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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 08, 2012

Banco Itaú, o exterminador de empregos

Propagandas milionárias com Luciano Huck e patrocínio ao Jornal da Globo escondem demissões desumanas, típicas do pior capitalismo selvagem
No segundo trimestre deste ano, o Banco Itaú exterminou 3.777 postos de trabalho.

Em um ano, foram 9 mil postos de trabalho fechados pelo Itaú.

Em abril, maio e junho de 2012, a média de desemprego no Itaú é imensamente mais alta do que nos outros bancos brasileiros. Bradesco reduziu 571 postos de trabalho, o Santander, 135 e o Safra cortou 186. Os dados, do Dieese, não incluem Caixa, Banco do Brasil e HSBC porque ainda não estão disponíveis.

Lucro para os bancos, prejuízo para os cofres públicos

Preocupado com o alto índice de demissões em alguns setores, o ministro do Trabalho, Brizola Neto, estuda a regulamentação do parágrafo 4ª do artigo 239 da Constituição, que coloca como obrigação do empregador que promover a rotatividade acima da média de seu setor de atuação pagar mais impostos.

O artigo em discussão diz que "o financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição adicional da empresa cujo índice de rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei".

Além do irresponsabilidade social de jogar trabalhadores no desemprego apenas para engordar lucros abusivos, a política de desemprego dos bancos ainda causa rombo nos cofres públicos. Atualmente, o governo federal paga com o seguro-desemprego o montante de R$ 28 bilhões por ano. 
*osamigosdopresidentelula

Novo intervalo na Europa

Na análise de um dos tempos mais instigantes da Europa, o do entardecer do Império Romano e da chegada da Idade Média (La fin du monde antique et le debut du Moyen Age), o historiador francês Ferdinand Lot usa uma frase de forte atualidade: Reste une grandeur caduque, même malfaisante.
Passados os 500 anos desta Idade Moderna, os observadores isentos, desatados dos compromissos contemporâneos, terão a mesma idéia da Europa de nosso tempo. E sobre o que dirão os historiadores futuros, não há dúvida. A Europa que enfrenta a crise do euro, uma das faces da crise maior, a da identidade do continente, vive hoje, como Lot descreveu a Europa da Alta Idade Média, os restos de uma grandeza caduca, e, mais do que isso, malfazeja.
O historiador escreveu seu livro mais conhecido nos anos 20, entre as duas grandes guerras que assolaram a Europa e boa parte do mundo. Apesar de todos os motivos políticos e econômicos, que levaram à eclosão dos conflitos, havia, e continua a haver, uma razão mais profunda, que a inteligência do homem não está sendo capaz de administrar. De repente, e em dupla perplexidade, o homem se vê, ao mesmo tempo, como todo poderoso senhor da natureza, e ser frágil, inerme, diante do cosmos. E, por mais crentes que todos pareçam ser, nos cultos das várias confissões religiosas, há sempre uma dúvida, que vai além do monólogo de Hamlet. Não se trata de saber se somos ou não somos, mas o que somos e o que não somos.
O homem que pensa mais além das ficções que lhe oferece o poder, duvida da existência de Deus, mas não encontra, na ciência, verdade que o console, e não dispõe de outra idéia de salvação que não seja a da investigação da natureza e do cosmos. Por isso mesmo saúda a chegada de um laboratório teleguiado a Marte nas mesmas horas em que, em Oak Creek, nos Estados Unidos, uma comunidade religiosa dos sikhs chora seus mortos. O assassino, tudo indicava, era um racista intolerante, que teria confundido os fiéis da seita indiana com muçulmanos.
Estamos enviando um engenho a Marte, em busca da vida, enquanto não conseguimos aceita-la na Terra. A vida é uma aventura da natureza, que busca transcender-se na inteligência, esse fenômeno em que o grande psicólogo inglês Cyril Burt vê enigma indecifrável: Como os movimentos de partículas materiais podem gerar esse espetáculo imaterial permanece um mistério.
Por mais os neurofisiologistas, como é o caso do cristão John Eccles, tenham descrito, com precisão, a atividade dos neurônios e dos nervos – que são uma extensão da mente – o mistério permanece, em sua perturbadora imanência.
A crise do euro demonstra que a Europa Unida é apenas um meritório esforço político, que encontra suas dificuldades na força das razões nacionais de cada um dos países associados. A realidade do nacionalismo volta a impor-se, como se impôs em várias ocasiões na Europa, até mesmo contra os interesses dos reis.
O retorno à Idade Média, com seus distritos feudais, sob o mando da aliança dos bispos com os barões, e o poder distante de reis e imperadores, é hoje impossível. A própria Igreja, que vem sendo contestada por um movimento de retorno ao velho Cristianismo, anterior à sua associação com o Império, terá que se descentralizar para sobreviver. O Vaticano é hoje uma instituição sem mistérios, e sem mistérios todo poder fenece.
Hoje, estamos assistindo ao fim do falso mistério da moeda virtual e de seus manipuladores, e isso ocorre na Europa, com os euros emitidos pelo Banco Central Europeu. O euro crescia enquanto a confiança nos dólares norte-americanos murchava. Quando os governos europeus resolvem também emitir dinheiro sem lastro, mediante o BCE, a fim de salvar os banqueiros larápios, com o sacrifício dos povos, como o grego e o espanhol, sua moeda comum sofre a mesma erosão. A crise do euro é o resultado da falta de cimento à unidade européia, antes tentada pelas armas pelos romanos, por Napoleão e por Hitler. Todos eles buscaram a unidade que se submetesse à hegemonia dos conquistadores. Isso se repete hoje, com as armas de antes substituídas pela força do poder econômico: os meios são outros, mas os delegados dos banqueiros, que governam o BCE, a Itália, a Grécia e a Espanha contam com Angela Merkel - assim como os grandes financistas se associaram a Hitler, durante a ocupação da Europa pelo Reich.

terça-feira, agosto 07, 2012

Vitamina D - Por uma outra terapia (Vitamin D - For an alternative therapy)


*Malu

WILLIAN BONNER E PATRÍCIA POETA NÃO GOSTARAM DO DESEMPENHO DOS ADVOGADOS DE DEFESA DOS RÉUS DO MENSALÃO

 

NOTICIÁRIO BUROCRÁTICO ESCONDE O QUE ACONTECEU NO PLENÁRIO DO STF


Culpados ou inocentes ? 


Isso são os juízes, ministros do STF que vão decidir, mas, é inegável que, cumprindo o seu papel, os advogados de defesa dos 
RÉUS na Ação Penal 470 deram um "banho" de provas e argumentos na tarde de ontem, quando apresentaram suas peças de defesa e contestação ao que a Procuradoria Geral da República, através do Procurador Roberto Gurgel apresentou como material para embasar o pedido de condenação. 

Evidente que um processo dessa complexidade não se resolve ou define com base no desempenho da atuação de acusação ou defensores, coisa muito mais significativa quando se trata de um TRIBUNAL DE JURI. 

INFORMAR COM ISENÇÃO É MOSTRAR A VERDADE DOS FATOS

Mas, ao deixar de registrar os pontos realmente importantes em que os advogados desmontaram quase que todas as "supostas provas da acusação" e alegações do Procurador, o JORNAL NACIONAL perdeu outra oportunidade de informar com isenção e fazer jornalismo com "J".  

Para uma matéria dessa relevância, era de se esperar que o jornal colocasse imagens e fala do procurador acusando, seguida da contestação do advogado que fosse pertinente ao fato, permitindo assim ao telespectador fazer de imediato uma comparação. 

O JN e a Globo tem material humano e capacidade técnica para isso, mas, uma montagem nesses moldes, que traria clareza ao que está acontecendo, não interessa. 

Montagem de imagem na GLOBO só tipo aquela do debate entre Collor e Lula.

do 007BONDeblog 
*cutucando deleve

Crenças religiosas não podem interferir na psicologia, diz conselho

Título original: Não cabe cura para quem não está doente
por Carla Biancha Angelucci,
presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo
e Humberto Verona
presidente do Conselho Federal de Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), assim como os conselhos regionais, é uma autarquia de direito público, com os objetivos de orientar, fiscalizar e disciplinar a profissão de psicólogo, zelar pela fiel observância dos princípios éticos e contribuir para a prestação de serviços à população.

Cumprindo as suas atribuições, o CFP, por meio da resolução 01/99, regulamenta a atuação dos psicólogos com relação à questão da orientação sexual.

Considerando que as homossexualidades não constituem doença, distúrbio ou perversão (compreensão similar à da Organização Mundial da Saúde, da Associação Americana de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina), a resolução proíbe que o psicólogo proponha seu tratamento e cura.

Entretanto, em nenhum momento fica proibido o atendimento psicológico à homossexuais, como afirmado pelo deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional, que propõe um projeto que pretende sustar dois artigos da citada resolução.

Isso fere a autonomia do CFP como órgão que fiscaliza e orienta o exercício da psicologia e contraria as conquistas no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, consolidados nacional e internacionalmente.

A iniciativa do CFP foi pioneira e, na época, o Brasil passou a ser o único país no mundo com uma resolução desta natureza. Por isso, o conselho recebeu dois prêmios de direitos humanos.

Vale ressaltar que, a partir da resolução brasileira, a Associação Americana de Psicologia formou um grupo específico para elaborar documentos de referência para norte-americanos e canadenses, reafirmando posteriormente a inexistência de evidências a respeito da possibilidade de se alterar orientações sexuais por meio de psicoterapia.

A discussão sobre a patologização da homossexualidade é comumente atravessada por questões religiosas, já que certas práticas sexuais são vistas também como imorais e contrárias a determinadas crenças.

Entretanto, há que se reafirmar a laicidade da psicologia, bem como de nosso Estado. Isso significa que crenças religiosas -que dizem respeito à esfera privada das pessoas- não podem interferir no exercício profissional dos psicólogos, nem na política brasileira.

Nesse sentido, ao associar o atendimento à pretensa cura de algo que não é doença, entende-se que o psicólogo contribui para o fomento de preconceitos e para a exclusão de uma parcela significativa de nossa população.

Considerando que a experiência homossexual pode causar algum sofrimento psíquico, o psicólogo deve reconhecer que ele é decorrente, sobretudo, do preconceito e da discriminação com aqueles cujas práticas sexuais diferem da norma estabelecida socioculturalmente.

O atendimento psicológico, portanto, deve, em vez de propor a "cura", explorar possibilidades que permitam ao usuário acessar a realidade da sua orientação sexual, a fim de refletir sobre os efeitos de sua condição e de suas escolhas, para que possa viver sua sexualidade de maneira satisfatória e digna.
Este texto foi publicado originalmente na Folha de S.Paulo
Deputado evangélico quer legalizar o tratamento da 'cura de gay'.
fevereiro de 2012

‘Psicóloga cristã’ afirma amar gay, mas prefere ‘filho machinho’.
fevereiro de 2012

Ciência versus religião.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2012/03/crencas-religiosas-nao-podem-interferir.html#ixzz22u3F7ulp
Paulopes

Brasil aprova ações militares na Síria

Por Beto Almeida

Na última sexta feira, dia 3 de agosto, a ONU aprovou uma resolução que, descaradamente , permite ações militares contra a Síria, já alvo de intervenção estrangeira via mercenários pagos declaradamente pela Arábia Saudita e o Qatar, com o apoio oficial dos EUA, pela voz de Hillary Clinton. Barack Obomba também autorizou a CIA a interferir abertamente para a derrubada do governo de Baschar Al Assad. A resolução aprovada é uma pá de cal a todo esforço para uma resolução negociada e pacífica do conflito sírio. Detalhe grave: o Brasil votou a favor desta resolução que dá espasmos de prazer à indústria bélica.

DILMA ORDENA O ENVIO DE DEZ MIL HOMENS PARA A TRÍPLICE FRONTEIRA

Presidenta do Brasil ordena á realização de megaoperação militar nas fronteiras com Argentina, Uruguai e Paraguai 

 O governo brasileiro enviou uma força com cerca de 9 mil militares - equipados com helicópteros de combate, navios-patrulha, aviões de caça e blindados - para as fronteiras do país com o Paraguai, a Argentina e o Uruguai.


 O deslocamento de tropas para a "Operação Ágata 5", começou na segunda-feira e deve durar entre 20 e 30 dias. "É uma operação de fronteira que tem por objetivo, sobretudo, a repressão à criminalidade", afirmou o ministro da Defesa, Celso Amorim. 
A Marinha enviou aos rios da bacia do Prata ao menos 30 embarcações - entre elas três navios de guerra e um navio-hospital. 
A Força Aérea participa da operação com esquadrões de caças F5 e Super Tucano, 

além de aviões-radar e veículos aéreos não-tripulados. 
O Exército mobilizou infantaria e blindados Urutu e Cascavel de três divisões. As três forças usam ainda helicópteros Black Hawk e Pantera, para transporte de tropas e missões de ataque. 

A operação terá ainda o apoio de 30 agências governamentais - entre elas a Polícia Federal - que elevarão o efetivo total para cerca de 10 mil homens.
 Segundo o general Carlos Bolivar Goellner, comandante militar do sul, a área crítica de patrulhamento será entre as cidades de Foz do Iguaçu, no Paraná, e Corumbá, no Mato Grosso do Sul - onde ocorre a maior incidência de tráfico de drogas e contrabando. "A ação visa reforçar a presença do Estado na fronteira com a bacia do Prata", disse Goellner. Segundo ele, as fronteiras serão fortemente guarnecidas e como consequência o tráfico de drogas e o contrabando devem ser "sufocados". 
Paraguai 
O governo brasileiro afirma que o ambiente entre os países da América do Sul é de cooperação na área de defesa. 

Apesar disso, a alta concentração de tropas nas fronteiras pode ser entendida pelos países vizinhos como um recado, segundo Samuel Alves Soares, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e presidente da ABED (Associação Brasileira de Estudos de Defesa). "Os países (vizinhos) podem interpretar que é uma demonstração de força. (Essa operação) tem um simbolismo, um peso, que pode ser entendido de outra maneira." Segundo Soares, esse entendimento é especialmente possível em relação ao Paraguai, que foi isolado politicamente no mês passado após uma ação diplomática costurada pelos presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner e Jose Mujica.  
Assunção foi suspensa do Mercosul após destituir o então presidente Fernando Lugo em um julgamento "relâmpago".

Para Edson Dias Bicalho, que é presidente do Sindicato dos Químicos de Bauru e Região, secretário de Relações Sindicais da Força Sindical para a América Latina e Mercosul, secretário geral da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas e integrante da IndustriALL Global Union, o Brasil e Paraguai têm agenda de interesses comuns, entre eles a cooperação binacional para a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a defesa dos recursos naturais, como o Aquífero Guarani e o combate ao tráfico de drogas na fronteira. São parcerias que, em função da atual situação política do Paraguai, estão incertas.

Já os Estados Unidos reconheceram imediatamente o novo governo do Paraguai. Era a situação que os americanos esperavam para conquistar a confiança paraguaia e minar a influência brasileira. Não podemos esquecer que foi uma estratégia brasileira e paraguaia que frustrou o projeto dos EUA de instalar uma base militar no Paraguai, há alguns anos. Não é de duvidar que tentem retomar o projeto, principalmente considerando que o Paraguai tem uma posição geográfica estratégica para ações militares.

Para contrabalançar frente à economia assimétrica do mercado mundial, aos interesses das potências e às minorias que querem implantar regimes autoritários, precisamos de uma América Latina unida. Precisamos do Paraguai ao nosso lado. Está na hora de repensar as sanções impostas ao país. Está na hora de mudar o foco.

Amorim critica possível base militar dos EUA


Para O Estado de S.Paulo em entrevista no dia 10.07.12, o ministro da Defesa, Celso Amorim, qualificou de "esdrúxula" a possibilidade de instalação de uma base militar dos EUA no Paraguai. "Não sou ministro das Relações Exteriores, mas seria uma coisa tão esdrúxula que resultaria no isolamento a tão longo prazo do Paraguai que acho que não vale a pena. Não creio que ocorrerá", afirmou ontem no Rio. A chance de uma base americana no Chaco foi mencionada pelo deputado José López Chávez, presidente da Comissão de Defesa da Câmara dos Deputados do Paraguai.
Ainda, Segundo o professor Soares, em alguns setores políticos paraguaios a operação Ágata 5 deverá ser entendida como uma ação típica do "imperialismo brasileiro". Cinturão da paz Essa possibilidade é descartada pelo ministro da Defesa. "Todos os Estados vizinhos foram previamente avisados, informados, e convidados a enviar observadores (para a operação)", afirmou Amorim durante o VI Encontro Nacional da Abed, em São Paulo, na segunda-feira. 
 Segundo ele, em operações anteriores, a Venezuela e a Colômbia até cooperaram com os brasileiros, fazendo ação semelhante de seu lado da fronteira. 

De acordo com Amorim, a diplomacia brasileira criou ao longo dos anos um processo de integração regional e cooperação militar na América do Sul - com órgãos como o Conselho de Defesa Sulamericana, da Unasul - que resultou em um "cinturão da paz" em torno do Brasil. 
Segundo ele, por causa disso, a maior ameaça militar contra o Brasil, em tese, é um cenário futuro no qual potências internacionais em conflito venham a se interessar por recursos brasileiros como água, energia e capacidade de produção de alimentos. "O Brasil deve construir uma capacidade dissuasória crível que torne extremamente custosa a perspectiva de agressão ao nosso país", disse em palestra durante o evento. Porém, Soares explica que tal estratégia assume que, mesmo com grandes investimentos no setor de Defesa, o Brasil não seria capaz de vencer um eventual conflito com uma potência militar internacional - sendo apenas capaz de fazer a empreitada menos atrativa ao adversário. 
Criminalidade 
A operação Ágata é uma determinação direta da presidenta Dilma Rousseff ao Ministério da Defesa. Até agora, cinco edições da operação já foram realizadas, em diversas regiões de fronteira do Brasil, desde o ano passado.
Nas quatro primeiras Ágatas foram apreendidas mais de 2,3 toneladas de drogas, 302 embarcações irregulares e 59 armas. 
VÍDEO OPERAÇÃO AGATA 4

As Forças Armadas também dinamitaram quatro pistas de pouso clandestinas e fecharam oito garimpos e cinco madeireiras ilegais. Também foram realizados 19 mil atendimentos médicos e 21 mil odontológicos para populações isoladas ou carentes. Porém, as críticas dos habitantes das regiões atendidas é que quando a operação acaba, os criminosos voltam a agir normalmente. 

A resposta do Ministério da Defesa é que devido à vasta extensão das fronteiras do país, as operações Ágata visam mais dissuadir as ações de criminosos do que combatê-las diretamente - além de levar a autoridade do Estado para áreas remotas do território. 

A pasta afirma ainda que, após o fim das operações, a Polícia Federal faz ações específicas para flagrar criminosos que tentam "recuperar o prejuízo" após um mês de inatividade. Segundo o general Goellner, quando não há operações de larga escala como a Ágata 5, é quase impossível fechar totalmente as fronteiras para a ação de criminosos. "Estamos sempre presentes na região, mas fechar a fronteira não é nossa missão principal, se olharmos só o lago de Itaipú, de Foz de Iguaçu a Guaíra, (encontrar os criminosos que cruzam entram no país em barcos pequenos) é como achar uma agulha em um palheiro, são quase 700 quilômetros de lago". 
Segurança pública 
Para o professor Soares, o governo brasileiro não deveria usar seus militares para fazer o papel de policiais, especialmente em ações domo as Ágatas. "É um equívoco. Não são forças para essa finalidade e perspectiva. Desse jeito, as Forças Armadas irão se transformar em uma espécie de Guarda Nacional", disse. Para ele, usar os militares como policiais é um desperdício de recursos que poderiam ser usados na preparação e equipamento das Forças Armadas para um eventual conflito com uma nação estrangeira.
 Amorim também afirmou que a segurança pública é competência dos Estados e que a função dos militares é a defesa contra "ameaças externas". Disse porém, que podem haver exceções para essa regra, "desde que limitadas no tempo e no espaço".





Fonte:BBC Brasil-por:Luis Kawaguti Da BBC Brasil em São Paulo /VÍDEOS:VideosDefesa;PortalMedianeira-Voar News Aviação e defesa/VIAYOUTUBE.COM

CACHOEIRA MELA O MENSALÃO. 

ALÔ, ALÔ STF !

Análise do Correio do Brasil mostra que tucanos estão nervosos com mensalão tucano e a Lista de Furnas.
Depois da peça “muita farofa e pouco ôvo ” do brindeiro Gurgel, aquele acusado de prevaricação pelo Senador Fernando Collor, fica cada vez mais claro que o Dirceu será absolvico.

(O julgamento do mensalão – não o dos tucanos de Minas, o maior de todos ! – se resume a isso: condenar o Dirceu, Lula e a Dilma.)

Mesmo que o Peluso dê um voto de vingança, como mervalmente pretende o PiG (*).

TV Record já tinha melado o mensalão.

Agora, uma serena e imparcial análise do Correio do Brasil demonstra que os tucanos estão nervosos não é mais com a absolvição incontornável do Dirceu (do Lula e da Dilma), mas com o mensalão tucano, a Lista de Furnas, e aquela lista em que, gloriosamente, aparece, na Carta Capital, o Gilmar Dantas (**).

É por isso que a merválica batata assa.

Ao excelente 
Correio do Brasil:

CPMI DO CACHOEIRA LEVANTA DADOS QUE SE CRUZAM COM PROCESSO DO ‘MENSALÃO’ E ALERTAM AO STF



O escândalo eleitoral mais ruidoso das últimas décadas, apelidado de ‘mensalão’, e a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, têm mais pontos em comum do que presumiam os magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), onde o julgamento da Ação Penal (AP) 470 se reinicia, nesta segunda-feira, com o pronunciamento dos advogados de defesa de 38 réus. Juntos, eles teriam formado uma organização criminosa destinada a comprar votos de parlamentares, segundo a longa tese do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, oficializada na sustentação oral de mais de cinco horas, na sexta-feira. Os fatos apurados por parlamentares, agentes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), porém, começam a desenhar um contorno da realidade bem diferente daquele que sugere a peça de acusação.

TV e o reino da mediocridade

 

Por Washington Araújo, no blog Cidadão do Mundo:

O que está acontecendo com nossos fins de semana? Temos a semana para ganhar o sustento pessoal e familiar, trabalhamos o horário nobre dos dias: todas aquelas horas em que o sol está firme no horizonte. Os restos do dia são dedicados ao repouso, tão necessário para refazer as energias a serem canalizadas para a jornada seguinte. E os vestígios do dia, essas poucas horas e momentos que sobram, passamos com quem amamos, nossos familiares, nossos amigos.


Chega então o fim de semana. Sábado e domingo, boa parte da população que ainda pode desfrutar do luxo de ter emprego, profissão ou apenas um meio de ganhar a vida finalmente pode desfrutar de dois dias para descansar e dar atenção aos que amamos. E o que fazemos, então? Boa parte desse “descanso” se passa diante da telinha mágica chamada televisão.

É da telinha que recebemos o passaporte para atravessar o mundo, ver suas guerras e revoluções, ser testemunha ocular de enchentes amazônicas, furacões norte-americanos, vulcões e tsunamis asiáticos. Da mesma telinha acompanhamos o jogo da vida real em que alguns assaltam bancos, sequestram pedestres, furtam idosos, incendeiam índios e mendigos na periferia das grandes cidades do mundo.

Será isso… descanso?

Gincanas culturais

Resta a opção da passividade absoluta, da leniência habitual com nossos valores pessoais, do arrastão da mais completa e torpe imbecilidade. Temos os programas dos canais abertos da tevê. E com eles todo o apelo pelo ridículo, pelo insano, pelo anseio de ridicularizar outras pessoas, gente como a gente. São os programas de auditório: Luciano Huck e Fausto Silva ocupando as tardes de sábado e domingo e contando com um arremedo de concorrência formada por programas do mesmo naipe, com um agravante: conseguem ser ainda mais ridículos que os que ocupam o pódio das maiores audiências do Ibope vespertino.

Todos, sem exceção, usam e abusam das chamadas ‘pegadinhas’, que são aqueles vídeos, alguns pura armação e outros nem tanto, em que pessoas simples protagonizam situações do mais completo ridículo, abordadas em praças e ruas, fazendo literalmente o papel que a mídia televisiva lhes impõe – o de ser ridículo o suficiente para fazer outros rirem de seus desatinos e ações muito pouco inteligentes. E se um cidadão mediano nacional tem altura regular de 1,65m a 1,80m, nessas pegadinhas são reduzidos a pouco mais de dois ou três centímetros de altura. Altura ética, bem entendido.

Parte expressiva da população brasileira desperdiçará seu bem mais precioso – o tempo – observando Fausto Silva fazer caras e caretas para seu cameraman, passar pela milésima vez pesadas descomposturas e anunciar seu circo de horrores de bolso, do tamanho exato para preencher as 3, 4 ou 5 horas em que o programa irá durar. Por outro lado, Huck encenará seu papel preferido – o de boneco de ventríloquo – com voz quase sempre empostada e fazendo o que mais gosta: posar de mecenas dos pobres e miseráveis, distribuindo casas e carros inteiramente reformados, tudo tinindo de novo, e focando ora a lágrima do pai de família que transformou o quarto e sala (sempre em péssimas condições de habitabilidade) onde vivia em uma casa classe média, ora em todos os eletrodomésticos e tevês de LCD. É em meio aos eufóricos agradecimentos de quem ganhou algo que os pontos de audiência sobem e a dignidade humana é aviltada, de maneira enviesada, mas é.

Como seria interessante que os programas fossem nivelados ao menos ao meio, nem tão baixo e nem tão alto. Entendo que dificilmente a população trocaria de bom grado um canal exibindo Michel Teló por outro em que a atração fosse a Orquestra Filarmônica de Berlim apresentando a Nona Sinfonia de Beethoven. E não trocaria por uma razão muito simples: tempo demais se investiu no apreço dos canais de televisão por números musicais em que o artista parece participar de maratona circense – levanta os braços, corre e salta, volta a levantar os braços à direita e à esquerda – e as letras das músicas trazem sempre apelos explícitos e com alto teor erótico. Bem pouco tempo se investiu na educação do ouvido popular para apreciar e se deixar levar pelos belos acordes, sons e arranjos que somente as Bachianas do genial Villa-Lobos ousariam ter.

Os programas poderiam reviver gincanas culturais bem ao estilo anos 1970, como O céu é o limite, apresentado na extinta TV Tupi por J. Silvestre, programas em que um tema central era objeto de perguntas e respostas e os temas variavam de eventos do Antigo Egito até a vida de Mozart, Galileu ou Carmem Miranda.

Goela abaixo

Faltam na tevê aberta programas que possam despertar na audiência jovem a descoberta de vocação para levar avante a vida adulta: quais os encantos da física e da medicina, da química e da astronomia? Quais os depoimentos de arquitetos, professores, filósofos e advogados bem sucedidos a compartilhar com milhões de jovens em idade de escolher uma vocação, uma profissão? Temos absoluta carência de programas que façam exclamar um jovem de 16 ou 18 anos: “Eu daria certo nisso!” ou “É isso que farei na vida!” Ao contrário do que muitos pensam, seriam programas com baixo custo de produção.

Já paramos para pensar quão interessante seria assistir numa mesma tarde de sábado ou domingo a entrevistas de quinze a vinte minutos com profissionais “bem sucedidos” em sua área de atuação”, como Adélia Prado, Ivo Pitanguy, Alberto Dines, Dráuzio Varella, Marina Colasanti, Fernanda Montenegro, Chico Buarque, Leonardo Boff, Elio Gaspari, Fernando Meirelles. E poderiam investir na produção de vídeos ilustrativos com a biografia de cada entrevistado.

Alguém já imaginou um quadro como o “Arquivo Confidencial”, em vez de ser pela enésima vez com Susana Vieira ou com o Cauã Raymond, fosse com Oscar Niemeyer ou com Affonso Romano de Sant’Anna? Ou com essa prenda maior da baianidade, Dona Canô? E se não com ela, por que não com seu filho-pavão Caetano Veloso? Ou, então, por que não uma entrevista com esta que é uma das mais emblemáticas cantoras da música popular brasileira, Maria Bethânia?

Dificilmente serei convencido que a indigência mental que habita nossa telinha mágica no fim de semana é devido à falta de opções. É mais fácil que o seja por falta de cultura, cidadania e/ou bom caráter por parte dos que têm a última palavra na hora em que se fecha a grade programação de nossa tevê aberta – que, a rigor, é uma concessão do Estado, embora não pareça, dada à tradicional leniência com o lixo televisivo que fazem descer goela abaixo de uma população que ousa sonhar com novas utopias e redobrada esperança no futuro.

A sensação que tenho, depois de passar um fim de semana assistindo à televisão brasileira, é a de ter ficado mais pobre espiritualmente, diminuído em minha condição de humano.

Não será a hora de dar um chega pra lá nessa mediocridade toda?
*Turquinho