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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 08, 2012

Leitura obrigatória para o senador do DEM,antes que acabe, Demóstene Torres. Viu, senador, como V.Exa. estava errado?


Cotistas se dão bem na sua maior prova: a carreira

Nove em cada 10 formandos beneficiados por reserva de vagas estão no mercado de trabalho. Seis, na sua área de formação

POR MARIA LUISA BARROS
Rio - Oito anos após o início do programa de reserva de vagas no ensino superior para negros e estudantes da rede pública, ex-cotistas estão se saindo muito bem na prova mais importante: a carreira profissional. Sete em cada dez estudantes que ingressaram na universidade pelo sistema de cotas já conquistaram uma vaga no mercado de trabalho, sendo seis deles na sua área de formação. Dois se preparam para concursos e apenas um não conseguiu emprego após a formatura.

Os dados inéditos fazem parte da primeira pesquisa feita, no ano passado, pela Universidade do Estado do Rio (Uerj), com 20% dos 4.280 ex-cotistas. O levantamento coordenado pela Sub-reitoria de Graduação revelou que 90% dos cotistas pioneiros não pensam em parar os estudos. Entre os egressos, 67% já concluíram cursos de pós-graduação e 39% frequentam mestrado, como Bruna Melo dos Santos, 30 anos.

Alexandre Brum / Agência O Dia
Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Formada em História, ela está na segunda faculdade, de Arquivologia, que concilia com o curso de mestrado. “Eu só precisava de uma chance de provar que era capaz. Daqui a dois anos pretendo fazer doutorado na Inglaterra”, planeja ela, que agradece aos patrões da mãe, doméstica, pela ajuda nos anos difíceis da faculdade. “Eles me davam vales-alimentação, transporte e até curso de inglês. Foram anjos na minha vida”, conta Bruna, que viu o padrão de vida mudar após os estudos. Ela comprou um apartamento junto com o marido, também ex-cotista, e se mudou de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para Irajá, na Zona Norte do Rio, para ficar mais perto do trabalho.

As amigas Ana Paula Ferreira de Melo, 27, e Camila Rodrigues de Souza, 26, trilharam o mesmo caminho, fazendo as duas faculdades. Ana Paula é professora das redes municipal e estadual do Rio e Camila trabalha como arquivista na iniciativa privada.

“Vejo nos meus alunos que a maioria não sonha. Tento servir de exemplo”, diz Ana, que também comprou apartamento. “Estudávamos muito porque a cobrança era maior em cima da gente. Não queríamos que ninguém dissesse que jogamos fora a oportunidade”, conta Camila.

Beneficiados por cota se formam mais que os outros

Formada na primeira turma de cotistas da Uerj, em março de 2007, a dentista Priscila Seraphim, 26 anos, é a prova de que, às vezes, basta uma oportunidade. Ela se divide em três clínicas odontológicas e o curso de especialização. Durante a faculdade, Priscila contou com a ajuda da aposentadoria da avó para custear R$ 2 mil por semestre com o material da aula prática, livros, roupa branca, alimentação e transporte: “Havia livros que custavam R$ 300 e não tinha para todos na biblioteca”.

Como ocorreu com Priscila, a Sub-reitoria de Graduação da Uerj identificou que a maior dificuldade dos cotistas era permanecer até a formatura. Por isso ampliou a assistência estudantil. Além da bolsa-auxílio de R$ 300 e de oficinas de reforço escolar, a universidade passou a fornecer livros, calculadoras e kits básicos para alunos de Medicina e Odontologia, que incluem instrumentos como estetoscópio e material para aulas em laboratório.

Como tartarugas da fábula, cotistas começam em desvantagem, mas podem ser os primeiros na linha de chegada, incentivados pela determinação que os leva a seguir sempre em frente. Eles se formam mais (25,9%) do que os não-cotistas (20,5%). “Agarram com unhas e dentes a oportunidade e fazem melhor uso do dinheiro público, já que não abandonam o curso”, reconhece a sub-reitora Lená Menezes.

Boçal


Heráclito Fortes, o Mubarak do Piauí

Por Altamiro Borges

“Eu me sinto como o Mubarak, após 28 anos de mandato”, confessou à Folha o ex-senador Heráclito Fortes, do DEM do Piauí. O demo, um dos mais ácidos inimigos do governo Lula e das causas progressistas, entrou em parafuso após a derrota nas eleições de outubro passado. “Ociosidade é algo que nunca tinha experimentado. O começo é meio chocante”, admitiu.

Segundo o jornal, o ex-primeiro-secretário do Senado tirou 90 dias para ficar “de perna pro ar” e estuda convites para atuar em conselhos de administração de algumas empresas. Ele não pretende abandonar a vida política, como fiel representante da direita nativa, mas se ressente da falta do mandato parlamentar.

Filhote da ditadura e serviçal de FHC

A lembrança de Mubarak foi um lapso de sinceridade do ex-senador. Ele sempre teve identidade com ditaduras e atuou como serviçal dos interesses imperiais dos EUA – a exemplo do egípcio derrubado pela revolta popular. Heráclito estreou na política durante o regime militar, sendo oficial de gabinete do vice-governador de Pernambuco, José Antônio Barreto Guimarães (1971-1973), e assessor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de 1973 a 1975, entre outros cargos no período da ditadura.

Em 1978, ele disputou uma vaga de deputado federal pela extinta Arena, o partido dos generais, e ficou na segunda suplência. Com forte senso de oportunidade – para não dizer oportunismo –, Heráclito passou por vários partidos – PP, PMDB e PDT, até chegar ao ex-PFL, que deu origem ao atual DEM. Em 1988, ele foi eleito prefeito de Teresina (PI). Já no reinado neoliberal de FHC, ele virou líder do governo na Câmara dos Deputados, comandando todas as contra-reformas do tucano no Congresso Nacional.

Inimigo raivoso do MST

A partir de 2002, Heráclito Fortes começou a sentir o bafo no cangote. Foi eleito senador num pleito bastante apertado, o que já indicava o início de um novo ciclo político no país aberto com a vitória de Lula à presidência. Em 2006, foi um dos coordenadores da campanha derrotada de Geraldo Alckmin. Como senador, tornou-se uma das vozes mais estridentes contra o governo Lula. Agora, em outubro de 2010, o povo deu o troco e Heráclito ficou num humilhante quarto lugar na disputa para a sua reeleição.

Além de ser um dos chefões da oposição de direita, Heráclito ganhou fama por sua postura raivosa contra as lutas dos trabalhadores. Em 2009, ele apresentou vários requerimentos solicitando a quebra dos sigilos bancário e fiscal do MST, acusando o movimento de ser uma “organização terrorista”. Também fez vários discursos na tribuna contra o sindicalismo, destilando ódio contra as centrais e contrapondo-se às principais reivindicações trabalhistas.

O informante do império

Heráclito virou um dos principais porta-vozes dos interesses dos EUA no Brasil. Segundo documento recentemente vazado pelo Wikileaks, ele chegou a sugerir ao governo ianque que estimulasse a produção de armas no país para conter supostas ameaças da Venezuela na região. Em memorando da diplomacia estadunidense, o então embaixador Clifford Sobel relata os diálogos que teve o parlamentar piauiense, que na época presidia a Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado.

Segundo o documento, o senador pediu uma reunião “urgente” com Sobel. Na conversa teria se declarado “verdadeiramente preocupado” com uma suposta atividade terrorista no Brasil e com a influência do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Ele sugeriu um plano para armar o Brasil e a Argentina contra a suposta ameaça bolivariana, “antes que fosse tarde”, e propôs ainda acionar empresas privadas para mascarar a ação estadunidense. Em outro telegrama, de 2008, Sobel afirma que Heráclito relatou a suposta presença de terroristas numa ONG do Piauí e disse temer a instalação de uma “guerrilha esquerdista” em Rondônia.
*Brasilmostraatuacara

Moradores reclamam de 'casa de barro' feita pelo governador do PSDB em SP


Toda vez que chove, a autônoma Leandra Aparecida Pereira, 31, e os três filhos já sabem: os móveis têm que ser arrastados e os rodos devem estar por perto.

Desde que se mudaram para uma casa popular no Jardim Santa Bárbara, em Franca (SP), há oito meses, o problema é o mesmo: a água escorre do forro e desce pelas paredes de todos os cômodos.

A mesma situação é vivida por todos os 15 moradores.As casas, entregues pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) a 72 famílias em maio do ano passado, ficam em uma área sem asfalto.


A reportagem  da Folha constatou goteiras, rachaduras, trincas, vazamentos, pias soltas, umidade e bolor nas paredes, forro solto e até a falta de muros de arrimo. "Fizeram casas de barro e nós estamos pagando. É uma falta de respeito", afirmou a sapateira Rosimary Cruz de Souza, 39.

O autônomo Cosmiro Leonardo dos Santos, 42, disse que pensa em voltar a morar em seu antigo barraco de tábua, no Jardim Cambuí.

"Onde eu morava era muito melhor. Não tinha água, mas também não tinha vazamento, piso solto", afirmou.

Na quadra em que mora, na rua Maura da Silva Santana, todas as casas ficam alagadas durante a chuva.

RIBEIRÃO
Moradores de casas da CDHU em Ribeirão Preto (SP) mostram vazamento de esgoto

O drama dos moradores de Franca é semelhante ao vivido por quem se mudou para o Paulo Gomes Romeo, em Ribeirão Preto, há 11 meses.

A reportagem percorreu 23 casas da primeira etapa do conjunto e, em 20 delas, foram constatados ao menos um problema. Todas têm rachaduras e infiltrações e em nenhuma as janelas fecham.

Pela falta de segurança, a auxiliar de cozinha Clarinda Duarte Rosa, 51, pediu demissão para cuidar da filha. "Já tentaram entrar em casa três vezes", afirmou.

A dona de casa Cristiana Camargo, 30, improvisou um balde embaixo da pia da cozinha por causa de vazamentos desde a mudança.

No banheiro da casa do vigilante José Bento Ramos, 53, a água escorre para o corredor, em vez do ralo. "Tem que tomar banho usando o rodo", afirmou. O mesmo problema ocorre em outras cinco casas. Na Folha


E já que as casas construidas pelo PSDB não prestam... Dilma e Alckmin têm acordo para financiar casa popular

Por que Estados pagam 600 vezes mais juros?

Através da Agência Imediata, o impactante artigo publicado há dias pelo Le Monde pelo ex-primeiro-ministro francês Michel Rocard,  e pelo economista Pierre Larrouturou, sob o título “Porque os Estados devem pagar 600 vezes mais que os bancos?” Eles dão razão a Franklin Roosevelt que,  há oitenta anos, já dizia: “ser governados pelo dinheiro organizado é tão perigoso quanto ser governado pelo crime organizado”.
Embora focado na crise europeia e norteamericana contém uma série de reflexões úteis para nós, cujo potencial de crescimento, a muito custo, tenta se livrar do jugo dos juros.
E que tem parte do seu pensamento econômico com um comportamento em relação ao capital financeiro em tudo semlhante àquela “Sindrome de Estocolmo”: admira e idolatra o sequestrador que a priva da liberdade.
Leitura imperdível.
“São cifras inacreditáveis. Já se sabia que, em fins de 2008, George Bush e Henry Paulson tinham colocado sobre a mesa 700 bilhões de dólares (540 bilhões de euros) para salvar os bancos dos EUA. Uma soma colossal. Mas recentemente, um juiz estadunidense deu razão aos jornalistas da Bloomberg que exigiam transparência de seu banco central quanto à ajuda dada ao sistema bancário.
Depois de terem vasculhado 20.000 páginas de diferentes documentos, a Bloomberg mostra que o Federal Reserve (FED)  emprestou secretamente aos bancos em dificuldade a quantia de 1.200 bilhões a uma taxa incrivelmente baixa de 0,01%.
No mesmo momento, em muitos países, as populações sofrem com os planos de austeridade impostos pelos governos aos quais os mercados financeiros não aceitam emprestar bilhões a taxas de juros inferiores aos 6,7% ou aos 9%. Asfixiados por essas taxas de juros, os governos são “obrigados” a bloquear aposentadorias, subsídios familiares ou salários de funcionários públicos e a cortar os investimentos, e isso faz aumentar o desemprego e logo nos fará afundar numa recessão muito grave.
Será normal que, em caso de crise, os bancos privados, que se financiam normalmente à taxa de 1% junto aos bancos centrais, possam se beneficiar de taxas de 0,01%, enquanto certos Estados, pelo contrário, são obrigados a pagar taxas 600 ou 800 vezes mais altas? “Ser governados pelo dinheiro organizado é tão perigoso quanto ser governado pelo crime organizado”, afirmava Roosevelt. Ele tinha razão. Nós estamos vivendo uma crise do capitalismo não regulamentado que pode se revelar um suicídio para a nossa civilização. Como afirmam o escritor Edgar Morin e Stéphane Hessel, em Le Chemin de l’ésperance (Fayard 2011) (O Caminho da esperança – N.d.T.), nossas sociedades devem escolher: a metamorfose ou a morte?
Será que esperaremos até que seja tarde demais para abrir os olhos? Será que esperaremos até que seja tarde demais para compreender a gravidade da crise e escolher em conjunto a metamorfose antes do colapso das nossas sociedades? Não temos a possibilidade aqui de desenvolver as dez ou quinze reformas concretas que tornariam possível essa metamorfose. Queremos somente demonstrar que é possível discordar de Paul Krugman quando explica que a Europa está entrando em uma “espiral negativa”. Como dar oxigênio às nossas finanças públicas? Como agir sem modificar os tratados, o que vai exigir meses de trabalho e se tornará impossível se a Europa for cada vez mais detestada por seus cidadãos?
Angela Merkel tem razão quando diz que nada deve encorajar os governos a continuar a fuga para frente. Mas o essencial das quantias que os nossos Estados tomam em empréstimo nos mercados financeiros diz respeito a dívidas velhas. Em 2012, a França deve tomar emprestado cerca de 400 bilhões: 100 bilhões que correspondem ao déficit do orçamento (que seria quase nulo se fossem anuladas as reduções de impostos outorgadas nos últimos dez anos) e 300 bilhões que correspondem a velhas dívidas, que vão vencer e que somos incapazes de reembolsar se não nos endividarmos novamente pelas mesmas quantias algumas horas antes de reembolsá-las.
Cobrar taxas de juros colossais para débitos acumulados cinco ou dez anos atrás não ajuda a responsabilizar os governos mas a asfixiar nossas economias, fazendo lucrar os bancos privados; com o pretexto que há um risco, emprestam a taxas muito elevadas sabendo que não há qualquer risco real, porque o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (ESFS)  vai garantir a solvência dos Estados devedores.
É preciso acabar com essa concepção de dois países duas medidas: inspirando-nos naquilo que fez o banco central estadunidense para salvar o sistema financeiro, propomos que “a velha dívida” dos nossos Estados possa ser refinanciada a uma taxa próxima de 0%.
Não é preciso modificar os tratados europeus para colocar em prática essa ideia: certo, o Banco Central Europeu (BCE) não está autorizado a emprestar aos Estados membros, mas pode emprestar sem limite aos órgãos públicos de crédito (artigo 21.3 do estatuto do sistema europeu dos bancos centrais) e às organizações internacionais (artigo 23 do mesmo estatuto). Ele pode, portanto, emprestar a uma taxa de 0,01% ao Banco Europeu de Investimentos (BEI) ou à Caixa dos Depósitos, e esses, por sua vez, podem emprestar a 0,02% aos Estados que se endividaram, para o reembolso de suas velhas dívidas.
Nada impede de atuar esses financiamentos a partir de janeiro! Isso não é suficientemente dito: o orçamento da Itália apresenta um excedente primário. Estaria, assim, em equilíbrio se a Itália não tivesse que pagar pelos custos financeiros cada vez mais elevados. É preciso deixar que a Itália afunde na recessão e na crise política ou devemos aceitar de pôr um basta aos lucros financeiros? A resposta deveria ser evidente para quem age a favor do bem comum.
O papel que os tratados atribuem ao BCE é o de vigiar a estabilidade dos preços. Como é que ele pode não reagir quando alguns países verificam os rendimentos de suas obrigações do Tesouro dobrar ou triplicar em poucos meses? O BCE deve também controlar a estabilidade de nossas economias. Como é que ele pode deixar de agir quando o preço da dívida ameaça nos fazer cair numa recessão que, segundo o governador do Banco da Inglaterra, seria “mais grave que aquela de 1930”?
Se nos atemos aos tratados, nada impede ao BCE de agir com força para fazer baixar o custo da dívida. Não só não há obstáculos que os impeçam de agir como, pelo contrário, cada elemento o leva nessa direção. Se o BCE fosse fiel aos tratados, deveria fazer de tudo para diminuir o custo da dívida pública. É opinião geral que a inflação seja a coisa mais inquietante.
Em 1989, depois da queda do Muro de Berlim, foi suficiente um mês para que Helmut Kohl, François Mitterrand e outros chefes de Estado europeus decidissem criar a moeda única. Depois de quatro anos de crise, o que é que os nossos dirigentes ainda estão esperando para dar oxigênio às nossas finanças públicas? O mecanismo que propomos poderia ser aplicado imediatamente, seja para diminuir o custo da velha dívida que para financiar os investimentos fundamentais para o nosso futuro, como por exemplo, um plano europeu de economia energética.
Aqueles que requerem a negociação de um novo tratado europeu têm razão: com os países que o desejam é preciso construir uma Europa política capaz de agir sobre a globalização: uma Europa verdadeiramente democrática como já propunham Wolfgang Schäuble e Karl Lamers em 1994, ou Joschka Fischer em 2000. Ocorre um tratado de convergência social e uma verdadeira governança econômica.
Tudo isso é indispensável. Mas nenhum novo tratado poderá ser adotado se o nosso continente afundar numa “espiral negativa” e os cidadãos começarem a detestar tudo o que é decidido em Bruxelas. É urgente enviar aos cidadãos um sinal muito claro: a Europa não está nas mãos dos lobbies financeiros.
Está a serviço de seus cidadãos.”
*Tijolaço
O Brasil terminou o ano como sexta economia do mundo. Curiosamente, este fato despertou reações análogas tanto à direita quanto à esquerda. Como se estivéssemos numa olimpíada, bateu-se na tecla de que isso não era motivo para ufanismos. Ora, isso é uma tautologia.
Flávio Aguiar 

Para encerrar esta pequena série, chamo a atenção para que o Brasil deve ficar atento... ao Brasil.
Isso significa, em termos internacionais, prestar atenção ao que vai ao seu derredor imediato, a América do Sul, o Mercosul, a Unasul, o conjunto da América Latina. As iniciativas são boas na área, mas ainda parecem, pelo menos para quem olha de longe, estarem pouco consolidadas. Com isso quero dizer que, por exemplo, um retrocesso no governo brasileiro, com a eleição da direita, quase certamente provocaria retrocessos de monta em todas essas iniciativas. É necessário e urgente aprofundá-las todas, para que se tornem – e aqui vai um termo tão caro, no passado, às direitas as mais violentas do nosso país – “irreversíveis”.
Não duvido que uma parte do empresariado brasileiro esteja convicta de que essas iniciativas devam sobreviver a uma troca de governo. Mas também não duvido que parte – aliás, a maior parte – da nossa direita política vai querer capitalizar o ressentimento anti-Lula e anti-Dilma com promessas de reverter, também no plano internacional, as suas iniciativas. Isso significa voltar ao leito (ao leite, talvez) da subserviência mitigada ao Ocidente, Estados Unidos em particular.
Mas isso não basta. É necessário atentar também para a relativamente nova posição do Brasil no (des)concerto das nações.
O Brasil terminou o ano como sexta economia do mundo. Curiosamente, este fato despertou reações análogas tanto à direita quanto à esquerda. Como se estivéssemos numa olimpíada, bateu-se na tecla de que isso não era motivo para ufanismos. Ora, isso é uma tautologia. É óbvio que o nosso país continua com graves deficiências em muitos setores, da educação à infra-estrutura, e também da proteção industrial (o que envolve mais investimentos em inovação) e promoção cultural, por exemplo. E que a desigualdade, embora diminuída, segue gritante.
Mas de repente, por exemplo, vozes da direita descobriram que o salário mínimo em nosso país é muito baixo! É, é verdade. Mas está aumentando. E tudo se passa, para essas vozes, como se na mídia e fora dela, no passado recente, não houvesse acontecido uma campanha feroz para destruir o que tínhamos e temos de legislação trabalhista, envolvendo, entre outras coisas, escapachar o salário mínimo (sem falar no seu fim), e de sua influência no restante da renda assalariada no país – exatamente o que agora se faz, manu econômica, na Europa do Consenso de Bruxelas. À esquerda, ouvem-se vozes repetir mais ou menos o mesmo, e que, pelo menos, é o que sempre disseram, só que agora talvez com um tom maior de rabugice diante dos sucessos – ainda que modestos – dos governos Lula e Dilma até o momento.
O problema de ser a sexta economia do mundo não é o de ver nisto a panacéia para nossos problemas internos. É não ver o desafio externo que isso representa, com dois vieses. O primeiro é a demonstração inequívoca do anacronismo da ordem mundial, que vai desde a repartição de poderes no FMI ao Conselho de Segurança da ONU. Mas isso, se é uma boa notícia para o Brasil, também é uma complicação, pois significa que vai aumentar a resistência à ampliação da presença brasileira nos espaços internacionais por parte das grandes potências.
Isso se deve ao segundo viés: o Brasil segue sendo o porta-voz preferencial dos emergentes e do terceiro mundo. Ou seja, ele (ainda) não pertence ao clube do fraque e cartola da política internacional. Vai aumentar a pressão para que a política do país se torne “responsável”, ou seja, que passe a aceitar a cooptação pelas grandes potências.
Se isto provocar inflexões na nossa política externa, estará se reforçando a retórica interna das oposições, de realinhamento com o Ocidente. Com os retrocessos acima descritos e temidos. Quod erat demonstrandum.
Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.
*GilsonSampaio

Deleite

sábado, janeiro 07, 2012

Argentina reafirma sua soberania sobre as Malvinas

As Malvinas são argentinas
A Argentina reafirma seus direitos sobre as Ilhas

A chancelaria argentina reafirma “os imprescritíveis direitos de soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, Georgias do Sul e Sandwich do Sul, e os espaços marítimos circundantes, que são parte integrante de seu território nacional”. A declaração da chancelaria foi divulgada quando se completam 179 anos desde a ocupação das Ilhas Malvinas por forças britânicas (em 3.1.1833).
Por Francisco Luque (*)
A chancelaria argentina emitiu um comunicado, na noite de segunda-feira, onde assinala que o governo de Cristina Fernández de Kirchner “reafirma mais uma vez os imprescritíveis direitos de soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, Georgias do Sul e Sandwich do Sul, e os espaços marítimos circundantes, que são parte integrante de seu território nacional”. A declaração foi divulgada no momento em seu que se completam 179 anos desde que as Ilhas Malvinas foram ocupadas por forças britânicas (em 3 de janeiro de 1833).
A reivindicação surge dias após o Reino Unido ter expressado sua preocupação com a decisão dos países do Mercosul com costas marítimas (Argentina, Brasil e Uruguai) de impedir que os barcos com bandeiras das Malvinas ingressem em seus portos.
O documento oficial assinala que a ilegítima ocupação colonial britânica é agravada por um provocador e continuado desprezo ao direito internacional expresso pela persistente recusa do Reino Unido em retomar as negociações sobre a soberania das ilhas, conforme o mandato vigente das Nações Unidas, estabelecido mediante a Resolução 2065 da Assembleia Geral e referendado por nove resoluções subsequentes. Esta ilegitimidade, sustenta a declaração, é agudizada pela presença da base militar estabelecida no Atlântico Sul, invocando falsas necessidades de defesa, assim como pelo constante desenvolvimento de atividades ilegítimas unilaterais na zona disputada.
Para o governo argentino, as atividades realizadas pela Inglaterra na região são contrárias às resoluções da ONU e incluem a exploração, contrário ao direito internacional, dos recursos naturais renováveis e não renováveis da área, e realização de exercícios militares, incluindo o lançamento de mísseis desde as Ilhas Malvinas. Não obstante, o governo argentino reitera sua “permanente e sincera disposição para retomar o processo de negociações bilaterais com o Reino Unido, tal como reclama a comunidade internacional, para achar uma solução pacífica e definitiva para a disputa de soberania e pôr fim, deste modo, a uma situação anacrônica, incompatível com a evolução do atual mundo pós-colonial”, assinala o documento.
A presença militar britânica no Atlântico Sul, foi criticada unanimemente pelos governos da região. Em outubro passado, a Unasul (União de Nações Sulamericanas) expressou seu rechaço contra o deslocamento da fragata inglesa “Montrose” para o Atlântico Sul por um período de seis meses e advertiu que essa medida “é contrária à política da região de defesa da busca de uma solução pacífica do conflito” entre o Reino Unido e a Argentina. A preocupação pelas mencionadas atividades unilaterais também foi expressa por meio de diversos pronunciamentos das cúpulas de presidentes dos estados membros do Mercosul, da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e pela Cúpula Íbero-americana.
Também se manifestaram a favor da retomada das negociações entre ambos os países a Cúpula de Países Sul-americanos e Países Árabes (ASPA), a Cúpula de Países Sul-americanos e Africanos (ASA) e o Grupo dos 77, mais China.
Mas Londres não cede. O primeiro ministro inglês David Cameron assinalou que o Reino Unido não entregará a Argentina a soberania das Malvinas e criticou a decisão dos governos do Mercosul de bloquear o acesso a seus portos de embarcações com essa bandeira. Cameron assegurou que a questão da soberania depende dos habitantes das ilhas. “Que fique muito claro. Sempre vamos manter nosso compromisso sobre qualquer questão de soberania. A base de nossa política é o direito à autodeterminação”.
Por outro lado, a ratificação do governo do Chile – país associado ao Mercosul e com a principal comunidade estrangeira nas ilhas – da decisão de não reconhecer navios com bandeiras das Malvinas também gerou controvérsia diplomática. Jon Benjamín, embaixador da Inglaterra em Santiago, reconheceu a inquietação de seu governo com a decisão dos governos sul-americanos que se somaram “a uma espécie de bloqueio econômico contra as ilhas”. “Parece ser uma espécie de bloqueio econômico para as ilhas e sua pequena população civil em inocente”, assinalou Benjamín.
Cabe destacar que este ano se completa o trigésimo aniversário da Guerra das Malvinas (2 de abril – 14 de junho de 1982), conflito armado que deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos e que terminou com a rendição argentina. Naquele momento o país era governado pela ditadura militar do general Leopoldo Galtieri. Para muitos analistas políticos, a derrota da Argentina neste conflito possibilitou a queda da junta militar que governou o país desde 1976.
(*) Correspondente da Carta Maior em Buenos Aires
Fonte: Carta Maior. Tradução: Marco Aurélio Weissheimer
*gilsonsampaio

Deleite José Galeano

A filosofia da revolução de Che Guevara

A filosofia da revolução de Che Guevara

Por Eduardo Mancuso (publicado originalmente na Carta Maior

"Marx pensava na liberação do homem e via o comunismo (como a solução das contradições que produziram a sua alienação) como um ato consciente. Vale dizer que não se pode ver o comunismo meramente como o resultado de contradições de classes em uma sociedade altamente desenvolvida; o homem é o ator consciente da história. Sem esta consciência, que engloba a consciência do ser social, não pode haver comunismo". 
                                          (Ernesto Che Guevara)

Apropriar-nos de forma criativa da herança guevarista, resgatando a atualidade que esta conserva frente às grandes mudanças globais e as metamorfoses sociais, políticas e culturais que marcaram a passagem do século XX ao XXI, é um desafio bastante estimulante. Nas palavras do próprio Che, “se novos fatos determinam novos conceitos, não se tirará nunca sua parte de verdade daqueles que tenham passado.”
Muitos não percebem a atualidade do pensamento guevarista. Porém, quando nos debruçamos sobre ele, descobrimos que muitas das mudanças ocorridas nas últimas décadas, encontram respostas no legado do Che, tanto programáticas quanto estratégicas. A “filosofia da revolução” do Che é, nos dias de hoje, absolutamente contemporânea, tão vívida como a permanência icônica e universal de sua imagem.
“A real capacidade de um revolucionário se mede por saber encontrar táticas revolucionárias adequadas em cada mudança de situação, em ter presente todas as táticas e explorá-las ao máximo..”.
O intelectual cubano Luiz Salazar propõe uma tese muito interessante. Diz ele que voltar à obra do Che nos permite ver no significado de suas utopias as “verdades do futuro” (Vitor Hugo). Defende que podemos encontrar no acervo político do Che, novas “soluções revolucionárias”.
O socialismo para nós continua sendo pré-condição para que a humanidade possa constituir uma nova civilização, alternativa a barbárie moderna. E o Che ensinava: “Para construir o comunismo simultaneamente com a base material há que construir o homem novo.” Não devemos esquecer, também, que para o Che, “o dever de todo o revolucionário é fazer a revolução”, lutar por isso persistentemente. Para o Che, a construção do socialismo exige uma radical revolução democrática, participativa, além de uma grande revolução cultural.
A práxis revolucionária guevarista buscou sempre recuperar a essência subversiva dos clássicos do marxismo. Por exemplo, o maior marxista latino-americano da primeira metade do século XX, o peruano José Carlos Mariátegui, escrevia em 1928: “Contra uma América do Norte capitalista, plutocrática, imperialista, só é possível opor de maneira eficaz uma América, latina ou ibérica, socialista”. Quatro décadas mais tarde, Che Guevara retoma esta bandeira socialista e antiimperialista, concluindo sua famosa “Mensagem a Tricontinental” afirmando: “ou revolução socialista ou caricatura de revolução”!
Mas qual socialismo o Che defendia? Cada vez mais crítico nos seus últimos anos em relação às experiências socialistas “reais”, européia e chinesa, Guevara buscava um novo caminho para Cuba e para nossa América Latina. Para enfrentar esse desafio ele também coincidia com as idéias de Mariátegui, que havia declarado: “Não queremos, certamente, que o socialismo seja nas Américas calco e cópia. Deve ser criação heróica. Temos que dar vida, com nossa própria realidade, com nossa própria linguagem, ao socialismo indo-americano.”
Boa parte da reflexão do Che e de sua prática política, sobretudo nos anos 60, tinha como meta sair do impasse que a caricatura de socialismo burocrático do modelo soviético impunha aos povos na América Latina e no Terceiro Mundo.
Segundo Michael Lowy, “o motor essencial desta busca de um novo caminho – mais além de questões econômicas específicas – é a convicção de que o socialismo não tem sentido – e não pode triunfar – se não representa um projeto de civilização, uma ética social, um modelo de sociedade totalmente antagônico aos valores do individualismo mesquinho, do egoísmo feroz, da competição, da guerra de todos contra todos da civilização capitalista”.
Como lembra Lowy, o Che tinha perfeitamente claro que a construção do socialismo é inseparável de certos valores éticos. Na famosa entrevista de Guevara a um jornalista francês em julho de 1963, ele insistia: “o socialismo econômico sem a moral comunista não me interessa. Lutamos contra a miséria, mas ao mesmo tempo contra a alienação. (...) Se o comunismo passa por cima dos fatos de consciência, pode ser um modo de distribuição, mas não será mais uma moral revolucionária”. O Che sabia que se o socialismo tentasse competir com o capitalismo no terreno do adversário, o terreno do produtivismo e do consumismo, utilizando suas próprias armas – o mercado e a concorrência – estava condenado ao fracasso.
O socialismo para o Che era o projeto histórico de uma nova sociedade, baseada em valores de igualdade, solidariedade, livre discussão e ampla participação popular. Lowy salienta que tanto suas críticas crescentes ao modelo soviético quanto sua prática como dirigente político e sua reflexão teórica sobre a experiência cubana são inspirados por esta utopia revolucionária. Em seus escritos econômicos a questão da planificação socialista ocupa um lugar central, e nos seus últimos anos a concepção de democracia socialista na planificação começa a aparecer como essencial. Quando critica o Manual de Economia Política da Academia de Ciências da URSS, Che Guevara avança um princípio democrático fundamental, capaz de colocar de cabelos em pé os burocratas stalinistas (e de outros tipos também): numa verdadeira planificação socialista é o próprio povo, os trabalhadores, as massas que devem tomar as grandes decisões econômicas.
Contra a monopolização das decisões por tecnocratas ou burocratas “comunistas”, o Che insistia na necessidade de uma verdadeira participação popular: os grandes problemas sociais e econômicos de uma sociedade são políticos e devem ser objeto de debate e decisão democrática pela maioria. Fica claro que a reflexão de Guevara sobre o socialismo não se limita unicamente a Cuba ou América Latina: ela é universal, mundial, internacionalista. Para o Che o verdadeiro socialista é aquele que considera sempre os grandes problemas da humanidade como seus problemas, que não se sente alheio a eles, muito pelo contrário.
Numa bela síntese apresentada por Michael Lowy no Fórum Social Mundial de Porto Alegre encontramos o “espírito” da filosofia da revolução guevarista : “O internacionalismo para Guevara – ao mesmo tempo modo de vida, fé profana, imperativo categórico e pátria espiritual – era inseparável da idéia mesmo de socialismo, enquanto humanismo revolucionário, enquanto emancipação dos explorados e oprimidos do mundo inteiro, numa luta sem tréguas nem fronteiras com o imperialismo e a ditadura do capital.” E segundo Lowy, os herdeiros do Che, a esquerda marxista e revolucionária, nas últimas décadas, “aprendemos a enriquecer nossa idéia do socialismo com a contribuição do movimento das mulheres, dos movimentos ecológicos, das lutas de negros e indígenas contra a discriminação. Assim é o processo de construção do projeto socialista: não um edifício pronto e acabado, mas um imenso canteiro de obras, onde se trabalha para o futuro, sem esquecer as lições do passado.”
Ao fim e ao cabo, como disse o velho Marx, o mais importante é a luta.

Afinal, como gostavam de lembrar, realisticamente, tanto Lenin como Walter Benjamin: o capitalismo não vai morrer de morte natural.

* Eduardo Mancuso é Historiador e membro do comitê organizador do FSM Grande Porto Alegre.
*turquinho

Roberto Freire é um canalha


Roberto Freire, que já foi acusado de entregar companheiros seus em troca de um emprego público(para quem não sabe, Roberto Freire foi "nomeado", em plena ditadura militar, para o cargo de procurador do INCRA), nesse episodio da destinação de verbas para Pernambuco deu mostra concreta que é um picareta, um vagabundo de quinta categoria.Enquanto na ditadura militar Freire traiu seus companheiros, nessa questão das verbas contra enchentes ele traiu o Estado de Pernambuco.Nessa questão das verbas, Freire deveria, em respeito ao povo de Pernambuco, ficar calado, mas não, usou  o PPS-Partido de Politico Safado para condenar a atitude de Fernando Bezerra Coelho, um antigo aliado da época do velho PMDB. Roberto Freire deve estar magoado com o povo de Pernambuco que não o elege nem para síndico de condomínio, por isso trai o estado onde nasceu e onde militou na vida pública por mais de 30 anos.Chega dói na minha alma quando lembro que votei em três eleições  nesse bandido.