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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, janeiro 14, 2013
Programa do governo Lula fez de favela do PE área valorizada
Sabe aqueles milagres que raramente vemos na imprensa? Aconteceu um
hoje! O jornal O Estado de São Paulo publicou nesta segunda feira (14),
um, dos milhares programas, que o governo Lula criou para melhorar a
vida dos cidadãos brasileiros. Leia a matéria e veja se não é um milagre
a nossa imprensa, que só se preocupa em agredir Lula, ter publicado
Há pouco mais de cinco décadas, pescadores, lavadeiras, biscateiros e
sem-teto iniciaram a ocupação de uma área à beira-mar, no limite sul da
badalada praia de Boa Viagem. Expulsos, sempre retornavam ao local,
numa teimosia que terminou dando nome ao lugar, Brasília Teimosa. O
lugar foi se urbanizando e virando bairro popular. A extinção das 300
palafitas que tomavam sua orla e lhe davam o aspecto de favela -
promessa feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 10 de
janeiro de 2003 - reforçou Brasília Teimosa como área cobiçada pelas
grandes imobiliárias.
O funcionário público recém-aposentado Antonio Pedrosa, 60 anos, se sente um privilegiado. Com a derrubada das palafitas, que deu lugar à Avenida Brasília Formosa, sua pequena casa agora se situa na orla de 1,5 quilômetro. "Minha casinha ficava escondida, agora moro à beira-mar." Além da casa, possui mais dois imóveis no local. Ele ainda não tem o título de posse definitivo da terra, registrado em cartório, que começa a ser concedido à população de cerca de 20 mil pessoas. Quando tiver, não pretende vender, mas, segundo ele, é bom saber que, se quiser, pode ganhar muito dinheiro.
Autoestima.
O funcionário público recém-aposentado Antonio Pedrosa, 60 anos, se sente um privilegiado. Com a derrubada das palafitas, que deu lugar à Avenida Brasília Formosa, sua pequena casa agora se situa na orla de 1,5 quilômetro. "Minha casinha ficava escondida, agora moro à beira-mar." Além da casa, possui mais dois imóveis no local. Ele ainda não tem o título de posse definitivo da terra, registrado em cartório, que começa a ser concedido à população de cerca de 20 mil pessoas. Quando tiver, não pretende vender, mas, segundo ele, é bom saber que, se quiser, pode ganhar muito dinheiro.
Autoestima.
"Brasília Teimosa é a bola da vez. Obrigado, presidente Lula", diz o
presidente do Conselho de Moradores, Wilson Lapa, que defende a mudança
do nome da Avenida Brasília Formosa para Presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Segundo ele, a ação do presidente aumentou a autoestima dos
moradores: "Além de valorizar os imóveis, os turistas aparecem mais,
passa mais ônibus e temos uma orla onde caminhar".
A melhoria da qualidade de vida é reconhecida por todos, mesmo com eventuais críticas à falta de ônibus e a necessidade de ampliar a rede de saneamento. "Temos uma bonita orla, ponto de encontro da comunidade", diz a professora Taciana Santiago. Há dez anos, quando Lula esteve no bairro, ela foi uma das fãs que correram atrás dele gritando seu nome. "A vida nas palafitas era desumana. Sem banheiro, os dejetos eram jogados no mar", relembra.
Olho grande.
A melhoria da qualidade de vida é reconhecida por todos, mesmo com eventuais críticas à falta de ônibus e a necessidade de ampliar a rede de saneamento. "Temos uma bonita orla, ponto de encontro da comunidade", diz a professora Taciana Santiago. Há dez anos, quando Lula esteve no bairro, ela foi uma das fãs que correram atrás dele gritando seu nome. "A vida nas palafitas era desumana. Sem banheiro, os dejetos eram jogados no mar", relembra.
Olho grande.
A preocupação dos líderes comunitários é com o olho grande dos
empresários. "Na hora em que se regularizar, muita gente vai vender",
prevê o presidente da Colônia Z-i de pescadores, Augusto de Lima
Guimarães, 60 anos. A chegada ao local do grupo João Carlos Paes
Mendonça (JCPM), que construiu um shopping perto da área, é bem vista,
embora traga alguma preocupação futura. Os jovens estão se qualificando
- com inglês, informática, marketing e capacitação em vendas - e são
aproveitados no empreendimento.
A comunidade também é beneficiada com uma escola de regime semi-integral do governo estadual que promoveu um programa que permite intercâmbio em outro país. Seis alunos do bairro já foram contemplados - três viajaram para Estados Unidos e Canadá. Os outros vão embarcar para Nova Zelândia e Austrália.
"Caiu a criminalidade, diminuiu a sujeira", afirma o pescador Ronaldo Gomes, 35 anos. Ele tem uma irmã que morava nas palafitas e ganhou casa no conjunto habitacional construído com recursos do governo federal no bairro do Cordeiro, na zona oeste da cidade. "Minha irmã está feliz, trabalha como faxineira." Muitos dos que se mudaram, no entanto, venderam ou alugaram suas novas casas. Alguns pescadores retornaram ao bairro.
Perfil.
A comunidade também é beneficiada com uma escola de regime semi-integral do governo estadual que promoveu um programa que permite intercâmbio em outro país. Seis alunos do bairro já foram contemplados - três viajaram para Estados Unidos e Canadá. Os outros vão embarcar para Nova Zelândia e Austrália.
"Caiu a criminalidade, diminuiu a sujeira", afirma o pescador Ronaldo Gomes, 35 anos. Ele tem uma irmã que morava nas palafitas e ganhou casa no conjunto habitacional construído com recursos do governo federal no bairro do Cordeiro, na zona oeste da cidade. "Minha irmã está feliz, trabalha como faxineira." Muitos dos que se mudaram, no entanto, venderam ou alugaram suas novas casas. Alguns pescadores retornaram ao bairro.
Perfil.
Embora a pesca ainda seja a principal atividade econômica de Brasília
Teimosa, a geração mais jovem não tem intenção de seguir a profissão
dos pais, segundo estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A maioria da população tem renda de até um salário mínimo. O bairro conta com oito escolas públicas - além das particulares. De acordo com o Censo de 2010, 91,8% da população acima de 10 anos é alfabetizada. Esse número cai para 75,6% se considerada apenas a população acima de 60 anos.
O comércio é diversificado e garante a autossuficiência do bairro em praticamente todas as suas necessidades. Possui três restaurantes, sete bares na orla e outros 32 fora dela, 10 lanchonetes, 16 mercadinhos, 11 açougues, duas padarias, duas lojas de frios e laticínios, peixarias, cinco armazéns de construção, 21 armarinhos, seis oficinas de bicicleta, quatro de automóveis. A população de Brasília Teimosa era de 19.155 habitantes em 2000. Em 2010, houve redução para 18.344.
A maioria da população tem renda de até um salário mínimo. O bairro conta com oito escolas públicas - além das particulares. De acordo com o Censo de 2010, 91,8% da população acima de 10 anos é alfabetizada. Esse número cai para 75,6% se considerada apenas a população acima de 60 anos.
O comércio é diversificado e garante a autossuficiência do bairro em praticamente todas as suas necessidades. Possui três restaurantes, sete bares na orla e outros 32 fora dela, 10 lanchonetes, 16 mercadinhos, 11 açougues, duas padarias, duas lojas de frios e laticínios, peixarias, cinco armazéns de construção, 21 armarinhos, seis oficinas de bicicleta, quatro de automóveis. A população de Brasília Teimosa era de 19.155 habitantes em 2000. Em 2010, houve redução para 18.344.
*Osamigosdopresidentelula
Uma “barriga” de alto custo
Com base em um suposto comunicado enviado aos funcionários do
Santander, anunciando que a fusão iria acontecer ainda neste semestre, Veja
manteve a informação incorreta como manchete durante 22 minutos, até
que os bancos a obrigaram a retirar o texto do ar e publicar um
desmentido.
Na manhã de quinta-feira (10/01), o site especializado Infomoney reproduziu o desmentido de Veja,
observando que o equívoco havia provocado “uma euforia no mercado”,
resultando numa forte valorização dos papéis do Santander no pregão
tardio da Bolsa de Valores do Brasil – o mercado “after hours”, período
de negociação que ocorre após o fechamento do pregão regular.
A valorização das ações do Santander chegou perto do teto máximo de
oscilação positiva para o período, provocando um movimento atípico para o
“after hours”. Para se ter uma ideia do volume provocado pelo erro da
publicação, o Infomoney lembra que os papéis do Santander, que
costumam ter um volume diário de negociações em torno de R$ 300 mil,
chegaram a movimentar R$ 32 milhões após a falsa notícia da fusão com o
Bradesco.
Olhando de lado
Segundo fontes do mercado de ações, o erro de Veja.com potencializou
boatos de que o Santander teria interesse em negociar suas operações no
Brasil para salvar sua matriz europeia, gerando a euforia que elevou
artificialmente o valor das ações.
O princípio de crise surgido na quinta-feira só não se alastrou porque a
Bovespa, os bancos envolvidos e outros protagonistas entraram em campo
para abafar o caso, mas não está descartada a possibilidade de uma
investigação para apuração de responsabilidades.
Se o site de Veja afirmou que havia baseado a notícia em e-mails
enviados pela direção do Santander aos funcionários, é de se esperar
que a revista apresente esses documentos, mesmo que decida preservar
suas supostas fontes.
Na manhã de sexta-feira (11/1), a imprensa registra uma situação
desigual no balanço do mercado de ações: dos três principais bancos
brasileiros, os títulos do Itaú e do Bradesco fecharam em declínio na
quinta-feira, enquanto os papéis do Santander se destacavam entre os
mais valorizados, além de aparecerem entre os mais negociados na
véspera, num contexto completamente atípico.
No entanto, os jornais não se interessaram pelo problema e o público
foi informado por sites especializados, como blogs de analistas
financeiros e o portal Comunique-se, que noticiou o desmentido de Veja.com,reproduzindo a informação original do site Infomoney.
Erro infantil
A direção de Veja tratou de amenizar os efeitos da “barrigada”
por meio de uma nota oficial se desculpando com seus leitores,
afirmando que a falsa notícia “trazia no seu próprio enunciado a chave
de sua falsidade”, pois, segundo a publicação: “O texto dizia
infantilmente que a negociação da fusão fora informada pela instituição [Santander, N. do A.]
a funcionários. Como qualquer pessoa do meio financeiro sabe, uma
operação desse tipo tem que ser, por lei, mantida em sigilo e comunicada
antes de qualquer outra forma de divulgação à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM)”.
Foram apenas 22 minutos de exibição da informação falsa, de 17h59 a
18h21 de quarta-feira (9/1), mas os danos podem ter sido grandes para
quem comprou ações em alta e vai ficar esperando acontecer a fusão do
Bradesco com o Santander para recuperar o investimento.
A estranha simbiose entre os meios tradicionais de comunicação, que faz
com que todos eles tratem de dar grande repercussão a escândalos e
denúncias sem checar as origens, desta vez funciona ao contrário. Um
erro documentado, com desmentidos distribuídos em notas oficiais de dois
dos maiores bancos do país, vai ficar por isso mesmo.
Azar dos leitores de Veja.com que, “infantilmente”, acreditaram que
dois bancos com ações na Bolsa iriam comunicar oficialmente seu
matrimônio por meio de e-mails para funcionários.
Luciano Martins Costa
do Observatório da Imprensa
No Cachete
Carta Aberta a Arnaldo Jabor
Mauro Carrara
Quase perfeitíssimo truão,
Primeiramente, atente ao substantivo, e não desconfie de insulto. Os
bobos da corte são, historicamente, mais que promotores de fuzarca ou
desvalidos a serviço do entretenimento. Os realmente talentosos urdiam
na teia das anedotas a crítica a seus senhores monarcas, traduzindo pela
ironia a bronca popular.
Era o caso do ácido e desengonçado Triboulet, vosso patrono, uma espécie
de grilo falante capaz de estimular as consciências de Luís XII e
Francisco I. Tantos outros venceram no ofício, como o impagável
Cristobal de Pernia, uma espécie de conselheiro extra-oficial de Felipe
IV.
Neste Brasil da pós-modernidade globalizante, el rei Dom Fernando
Henrique Cardoso reviveu a bufonaria. No entanto, empregou-a de modo
diverso, quase sempre como dissimulação hilariante para desviar atenções
de sua ética de conveniência mercantil, tão bem definida por Dom José
A. Gianotti, seu filósofo e encanador.
O ex-monarca utilizou ainda sua trupe de falastrões para promover a
alienante festa pública sugerida por Maquiavel. Portanto, nunca é
exagero te parabenizar pelo empenho profissional. Há anos, na ribalta
televisiva, te devotas a divertir e iludir os ''psites do sofá'', mesmo
depois que o tiranete a quem servias foi apeado do trono. Sempre
diligente, conclamas e incitas, rebolando patranhas tal qual histriônico
cabo de esquadra do restauracionismo.
Recentemente, contudo, causou-me espanto tua fúria salivante para
edulcorar a participação do embusteiro Geraldo Alckmin no embate contra o
grisalho herói de todos os sertões.
Como é próprio de teu ofício, fizeste rir ao embaralhar significados, ao
abusar das hipérboles, ao exceder-se nos adjetivos impróprios, ao
viajar na maionese das idéias desconexas.
No entanto, truão Jabor, prosperou aqui a dúvida. Que quiseste dizer com
o clichê ''choque de capitalismo''? Seria referência ao rombo de R$ 1,2
bilhão legado pelo embusteiro alquimista ao ressabiado governador
Lembo? Ou seria apenas ironia herdada de teus predecessores, na profecia
zombeteira de um novo ''que comam brioches''?
Destacam-se também, como enigmas, tuas dupletas acres de escassa teoria.
São os casos de ''socialismo degradado'', ''populismo estatista'' e
''getulismo tardio''. Eita, nóis! Que essas vigarices binárias nos
viessem, ao menos, com sal de fruta. Né? Ora, de qual ''socialismo''
tratas? Será que resolveste, no supletivo dos sexagenários, estudar a
industrial cultural e as idéias de Adorno? Hum... Pouco provável.
No que tange ao termo ''populismo'', arrisco uma resposta. Tu o
compraste na escribaria de ordenança dos novos donatários. É coisa do
bazar de tolices de Civita e Frias Filho. Acertei? Diga aí...
Mas o que queres dizer com ''getulismo''? Pelo que percebi, escapa-te o
fenômeno à compreensão histórica. Tratas daquele do Departamento de
Imprensa e Propaganda? Ou te referes àquele das necessárias justiças
trabalhistas?
Outros exageros me encafifaram em tua anedota de encomenda. Tratas
lisergicamente de um São Paulo ''rico'', como se construído dos empenhos
da malta quatrocentona. Em teus seminários de apedeuta, desapareceu o
povo. Evaporaram-se João Ramalho, Bartira, Tibiriçá, Anchieta, tantos
mamelucos arabizados, tantos avós europeus aqui remixados, tantos irmãos
nordestinos que ergueram nossos arranha-céus. Teu São Paulo mítico,
tristemente, não admite a antropofagia.
E tem mais... Em tua pregação, o embusteiro Alckmin surge como legítimo
herdeiro da alva elite construtora do progresso. Nesse delírio
pós-positivista e lombrosiano, não há rastro d a gestão criminosa dos
privateiros tucanos, dos sonegadores dasluzeiros, dos pedageiros
corruptos e dos sócios do marcolismo. Não te rendeste ao excesso? Ai,
ai, ai...
Agitando guizos, executas tua prestidigitação. Empregas, em simultâneo, o
sapato pontudo para alojar sob o tapete o sacrifício juvenil na Febem,
as nove centenas de contratos irregulares e o estupendo assalto ao
tesouro da gente bandeirante. Não exageraste? És bufão ou advogado,
truão Jabor?
Entre tuas deformações, tão valiosas ao ofício, suponho até mesmo a
cegueira de um olho. Ignoras o júbilo de milhões de vassalos não mais
famintos, agora metidos a escrever o próprio nome. Vê, quanto
atrevimento! Tampouco registras a voz de ameríndios e afro-descendentes,
agora perigosamente mais próximos de ti, a tomar lugar nos bancos da
universidades. Não enxergas a energia elétrica nos grotões nem o canto
de esperança dos humildes da terra, fortalecidos em cooperativas de
produção.
Depois, qual demiurgo de botequim, dizes que o nasolongo Alckmin é
''incisivo'', enquanto o outro te parece ''evasivo''. Ladino que és,
julgas os combatentes pelo aspecto cênico e não pela natureza das
idéias. No caso do embusteiro alquimista, excedes ao elogiar o
espantalho bélico, aplicadíssimo ao método de stanislavskiano. Ora,
magnífico truão, todos vimos que o herói de todos os sertões é adepto de
outra técnica. Pisa o palco de Brecht, revelando-se como realmente é,
antes que se mistifique no papel de fundeiro de microfone.
Cantaste, portanto, a vitória do ''limpinho'', do ''sem barba'', do
malcriado que imita Tyson. Como líder de torcida, vibraste na platéia,
tuas pernas flácidas saltitando de contentamento, as mãos agitando
invisíveis fitas coloridas. Ah, mas perdeste a razão...
Depois, destilaste teu parvo sarcasmo sobre o ''povo'', sobre a ''mãe
analfabeta'' do operário e sobre os ''pobres'', em suma, sobre esses
todos do ''lado de cá''. Na piada rancorosa, revelaste um desprezo
moldado para a auto-proteção.
Sabes o quanto é doloroso viver deste lado da linha, no território dos anônimos, dos que sofrem e trabalham de verdade.
Se há dialética nesta missiva, agrego teus motivos. Sabes o valor de uma
adoção real, ainda que precises caminhar de quatro, atado à coleirinha
de el rei. Sabes o quanto é estratégica essa assepsia, esse descontato
com o ímpio das ruas, dos campos e das construções.
Assim, me permito uma visita a teu passado. Tua obra ''séria'' resultou,
caro truão, em enorme fracasso. E, disso, bem sabes. Por um tempo, tuas
ventosas de sanguessuga agarraram algumas tetas públicas. Desse modo,
pudeste alimentar teus espetáculos de terceira categoria, ainda que
fizessem rir quando a intenção era pretensiosamente induzir à reflexão.
Incerto dia, pobre de ti, todo o oportunismo de parasita foi castigado,
de modo que te encontraste novamente vadio, mergulhado na mais profunda
frustração. Naquele momento, julgo, buscaste inspiração em Triboulet...
Na Vênus Platinada do decrépito Marinho, iniciaste tua pândega
panfletária, calcada na manipulação marota de cacos de idéias. Nada por
inteiro. Coerente para quem, por natureza, carece de integridade.
Esse flashback permite, portanto, compreender melhor o roteiro cínico.
Tanto faz se teu senhor largou o reino às escuras, se destacou piratas
para pilhar o patrimônio público, se foi incompetente até mesmo para
empreender no capitalismo que tanto celebras. Às tuas costas, no tempo,
estende-se a terra arrasada pela peste do egoísmo, habitada de fariseus
neoliberais e de peruas ridículas e mesquinhas. Por meio da ruidosa
retórica de falso indignado, desvias o olhar público dessa paisagem da
tragédia.
Para seguir o ato farsesco, fazes descer o pano da falácia sinistra do
golpismo lacerdista, da distorção, da maledicência e da
espetacularização do rito inquisitório. Simulas ver aqui, em alto grau, o
que ignoras ali. Na telinha da ''Grobo'', distribui sofismas, injetas
no sangue de Otello a desconfiança, patrocinas a intriga nacional.
Poder-se-ia encontrar em ti o personagem Sacripante. Uma observação
acurada, entretanto, revela mais um Silvério dos Reis das artes cênicas.
Certa vez, me disse Henfil: ''o pior humorista é o que vende sua
comédia aos canalhas que fazem o povo chorar''. Simples, didático, serve
à elaboração de um código de ética de tua categoria.
Pois, tua notícia deturpada do embate, devotado truão, mostrou-se cômico
engodo. Foi lá, teu embusteiro ''truco-lento'' dar com as fuças na
parede. Saiu do campo laureado e enganado, pior que Pirro. Este, menos
imbecil, admitiu que a vitória contra os romanos fora uma tragédia, o
prólogo de sua ruína.
Portanto, o exemplo da derrota também te serve. Decisivamente, ainda que
te gabes, jamais superaste Paulo Francis, o bobo da corte mais destro
nessas artes de sabujo-rabujo. E se cultivas alguma pretensão de
hegemonia, te sugiro mover o pescocinho atrofiado. Pilantrinhas
peraltas, como Mainardi e Azevedo, emparelham já contigo, disputam
hidrofobicamente a suprema magistratura da bufonaria.
E, percebe truão, que a dupla tonto-fascista não te fica a dever: são
também inescrupulosos, traiçoeiros e carregam a poderosa energia do
ressentimento, sem contar que igualmente migraram do fracasso
profissional para a aventura mercenária midiática.
Por fim, adorável truão, ajusta o relógio da tua soberba. Não é hora de
celebrar a ignomínia convertida em comédia. Nem é momento de levantar a
horda de rufiões da ''ética'' para cantar a vitória restauracionista.
Para além dos simulacros do teu moralismo cínico, lambuzado de
paroxismos impróprios, exercita-se o sabre do julgamento público,
implacável, aquele cuja lâmina é afiada pelo tempo. Subiram os
letreiros... Perdeste o charme. Perdeste a graça.
Mauro Carrara - Jornalista
+*GilsonSampaio
Apesar de gritaria, Dilma deixa energia mais barata
“Lei que prorroga as concessões de geração
de energia elétrica e reduz encargos para oferecer tarifas menores ao
consumidor foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União; mesmo
com forte resistência da oposição e, com isso, de empresas elétricas de estados
governados pelo PSDB, consumidor terá 20% de redução na conta de luz
Danilo Macedo, Agência Brasil / Brasil 247
A presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei
que prorroga as concessões de geração de energia elétrica e reduz encargos
setoriais de forma a oferecer tarifas menores ao consumidor. De acordo com a
Lei 12.783, de 11 de janeiro de 2013, publicada nesta segunda-feira 14 no
Diário Oficial da União, as concessões de geração de energia elétrica poderão
ser prorrogadas uma única vez, pelo prazo de até 30 anos, de forma a assegurar
a continuidade, a eficiência da prestação e a tarifa mais baixa.
ele é contra
*Saraiva
Vinte leitores da "Veja" protestaram contra Lula e o PT na Paulista
Protesto contra Lula e PT reúne 20 pessoas na avenida Paulista
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1214302-protesto-contra-lula-e-pt-reune-20-pessoas-na-avenida-paulista.shtml
A DESIGUALDADE É PATENTE: NA FINLÂNDIA TUCANA DE SÃO PAULO CORONEL GANHA 430 VEZES MAIS DO QUE UM SOLDADO
PM – SP: o coronel que ganha 430 vezes, o salário de um soldado
Aílton Araújo Brandão: R$ 254.099,57 (duzentos e cinquenta e quatro mil, noventa e nove reais e cinquenta e sete centavos) – vencimentos mais 14 licenças-prêmios atrasadas,
De Paulo Cavalcanti
Os salários na Polícia Militar do Estado de S. Paulo, estão
fielmente retratados na imagem acima, alerto os leitores para os valores
da primeira coluna, ”salário base” – pois é
em cima desses valores, que o policial se aposenta, o resto que aparece
no holerite, são “penduricalhos” – que o governador inventou, porém não
incorpora ao salário, ou seja, quando o policial se aposenta, todos os
“penduricalhos” saem fora do cálculo, e o que sobra é a miséria da
miséria.Comecei esse texto, mostrando um quadro que retrata quem é o pessoal linha de frente, aquele policial que está dia-a-dia nas ruas, zelando pela segurança pública. Fiz isso, para mostrar aquilo que toda a imprensa não mostra, que é vir à publico e retratar com todas as letras o cidadão que recebe “uma ajuda de custo” igual essa, como pode haver alguma exigência profissional. Isso não é salário, para quem tem tamanha responsabilidade.
O que pode levar muitos a clamar que o cara antes de ingressar na corporação, sabe dos salários e dos riscos que está correndo, fato que não é possível negar, porém isso não faz justiça necessária às condições de trabalho que o policial está exposto diáriamente, e mesmo assim a imprensa sempre blindando a figura do governador de S. Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) – que vende uma imagem, que faz o povo pensar que estamos na Finlândia, tal a firmeza de “gestão” tucana em S. Paulo.
O salário do coronel
Em agosto/2012, segundo matéria publicada no jornal O Globo - havia na folha de pagamento do Estado, e foi publicado no site Transparência, a relação de salários do funcionalismo público, e o maior salário líquido do estado no mês de junho foi o do coronel da reserva da Polícia Militar (PM) que foi subprefeito (gestão Kassab), da Lapa, na Zona Oeste da capital paulista, Aílton Araújo Brandão: R$ 254.099,57 (duzentos e cinquenta e quatro mil, noventa e nove reais e cinquenta e sete centavos) – vencimentos mais 14 licenças-prêmios atrasadas, segundo o governador Geraldo Alckmin-, seguido por dois fiscais de renda da Secretaria da Fazenda, ambos na ativa, com vencimentos líquidos de R$ 180.268,14 e R$ 134.824,96, respectivamente. (Texto Integral)
*Educaçãopolitica
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