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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 21, 2012

Em 1922, a proibição de uso de trajes de banho em público

Por Vaas
Esta fotografia de 1922  mostra a polícia prendendo  mulheres em Chicago, EUA, por desafiar a proibição de usar trajes de banho em público. - Reproduzido cortesia de Bettmann / Corbis, Austrália
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Deleite - Racionais para Mariguella + Che e Lennon

21 de julho: aniversário de Ernesto Hemingway!


Serra é mais rejeitado que carne de porco em hospital

 

Com 37% de rejeição Zé bolinha não ganha nem para presidente de Liga de Bola de Gude.
Pesquisa Datafolha realizada nos dias 19 e 20 de julho mostra o candidato do PRB, Celso Russomanno, quatro pontos abaixo do líder José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
No levantamento feito junto a 1.075 eleitores, Serra aparece com 30% das intenções de voto para prefeito. Russomanno tem 26%.
Como a margem de erro é de três pontos, Serra e Russomanno estão tecnicamente empatados na liderança. Embora improvável, há até a possibilidade de Russomanno estar na frente do candidato tucano.
Bem atrás deles aparecem tecnicamente empatados Fernando Haddad (PT) e Soninha Francine (PPS), ambos com 7%; Gabriel Chalita (PMDB), com 6%; e Paulinho da Força (PDT), com 5%.
Esta é a primeira pesquisa Datafolha após a oficialização das candidaturas e o início das campanhas de rua. É a primeira também sem o nome de Netinho de Paula (PC do B) nos cartões de resposta estimulada.
Netinho saiu da corrida porque seu partido decidiu apoiar Haddad. No fim do ano passado, ele chegou a ter 13% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, em 25 e 26 de junho, tinha 6%.
O Datafolha também apurou as taxas de conhecimento e de rejeição dos candidatos. Serra lidera as duas. É conhecido por 99% dos eleitores, mas rejeitado por 37%, seu maior índice negativo desde a primeira pesquisa da série, em setembro de 2011.UOL.

Alienação social faz dos EUA terreno fértil para chacinas

"O que mais chamou minha atenção no atirador que matou nesta segunda-feira pelo menos 12 pessoas num cinema do Colorado onde “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” estava sendo exibido foram a máscara de gás, o colete à prova de balas, o capacete e as três armas que ele usou –incluindo um fuzil. ”


MICHAEL KEPP
Plano Brasil

Uma testemunha disse que ele “parecia preparado para ir à guerra.


Alguns podem dizer que o fato de o atirador parecer um soldado é um reflexo de todas as guerras que minha pátria vem travando, do Vietnã ao Iraque e ao Afeganistão, e de quão fortemente armados estão os seus cidadãos.

Mas há fatores menos óbvios que também fazem dos Estados Unidos um terreno fértil para chacinas.

Acho que a alienação social e a pobreza espiritual necessárias para cometer assassinatos em massa são um produto da cultura americana, mais que de qualquer outra.

É uma sociedade altamente competitiva e individualista, com pouco sentimento de comunidade. Cerca de 25% dos americanos vivem sós.

Não surpreende que as chacinas, incluindo a de ontem no Colorado, sejam quase sempre cometidas por homens brancos de classe média, o segmento da população mais pressionado a ter sucesso e que tem o menor senso de comunidade.

Acho que o Brasil é um terreno menos fértil para franco-atiradores devido ao senso maior de comunidade que existe aqui.

Os únicos crimes dessa natureza dos quais me recordo aqui foram o assassinato de três pessoas e ferimentos em quatro às mãos de um estudante de medicina em um cinema de São Paulo, em 1999, e a morte de 12 crianças e ferimentos em outras 11 numa escola no Rio em 2011, por um ex-aluno de 24 anos.

O atirador de São Paulo era um fanático da internet, solitário, perturbado e de alta classe média, o perfil do atirador americano típico.

O atirador do Rio tinha mais semelhanças com os dois estudantes que mataram 12 de seus colegas e um professor no colégio Columbine, de classe média, em 1999, também no Colorado.

O que esses massacres todos têm em comum: aconteceram em lugares onde as pessoas estavam reunidas. Normalmente nos sentimos mais vulneráveis quando estamos sozinhos.

Mas, em lugares como cinemas, estamos mais vulneráveis juntos. É isso o que é tão assustador nesses crimes todos. É por isso que os americanos podem pensar duas vezes na próxima vez em que quiserem assistir, não apenas a um filme de Batman, mas a qualquer filme.


MICHAEL KEPP, jornalista americano radicado há 29 anos no Brasil, é autor do livro “Tropeços nos Trópicos – crônicas de um gringo brasileiro”.

*esquerdopata

Seis meses da barbárie no Pinheirinho

Por Conceição Oliveira, no blog Maria Frô:

Sexta-feira se completa seis meses de um dos maiores horrores do higienismo demotucano em favor do grande capital: varrer os pobres a qualquer custo pra entregar a terra à especulação imobiliária. Há seis meses em São José dos Campos, uma comunidade inteira de cerca de 9 mil pessoas foi literalmente varrida do mapa. E ao menos uma morte confirmada, além de centenas de denúncias de abuso, incluindo abuso sexual por parte da polícia militar.

Governo banca lucro de montadoras

Por Gabriel Bonis, na revista CartaCapital:

Para manter a economia brasileira fora da crise, o governo federal tem apostado alto em investimentos na indústria automobilística como um atalho para o crescimento e geração de empregos. Por isso, desde 2008 concedeu ao setor medidas para renúncia fiscal de cerca de 11,3 bilhões de reais. As empresas parecem, porém, ter aproveitado os incentivos para ajudar as matrizes em dificuldade. Isso porque, no mesmo período, as remessas ao exterior somaram 38,1 bilhões de reais, segundo o Banco Central. Ou seja, para cada 1 real renunciado em impostos a fim de ativar a cadeia produtiva do setor – que representa cerca de 20% do PIB industrial do País -, as montadoras remeteram 3,3 reais ao estrangeiro.

O GOVERNO FHC, O SANTANDER E O HSBC

 


(HD) - Entre outros legados de Fernando Henrique Cardoso, se encontra a desnacionalização de alguns bancos, estatais e privados. Os casos mais emblemáticos são o do Banco do Estado de São Paulo, o Banespa, e o do Bamerindus, então controlado pelo Sr. José Eduardo de Andrade Vieira. O banco estatal paulista foi vendido ao espanhol Santander por 7 bilhões de dólares. A importância era muito inferior aos seus ativos reais.
A venda do Bamerindus, na calada da noite, ao HSBC, ainda parece mais grave. O seu controlador fora ministro do governo Itamar Franco e um dos principais financiadores da campanha de Fernando Henrique à Presidência, de cujo governo também participou. Segundo se informou, na época, o HSBC pagou um dólar pelos ativos bons do Bamerindus, e o Banco Central assumiu os ativos duvidosos, ou seja, suas dívidas e seus créditos junto ao mercado.
O Santander se transformou hoje no instrumento de transferência de recursos brasileiros para a matriz espanhola. Associado, ali, aos interesses do governo, hoje acossado pela mais grave crise econômica e social do país das últimas décadas, o Santander sobrevive com a forte participação da sucursal brasileira, responsável por um quarto dos lucros obtidos em suas operações mundiais.
O HSBC foi denunciado, por um comitê do Senado norte-americano, de associação criminosa com os narcotraficantes do México e com fontes financiadoras dos militantes muçulmanos no Oriente Médio. De acordo com a denúncia, que os controladores do banco atribuem à negligência de seus executivos, o HSBC realiza a lavagem de dinheiro dos cartéis mexicanos da droga, e serve de apoio a um banco da Arábia Saudita ligado à Al Qaeda. É possível que esse mesmo envolvimento seja descoberto na Colômbia, com os traficantes de cocaína, e no Afeganistão, o maior produtor mundial da papoula, de onde se extrai o ópio que, refinado, produz a heroína.
O HSBC ( Hong-Kong and Shangai Banking Corporation) apesar do nome, é uma instituição britânica, fundada em 1865, em Londres, que continua a ser sede. De todos os negócios feitos pelo governo Fernando Henrique com bancos estrangeiros, este permanece o mais misterioso. Segundo se sabe, ele foi concluído pelo então Ministro Pedro Malan em viagem sigilosa a Londres, e fechado ali durante a noite. Só então, depois de concluída, a negociação foi divulgada no Brasil.
O novo escândalo se soma aos demais, e a cada dia cresce a pressão da opinião pública mundial a fim de que os governos façam uma devassa nos grandes bancos internacionais e imponham regras rigorosas para o seu funcionamento. Um apelo neste sentido está sendo divulgado pela internethttp://www.avaaz.org/po/bankers_behind_bars_f/?tfGaodb), e se espera que, nas próximas horas, ele atinja um milhão de assinaturas.

Marcelo Tas reclama de ‘guerrilheiros petistas virtuais’ e faz guerrilha no Facebook

Seria digno de reconhecimento se Marcelo Tas, ao invés servir-se do humor como um pára-raios bastante conveniente para realizar críticas levianas, assumisse as suas verdadeiras posições e ideias políticas: o que defende e quem defende, ao invés do que abomina
Marcelo Tas, apresentador do humorístico CQC, da TV Bandeirantes, publicou em sua página pessoal da rede social Facebook, para os seus mais de 1 milhão de seguidores, uma mensagem que gerou controvérsia. Disse ele: “O PT treina ‘guerrilheiros’ para patrulhar Redes Sociais nas eleições 2012. O treinamento é numa sala de bate papo do orkut?”
Não é possível afirmar com absoluta certeza os motivos que estimularam Tas a escrever tal questionamento, mas sabe-se que, apesar de atualmente encabeçar um programa de humor na televisão aberta brasileira, a mensagem do apresentador não teve propósito humorístico.
Primeiro é preciso esclarecer que o Facebook é uma rede social que permite ao usuário fazer ou desfazer amizade com quem quer que seja, e do mesmo modo é fornecida a opção de curtir ou não curtir uma página. Isso, por si só, desfaz a tese do patrulhamento, na medida em que ninguém é ou está forçado a aceitar nenhum tipo de imposição. Tas confunde militância com patrulha: usuário nenhum, não filiado ou filiado a qualquer agremiação partidária está impedido de discutir ou fazer campanha política na internet, desde que não infrinja a legislação eleitoral vigente.
Mas não deixa de ser curioso que Marcelo Tas, um sujeito que se autoproclama como um dos comunicadores pioneiros em web no Brasil, esteja incomodado com a liberdade oferecida pelas novas mídias. Marcelo Tas, o apresentador de um programa que constantemente reclama do cerceamento da liberdade contra os seus repórteres – sobretudo em matérias realizadas no Congresso Nacional, em Brasília –, é o mesmo que agora esperneia contra a liberdade de manifestação num ambiente livre como é a internet.
marcelo tas PT
Apresentador do CQC, Marcelo Tas.
 Imagem: Arquivo
Centenas de pessoas reponderam democraticamente a manifestação pública de Marcelo Tas, com divergências e convergências. A maioria dos que convergiram preferiram utilizar tons de deboche vazio e de ódio, o que não surpreende porque reflete fielmente as limitações de pessoas inspiradas na ‘ótica CQC de enxergar e tratar a política‘, isto é, a perigosa ideia de restringir as discussões políticas ao modo do ‘odeio política‘ ou ‘político bom é político preso‘.
Mas, felizmente, a futilidade não foi fruto exclusivo da polêmica. O sociólogo Sérgio Amadeu, talvez a figura que melhor representa o Software Livre no Brasil atualmente, reconhecido também por sua incessante luta pela inclusão digital como ferramenta crucial para a democratização da comunicação, respeitosamente deixou o seguinte comentário:
Sérgio Amadeu. Grande Tas, faça humor, não faça a guerra. Você como defensor só da direita festiva está ficando meio sem graça. De vez em quando seria bom tirar uma da cara dos vampiros tucanos, não acha? Quem tem tropa de choque formada é a turma da direita brava, Reinaldo Azevedo e os trolls… Volte para a turma dos meio intelectuais, meio de esquerda. Beleza.
Sérgio Amadeu, que conhece Tas pessoalmente, obviamente sabe que a intenção deste, no âmbito da política, não é e nem será fazer humor, mas provocar a guerra com a vestimenta disfarçada de humor.
Ao contrário do que possa parecer, é bastante saudável que os seres humanos manifestem as suas posições políticas abertamente. Marcelo Tas, registre-se, foi louvado pela juventude do DEM no Encontro Nacional deste partido em um passado não muito distante ocorrido em Blumenau/SC. Lá, utilizou de sua língua ferina para falar mal de Lula, do PT e congêneres.
Chamou atenção outra resposta ao comentário de Tas:
Rui André Souza. Quando vejo muitos reclamando de que propaganda política era pra ser proibida ou incomoda aqui no facebook, me pergunto se realmente entendem a política. Acho fundamental e, acima de tudo, democrático se falar de política aqui no face. Qualquer ferramenta pode servir de meio para se propagar a política. Pois, afinal, respiramos política. E o que acontece quando não estamos interessados em política? Simples: viramos o Brasil.
O posicionamento transparente, portanto, é um dos pre-requisitos indispensáveis para se abordar a política de maneira salutar. Seria mais corajoso, honesto e digno de reconhecimento se Tas, ao invés de usar o humor como um pára-raios bastante conveniente para realizar qualquer tipo de crítica, assumisse as suas verdadeiras posições e ideias políticas: o que defende e quem defende, em vez do que abomina.
O alerta contra os que estufam o peito e erguem a cabeça para propagandear moralismo, como ficou claro no caso do recém-cassado ex-senador Demóstenes Torres, precisa e deve ser crescente.
*Pragmatismo Político