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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 09, 2012

EUA: estado totalitário e militar

Por Miguel Urbano Rodrigues, no sítio português O Diário:

O Presidente Barack Obama ofereceu ao povo norte-americano no dia 31 de Dezembro um presente envenenado para 2012: a promulgação da chamada Lei da Autorização da Defesa Nacional.

O discurso que pronunciou para justificar o seu gesto foi um modelo de hipocrisia. O presidente declarou discordar de alguns parágrafos da lei. Sendo assim, poderia tê-la vetado, ou devolvido o texto com sugestões suas. Mas não o fez.

Para o senador Aécio Neves, que tem memória curta e seletiva. E para o povo de Minas Gerais que sofre com as chuvas

Apenas a construção da nova sede do governo de Minas Gerais, a tempo de o ex-governador Aécio Neves (PSDB) participar da inauguração, custou R$ 948 milhões ao governo do Estado. Outros R$ 280 milhões foram gastos em serviços e equipamentos contratados, totalizando R$ 1,2 bilhão. Todo o complexo ergueu-se do chão em menos de 15 meses.
Agora, três meses depois da inauguração, o governo admite gastar mais dinheiro para corrigir algumas escolhas “infelizes” do projeto arquitetônico, e manter o complexo de pé. A lista de “defeitos” na obra, apontados numa lista preliminar, vai do tipo de piso usado no pátio coberto dos três prédios principais, passando por maçanetas que não mantêm as portas fechadas. O gasto com a troca do piso é consenso, pois seria a mais aparente “falha” no projeto de construção do complexo.

17.º Governador de Minas Gerais Minas Gerais Mandato:1 de janeiro de 2003 até 31 de março de 2010, Aécio Neves entende como ninguém de incompetência e omissão. Minas Gerais foi largada a sua própria sorte, enquanto ele passeava, namorava e bebia. E não devemos nos esquecer da obra faraônica da sede do governo de MG, que custou R$ 1,2 bilhão

Aécio Neves
Nossas tragédias
Iniciamos o ano, mais uma vez, sob a marca da tragédia.
É inevitável, em cada um de nós, uma mistura de solidariedade e de indignação diante de situações que se repetem e em que a única mudança é o endereço: Minas, Rio, Espírito Santo, Santa Catarina...
A dimensão e a gravidade de cada uma dessas situações não permitem que nos transformemos em torcidas organizadas no demagógico jogo de ver diferentes instâncias de governo empurrarem responsabilidades umas para as outras.
O fato de que ninguém, em sã consciência, considere possível corrigir, em poucos anos, danos provocados por erros acumulados em décadas não é pretexto para a aceitação da omissão. A pergunta que precisa ser feita a todo governante não é "por que não resolveu tudo antes?", mas, sim, se fez, no seu tempo, tudo o que estava ao seu alcance.
Assim, o inexplicável contingenciamento de recursos do governo federal destinados à prevenção de enchentes e dos danos causados pelas chuvas, assim como a liberação deles sem que sejam respeitados princípios básicos do equilíbrio federativo, devem ser motivo de protesto e de cobrança não apenas da oposição, mas de toda a sociedade. Até porque a falta de critérios republicanos e a baixíssima execução orçamentária do governo não se dão apenas em uma área.
Acredito que, como agentes públicos, devemos examinar essas situações de duas formas, simultaneamente.
A primeira é olhando para trás e reconhecendo que há um grande passivo de erros que só poderá ser superado com muito trabalho, planejamento e integração de ações. Passivo que é fruto de omissões de administradores que, muitas vezes, até por desinformação, não avaliaram o gravíssimo problema das ocupações desordenadas de áreas urbanas. Passivo que é fruto de uma época em que nos orgulhávamos de domar rios em vez de respeitá-los. E como o longo prazo em política, para muitos, é sinônimo de problema dos outros, o ciclo em que todos perdem se impôs.
A segunda é olhando para o futuro, entendendo que não temos o direito de seguir reproduzindo os erros do passado.
Qualquer administrador, mesmo o do menor município, tem acesso a informações e sabe bem dos riscos de uma ocupação precária de encostas ou margens de rio. Obras feitas às pressas, sem planejamento, cobram da sociedade um alto preço, que não se restringe ao desperdício financeiro.
As repetidas tragédias representam vidas perdidas. E, em respeito a cada uma delas, precisamos abandonar a demagogia, partilhar a solidariedade e cobrar responsabilidade. Os brasileiros não estão condenados a viver apagando incêndios de incompetência ou submergindo em tempestades de omissões.

Deleite

Tudo começou na Grécia e tudo acabará na Grécia?


Por Leonardo Boff *

Nossa civilização ocidental hoje mundializada tem sua origem histórica na Grécia do século VI antes de nossa era. Ruira o mundo do mito e da religião que era o eixo organizador da sociedade. Para pôr ordem àquele momento crítico fez-se, num lapso de pouco mais de 50 anos, uma das maiores criações intelectuais da humanidade. Surgiu a era da razão critica que se expressou pela filosofia, pela política, pela democracia, pelo teatro, pela poesia e pela estética. Figuras exponenciais foram Sócrates, Platão, Aristóteles e os sofistas que gestaram a arquitetônica do saber, subjacente ao nosso paradigma civilizacional: foi Péricles como governante à frente da democracia; foi Fídias da estética elegante; foram os grandes autores das tragédias como Sófocles, Eurípides e Ésquilo; foram os jogos olímpicos e outras manifestações culturais que não cabe aqui referir.

Esse paradigma se caracteriza pelo predomínio da razão que deixou para trás a percepção do Todo, o sentido da unidade da realidade que caracterizava os pensadores chamados pré-socráticos, os portadores do pensamento originário. Agora se introduzem os famosos dualismos: mundo-Deus, homem-natureza, razão-sensibilidade, teoria-prática. A razão criou a metafísica que na compreensão de Heidegger faz de tudo objeto e se instaura como instância de poder sobre este objeto. O ser humano deixa de se sentir parte da natureza para se confrontar com ela e submetê-la ao projeto de sua vontade.

Este paradigma ganhou sua expressão acabada mil anos depois, no século XVI, com os fundadores do paradigma moderno, Descartes, Newton, Bacon e outros. Com eles se consagrou a cosmovisão mecanicista e dualista: a natureza de um lado e o ser humano de outro de frente e encima dela como seu “mestre e dono”(Descartes) e coroa da criação em função do qual tudo existe. Elaborou-se o ideal do progresso ilimitado que supõe a dominação da natureza, no pressuposto de que esse progresso poderia caminhar infinitamente na direção do futuro. Nos últimos decênios a cobiça de acumular transformou tudo em mercadoria a ser negociada e consumida. Esquecemos que os bens e serviços da natureza são para todos e não podem ser apropriados apenas por alguns.

Depois de quatro séculos de vigência desta metafísica, quer dizer, deste modo de ser e de ver, verificamos que a natureza teve que pagar um preço alto para custear esse modelo de crescimento/desenvolvimento. Agora tocamos nos limites de sua possibilidades. A civilização técnico-científica chegou a um ponto em que ela pode por fim a si mesma, degradar profundamente a natureza, eliminar grande parte do sistema-vida e, eventualmente, erradicar a espécie humana. Seria a realização de um armgedon ecológico-social.

Tudo começou há milênios na Grécia. E agora parece terminar na Grécia, uma das primeiras vitimas do horror econômico, cujos banqueiros, para salvar seus ganhos, lançaram toda uma sociedade no desespero. Chegou à Irlanda, a Portugal, à Itália, podendo-se se estender à Espanha e à França e, quiçá, a todo o sistema mundial.
Estamos assistindo a agonia de um paradigma milenar que está, parece, encerrando sua trajetória histórica. Pode demorar ainda dezenas de anos, como um moribundo que resiste, mas o fim é previsível. Com seus recursos internos não tem condições de se reproduzir.

Temos que encontrar outro tipo de relação para com a natureza, outra forma de produzir e de consumir, desenvolvendo um sentido geral de interdependência face à comunidade de vida e de responsabilidade coletiva pelo nosso futuro comum. A não encetarmos esta conversão, ditaremos para nós mesmos o veredito de desaparecimento. Ou nos transformamos ou desapareceremos.

Faço minhas as palavras de Celso Furtado, economista-pensador:”Os homens de minha geração demonstraram que está ao alcance do engenho humano conduzir a humanidade ao suicídio. Espero que a nova geração comprove que também está ao alcance do homem abrir caminho de acesso a um mundo em que prevaleçam a compaixão, a felicidade, a beleza e a solidariedade”. Mas à condição de mudarmos de paradigma.


* Leonardo Boff é autor de Opção-Terra. A solução para a Terra não cai do céu, Record, Rio 2009.


Fonte: LeonardoBoff.com
*observadoressociais

Evoé! Retrato de um antropófago






Gestão Kassab, antes não tinha, agora tem...













Antes tinha sim, só o povo de São Paulo não quis/quer enxergar, visto que forma todas as suas opiniões pautado pelo que vê e lê no PIG.
*cappacete
Chile: …prohibición del derecho a reunión, expresión, asociación, manifestación…

DECLARACION PÚBLICAA LA COMUNIDAD NACIONAL E INTERNACIONAL

La ComisiónÉtica Contra la Tortura ante la tramitación de la ley que sanciona las manifestaciones públicas, declara lo siguiente:
1. Con el impulso de este proyecto de ley en el Parlamento, el Gobierno del Presidente Piñera  y, en particular el Ministro del Interior Sr. Rodrigo Hinzpeter, le coloca una mordaza a la democracia y declara prohibición del derecho a reunión, expresión,  asociación, manifestación, similar al que establece la instalación del estado de sitio cuyo sentido es el control total de los cuerpos sociales y su inmovilidad ante acciones represivas
2. Con este proyecto de ley que ya ha sido aprobado en la cámara de diputados y que hoy ha sido visto en la Comisión de ciudadanía antes de su paso final en el Senado, serán objeto de sanción los organizadores de toda manifestación social y quienes participen en ellas. Piñera pretende aprobar esta ley durante estos meses de verano, para aplicarla a partir de marzo próximo, entendiendo que el movimiento estudiantil y sindical ya ha señalado que no detendrán las movilizaciones por la conquista de mayor democracia y justicia social. Pero ¿Sólo se busca amedrentar?
3. La opinión pública tiene que saber que las penas de prisión que se proponen van de 541 días (un año y medio) a 3 años de cárcel para quienes participen o hayan incitado, promovido o fomentado, desórdenes o cualquier otro acto de fuerza que importe paralizar o interrumpir algún servicio público, tales como los hospitalarios, los de emergencia y los de electricidad, combustibles, agua potable, comunicaciones o transporte; invadir, ocupar o saquear viviendas, oficinas, establecimientos comerciales, industriales, educacionales, religiosos o cualquiera otro, sean privados, fiscales o municipales; impedir o alterar la libre circulación de las personas o vehículos por puentes, calles, caminos u otros bienes de uso público semejantes; atentar en contra de la autoridad o sus agentes; usar capuchas que dificulten su identidad; causar daños a la propiedad ajena, sea pública, municipal o particular y consagra la actuación policial sin orden  previa para la existencia y ubicación de fotografías, filmaciones, grabaciones y, en general, toda reproducción de imágenes, voces o sonidos que se hayan tomado, captado o registrado y que sean conducentes a “esclarecer”  hechos que constituyan o puedan constituir delito y obtener su entrega voluntaria o una copia de las mismas, entre otras.
4- Con esta norma, el Estado y el Gobierno chileno, colocan a la ciudadanía por debajo de  los estándares que exige la normativa internacional de Derechos Humanos relacionada con los instrumentos que consignan los Derechos Civiles y Políticos y masifica la aplicación a la sociedad y a sus movimientos sociales de una especie de ley antiterrorista, que de aprobarse, sus negativas consecuencias nos colocarían como país, entre los más aberrantes desde el punto de vista del Derecho y del acceso a la Justicia.
5- Alertamos a la sociedad organizada y movilizada que estamos frente a un nuevo diseño represivo que busca desarticular e inmovilizar toda expresión del campo social que lucha por la conquista de sus derechos en uno de los países más desiguales, donde la obscena brecha entre ricos y pobres resulta a estas alturas, infranqueable.
6- Llamamos a los parlamentarios a no aprobar este aberrante proyecto de ley y convocamos a las organizaciones de defensa de los derechos humanos a informar a las diferentes organizaciones sociales sobre esta grave situación a fin que expresen su más rotundo rechazo.
.COMISION ETICA CONTRA LA TORTURA
Santiago, 7 de enero 2012
.POR LA LIBERTAD DE EXPRESION, ASOCIACION, REUNION, MANIFESTACION Y RECLAMO DE DERECHOS Y JUSTICIA SOCIAL, NO A LA LEY DE CRIMINALIZACION, NO A LA LEY MORDAZA ! 
*GilsonSampaio

Fidel: um robô para a Casa Branca

De volta a seus textos, a reflexão de Fidel Castro publicada hoje:

O melhor presidente para os Estados Unidos

A agência de notícias européia divulgou ontem de Sydney, na Austrália, que “um grupo de pesquisadores australianos da Universidade de New South Wales anunciou a criação de um filamento 10 mil vezes mais fino que um fio de cabelo,  capaz de condução eletricidade mais eficiência que fio de cobre tradicionais. “
“… Bent Weber, chefe do projeto na universidade da Austrália, em um artigo publicado na revista Science, disse que ” poder fazer as conexões de cabo no nível microscópico será essencial para o desenvolvimento de futuros circuitos eletrônicos. “
“O cabo físico foi criado pelo australiano e cadeias dos EUA de átomos de fósforo dentro de um cristal de silício. O nanofio tem apenas quatro átomos de largura por um de altura.”
“A descoberta é essencial na corrida internacional para desenvolver o primeiro computador quântico , máquinas  capazes de processar enormes quantidades de dados em segundos: uma série de cálculos que levam anos ou mesmo décadas, os computadores de hoje.
“Em um cabo de cobre tradicionais, a eletricidade é gerada quando os elétrons fluem ao longo de condutor de cobre, mas comoquando  o cabo  condutor torna-se menor, a resistência ao fluxo elétrico se torna maior.
“Para superar este problema, Weber e sua equipe usaram microscópios especialmente projetado com precisão atômica, permitindo-lhes colocar os átomos de fósforo em cristais de silício.
“Isso permitiu que o ato como nanofios de cobre, com os elétrons que flui com facilidade e sem problemas de resistência. “Estamos mostrando essa técnica torna  possível  minimizar os componentes à escala de alguns átomos”, disse Weber. “
“Se formos usar átomos como bits, precisamos de fios com a mesma escala de átomos”, observou a física Michelle Simmons, supervisor de trabalho.
Com estes avanços tecnológicos iinevitáveis que devem servir para o bem-estar da humanidade, lembre-se do que apenas quatro dias atrás  escrevi sobre o aquecimento global e da exploração acelerada do perigoso gás de xisto, em um mundo que em 200 anos consome as  energia fósseis acumuladas por mais de quatro bilhões de anos.
Agora imagine um Obama,bem articulado nas palavras,  na sua busca desesperada pela  reeleição, para quem o sonho de Luther Kingestão muito mais distantes  do que o mais próximo planeta habitável está da Terra.
Pior, qualquer dos congressistas  presidenciáveisrepublicanos, ou um líder  do Tea Party, carrega mais armas nucleares  em suas costasdo que idéias de paz em sua cabeça.
Imaginem por um minuto os leitores que a computação quântica possa multiplicar infinitamente a coleta e o processamento de dados que fazem, hoje, os computadores modernos.
Isso não torna  é óbvio que o pior de tudo é não esteja lá na Casa Branca de um robô capaz de governar os Estados Unidos com capacidade de evitar uma guerra que acabe com a vida de nossa espécie?
Tenho certeza que 90 por cento dos eleitores americanos inscritos, especialmente os hispânicos, os negros, e a crescente de classe média empobrecida votariam neste robô.
*Tijolaço

Charge do Dia

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