavou dinheiro e depois deslavou para trazer o dinheiro da privatização.

(Não terá sido essa lavanderia o PAC do Governo cerra/FHC?)

Na página 130, vê-se como o banqueiro condenado se valia da empresa Beacon Hill, num paraíso fiscal, para lavar dinheiro.

A Beacon Hill era muito frequentada pelo Ricardo Sergio de Oliveira, a filha do Cerra e o genro do Cerra.

Gente finíssima.

Ela, indiciada.

Ele, o genro, com os bens indisponíveis.

(Não lembra o Kassab ?Bens indisponíveis …)

Na página 132 do livro do Amaury lê-se como Naji Nahas – que honra este ansioso blogueiro com duas ações na lista das 41 que o enobrecem -, Paulo Maluf e Celso Pitta (que Deus o tenha !) usavam a Beacon Hill.

Como se sabe, Naji Nahas visitou o PF Hilton na excelsa companhia do banqueiro condenado.

Nas páginas 181 e 191 em diante, Amaury publica os documentos que comprovam a associação da filha de Cerra com a irmã de Dantas em vários negócios.

Em Miami ! Em Miami !, of all places !

Negócios tão limpos e imaculados, que elas fecharam uma das empresas pouco antes da eleição de 2202.

Talvez para não atrapalhar Daddy.

E por esses negócios, onde violaram 60 milhões de sigilos fiscais, a filha do Cerra está devidamente indiciada.

Na Satiagraha, como se sabe, quando Cerra pensou em privatizar a estátua do Borba Gato,  ligou para o Naji Nahas.

Foi para combinar uma operação “limpissima” de privatização com o Daniel Dantas e “investidores” árabes.

Pede lá em cima e depois a gente abaixa, disse Daddy.

Mais ou menos como Mendonça de Barros fazia os consórcios da privatização, como mostra o Amaury: uns consórcios “borocochôs”, que a gente acerta por aqui.

Só Beacon Hill bota o Daniel Dantaas na cadeia por mais 20 anos.

Além dos dez que o De Sanctis lhe deu de presente.

Viva o Brasil, não é isso Dr Macabu !


Paulo Henrique Amorim

Como o livro do Amaury
bota o Cerra em cana

O Gaspari de muitos chapéus vai se arrepender amargamente de ter inventado esse maldito termo “privataria”.

Logo ele, o único a que, de verdade, o Padim Pade Cerra dá ouvidos.

Os dois trocam receitas de veneno, nas conversas madrugada adentro.

É que o livro que vai levar o Cerra à PF Hilton tem esse título:

“A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior, lançado pela Geração Editorial e a que a Carta Capital primeiro teve acesso.

O livro oferece ao Zé (vejam por que os amigos de Dantas chamam o Ministro da Justiça, carinhosamente, de Zé) Cardozo, e, portanto, à ex-Republicana Polícia federal, e ao brindeiro Roberto Gurgel, o guardião da sociedade, a oportunidade ímpar de botar o Cerra na cadeia.

Ele e o que o Amaury chama de “clã Serra”.

Vamos por partes.

O Amaury prova exaustivamente, já que tudo o que diz se acompanha de documentos:

- o genro de Cerra é um lavador de dinheiro e seus bens estão indisponíveis;

- a filha de Cerra é uma lavadora de dinheiro e violadora de sigilos fiscais e bancários; e, por isso, está indiciada num processo;

- Cerra e seu sócio e cunhado Preciado (o Fernando Rodrigues perdeu a oportunidade de entrar para a História do Jornalismo Investigativo …) fizeram uma tramóia com um terreno no Morumbi;

- seu cunhado e sócio Preciado operava o Banespa e, mesmo falido, comprou uma empresa na privatização;

- outro sócio de Cerra, o Rioli lavou dinheiro e operou uma empresa falida, a Calfat com dinheiro público; por isso, mereceu de Amaury o epíteto “Mandrake das privatizações”.

- Cerra escondeu da Justiça Eleitoral suas operações comerciais com Rioli e Preciado;

- Ricardo Sergio de Oliveira, chefe da tesouraria das campanhas do Cerra E DO FERNANDO HENRIQUE é  um “manual da roubalheira”.

Ricardo Sergio, também chamado de “Mr. Big” fez de tudo:

- lavou dinheiro para a filha e o genro do Cerra;

- recebeu propina da Carlos Jereissati, sócio de Sergio Andrade na trampa da BrOi;

- ajudou a montar a trampa da privatização do Daniel Dantas – é aquele momento Péricles de Atenas do Governo Cerra/FHC: “se der m… estamos todos no mesmo barco”.

(Depois Jereissati, desinteressadamente, contribui para a campanha do Cerra com um valor infinitamente menor do que aparece no livro do Amaury. )

Ricardo Sergio foi apresentado ao Cerra pelo Clovis Carvalho, que o Fernando Henrique queria fazer Ministro da Fazenda do Itamar, quando saiu do Governo para ser candidato.

(Quem disse isso ao ansioso blogueiro foi o próprio Farol, dentro de um avião da ponte aérea Nova York – Washington.)

Um dia, no restaurante Massimo, quando este ansioso blogueiro frequentava o Massimo e falava com o Gaspari, o ansioso blogueiro contou que o Ricardo Sergio o processava.

Mr. Big foi um dos pioneiros nessa lista que enobrece o ansioso blogueiro – clique aqui para ler sobre as 41 ações que movem contra ele e, não perca !, a “Galeria de Honra Daniel Dantas”.

Gaspari disse assim: vou falar com o Cerra para acabar com isso.

(Quem acabou foi a Justiça. O advogado Manoel Alceu Affonso Ferreira, defensor deste ansioso blogueiro, botou o Ricardo Sérgio para correr.)

Tem a lavagem de dinheiro de diamantes, operação que contou com o brilho do Ricardo Sergio.

Ricardo Sergio foi quem criou o “business plan” – mostra o Amaury – para as operações subsequentes do banqueiro condenado, Daniel Dantas – e do genro e filha do Cerra.

Lá está, em todas as tintas, o doleiro Messer, que conhece a alma tucana ainda melhor do que o Ciro Gomes.

Ricardo Sergio aparece de corpo inteiro ao receber propina para privatizar a Vale.

A Vale, aquela que, segundo o Fernando Henrique, foi vendida a preço de banana a pedido do Cerra.

- Um último item deste roteiro para levar o Cerra ao PF Hilton seria acompanhar os documentos que o Amaury publica sobre suas relações com a empresa de arapongagem e montagem de dossiês, a Fence.

A Fence foi trabalhar para o Governo de São Paulo, jestão Cerra, sem licitação …).

A Fence, do “Dr. Escuta”, trabalha para ao Cerra desde os bons tempos do Marcelo Lunus Itagiba no Ministério da Saúde, onde a Roseana Sarney foi devidamente defenestrada da campanha presidencial de 2002.

A Fence voltou ao Governo de São Paulo, como Cerra, no âmbito da Prodesp, a empresa de processamento de dados (sigilosos, do Estado de São Paulo).

Um escárnio.

Ficou lá, a trabalhar para os altos desígnios eleitorais do Cerra, até que o Geraldo Alckmin rompesse o contrato.

Só a Fence e o “Dr Escuta” davam uns dez anos de cadeia ao Cerra (os mesmos dez que o corajoso Juiz Fausto De Sanctis outorgou ao banqueiro condenado).

Se o Zé Cardozo e o brindeiro Gurgel quiserem trabalhar …

Muita gente achava que, se os discos rígidos fossem abertos, a República parava por dois anos.

Foi por essas e outras que a Douta Ministra Ellen Gracie, em boa hora substituída, estabeleceu notável Sumula Vinculante, que rege muitas decisões pelo país afora: Dantas não é Dantas, mas Dantas.

Muita gente achou que a Satiagraha ia sacudir o coreto dos tucanos.

E vai mesmo.

A I e a II.

Por isso, foi um Deus-nos-acuda e teve quem chamou o Presidente “às  falas”.

O Amaury tranquilizou todo mundo.

Deixa os discos rígidos, adormecidos, sob as doutas nádegas do Ministro Eros Grau, que os sequestrou do Juiz De Sanctis.

A Satiagraha I daqui a pouco ressuscita, apesar do Dr Macabu.

Mas, antes disso, as vísceras tucanos vieram à mostra.

Zé e brindeiro: ao trabalho !


Paulo Henrique Amorim

Como o livro do Amaury
leva o FHC para a cadeia

Na foto, o clã FHC. Quem falta ?

Como diz o Amaury Ribeiro Junior, no “Epílogo” de “A Privataria Tucana”:

No México, o presidente Carlos Salinas de Gortari, santo padroeiro das privatizações (ele entregou o México ao Slim) fugiu para Nova York num jatinho.

O presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez Lozada, que entregou até a água do país, fugiu para Miami aos gritos de “ assassino !”.

Fujimori, o campeão das privatizações peruanas, admitiu pagar propinas ou “briberization” – expressão do Joseph Stiglitz, que o Amaury gosta de usar – no valor de US$ 15 milhões.

Na Argentina, ninguém, mais fala “Menem”.

Quando é para se referir ao herói da privatização argentina, “el saqueo”, o presidente Carlos Menem, se diz “Mendéz”, para não dar azar.

Menem fugiu para o Chile atrás de uma starlet e voltou para a Argentina munido de um mandato de Senador, para não ir em cana.

Aqui, levam o Fernando Henrique a sério.

Cerra, Ministro do Planejamento, e o Farol de Alexandria presidiram à maior roubalheira das privatizações latino-americanas.

Não há o que se compare !

O Daniel Dantas lavou e deslavou dinheiro.

O Carlos Jereissati e Sergio Andrade compraram a Telemar com ajuda de uma “briberization” ao Ricardo Sérgio.

A Vale também teve “briberization”, ofertada ao mesmo chefe da Tesouraria das campanhas de Cerra e Fernando Henrique.

O Ricardo Sergio lavou, deslavou, cuidou da filha do Cerra e do genro do Cerra.

O Farol de Alexandria entra no diálogo com o André Lara Rezende a tramar um lance da privatização.

Entre o Ministério das Comunicações e o BNDES entrava consorcio por uma porta, saía outro pela outra, entrava a Previ por um lado, o dinheiro do Banco Brasil por outro, a Elena saía por uma porta, o Arida entrava pela outra – tudo no limite da “irresponsabilidade !”.

“Se der m …”

Com o Amaury, deu, amigo navegante !

Deu “m…”

Roubaram em todos os tempos e modos, diria o Vieira.

Segundo o Aloysio Biondi, que analisou o papel das “moedas podres” e dos empréstimos do Mendonção no BNDES, O BRASIL DO FHC E DO CERRA PAGOU, PAGOU PARA VENDER AS EMPRESAS ESTATAIS.

O Amaury cita o Bresser Pereira: “só um bobo dá a estrangeiros serviços públicos como as telefonias fixas e móveis”.

“Um bobo ou esperto”, ponderou o Amaury.

Espertíssimo !

O Delfim costuma dizer que o Cerra e o FHC “venderam o patrimônio e endividaram o país !”.

Dois jenios !

E espertos !

(Para dizer pouco !, não é isso Rioli, Preciado ?)

E o FHC com isso ?

Nada ?

Presidiu a roubalheira e não vai parar na Justiça ?

Todo mundo roubava e ele ali, a ler Max Weber …

A roubalheira no primeiro andar e ele na cobertura a tomar vinho francês.

O Fujimori na cadeia, o Sanchez Lozada em Miami, o Salinas escondido num bunker na cidade do México, o Mendéz refugiado no Senado, e o Farol de Alexandria no Roda Morta e a pregar a Moralidade !

Como é que é Zé (clique aqui para ler como os amigos do Dantas se referem ao Zé, com carinho e afeto) ?

E o brindeiro Gurgel: vai encarar o FHC ?

Ele não sabia de nada, brindeiro ?

O pau comia solto lá embaixo e ele ouvia Wagner !

Viva o Brasil !

(Só o Visconti …)


Paulo Henrique Amorim

Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr. CartaCapital relata o que há no livro

Não, não era uma invenção ou uma desculpa esfarrapada. O jornalista Amaury Ribeiro Jr. realmente preparava um livro sobre as falcatruas das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”, resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial.
'A Privataria Tucana', de Amaury Ribeiro Jr.
Na edição que chega às bancas nesta sexta-feira 9, CartaCapital traz um relato exclusivo e minucioso do conteúdo do livro de 343 páginas publicado pela Geração Editorial e uma entrevista com autor (reproduzida abaixo). A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.
Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.
O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou  no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.
A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por CartaCapital em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.
Na entrevista a seguir, Ribeiro Jr. explica como reuniu os documentos para produzir o livro, refaz o caminho das disputas no PSDB e no PT que o colocaram no centro da campanha eleitoral de 2010 e afirma: “Serra sempre teve medo do que seria publicado no livro”.

CartaCapital: Por que você decidiu investigar o processo de privatização no governo Fernando Henrique Cardoso?
Amaury Ribeiro Jr.: Em 2000, quando eu era repórter de O Globo, tomei gosto pelo tema. Antes, minha área da atuação era a de reportagens sobre direitos humanos e crimes da ditadura militar. Mas, no início do século, começaram a estourar os escândalos a envolver Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro de campanha do PSDB e ex-diretor do Banco do Brasil). Então, comecei a investigar essa coisa de lavagem de dinheiro. Nunca mais abandonei esse tema. Minha vida profissional passou a ser sinônimo disso.
CC: Quem lhe pediu para investigar o envolvimento de José Serra nesse esquema de lavagem de dinheiro?
ARJ: Quando comecei, não tinha esse foco. Em 2007, depois de ter sido baleado em Brasília, voltei a trabalhar em Belo Horizonte, como repórter do Estado de Minas. Então, me pediram para investigar como Serra estava colocando espiões para bisbilhotar Aécio Neves, que era o governador do estado. Era uma informação que vinha de cima, do governo de Minas. Hoje, sabemos que isso era feito por uma empresa (a Fence, contratada por Serra), conforme eu explico no livro, que traz documentação mostrando que foi usado dinheiro público para isso.
CC: Ficou surpreso com o resultado da investigação?
ARJ: A apuração demonstrou aquilo que todo mundo sempre soube que Serra fazia. Na verdade, são duas coisas que o PSDB sempre fez: investigação dos adversários e esquemas de contrainformação. Isso ficou bem evidenciado em muitas ocasiões, como no caso da Lunus (que derrubou a candidatura de Roseana Sarney, então do PFL, em 2002) e o núcleo de inteligência da Anvisa (montado por Serra no Ministério da Saúde), com os personagens de sempre, Marcelo Itagiba (ex-delegado da PF e ex-deputado federal tucano) à frente. Uma coisa que não está no livro é que esse mesmo pessoal trabalhou na campanha de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, mas sob o comando de um jornalista de Brasília, Mino Pedrosa. Era uma turma que tinha também Dadá (Idalísio dos Santos, araponga da Aeronáutica) e Onézimo Souza (ex-delegado da PF).
CC: O que você foi fazer na campanha de Dilma Rousseff, em 2010?
ARJ: Um amigo, o jornalista Luiz Lanzetta, era o responsável pela assessoria de imprensa da campanha da Dilma. Ele me chamou porque estava preocupado com o vazamento geral de informações na casa onde se discutia a estratégia de campanha do PT, no Lago Sul de Brasília. Parecia claro que o pessoal do PSDB havia colocado gente para roubar informações. Mesmo em reuniões onde só estavam duas ou três pessoas, tudo aparecia na mídia no dia seguinte. Era uma situação totalmente complicada.
CC: Você foi chamado para acabar com os vazamentos?
ARJ: Eu fui chamado para dar uma orientação sobre o que fazer, intermediar um contrato com gente capaz de resolver o problema, o que acabou não acontecendo. Eu busquei ajuda com o Dadá, que me trouxe, em seguida, o ex-delegado Onézimo Souza. Não tinha nada de grampear ou investigar a vida de outros candidatos. Esse “núcleo de inteligência” que até Prêmio Esso deu nunca existiu, é uma mentira deliberada. Houve uma única reunião para se discutir o assunto, no restaurante Fritz (na Asa Sul de Brasília), mas logo depois eu percebi que tinha caído numa armadilha.
CC: Mas o que, exatamente, vocês pensavam em fazer com relação aos vazamentos?
ARJ: Havia dentro do grupo de Serra um agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que tinha se desentendido com Marcelo Itagiba. O nome dele é Luiz Fernando Barcellos, conhecido na comunidade de informações como “agente Jardim”. A gente pensou em usá-lo como infiltrado, dentro do esquema de Serra, para chegar a quem, na campanha de Dilma, estava vazando informações. Mas essa ideia nunca foi posta em prática.
CC: Você é o responsável pela quebra de sigilo de tucanos e da filha de Serra, Verônica, na agência da Receita Federal de Mauá?
ARJ: Aquilo foi uma armação, pagaram para um despachante para me incriminar. Não conheço ninguém em Mauá, nunca estive lá. Aquilo faz parte do conhecido esquema de contrainformação, uma especialidade do PSDB.
CC: E por que o PSDB teria interesse em incriminá-lo?
ARJ: Ficou bem claro durante as eleições passadas que Serra tinha medo de esse meu livro vir à tona. Quando se descobriu o que eu tinha em mãos, uma fonte do PSDB veio me contar que Serra ficou atormentado, começou a tratar mal todo mundo, até jornalistas que o apoiavam. Entrou em pânico. Aí partiram para cima de mim, primeiro com a história de Eduardo Jorge Caldeira (vice-presidente do PSDB), depois, da filha do Serra, o que é uma piada, porque ela já estava incriminada, justamente por crime de quebra de sigilo. Eu acho, inclusive, que Eduardo Jorge estimulou essa coisa porque, no fundo, queria apavorar Serra. Ele nunca perdoou Serra por ter sido colocado de lado na campanha de 2010.
CC: Mas o fato é que José Serra conseguiu que sua matéria não fosse publicada no Estado de Minas.
ARJ: É verdade, a matéria não saiu. Ele ligou para o próprio Aécio para intervir no Estado de Minas e, de quebra, conseguiu um convite para ir à festa de 80 anos do jornal. Nenhuma novidade, porque todo mundo sabe que Serra tem mania de interferir em redações, que é um cara vingativo.
*cartacapital

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Deleite BR3

O documentário "The Fourth World War" mostra a luta dos pobres e da classe trabalhadora.



O que este documentário chama de "A Quarta Guerra Mundial" é a luta dos pobres e da classe trabalhadora  em todo o mundo. Luta essa que é tanto contra as grandes corporações ou governos opressores, e os objetivos são apenas sobreviver e ganhar os direitos humanos básicos. 

"The Fourth World War" dos diretores e ativistas Rick Rowley e Jacquie Soohen leva os espectadores, onde a grande mídia não podem ir.  
Filmado nas ruas de México, Coréia, Argentina, Palestina, Quebec, e outros locais em todo o mundo, este documentário mostra um aspecto emocional e muito politizado nos últimos anos: a injustiça gritante e os movimentos emergentes que procuram combatê-lo. 


"The Fourth World War" é um novo tipo de filme para um novo mundo. A intensidade e a rapidez de suas imagens estão além de qualquer coisa que a mídia pode disparar e a intimidade e a paixão de suas histórias estão além de qualquer coisa que ela pode sentir.
 
*Tireotubo

Fique sabendo: O DEM muda discurso 

“O DEM criou o Bolsa Família”

Vivendo o outono de sua vida política, ainda vivo, mas respirando por aparelhos, o partido do senador Demóstenes Torres muda o discurso.

Saiu no blog Amigos do Presidente

Por muitos anos, o discurso do DEM que sempre apoiou o PSDB, era;O Bolsa-família é uma esmola! O Bolsa-família é assistencialismo! O Bolsa-família é demagogia! O Bolsa-Família é um programa eleitoreiro....
Ver mais:

A liberdade de (ex)pressão de uma mídia decadente

Em algum momento entre o segundo mandato de FHC e a vitória em 2002, o PT compreendeu que a miscigenação política era inevitável e abriu-se para as alianças que finalmente conduziram Lula ao Palácio do Planalto. Se os dissidentes do PSOL de Heloísa Helena vivem hoje no limbo da política, devem isso a uma espécie de esquerdismo infantil que não virou o milênio. Atualmente, para a saúde da governabilidade, as alianças são vitais. Mesmo que os aliados sejam quase intragáveis ou eventualmente se transformem em escorpiões venenosos.


O custo-benefício das alianças petistas dos últimos 10 anos está aí. Contabilizando-se perdas e danos, o governo Lula-Dilma mudou o Brasil para melhor, dando esperança para milhões de brasileiros excluídos durante séculos. Isso é fato incontestável, reconhecido mundialmente.


À partir de 2005, quando a imprensa das elites vestiu-se de partido político, criou um bolo feito com farinha de caixa 2 de campanha eleitoral e o batizou de “mensalão”, qualquer repórterzinho vadio revira as cestas de lixo do passado, retira papéis amassados e os reveste de algum ineditismo que serve aos propósitos do seu patrão. Na terra sem lei que tornaram-se as redações dos jornalões, a justiça é literalmente cega e a “liberdade de expressão” garante a liberdade de mentir, deturpar os fatos, acusar sem provas, desqualificar e chacinar oponentes à vontade. A liberdade de expressão justifica até a invasão do quarto de hotel de um cidadão para plantar provas que sirvam de matéria prima para mais um “escândalo”. Além disso, neste puteiro jornalístico há a liberdade de omitir: falam o que querem e calam, também, no que querem. Em nada lembram a “concessão de utilidade pública” que a Constituição Brasileira os obriga a ser.


Não há espaço para a verdade nesta terra sem marco regulatório das comunicações. É um insulto aos brasileiros, a facilidade com que os governos paulistas obstruem qualquer investigação em sua roupa suja com a conivência descarada da imprensa parceira e umbilical. Já virou refrão: nenhum político do PSDB é corrupto ou merece ser investigado; nenhuma das obras faraônicas que se arrastam há vários mandatos em São Paulo tem alguma irregularidadezinha sequer; obras de bilhões de reais, sobrefaturadas seguidamente, sem nenhum centavo desviado. Para o PiG, não existem corruptores, só corruptos. E, em caso de acidente de percurso envolvendo algum “parceiro”, há o socorro instantâneo, capaz de produzir dois Habeas Corpus em menos de 48 horas.


Na ditadura midiática do PiG, qualquer cidadão pode ser acusado de alguma irregularidade num piscar de olhos. Com a lentidão de lesma perneta no andamento dos processos, o desgraçado levaria décadas para provar sua inocência, perdendo-se no labirinto surreal do judiciário, suas instâncias, recursos, apelações e todas as abobrinhas relacionadas. Isso sem falarmos no campo moral e ético onde, mesmo estritamente dentro da lei, pode ser acusado, julgado e condenado à revelia dos juízes.


Deixando paixão ou mágoa de lado, em que resultaram as trocas seguidas de ministros do governo Dilma?


Excluindo-se o caso de Orlando Silva – que expôs a ostensiva falta de escrúpulos da oposição e sua mídia ao darem crédito a um criminoso trazido ao Congresso Nacional para fraudar a verdade – os substitutos parecem ser melhores que os substituídos.


Fala-se de paralisia do governo, que Dilma está ou caminha para ser acuada peloPiG. Será mesmo? Uma mulher que passou por tudo que ela passou e chegou onde está, vai assistir ao cêrco ao seu governo passivamente? Ou será que, acuada, vira onça e leva a voto o texto do Marco Regulatório talhado na Constituição Brasileira desde 1988? A ver.


Até agora, a troca de ministros não desfigurou o governo, não mudou rumos nem resultou em concessões à oposição. Os ministérios têm metas estabelecidas, afinadas com o plano de governo do terceiro mandato petista. Trocar o comando de um ministério não modifica seu roteiro.


É claro que é odioso ver a facilidade com que o PiG consegue derrubar um ministro. É claro, também, que é decepcionante descobrir que o ministro esteve ou está vinculado a algum tipo de irregularidade. Porque somos guiados por ideais de justiça social e desejamos que milhões de brasileiros finalmente obtenham a cidadania que as elites lhes negaram por séculos. Receamos que o PiG consiga realizar seu objetivo maior, sua razão de existir. Sabemos também – as notícias pioram dia após dia – que a crise econômica mundial é resultado da falência de um modelo capitalista voraz, baseado na libertinagem financeira neoliberal, eterno hino do PSDB. Por tudo isso, depositamos nossas esperanças no governo do PT que é aquele que mais se aproxima do possível, embora esteja muito distante, ainda, do ideal.


O PiG omite, sistematicamente, as realizações do governo petista no intuito de diminuí-lo. Resta-nos acessar o Blog do Planalto para saber que, longe de qualquer paralisação, há muita ação governamental e muitas realizações. Eis alguns exemplos que a mídia esconde porque não consegue desqualificar:


O PAC 1, já tem 94% de seus projetos concluídos; o ProUni já alcançou 5,95 milhões de matrículas; a redução do desmatamento da Amazônia é uma constante que Marina Silva nem chegou perto de alcançar quando ministra de Lula; o programa Brasil Sem Miséria caminha para resgatar, até 2014, 16,5 milhões de brasileiros que vivem na indigência; o Pronatec já garantiu verbas que vão gerar escolas técnicas e capacitar mais de 15 milhões de jovens; o Enem que bate recordes anualmente, chegou a 4 milhões de provas este ano e coloca centenas de milhares de pobres nas universidades federais. Há ainda a reativação da Indústria Naval, o Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família


Pergunte aos beneficiarios de todas essas ações se estão interessados na troca do ministro fulano de tal… Obviamente que não lhes interessam os problemas “internos” do governo Dilma. Afinal, ela foi eleita, inclusive, para resolvê-los.


Publicar factóides, desprovidos de qualquer fundamento na capa de um jornal ou revista, não os tornará reais. Nós, que passamos boa parte de nossos dias acompanhando os movimentos do PiG, somatizamos. Mas, quem mais leva-o a sério? Podem atingir parte da classe média mais propensa a engolir tudo que se fala contra o PT, mas não convencerão o povo que suas conquistas são ilusão.


Outro delírio que qualquer estatística, mesmo que superficial derruba: classificar os ministros que caíram como “herança maldita” de Lula. Quantas vezes será preciso repetir? Dilma é Lula, Lula é Dilma. O Brasil segue nos trilhos do MESMO projeto de governo. E se há herança, ela é extremamente benigna: basta comparar o país que Lula recebeu com aquele que entregou. Tabelas e gráficos tratando disso, muito bem embasados, encontram-se aos montes na Internet.


Vem aí a reforma ministerial. Deveriam, eles sim, a base aliada, cuidar de seus quintais escolhendo melhor seus quadros. Porque é gritante a intenção do PiG de enfraquecer e/ou derrubar a presidenta começando por desconstruir a base aliada que é sua sustentação.


O governo Dilma está longe de enfraquecer. Até agora, nenhum partido rompeu aliança. As pesquisas mostram que a presidenta se mantém estável e, por mais que o PiG tente, o sentimento popular é o de que a presidenta continua a desfazer-se das “maçãs podres” sem hesitar. O que é absolutamente verdadeiro. Seu governo é reconhecidamente eficiente. Agrada ao povo, aos empresários, mostra total controle sobre a inflação e os perigos da crise internacional. Enfim, as metas seguem o cronograma sem abalos.


E mais: pensam que Lula está paralisado numa cama de hospital comendo papinha? O “cara” está muito vivo e esperto. Enquanto eles brincam de derrubar peão e filmar para ter o que mostrar nos programas eleitorais da TV, Lula prepara mais um cheque-mate ao seu rei em São Paulo. Jogada que começará em 2012 e os atingirá em cheio em 2014. Quem viver, novamente verá.

Há dois aspectos interligados que corroem implacavelmente o PiG. Definha dia-a-dia em audiência que a Internet e outras mídias lhe roubam. Consequentemente, definha em publicidade e demite funcionários. Só há uma coisa que cresce para o PiG: a cada dia, mais gente entende e adota a definição da qual jamais se livrará: é e sempre será o Partido da Imprensa Golpista.


*Oterrordonordeste

Combate ao crack e outras drogas terá R$ 4bi

Combate ao crack e outras drogas terá R$ 4bi


O governo federal lançou hoje um conjunto de ações para enfrentar o crack e outras drogas. Com investimento de R$ 4 bilhões, as medidas pretendem aumentar a oferta de tratamento de saúde aos usuários de drogas, enfrentar o tráfico e as organizações criminosas, e ampliar ações de prevenção. Com o mote Crack, é possível vencer, as ações estão estruturadas em três eixos: cuidado, autoridade e prevenção.
O Eixo Cuidado prevê a ampliação e qualificação da rede de atenção à saúde voltada aos usuários. Serão criadas enfermarias especializadas nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimentos e internações de curta duração durante crises de abstinência e em casos de intoxicações graves. Até 2014, o Ministério da Saúde vai repassar recursos para que estados e municípios criem 2.462 leitos nessas enfermarias especializadas. Para isso, o valor da diária de internação crescerá 250% – de R$ 57 para até R$ 200. Ao todo, serão investidos R$ 670,6 milhões.
Outra ação prevista no Eixo Cuidado é a criação de 308 consultórios de rua para atendimento nos locais onde há maior incidência de consumo de crack. As equipes serão compostas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. A ação, que terá recursos de R$ 152,4 milhões, atenderá municípios com mais de 100 mil habitantes. Os recursos já estão disponíveis e aguardam apenas a adesão dos municípios.
Já os Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPSad) passarão a funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana. Até 2014, serão 175 unidades em todo o país. Cada centro oferecerá tratamento continuado para até 400 pessoas por mês.
O atendimento será reforçado também pela criação de Unidades de Acolhimento, que cuidarão em regime residencial por até seis meses, para manutenção da estabilidade clínica e o controle da abstinência. Para o público adulto, serão criados 408 estabelecimentos, com investimentos de R$ 265,7 milhões até 2014. Já para o acolhimento infanto-juvenil, serão 166 pontos exclusivos para o público de 10 a 18 anos de idade, com investimento de R$ 128,8 milhões.
Autoridade
As ações policiais de repressão ao tráfico de drogas serão realizadas nas fronteiras e nas áreas de uso de drogas. Serão intensificadas as ações de inteligência e de investigação para identificar e prender os traficantes, bem como desarticular organizações criminosas que atuam no tráfico. O contingente das Polícias Federal e Rodoviária Federal será reforçado com contratação de mais de dois mil novos policiais.
Está prevista também a implementação de policiamento ostensivo e de proximidade nas áreas de concentração de uso de drogas, onde serão instaladas câmeras de videomonitoramento fixo. A expectativa é que a utilização de câmeras contribua para inibir a prática de crimes, principalmente o tráfico de drogas.
O governo federal também encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei que altera o Código de Processo Penal e a Lei de Drogas para acelerar a destruição de entorpecentes apreendidos pela polícia e agilizar o leilão de bens utilizados para o tráfico. Também será enviada proposta que institui o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, explicou que o governo federal não dispõe de informações precisas sobre a violência no país. Os dados mais recentes sobre criminalidade, segundo ele, são de 2008.
“Não posso traçar políticas consistentes com três anos de atraso. É chegada a hora de termos um sistema nacional que tenha essas informações, que faça essas estatísticas. Não é simples fazer isso, porque os dados são coletados pelos estados com padrões metodológicos diversos. Essa lei pretende unificar essas informações.”
Dentro do Eixo Autoridade, também foi anunciado o apoio aos projetos de lei, em tramitação na Câmara dos Deputados, que tipifica o crime de participação em organização criminosa e que agiliza o processo de extradição. O governo também formalizou o apoio ao projeto de lei já aprovado pela Câmara e em tramitação no Senado, que acaba com a lista de específica de crimes antecedentes para se caracterizar a prática de lavagem de dinheiro.
Prevenção
O Programa de Prevenção do Uso de Drogas na Escola prevê a capacitação de 210 mil educadores e 3,3 mil policiais militares para prevenção do uso de drogas em 42 mil escolas públicas. Estima-se que serão beneficiados 2,8 milhões de alunos por ano. Já o Programa de Prevenção na Comunidade pretende capacitar 170 mil líderes comunitários até 2014.
Está prevista ainda a realização de campanhas para informar, orientar e prevenir a população sobre o uso do crack e de outras drogas. O serviço de atendimento telefônico gratuito de orientação e informação sobre drogas VivaVoz passará para o número 132, para facilitar o acesso ao cidadão. Além disso, o Portal Enfrentando o Crack reúne as informações sobre o tema e está disponível emwww.brasil.gov.br/enfrentandoocrack.

Europa joga democracia na lata do lixo

[...] tecnocratas assumem o poder 

 Analisemos agora o segundo ator importante no quadro das democracias contemporâneas: o tecnocrata. De início, é oportuno lembrar que não há mais no planeta brilhantes estrelas da política. O painel político da humanidade locupleta-se de figurantes sem o glamour de líderes que marcaram presença na História. Os tempos são outros. Queixumes se ouvem nas praças do mundo: quem lembra a sabedoria e o tino de figuras portentosas como De Gaulle, Churchill e mesmo Margaret Thatcher ou Willy Brandt?
      
Os conflitos até aqui, o foco era a geopolítica, cedem lugar às lutas internas contra o dragão que devasta as finanças e corrói os Tesouros. É natural, pois, que o perfil do momento seja o reinado nos salões da tecnocracia. Aliás, o termo vem a calhar nestes tempos de insegurança, eis que agrega habilidade (tekné) ao poder (krátos). Isso é o que se espera dos "solucionadores de problemas", entre eles, Mario Monti, novo primeiro-ministro italiano, e Lucas Papademos, que domina a planilha de contas, mas parece perdido diante dos cofres vazios da Grécia.
       
Afinal, o tecnocrata faz mal à democracia? A pergunta está no ar desde a queda do Muro de Berlim, no vácuo deixado pelo desvanecimento das ideologias e pela pasteurização partidária. De lá para cá, governos esvaziaram seus compartimentos doutrinários, preenchendo-os com quadros burocráticos e apetrechos técnicos para obter eficiência e eficácia.
        
A política deixou de ser uma unidade autônoma, porquanto passou a depender de mais duas hierarquias: a alta administração do Estado e os negócios. Esse é o feitio dos modernos sistemas democráticos. E é essa modelagem que explica manifestações radicais das massas em quadrantes diferentes do planeta. Busca-se um salvador da pátria, seja ele socialista, populista, liberal, conservador de direita, tecnocrata ou intelectual.
G. Torquato
*Briguilino

A mídia golpista e o sindicalismo

Por Augusto Petta, no sítio da CTB:

Quando cursei Ciências Sociais, no final da década de 60, várias frases de Marx me chamavam a atenção. Uma delas é a seguinte: “As idéias dominantes de uma época são as idéias das classes dominantes”. Seja em regimes ditatoriais ou democráticos, no sistema capitalista, as idéias burguesas têm hegemonia. Isto não quer dizer que as idéias do proletariado ficam totalmente massacradas e sem possibilidade alguma de manifestação. O que ocorre é que há uma luta ideológica e quanto mais a classe trabalhadora conquista espaço no terreno das idéias que expressam seus interesses, maiores as possibilidades de conquistar seu objetivo estratégico, o socialismo.