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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
domingo, agosto 12, 2012
Datafolha sobre mensalão é farsa para influenciar STF e eleições
Não é preciso ser muito inteligente para perceber que é uma fraude a
pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo, que afirma que 82% dos
brasileiros querem que o STF condene os réus do mensalão. Uma fraude com
fins político-eleitorais.
Essa pesquisa, vale dizer, sugere um nível de consciência política da sociedade que não deve existir nem na Suíça.
A farsa estatística do instituto de pesquisas da Folha de São Paulo é um
ataque político que pretende pressionar o STF a condenar
indistintamente os réus do julgamento e influenciar o processo eleitoral
deste ano.
A própria reportagem do jornal paulista que dá conta dessa nebulosa
sondagem carrega os elementos para se concluir que está sendo distorcida
sob as razões supracitadas.
«Não possuímos direito mais inalienável do que o direito ao sonho. O único que nenhum ditador pode reduzir ou exterminar.» - Jorge Amado,
Tivesse eu a grata satisfação de presenciar a cena
e dispensaria até saber o que fora dito...
É verdade, tivesse eu tal oportunidade e dispensaria entrar na
intimidade daquele diálogo. A curiosidade levar-me-ia a interrogar
sobre o que diriam, mas manter-me-ia a reservada distancia... Basta que
os conheça pelo que escreveram. De Jorge Amado, li livros seus entre
os 20 e os 30 anos. De José Saramago, já muito depois dos 50. Um
despertou-me para a utopia, o outro manteve-me desperto para ela.
Ambos me alimentaram o sonho e, pensando nisso, imagino o que naquela
conversa terão dito...
HOMILIA (lembrando o centenário de Jorge Amado)
«Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas já eu teria desistido da vida.» - José Saramago, in "Ensaio sobre a cegueira"
No Conversa Avinagrada«Não possuímos direito mais inalienável do que o direito ao sonho. O único que nenhum ditador pode reduzir ou exterminar.» - Jorge Amado, tirado daqui
sábado, agosto 11, 2012
Dr. Rosinha enfrenta o PiG.
A batata da Globo assa
A reportagem de Leandro Fortes na
Carta Capital – clique para ler “Leandro e a Carta pegam a Veja – Temer e
a Globo deixam ?” – informa:
A reportagem de Leandro Fortes na Carta Capital – clique para ler “Leandro e a Carta pegam a Veja – Temer e a Globo deixam ?” – informa:
“Na próxima terça-feira, dia 14, o deputado Dr. Rosinha, do PT do Paraná, irá ao plenário da CPI do Cachoeira fazer o que ninguém teve coragem de fazer até agora: enfrentar a mídia” (aqui chamada de PiG (*).
“Com base em um documento preparado a partir de todo o material enviado à Comissão pela Polícia Federal, o parlamentar vai apresentar um requerimento de convocação do jornalista Policarpo Jr., diretor da revista Veja em Brasília.”
“O parlamentar tem em mãos um quadro completo das ligações escusas do jornalista e da semanal da Editora Abril com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Um relicário de quase uma centena de interceptações telefônicas feitas pela Policia Federal nas operações Vegas, de 2009 (aquela que conferiu ao brindeiro Gurgel a acusação de “prevaricador” e “chantagista”- PHA) e Monte Carlo, realizada em 29 de fevereiro deste ano.”
“A conclusão é devastadora.”
A reportagem de Leandro reproduz um diálogo entre Poli – também conhecido na quadrilha como o “Caneta” – e Carlinhos, em que o “Caneta” pede:
“Como é que eu levanto umas ligações aí do Jovair Arantes, deputado (do PTB de Goiás) ?
Diz Cachoeira: “Vamos ver, uai.”
“Na próxima terça-feira, dia 14, o deputado Dr. Rosinha, do PT do Paraná, irá ao plenário da CPI do Cachoeira fazer o que ninguém teve coragem de fazer até agora: enfrentar a mídia” (aqui chamada de PiG (*).
“Com base em um documento preparado a partir de todo o material enviado à Comissão pela Polícia Federal, o parlamentar vai apresentar um requerimento de convocação do jornalista Policarpo Jr., diretor da revista Veja em Brasília.”
“O parlamentar tem em mãos um quadro completo das ligações escusas do jornalista e da semanal da Editora Abril com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Um relicário de quase uma centena de interceptações telefônicas feitas pela Policia Federal nas operações Vegas, de 2009 (aquela que conferiu ao brindeiro Gurgel a acusação de “prevaricador” e “chantagista”- PHA) e Monte Carlo, realizada em 29 de fevereiro deste ano.”
“A conclusão é devastadora.”
A reportagem de Leandro reproduz um diálogo entre Poli – também conhecido na quadrilha como o “Caneta” – e Carlinhos, em que o “Caneta” pede:
“Como é que eu levanto umas ligações aí do Jovair Arantes, deputado (do PTB de Goiás) ?
Diz Cachoeira: “Vamos ver, uai.”
Quem transformava o detrito sólido de maré baixa da Veja em Chanel # 5 ?, amigo navegante ?
Eram os filhos do Roberto Marinho – que não tem nome próprio – pelas mãos daquele que Collor chamaria de “rabiscador”, produtor de “cacarias”: o Ali Kamel.
Os telejornais da Globo eram o destino final da obra da “cambada”- para usar outra expressão de Collor.
Carlinhos e o Caneta tramavam, publicavam na Veja, e a Globo dava um “up”, com a deterioração da credibilidade de profissionais como o Bonner, a Fátima, o Chico, entre outros.
(O William Traaack, como diria dona Guilhermina, é irrecuperável.)
O desassombro do Dr. Rosinha, portanto, não é apenas chamar o Caneta para a forca.
Significa chamar também o Rupert Civita, o Fabio Barbosa, os filhos do Roberto Marinho (eles não tem nome próprio) e, ultima ratio, o Kamel.
Porque o diretor da Época (da Globo), em Brasília, êmulo do Caneta, já dançou, pelo mesmo motivo: ele era “assim” com o Carlinhos.
Agora, na terça-feira, a onça vai beber água.
Vamos ver se o PT vota a convocação do Caneta – e, portanto, de seu patrão, o Murdoch, dos filhos do Roberto Marinho e do Kamel, numa sequencia inevitável.
Vamos ver a valentia do PT contra a Globo.
Vamos ver se o PMDB vota.
Os liderados pelo Temer, que fez o “pacto do abafa” com os filhos do Roberto Marinho.
Vamos ver se o Miro Teixeira vota.
O interessante é que o Miro, o Eduardo Cunha, o Henrique Alves, o Alvaro Dias, aquele Gigante do Orçamento, o Sergio Guerra – todos eles poderiam e ainda podem ser vítimas de um Caneta da Veja: “levanta aí umas ligações do Miro”; “vamos revisitar a CPI dos Gigantes do Orçamento”…
Vamos ver, uai.
Como é que eles se comportarão na terça-feira ?
Qual a “liberdade de imprensa” que o Miro defende e defendeu – com brilho -, ao propor no Supremo o fim da Lei de Imprensa.
Qual liberdade, Miro ?
De grampear parlamentar ?
Foi pela liberdade do Caneta que você lutou, Miro ?
Do Kamel, o empacotador de detrito solido de maré baixa ?
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Eram os filhos do Roberto Marinho – que não tem nome próprio – pelas mãos daquele que Collor chamaria de “rabiscador”, produtor de “cacarias”: o Ali Kamel.
Os telejornais da Globo eram o destino final da obra da “cambada”- para usar outra expressão de Collor.
Carlinhos e o Caneta tramavam, publicavam na Veja, e a Globo dava um “up”, com a deterioração da credibilidade de profissionais como o Bonner, a Fátima, o Chico, entre outros.
(O William Traaack, como diria dona Guilhermina, é irrecuperável.)
O desassombro do Dr. Rosinha, portanto, não é apenas chamar o Caneta para a forca.
Significa chamar também o Rupert Civita, o Fabio Barbosa, os filhos do Roberto Marinho (eles não tem nome próprio) e, ultima ratio, o Kamel.
Porque o diretor da Época (da Globo), em Brasília, êmulo do Caneta, já dançou, pelo mesmo motivo: ele era “assim” com o Carlinhos.
Agora, na terça-feira, a onça vai beber água.
Vamos ver se o PT vota a convocação do Caneta – e, portanto, de seu patrão, o Murdoch, dos filhos do Roberto Marinho e do Kamel, numa sequencia inevitável.
Vamos ver a valentia do PT contra a Globo.
Vamos ver se o PMDB vota.
Os liderados pelo Temer, que fez o “pacto do abafa” com os filhos do Roberto Marinho.
Vamos ver se o Miro Teixeira vota.
O interessante é que o Miro, o Eduardo Cunha, o Henrique Alves, o Alvaro Dias, aquele Gigante do Orçamento, o Sergio Guerra – todos eles poderiam e ainda podem ser vítimas de um Caneta da Veja: “levanta aí umas ligações do Miro”; “vamos revisitar a CPI dos Gigantes do Orçamento”…
Vamos ver, uai.
Como é que eles se comportarão na terça-feira ?
Qual a “liberdade de imprensa” que o Miro defende e defendeu – com brilho -, ao propor no Supremo o fim da Lei de Imprensa.
Qual liberdade, Miro ?
De grampear parlamentar ?
Foi pela liberdade do Caneta que você lutou, Miro ?
Do Kamel, o empacotador de detrito solido de maré baixa ?
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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