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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
terça-feira, novembro 06, 2012
E no Congresso brasileiro... Cantar música e fazer culto evangélico, pode, fazer homenagem a Luiz Gonzaga é inadequado
"Deputados podem utilizar os plenários das comissões para expressar a fé" Jean Wyllys |
Da página no Facebook Nação Nordestina
[VERGONHA] Chambinho do Acordeon é impedido de cantar no plenário do Senado
Chambinho do Acordeon, que interpreta Luiz Gonzaga no filme "Gonzaga de Pai para Filho", passou por um constrangimento no Senado na tarde desta segunda-feira. Levado ao plenário pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ele foi impedido de cantar pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que presidia a sessão. Recorrendo ao
Chambinho do Acordeon, que interpreta Luiz Gonzaga no filme "Gonzaga de Pai para Filho", passou por um constrangimento no Senado na tarde desta segunda-feira. Levado ao plenário pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ele foi impedido de cantar pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que presidia a sessão. Recorrendo ao
regimento da Casa, Mozarildo alegou que o local não era adequado. (O globo)
Fazer uma homenagem a Luiz Gonzaga, maior artista que esse pais já viu não pode, é inadequado. Já mentir, roubar, desviar verbas públicas, formar quadrilha e fazer o povo de palhaço pode!
No mais, esse senador Mazarildo Cavalcante é apenas parte de uma instituição corrupta e ultrapassada a ponto de impedir que um artista do povo manifeste a mais pura cultura Brasileira/Nordestina ao cantar um clássico de Seu Luiz Gonzaga. A verdade é que a obra de nosso rei está muito acima de tudo isso e talvez, aquele antro de corruptos não seja realmente adequado e muito menos dígno de apreciar uma obra tão nobre.
Compartilhe esse protesto no facebook com seus amigos e se você tem twitter, proteste usando a hashtag #CantaChambinho
Eu não vou ficar calado! E você?
Fazer uma homenagem a Luiz Gonzaga, maior artista que esse pais já viu não pode, é inadequado. Já mentir, roubar, desviar verbas públicas, formar quadrilha e fazer o povo de palhaço pode!
No mais, esse senador Mazarildo Cavalcante é apenas parte de uma instituição corrupta e ultrapassada a ponto de impedir que um artista do povo manifeste a mais pura cultura Brasileira/Nordestina ao cantar um clássico de Seu Luiz Gonzaga. A verdade é que a obra de nosso rei está muito acima de tudo isso e talvez, aquele antro de corruptos não seja realmente adequado e muito menos dígno de apreciar uma obra tão nobre.
Compartilhe esse protesto no facebook com seus amigos e se você tem twitter, proteste usando a hashtag #CantaChambinho
Eu não vou ficar calado! E você?
*Mariadapenhaneles
segunda-feira, novembro 05, 2012
Ley de Medios. Eu sou argentino!
Por Altamiro Borges
A mídia hegemônica não descansa e vive em permanente estado de guerra.
Passadas as eleições municipais, em que ela apostou tudo no “show do mensalão” para evitar o desastre completo da oposição demotucana nas urnas, ela agora afia as suas armas para duas novas batalhas.
Uma no front interno, com a tentativa de criminalizar o ex-presidente Lula.
E outra no front externo, com a aproximação da data do fim do monopólio do Clarín na Argentina.
A máfia midiática do planeta se une para derrotar a presidenta Cristina Kirchner.
Uma guerra aberta, frontal
No país vizinho, a situação já é de guerra aberta, frontal. Manifestações favoráveis e contrárias à “Ley de Medios”, que democratiza os meios de comunicação, são diárias e agitam até os estádios de futebol.
A guerra também já está sendo travada nas emissoras de tevê.
Os dois canais do Grupo Clarín – TN (Todo Notícia), no cabo, e El Trece, na TV aberta – promovem ataques raivosos ao governo.
Jorge Lanata, âncora de um programa no El Trece, faz imitações grosseiras contra a presidenta Cristina Kirchner.
Já o governo responde através da TV Pública.
Ele procura esclarecer que a Ley de Medios, que entrará em vigor no dia 7 de dezembro, visa garantir maior pluralidade e diversidade na radiodifusão.
Aprovada em 2009, ela limita as licenças dos grupos midiáticos.
Para o Clarín, que controla vários veículos desde a época da ditadura militar, ela será fatal.
O império terá que se desfazer de várias emissoras de rádio e tevê.
O seu espaço será ocupado por canais comunitários.
O governo abrirá concurso para definir os futuros donos.
Com a proximidade do 7 de dezembro – o 7D da Democracia –, a guerra entre os dois campos se acirra.
O Grupo Clarín já foi derrotado no Congresso, no Judiciário e nas ruas, com massivos atos de apoio à lei. Mas ele resiste.
Para o sociólogo Martín Becerra, “o cenário mais provável é que o Clarín tente ganhar tempo, apresentando um plano de adequação indicando empresários aliados como testas de ferro, algo que o governo não aceitará.
Haverá outra batalha judicial que daria ao grupo tempo para desenhar outras estratégias”.
A falta de coragem política no Brasil
É neste cenário de confronto que os barões da mídia da América Latina – reunidos no antro da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) – e do mundo inteiro se unem para salvar o império do Clarín.
Na semana passada, o Jornal Nacional da TV Globo divulgou longa matéria contra o “atentado à liberdade de expressão” na Argentina.
Os jornalões também já publicaram vários editorais e artigos sobre o tema.
Esta será a principal batalha, no front externo, dos donos da mídia nativa.
Eles temem uma “epidemia” na região.
Nesta guerra aberta não há espaço para vacilações.
Diante da fúria monopolista dos barões da mídia, eu sou argentino!
Na verdade, só lamento que o governo Dilma não tenha a mesma coragem da presidenta Cristina Kirchner para estimular um debate democrático sobre este tema tão estratégico na atualidade.
Talvez a entrada em vigor da Ley de Medios ajude a espalhar esta “epidemia” democratizante em nosso país. A conferir!
do blog Ficha Corrida
*cuttucandodeleve
domingo, novembro 04, 2012
FHC está com
Cerra e não abre
Ou seja, Aécio, lixe-se. São Paulo não vai entregar a rapadura a Minas.
Saiu no Estadão o gorduroso artigo do Farol de Alexandria, cujo estilo reflete a ambiguidade e a hipocrisia de suas posições políticas:
Hora de balanço
É um conjunto de obviedades sobre a derrota do PT nas eleições municipais, a retumbante vitória do PSDB em Manaus e Belém, e a agenda “progressista” que o PSDB deve assumir, agora movido pelo excelente resultado em São Paulo.
A certa altura, o Máximo-Guru tucano sai-se com essa:
Ser jovem não assegura ser portador de mensagem renovadora e tê-la é a questão estratégica central. Carlos Mello, em artigo publicado neste jornal, afirmou que o PSDB era originariamente “liberal na economia, social-democrata nas políticas públicas e progressista nos costumes”.
Ou seja, Aécio, lixe-se.
São Paulo não vai entregar a rapadura a Minas.
E, quanto ao “progressista nos costumes”, essa é a parte do programa do partido que vai ser escrita pelo Silas Malafaia.
Em tempo: por que o FHC não fala mal do Cerra (em público) ? Será que só o Sergio Motta seria capaz de desvendar esse mistério ?
Paulo Henrique Amorim
Violência: a forma como os policiais se auto-destroem
A vida de policial é muito difícil. Uma grande parcela deles desenvolve
problemas psicológicos graves. Alcoolismo, consumo de drogas,
depressão, problemas sérios com esposa e filhos, etc.
Comparado com o resto da sociedade, os policiais tem mais problemas
psicológicos. Já tratei de vários deles, e aprendi muito sobre alguns
comportamentos que os destroem.
Antes, porém, sugiro que leiam o texto abaixo:
"Na madrugada do dia 31 de outubro, centenas de policiais militares com
cavalaria, cachorros e viaturas da Rota invadiram a comunidade São Remo
- vizinha à USP, que existe há mais de 40 anos e, onde moram mais de
13 mil pessoas - arrombando casas de trabalhadores muitos dos quais
funcionários efetivos e terceirizados da USP.
Uma companheira, funcionária da USP, que teve sua porta arrombada,
pelos coturnos dos soldados, pediu o mandado judicial e recebeu dois
tapas, no rosto, de um policial que gritava: - está aqui!. Em várias
outras casas, os policiais quebraram móveis, eletrodomésticos e, quando
os moradores protestaram dizendo que eram trabalhadores, ouviram dos
policiais que quem mora na favela e não paga IPTU é bandido". Continue lendo
Quero discutir esta triste situação sob a ótica da saúde mental dos policiais.
Qual a origem social destes policiais: a mesma das pessoas que eles
agrediam livremente. Eles desqualificam estas pessoas, que poderiam ser
seus parentes, amigos ou filhos. Cria-se um condicionamento mental: a
agressividade deve ser direcionada para aqueles que são como eu - um
"lixo".
Agressividade mais auto-desqualificação atua na mente destes profissionais gerando alta dose de ansiedade e angústia.
Quem treina para usar a agressividade em um momento da vida, aprende a gerar a agressividade em todos os momentos. É como diz uma frase atribuída a Nietzsche: "a pessoa belicosa em momentos de paz briga com ela mesma".
Atribuo grande parte do sucesso dos tratamentos que fiz com policiais ao descondicionamento da agressividade dirigida às pessoas mais humildes. É a melhor forma deles aprenderem a não cultivar as várias formas de agressividade na vida cotidiana.
Policial deve ter autoridade. Sem isso, não há como trabalhar. Outra coisa é o autoritarismo, que é o primeiro incentivo para a perda de controle na hora do trabalho e em outros momentos.
Todo policial deve ser treinado para ser educado, firme e delicado. É a melhor forma de controle do stress e a melhor forma de gerar um vínculo positivo com as pessoas (o que facilita seu trabalho).
Não existe contradição entre ter autoridade e ser educado, firme e delicado. O primeira passo é se defender.
O policial de índole agressiva, que se auto-desvaloriza, costuma se colocar em risco. Vou
dar um exemplo: o policial para um carro. Vai até a porta e manda o
sujeito sair do carro, intimida, etc. Se o sujeito tiver uma arma nem dá
tempo dele reagir. Ele acha que sua postura agressiva o protege, mas é
o oposto.
O policial que gosta de si faz assim: para o carro e, se
protegendo, manda o sujeito sair do carro. Ao ter certeza que não há
risco para si, manda delicadamente o sujeito virar de costas, para ser
revistado educadamente. São várias proteções anti-stress: se defender, ser delicado, ser educado, etc. A autoridade deve ser preservada, sem ela não há serviço bem feito.
Este mecanismo de PROTEÇÃO MENTAL é extremamente importante para toda a
sociedade. Principalmente para os mais pobres, que sofrem mais abusos e
para a polícia e seus familiares.
Seria muito mais fácil capturar bandidos se a população tivesse um laço
mais profundo com a polícia. Haveria uma rede de informação muito mais
eficiente. Seria mais fácil capturar estes assassinos que tem matado
policiais, aqui no estado de SP. Todos sairiam ganhando, pois onde a
educação, a delicadeza e o respeito prevalecem é mais fácil de trabalhar
- justamente porque o stress diminui muito e a racionalidade/eficiência aumenta.
Esta filosofia tem sido vitoriosa em vários casos que atendi. Uma vida
melhor para os policiais, suas famílias e mais eficiência no combate ao
crime.
Todos somos seres humanos e todos merecemos viver bem, felizes e
satisfeitos. O respeito e o controle da agressividade é parte
fundamental desta conquista.
O que você acha? Comente, sua opinião é muito bem vinda.
Regis MesquitaNo Psicologia Racional
McDonald´s: A propaganda que encobre a exploração
Para fugir de uma multa milionária por não oferecer condições básicas de trabalho a seus funcionários, McDonald’s firma acordo com o Ministério Público para financiar propaganda contra o trabalho infantil |
Por Michelle Amaral
“Uma vez eu estava com uma bandeja cheia de lanches prontos para serem entregues e escorreguei. Quando ia caindo no chão, meu coordenador viu, segurou a bandeja, me deixou cair e disse: ‘primeiro o rendimento, depois o funcionário’”, conta Kelly, que trabalhou na rede de restaurantes fast food McDonald´s por cinco meses.
“Lá você não pode ficar parado, se sentar leva bronca”, relata Lúcio, de 16 anos, que há 4 meses trabalha em uma das lojas da rede na cidade de São Paulo.
“Você não tem tempo nem para beber água direito”, completa José, de 17 anos.
“Uma vez eu queimei a mão, falei para a fiscal e ela disse para eu continuar trabalhando”, lembra o adolescente.
Maria, de 16 anos, ainda afirma que, apesar da intensa jornada de trabalho nos restaurantes, recebe apenas R$ 2,38 por hora trabalhada.
Os relatos acima retratam o dia-a-dia dos funcionários do McDonald´s.
Assédio moral, falta de comunicação de acidentes de trabalho, ausência de condições mínimas de conforto para os trabalhadores, extensão da jornada de trabalho além do permitido por lei e fornecimento de alimentação inadequada são algumas das irregularidades apontadas por trabalhadores da maior rede de fast food do mundo.
Somente no Brasil, o McDonald´s tem mais de 600 lojas e emprega 34 mil funcionários, em sua maioria jovens de 16 a 24 anos.
“Quando se é adolescente, você vê as coisas acontecerem, mas não vê como assédio moral, nem nada do tipo. Mas humilhações são constantes. Já fui puxada pela orelha por uma gerente por demorar em um atendimento”, completa Kelly.
As relações de trabalho impostas pelo McDonald´s são objetos de estudo de muitos pesquisadores.
Do mesmo modo, pelas irregularidades recorrentes, a rede de fast food é alvo de diversas denúncias na Justiça do Trabalho.
Em São Paulo, o Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis e Restaurantes de São Paulo (Sinthoresp), ao longo dos anos, tem denunciado as más condições a que são submetidos os funcionários do McDonald´s.
Recentemente, resultou em uma punição ao McDonald´s uma denúncia feita há quinze anos pelo sindicato ao Ministério Público do Trabalho (MPT) da 2ª Região, em São Paulo.
Trata-se de um acordo que, além de exigir o cumprimento de adequações trabalhistas, estabelece o pagamento de uma multa de R$ 13,2 milhões.
Desse valor, a rede de fast food deve destinar R$ 11,7 milhões ao financiamento de publicidade contra o trabalho infantil e à divulgação dos direitos da criança e do adolescente durante os próximos nove anos.
Além disso, a rede deve doar R$ 1,5 milhão para o Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
O compromisso foi firmado em outubro de 2010 e passou a valer em janeiro deste ano.
As investigações realizadas pelo MPT a partir da denúncia do Sinthoresp confirmaram as seguintes irregularidades: não emissão dos Comunicados de Acidente de Trabalho (CAT); falta de efetividade na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; licenças sanitárias e de funcionamento vencidas ou sem prazo de validade, prorrogação da jornada de trabalho além das duas horas extras diárias permitidas por lei, ausência do período mínimo de 11 horas de descanso entre duas jornadas e o cumprimento de toda a jornada de trabalho em pé, sem um local para repouso.
O MPT também apontou irregularidades na alimentação fornecida aos trabalhadores: apesar de oferecer um cardápio com variadas opções, o laudo da prefeitura de São Paulo reprovou as refeições baseadas exclusivamente em produtos da própria empresa por não atender às necessidades nutricionais diárias.
Em relação à alimentação, o McDonald´s chegou a ser condenado, em outubro de 2010, pela Justiça do Rio Grande do Sul a indenizar em R$ 30 mil um ex-gerente que, após trabalhar 12 anos e se alimentar diariamente com os lanches fornecidos pela rede de fast food, engordou 30 quilos.
Processo
Segundo o advogado do Sinthoresp, Rodrigo Rodrigues, a denúncia feita em 1995 referia-se “aos maus tratos que sofriam os funcionários do McDonald’s devido às várias reclamações deles aqui no nosso sindicato”.
O advogado do Sinthoresp relata que o MPT chegou a realizar uma consulta pública com todos os envolvidos no caso.
Após isso, ajuizou uma ação civil pública em março de 2007.
Em 2008, houve a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que estipulava prazos para o cumprimento das adequações.
Ao comprovar que as exigências não estavam sendo cumpridas, o MPT ameaçou aplicar uma multa milionária à rede.
Para fugir da punição, o McDonald’s firmou esse novo acordo em outubro de 2010.
De acordo com a procuradora do trabalho Adélia Augusto Domingues, o MPT está em processo de tratativas com a rede de fast food para a implementação de todas as adequações necessárias.
“O processo terá o acompanhamento do Ministério Público do Trabalho em todas as etapas, até que as adequações sejam completamente realizadas”, afirma Domingues.
A procuradora acredita que o acordo firmado com a rede beneficiará os funcionários.
“Esses ajustes são positivos e importantíssimos para os empregados da empresa, que na maioria são adolescentes que requerem, sem dúvida, cuidados especiais, em razão de encontrarem-se na fase do processo de desenvolvimento físico, mental e social”, defende.
A reportagem procurou o McDonald’s que, através de sua assessoria de imprensa, encaminhou um comunicado no qual afirma que os termos do acordo se alinham com a cultura da empresa de respeitar as leis do país e contribuir ativamente nas comunidades onde atua.
“Acreditamos também que campanhas educativas e a doação do equipamento médico, como consta do acordo, poderão beneficiar a sociedade como um todo”, diz o informe.
A rede
De acordo com dados do site do McDonald’s, no ano de 2009 a rede estava presente em 118 países e possuía 31 mil lojas onde trabalhavam 1,6 milhão de funcionários.
A sede mundial da McDonald’s Corporation fica nos Estados Unidos e, nos demais países do mundo, a rede opera por meio de franquias.
O McDonald’s chegou ao Brasil em 1979 e, desde 2007, a Arcos Dourados é a franqueadora do McDonald’s no país e na América Latina.
A Arcos Dourados tem como sócios os fundos Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, o DLJ South America Partners, fundo ligado ao Credit Suisse, e o Capital International, do The Capital Group Companies.
O lucro da rede de fast foods no Brasil em 2009, conforme informações do site, foi de R$ 3,45 bilhões.
Já em 2010, em todo o mundo, o McDonald´s obteve lucro de 4,95 bilhões de dólares.
*Os nomes dos funcionários citados na matéria são fictícios.
Outros processos contra o McDonald’s
Discriminação em processo seletivo
Em janeiro de 2010, o Ministério Público do Trabalho da Paraíba iniciou uma investigação contra a rede de fast food por discriminação em um processo seletivo.
O McDonald´s publicou um anúncio de vagas de emprego em que determinava que os candidatos deveriam ter entre 18 e 22 anos.
De acordo com o artigo 7º da Constituição Federal de 1988, é proibido utilizar como critério de admissão sexo, idade, cor ou estado civil.
Esses critérios são considerados discriminatórios, pois ferem o princípio de igualdade nas relações de trabalho.
Não garantia de alimentação saudável a seus funcionários
O McDonald´s foi condenado, em outubro de 2010, pela Justiça do Rio Grande do Sul a indenizar em R$ 30 mil um ex-gerente que, após trabalhar 12 anos e se alimentar diariamente com os lanches fornecidos pela rede de fast food, engordou 30kg.
Já em 2009, em Riberão Preto (SP), o 15º Tribunal Regional do Trabalho condenou o McDonald’s a pagar ao ex-funcionário Rafael Luiz uma indenização de R$ 2 mil, correspondentes ao valor de cestas básicas durante cerca de dois anos – período em que ele trabalhou na rede de fast food.
O juiz Ricardo de Plato, que emitiu a sentença, afirmou que é de “conhecimento público e notório” que a ingestão diária dos lanches da rede, “ em substituição a uma das principais refeições do dia, por um longo período de tempo, é prejudicial” à saúde.
Falta de higiene e cuidados no preparo dos alimentos
Em 2006, no Texas (EUA), uma família abriu um processo contra uma das lojas franqueadas da rede de restaurantes fast food por ter encontrado um rato morto em uma salada comprada no local.
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/mcdonald%C2%B4s-a-propaganda-que-encobre-a-exploracao/
Fonte: CartaCapital
*cutucandodeleve
A DIREITONA REPETE - Se antes batiam às portas dos quartéis (eram chamadas de “vivandeiras de quartel”), agora usam a mídia para bater às portas do Judiciário
"As raízes do golpismo da direita brasileira"
Até
1930 a direita brasileira dispunha a seu bel prazer do Estado,
colocava-o totalmente a serviço dos interesses primário-exportadores,
desconhecendo as necessidades das classes populares. Getúlio fez a
brusca transição de um presidente – Washington Luiz, carioca adotado
pela elite paulista, como FHC – que afirmava que “Questão social é questão de polícia”, para o reconhecimento dos direitos dos trabalhadores pelo Estado.
Com o surgimento da primeira grande corrente de caráter popular, a direita passou a ficar acuada. A democratização econômica e social foi seguida da democratização politica, com o processo eleitoral consagrando as candidaturas com apoio popular, Sucessivamente, em 1945, 1950, 1955, a direita foi derrotada e acostumou-se a bater na porta dos quarteis, pedindo golpe militar.
Sentido-se esmagada pelas derrotas, a direita chegou a pregar o voto qualitativo, em que, segundo eles, o voto de um médico ou de um engenheiro valeria 10, enquanto o de um trabalhador (“marmiteiro”, diziam eles, zombando dos trabalhadores que levavam marmitas pro trabalho) devia valer 1. Só assim poderiam ganhar.
A efêmera vitória de 1960, com a renúncia do Jânio, foi sucedida pela nova tentativa e golpe militar de 1961 e, logo depois, pelo golpe efetivamente realizado em 1964. Só pela força e pelo regime de terror a direita conseguiu triunfar e colocou em prática sua revanche contra o povo, pela repressão e pela expropriação dos direitos da grande maioria.
Foi no final da ditadura, com uma votação indireta, pelo Colégio Eleitoral, passando pela morte de Tancredo, que a direita deu continuidade a seus governos, agora com um híbrido de ditadura e de democracia, mas que favoreceu a eleição de Collor, outra versão da direita. Tal como Jânio, teve presidência efêmera.
O governo FHC foi a melhor expressão da direita, renovada, reciclada para a era neoliberal. Naqueles 8 anos a direita brasileira pode realizar seu programa, que terminou numa profunda e prolongada recessão e a derrota sucessiva da direita, por três vezes.
A direita repete, na Era Lula, os mesmos mecanismos da Era Getúlio. Enquanto os governos desenvolvem políticas econômicas e sociais que favorecem à grande maioria, recebem dela o apoio majoritário e derrotam sistematicamente a direita, resta a esta atividades golpistas. Se antes batiam às portas dos quartéis (eram chamadas de “vivandeiras de quartel”), agora usam a mídia para bater às portas do Judiciário.
São partidos e mídias cada vez mais minoritários, derrotados em 2002, em 2006, em 2010, voltaram a ser derrotadas agora em 2012. São governos que os derrotam com o apoio das grandes maiorias beneficiárias das suas políticas sociais. Quem não tem povo, apela para métodos golpistas, ontem com os militares e a mídia, hoje com a mídia e o Judiciário.
Com o surgimento da primeira grande corrente de caráter popular, a direita passou a ficar acuada. A democratização econômica e social foi seguida da democratização politica, com o processo eleitoral consagrando as candidaturas com apoio popular, Sucessivamente, em 1945, 1950, 1955, a direita foi derrotada e acostumou-se a bater na porta dos quarteis, pedindo golpe militar.
Sentido-se esmagada pelas derrotas, a direita chegou a pregar o voto qualitativo, em que, segundo eles, o voto de um médico ou de um engenheiro valeria 10, enquanto o de um trabalhador (“marmiteiro”, diziam eles, zombando dos trabalhadores que levavam marmitas pro trabalho) devia valer 1. Só assim poderiam ganhar.
A efêmera vitória de 1960, com a renúncia do Jânio, foi sucedida pela nova tentativa e golpe militar de 1961 e, logo depois, pelo golpe efetivamente realizado em 1964. Só pela força e pelo regime de terror a direita conseguiu triunfar e colocou em prática sua revanche contra o povo, pela repressão e pela expropriação dos direitos da grande maioria.
Foi no final da ditadura, com uma votação indireta, pelo Colégio Eleitoral, passando pela morte de Tancredo, que a direita deu continuidade a seus governos, agora com um híbrido de ditadura e de democracia, mas que favoreceu a eleição de Collor, outra versão da direita. Tal como Jânio, teve presidência efêmera.
O governo FHC foi a melhor expressão da direita, renovada, reciclada para a era neoliberal. Naqueles 8 anos a direita brasileira pode realizar seu programa, que terminou numa profunda e prolongada recessão e a derrota sucessiva da direita, por três vezes.
A direita repete, na Era Lula, os mesmos mecanismos da Era Getúlio. Enquanto os governos desenvolvem políticas econômicas e sociais que favorecem à grande maioria, recebem dela o apoio majoritário e derrotam sistematicamente a direita, resta a esta atividades golpistas. Se antes batiam às portas dos quartéis (eram chamadas de “vivandeiras de quartel”), agora usam a mídia para bater às portas do Judiciário.
São partidos e mídias cada vez mais minoritários, derrotados em 2002, em 2006, em 2010, voltaram a ser derrotadas agora em 2012. São governos que os derrotam com o apoio das grandes maiorias beneficiárias das suas políticas sociais. Quem não tem povo, apela para métodos golpistas, ontem com os militares e a mídia, hoje com a mídia e o Judiciário.
Emir Sader. Sociólogo e cientista político
do blog ContrapontoPIG
*cutucandodeleve
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