Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 18, 2012

O eleitor “Coca-Cola” de São Paulo





Duas vezes por dia de segunda a sábado...
E o PSDB sangra o erário público há 10 anos na construção do faraônico anel viário
inútil para 90% da população.
É espantoso como a maioria dos paulistanos não tem a capacidade de relacionar a péssima qualidade de vida em São Paulo ao desempenho dos governantes que elege. O PSDB chuta-lhes o traseiro há uns 20 anos e eles quase que se desculpam por oferecê-lo seguidamente, a cada eleição. Muitos filmam o caos em que vivem pelo celular, guardam de recordação ou publicam no Youtube! Enchentes, congestionamento humano surreal nas estações do metrô, trombadinha atacando vítima, traficante vendendo droga, assaltante em ação… E quando chega na frente da urna, “alguma coisa acontece em seus corações” e lá vão eles, de novo, no mesmo PSDB! Ser conservador, reacionário ou um idiota completo em São Paulo, não tem origem na educação, raça ou nível social. É resultado de uma longa e profunda convivência com a mídia paulista.
A maioria dos paulistas não liga para política e políticos porque “tem mais o que fazer”. E quando não dá pra fugir do assunto, faz cara de esperto e sentencia: “todos os políticos são iguais; todos roubam”. Vão naquela linha do “poder que corrompe” etc… Enganam os mais distraídos, já que não querem ou não têm conhecimento para se aprofundar na questão. Para não se darem ao trabalho de pensar, comparar candidatos e toda essa chatice, muitos paulistas vão de “Coca-Cola” – o candidato que conhecem desde a infância. Neste caso, os “Coca-Cola” são José Serra, Geraldo Alckmin. Maluf também foi um grande “Coca-Cola”. Íntimos que são de seus eleitores igualmente “Coca-Cola”, os tucanos paulistas não mudam o discurso usual “te engano porque você gosta”. Bastou Serra anunciar-se candidato à prefeitura usando as habituais manobras rasteiras dentro do próprio partido, para que o paulistano o elevasse imediatamente a favorito disparado nas pesquisas. E mesmo que o eleitor se esconda da informação, ela lhe bate na testa há anos: até os marcianos sabem que da última vez, Serra não governou nem cumpriu mandato algum, focado que estava em sua eterna escalada rumo ao Palácio do Planalto. Além disso, largou a prefeitura nas mãos do desqualificado mais oportunista que gravitava em sua órbita. Kassab tornou-se o pior de todos os prefeitos que já passaram por esta cidade, na avaliação de seus moradores que… o reelegeram em 2008!
São Paulo tem muito pobre que come carne de pescoço e arrota caviar. Este tipo acredita que enriquecerá “junto” com o patrão. Por isso rouba na balança contra o freguês. É o tal “negro de alma branca” – que prefere catar as migalhas que caem do bolso do feitor a almejar igualdade de direitos e oportunidades para seus semelhantes sociais ou raciais. Acha que educação para pobre é perda de tempo. Por isso bota seu filho pra trabalhar o mais cedo possível, traçando-lhe o mesmo destino do pai desde a adolescência. Acredita em Deus e vai à missa aos domingos. (Mas admite com seus botões que do lado de fora da igreja, quem dá as cartas é o Diabo.)
A maioria dos paulistanos reconhece que viver em São Paulo é cada vez mais insuportável. Não por culpa dos seguidos governos elitistas do PSDB, é claro. Mas pelo crescimento desordenado da cidade provocado pela “invasão de alienígenas nortistas e outras impurezas étnicas – inclusos aí, filhos, netos e toda a parentada”. Por isso, é comum o cidadão achar-se no direito de furar qualquer fila: desde a dos congestionamentos até a dos supermercados. Se viaja enlatado no transporte coletivo, a culpa do seu desconforto é do passageiro ao lado, que invadiu “sua” cidade. (Em sua arrogância delirante, torce secretamente para que surja alguma epidemia que dizime ¾ da população: basicamente os negros e os nordestinos. Ah, sim, quase esquece: inclua-se aí os mendigos e os gays.)
Muitos caem na conversa de uma profissional de telemarketing e acabam assinando um desses jornalões ou revistas decadentes que ainda circulam por aí. Mas logo no segundo mês perdem o interesse na leitura: tirando as manchetes de capa, a página que fala do seu time, quadrinhos e horóscopo (que consomem numa única sessão no “trono sanitário”) o impresso nem se desmancha. E mesmo constatando que não tiram proveito algum, mantêm sua assinatura. Assim, mantêm também a ilusão de serem cidadãos bem informados. E o ciclo ilusório se completa nas estatísticas das quais fazem parte e que o dono do jornal empurra aos seus anunciantes.
Esse paulista foi convencido por idiotas das rádios, jornais e TVs igualmente paulistas, que é um otário que paga mais impostos hoje do que em outras épocas. Não lhe passa pela geléia do cérebro que o número garrafal exibido no impostômetro da rua Boa Vista é fruto da política de aquecimento do consumo interno que protege nossa economia do vírus neo-liberal – o mesmo que arrasa metade do planeta. Fizeram-no acreditar também que São Paulo é a tal “locomotiva” que carrega o Brasil nas costas. Para ele, “desde o Brasil Império já havia oportunidades para todos de norte a sul do país – seja nas escolas, seja no mercado de trabalho”. Por isso odeia os programas sociais do Governo Federal que “sustentam vagabundos que passam o dia bebendo pinga e jogando sinuca enquanto ele dá um duro danado”.
O paulistano ama seu automóvel – embora sempre esteja disposto a trocá-lo por um modelo mais novo. Adora passear a uma velocidade de 20 km por hora em média durante 1h30 também em média quando se dirige ao trabalho. Xingue sua mãe, cobice sua esposa, tire sarro do seu time que perdeu de goleada… mas nunca, jamais risque ou amasse seu carro! Porque, acima de tudo, este é seu verdadeiro governante. É o fiel parceiro que acomoda o traseiro daquela mulher-objeto, que está sempre disposta a deixar-se seduzir quando o motorista confunde seu joelho com o cambio e acelera em direção a um motel qualquer. No embalo da última do Teló…

*Mariadapenhaneles

FILMOGRAFIA PARA DEBATES - 1984, GEORGE ORWELL

Por Bráulio Wanderley

Oriundo do romance homônimo escrito em 1948 e publicado em 1949,  a película trata a respeito de uma sociedade sem sentimentos e controlada pela ditadura do "Grande Irmão".

Palavras-chaves: totalitarismo, liberdade, censura, alienação, controle social.
 
*História vermelha
 
 

CARTA CAPITAL DESTA SEMANA

Bento XVI investe na América Latina

O Papa viaja para México e Cuba este mês. 
O discurso é que Bento XVI faz "uma viagem pela esperança", palavras de Frederico Lombardi, porta-voz do Vaticano.
A verdade é que o Papa viaja [seja para onde for], com o objetivo 1º de fidelizar os católicos. 2º conquistar mais patrocinadores.
Assim agem todas as religiões [sem exceção].
Quer uma prova cabal?...
Vê o luxo que os lideres religiosos usufruem, enquanto pregam a pobreza e humildade para os nosotros mortais.
Psiu...este dourado do trono papal é ouro maciço, viu? Tem nada de banhado não!
*Briguilino

Chacina de moradores de rua; 165 mortos

 

Por Altamiro Borges

O Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores (CNDDH) divulgou nesta quinta-feira (15) números chocantes sobre a barbárie que impera no país, alimentada pelo preconceito e pelo ódio elitista. De abril de 2011 até a semana passada, 165 moradores de rua foram friamente assassinados – o que representa uma morte a cada dois dias.

TJ de São Paulo é o próximo a ser investigado


 

A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ainda não voltou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) para inspecionar o patrimônio de juízes e servidores, mesmo com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

tjsp processo interiorNo início do mês, o ministro Luiz Fux liberou a retomada das correições, mas impediu o uso de informações prestadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo a corregedoria, a equipe responsável pelas inspeções está finalizando um relatório sobre a Justiça do Amapá, que deve ficar pronto nesta terça-feira (20). Só depois o grupo decidirá o que fazer em relação à corte bandeirante.
A corregedoria ainda informa que a ressalva de Fux pode influenciar a programação inicial de inspeções, já que as prioridades eram baseadas em dados do Coaf sobre os tribunais com o maior volume de movimentações financeiras atípicas. Inicialmente, as correições passariam por São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, e depois seguiriam por mais 19 tribunais.
A inspeção no TJSP foi a primeira da série e começou em dezembro do ano passado, mas foi suspensa por uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski. A ação foi protocolada pelas três maiores associações de juízes do país, que sustentavam que a corregedoria promoveu uma devassa em dados sigilosos de 216 mil magistrados e servidores.
Nas informações prestadas ao STF em janeiro, a corregedora Eliana Calmon alegou que o relatório apenas apontou tribunais onde havia atividades suspeitas, sem fornecer nomes ou CPFs. Ela também disse que a sua equipe se ateve ao cruzamento de declarações de renda com as folhas de pagamento, o que não é considerado ilegal.
Com o fim do recesso do Judiciário em fevereiro, uma questão técnica fez a relatoria do processo passar para o ministro Luiz Fux, que decidiu ouvir diversas entidades de juízes e servidores antes de preparar seu voto.
Temendo um engessamento prolongado do CNJ, Calmon enviou um ofício ao ministro para saber se a corregedoria poderia retomar as apurações rotineiras nos tribunais. Em resposta, Fux autorizou a volta ao trabalho desde que as informações do Coaf fossem excluídas.
De acordo com integrantes da corregedoria do CNJ, a principal preocupação do órgão atualmente é conseguir cumprir todas as inspeções nos estados onde há irregularidades até o fim da gestão de Eliana Calmon, em setembro.
Fonte: Agência Brasil / No: Vermelho
*Ocarcará

Em Sete anos Prefeitura de S.Paulo aumenta gastos com publicidade 11 vezes

 

KassabOs gastos da prefeitura da capital paulista com publicidade cresceram nos últimos sete anos em ritmo muito maior que o Orçamento do município. Enquanto os investimentos na imagem do governo aumentaram 11 vezes ou 1.114,34%, o Orçamento da cidade cresceu  cerca de 150%, ou uma vez e meia. Levantamento realizado pela liderança do PT na Câmara Municipal aponta que a inflação acumulada do período, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de aproximadamente 43%.
“O Orçamento da prefeitura para propaganda se aproximou de R$ 9,8  milhões, em 2005, para R$ 126,5 milhões em 2011. Esse crescimento demasiado de um único item tem a ver com a necessidade de melhorar a imagem do prefeito Gilberto Kassab (PSD), uma vez que a gestão dele deixou de construir, entre outras coisas, creches e corredores de ônibus”, afirmou o vice-presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Francisco Chagas (PT). No mesmo período, o Orçamento destinado a toda a cidade passou de R$ 15,2 bilhões para R$ 38,7 bilhões.
GASTOS DA PREFEITURA PAULISTANA COM PUBLICIDADE
Ano  Orçamento aprovado (R$) Orçamento atualizado (R$) Empenhado (R$) % empenhado/orçamento aprovado
2005   9.783.000  23.453.840  23.453.840  239,7%
2006 23.340.000  30.586.768  29.436.768  126,1% 
2007 35.550.000 68.450.000  66.915.000  188,2%
2008 36.500.000 39.700.000 39.700.000  108,8%
2009 30.951.000 90.187.000 90.182.743 291,4%
2010 126.300.000 115.218.599 115.190.000    91,2%
2011 126.496.685 126.293.710 104.057.776    82,3%
2012*
até fev
118.799.000 118.799.000 26.712.453    22,5%
Desde 2005, os gastos com a divulgação da prefeitura aumentam em relação ao Orçamento aprovado e aos gastos praticados nos anos anteriores. Chagas explicou que, embora a Casa Legislativa aprove a cada final de cada ano o Orçamento de secretarias, empresas municipais e subprefeituras para o ano seguinte, a prefeitura faz atualizações e eleva os gastos além do previsto.
Anualmente, a prefeitura vem gastando até três vezes mais do que o valor aprovado pela Câmara Municipal. Apenas em 2010, quando a previsão de investimentos foi de R$ 126,3 milhões e, em 2011, cujo orçamento foi de R$ 126,5 milhões, os gastos ficaram em 91,2% e 82,3%, respectivamente, da rubrica aprovada pelo Legislativo. Entretanto, o valor aprovado já era 12 vezes maior do que o de 2005. Em 2012, o valor do Orçamento para publicidade é de R$ 118,8 milhões, uma redução de R$ 8 milhões sobre o ano anterior, mas nos dois primeiros meses deste ano, a prefeitura já empenhou 22,5% – R$ 26,7 milhões.
Na visão de Chagas, a propaganda maciça da prefeitura é necessária para encobrir metas que o prefeito propôs, mas não cumpriu. “Em dois meses deste ano, a prefeitura já gastou mais do que o Orçamento e o valor empenhado em 2005. Por outro lado, o uniforme escolar sofreu atraso de um ano”, disse. Não estão inclusas na dotação orçamentária de publicidade, as despesas com propaganda de empresas públicas como SP Turis, SP Trans e Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Apesar dos altos investimentos em publicidade e comunicação com a imprensa, Chagas avaliou que São Paulo perdeu o protagonismo por “falta de visão e iniciativa política”. “Esses recursos servem para disfarçar tantas promessas não cumpridas”, alegou. Há nove meses de terminar seu mandato, Kassab cumpriu 62 metas (27,8%) das 223 propostas no início de seu mandato, de acordo com levantamento feito este mês pela Rede Nossa São Paulo.
Por: Rede Brasil Atual

Pois aqui no Brasil nós homenageamos todos os ditadores militares

SE ESTA RUA, SE ESSA RUA FOSSE MINHA...

http://www.toonpool.com/user/4034/files/hitler_463635.jpg
HITLER
Você já imaginou a cidade do Porto, em Portugal, cortada por uma ponte chamada “António de Oliveira Salazar”? Ou uma via elevada “General Jorge Rafael Videla” em Buenos Aires? Ou ainda uma “praça coronel George Papadopoulos” no charmoso bairro de Plaka, em Atenas? 

Pois aqui no Brasil nós homenageamos todos os ditadores militares: Castello Branco dá nome a uma das principais rodovias de São Paulo (a SP-280) e a uma rua de Porto Alegre; 
Elevado Costa e Silva, o "minhocão
Presidente Costa e Silva é o nome oficial do popular “minhocão” e da Ponte Rio-Niterói.

Médici, ao lado de Figueiredo (de quepe)  na Transamazônica
O sombrio general Médici dá nome a uma avenida em São Paulo e, no Pará, existe uma cidade chamada Medicilândia (!), nascida no tempo da Transamazônica e do “Brasil Grande”. 
Rodovia Castello Branco
Em Campo Grande temos uma Avenida presidente Ernesto Geisel e no Amazonas uma cidade chamada Presidente Figueiredo. 

O coronel Sebastião Curió, que atuou na repressão à guerrilha do Araguaia e no garimpo de Serra Pelada e está sendo denunciado pelo Ministério Público, dá nome a uma cidade (Curionópolis), no Pará. Em SP, o general Milton Tavares, chefe do antigo CIEx (Centro de Informações do Exército) e um dos responsáveis pela implantação da Operação Bandeirante e dos DOI-Codi durante a ditadura militar, é nome de uma ponte (por obra do Maluf). Aqui na Vila Leopoldina há uma rua que leva o nome do delegado Sérgio Paranhos Fleury, o torcionário-mór da ditadura.

Dan Mitrione, professor de tortura
E já houve um logradouro em São Paulo agraciado com o nome de Dan Mitrione, o agente da CIA que veio à América do Sul ensinar técnicas de tortura a órgãos de repressão e acabou sequestrado e executado em Montevidéu pelos guerrilheiros Tupamaros. Como se não bastasse, uma das alas do Senado Federal chama-se “Filinto Müller”, o chefe da polícia política de Getúlio Vargas, o Himmler brasileiro. Há uma proposta para que o nome seja mudado para Ala Luís Carlos Prestes, líder comunista preso por Filinto em 1935.

Como disse o historiador Gilberto Maringoni, não há na Alemanha rua, monumento ou edifício público homenageando Adolf Hitler, ou um aeroporto Herman Göring (ás da aviação na I Guerra Mundial) ou um viaduto Joseph Göbbels; como não há na Itália monumentos públicos homenageando Mussolini. 
Eu poderia acrescentar: nem pontes na França com o nome do marechal Pétain ou do premiê Pierre Laval (chefes do regime colaboracionista de Vichy). A Espanha, depois de muito tempo, finalmente retirou o nome do generalíssimo Francisco Franco (“Caudillo de España por la Gracia de Dios") dos logradouros públicos, embora o Vale de Los Caídos – espécie de Disneylândia da direita – ainda subsista.

Temos que acabar com essa condescendência imoral. E sem essa de “revanchismo”; trata-se de resgatar nossa memória histórica. Algumas cidades já deram o exemplo. São Carlos, no interior paulista, há dois anos mudou o nome de uma rua denominada Sérgio Fleury para D. Helder Câmara. 

No Rio de Janeiro, o deputado Chico Alencar (Psol), a pedido de entidades de defesa dos direitos humanos, apresentou um projeto de lei para mudar o nome da ponte Rio-Niterói para Betinho, o sociólogo que se tornou símbolo da luta contra a fome. Segundo o deputado, “é inaceitável que a popularmente chamada Ponte Rio-Niterói seja oficialmente denominada Ponte Presidente Costa e Silva, em homenagem a um chefe de Estado que foi um dos artífices do golpe militar, responsável por momentos dos mais sombrios da história brasileira como o que se inicia com a edição do famigerado Ato Institucional nº 5”. 
Costa e Silva, Castello e Geisel
 Em Porto Alegre há um Projeto de Lei para mudar o nome da Avenida Presidente Castello Branco para Avenida da Legalidade – o movimento democrático que abortou a tentativa dos chefes militares de impedir a posse de João Goulart em 1961.

Em tempos de Comissão da Verdade, está mais do que na hora de passar a limpo nossa história recente. Pelo menos isso.

Livro sobre o agente Dan Mitrione, executado pelos Tupamaros



'MAJÓ' CURIÓ - A BESTA DO ARAGUAIA AINDA ZOMBARÁ DE SUAS VÍTIMAS...

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvlm5300kSNLF8KIBVZlHCAceVoCXX88E5XV9aixOcp80jabVgja5yna0qblQ7hYOCQszz6jTIOCdqsrODqBjQnN20PJtuJU7HbskrhAtIcqI6tKoKsHAbMYawgGbSIOVaO7J9KEFMg00/s1600/sebasti%25C3%25A3o+curi%25C3%25B34.jpg

Tenho coração de revolucionário mas, para informar corretamente os meus leitores, deixo as paixões de lado e analiso os acontecimentos com distanciamento crítico.

NO QUE DEPENDER DA ADVOCACIA DA UNIÃO, CURIÓ NÃO SERÁ ENGAIOLAD

Então, embora até preferisse estar errado, vejo a cada momento confirmar-se o que escrevi em outubro/2008, quando a União se colocou ao lado do torturador Brilhante Ustra e contra os procuradores que pretendiam entregar-lhe a conta das despesas que as execuções e torturas do DOI-Codi acarretaram para os cofres públicos:

N

"...as tentativas de contornar-se a Lei da Anistia, doravante, terão como adversária a União, que oficializou sua posição de endosso à impunidade dos carrascos.

Então, fica cada vez mais evidenciado que não se fará justiça sem suprimir-se mais este entulho autoritário. A anistia de 1979 tem de ser revogada, em nome das vítimas da ditadura mais brutal que o Brasil já conheceu e de nosso auto-respeito como Nação
".
Tratava-se da primeira vez em que a Advocacia Geral da União era chamada a opinar em processos instaurados contra os torturadores na Justiça; definiu, portanto, um paradigma.

Tais processos eram consequência da palavra de ordem que os ministros Tarso Genro e Paulo Vannuchi lançaram depois de serem derrotados por Nelson Jobim na luta travada no seio do Ministério de Lula.

Ou seja, como o Executivo se posicionou pela manutenção da anistia de 1979 e o Legislativo não queria mexer nesse vespeiro, Genro e Vannucci saíram pela tangente, apontando um terceiro caminho: o Judiciário.

Fiz o papel de estraga-prazeres, pois não gosto de ver os companheiros iludidos por miragens. Adverti que, com o Executivo contra e o Legislativo fingindo que a encrenca não era com ele, nada conseguiríamos nos tribunais, em termos de punição prisional ou pecuniária. Dito e feito.

A pá de cal foi a inacreditável decisão do Supremo Tribunal Federal, concedendo aos tiranos e seus esbirros o direito de anistiarem a si próprios.

Mesmo assim, ainda há quem insista até hoje em seguir os atalhos que não levam a lugar nenhum.

Caso das ações do Ministério Público Federal contra os assassinos seriais do Araguaia.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, acaba de antecipar qual será seu parecer, ao afirmar que tais ações "não são adequadas porque estão violando entendimento do STF" e, portanto, "não devem render frutos".

Só não vê quem não quer: mesmo que consigamos vitórias nas instâncias inferiores, o castelo de cartas desabará no Supremo.

Curió, Ustra e que tais merecem --e como!-- a prisão, mas o caminho que os leva às celas passa obrigatoriamente pela revogação da Lei da Anistia, seguida de uma reconsideração do entendimento do STF. O resto são sonhos de noites de verão.

Por Celso Lungaretti
*MilitânciaViva

EUA: ‘Acampamentos da miséria’ no país mais rico do mundo


Atualmente há 13 milhões de desempregados nos Estados Unidos, 3 milhões a mais do que quando Barack Obama foi eleito presidente, em 2008. Algumas estimativas calculam que cerca de 5 mil pessoas se viram obrigadas, nos últimos anos, a viver em barracas em acampamentos de sem-teto, que se espalharam por 55 cidades norte-americanas.

O maior deles é o de Pinella’s Hope, na Flórida, região mais conhecida por abrigar a Disney World. Uma entidade católica organiza o local e oferece alguns serviços aos habitantes, como máquinas de lavar roupa, computadores e telefones.
Muitos acampamentos são organizados e fazem reuniões para distribuição de tarefas comunitárias. Para alguns com poucas perspectivas de encontrar trabalho, as barracas são habitações semipermanentes.
Mofo
Várias destas pessoas tinham vidas confortáveis típicas de classe média até pouco tempo atrás. Agora deitam sobre travesseiros tão mofados quanto suas cobertas, em um inverno no qual as temperaturas baixam a muitos graus negativos. “Esfregamos literalmente nossos rostos no mofo toda noite na hora de dormir”, diz Alana Gehringer, residente de um acampamento em Michigan, ao programa Panorama da BBC.

O agrupamento de 30 barracas se formou em um bosque à beira de uma estrada, no limite do povoado de Ann Arbor. Não há banheiros, a eletricidade só está disponível na barraca comunitária onde os residentes se reúnem ao redor de uma estufa de madeira para espantar o frio.

O gelo se acumula nos tetos das barracas e a chuva frequentemente as invade. Mesmo assim, cada vez mais pessoas querem morar ali. A polícia, hospitais e albergues públicos ligam com frequência perguntando se podem enviar pessoas ao acampamento.

“Na noite passada, por exemplo, recebemos uma ligação dizendo que seis pessoas não tinham vaga no albergue. Recebemos de nove a dez telefonemas por noite”, diz Brian Durance, um dos organizadores do acampamento.

A realidade dos abrigados da Flórida e de Michigan é a mesma em vários lugares. Na segunda-feira, dia 12, Obama revelou planos de aumentar os impostos sobre os mais ricos. “Queremos que todos tenham uma oportunidade justa.”

O presidente norte-americano mencionou os que “lutam para entrar na classe média”. Em Pinella’s Hope, em Arbor e em outros dezenas de locais no país, além dos que querem entrar na classe média, há os que foram expulsos dela pela crise e que desejam voltar.
*Limpinhoecheiroso