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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 14, 2013

Programa do governo Lula fez de favela do PE área valorizada



Sabe aqueles milagres que  raramente vemos na imprensa? Aconteceu um hoje! O jornal O Estado de São Paulo publicou nesta segunda feira (14), um, dos milhares programas, que o   governo Lula criou para melhorar a vida dos cidadãos brasileiros. Leia a matéria e veja se não é um milagre a nossa imprensa, que só se preocupa em agredir Lula, ter publicado


Há pouco mais de cinco décadas, pescadores, lavadeiras, biscatei­ros e sem-teto iniciaram a ocupa­ção de uma área à beira-mar, no limite sul da badalada praia de Boa Viagem. Expulsos, sempre re­tornavam ao local, numa teimo­sia que terminou dando nome ao lugar, Brasília Teimosa. O lugar foi se urbanizando e virando bairro popular. A extinção das 300 pa­lafitas que tomavam sua orla e lhe davam o aspecto de favela - promessa feita pelo ex-presiden­te Luiz Inácio Lula da Silva em 10 de janeiro de 2003 - reforçou Bra­sília Teimosa como área cobiçada pelas grandes imobiliárias.
O funcionário público recém-aposentado Antonio Pedrosa, 60 anos, se sente um privilegiado. Com a derrubada das palafitas, que deu lugar à Avenida Brasília Formosa, sua pequena casa agora se situa na orla de 1,5 quilômetro. "Minha casinha ficava escondi­da, agora moro à beira-mar." Além da casa, possui mais dois imóveis no local. Ele ainda não tem o título de posse definitivo da terra, registrado em cartório, que começa a ser concedido à po­pulação de cerca de 20 mil pes­soas. Quando tiver, não preten­de vender, mas, segundo ele, é bom saber que, se quiser, pode ganhar muito dinheiro.

Autoestima.

 "Brasília Teimosa é a bola da vez. Obrigado, presi­dente Lula", diz o presidente do Conselho de Moradores, Wilson Lapa, que defende a mudança do nome da Avenida Brasília Formosa para Presidente Luiz Inácio Lu­la da Silva. Segundo ele, a ação do presidente aumentou a autoestima dos moradores: "Além de va­lorizar os imóveis, os turistas apa­recem mais, passa mais ônibus e temos uma orla onde caminhar".
A melhoria da qualidade de vi­da é reconhecida por todos, mes­mo com eventuais críticas à falta de ônibus e a necessidade de am­pliar a rede de saneamento. "Te­mos uma bonita orla, ponto de encontro da comunidade", diz a professora Taciana Santiago. Há dez anos, quando Lula esteve no bairro, ela foi uma das fãs que cor­reram atrás dele gritando seu no­me. "A vida nas palafitas era desumana. Sem banheiro, os dejetos eram jogados no mar", relembra.

Olho grande.

 A preocupação dos líderes comunitários é com o olho grande dos empresários. "Na hora em que se regularizar, muita gente vai vender", prevê o presidente da Colônia Z-i de pes­cadores, Augusto de Lima Guima­rães, 60 anos. A chegada ao local do grupo João Carlos Paes Men­donça (JCPM), que construiu um shopping perto da área, é bem vista, embora traga alguma preocupação futura. Os jovens es­tão se qualificando - com inglês, informática, marketing e capaci­tação em vendas - e são aprovei­tados no empreendimento.
A comunidade também é bene­ficiada com uma escola de regi­me semi-integral do governo es­tadual que promoveu um progra­ma que permite intercâmbio em outro país. Seis alunos do bairro já foram contemplados - três via­jaram para Estados Unidos e Ca­nadá. Os outros vão embarcar para Nova Zelândia e Austrália.

"Caiu a criminalidade, dimi­nuiu a sujeira", afirma o pesca­dor Ronaldo Gomes, 35 anos. Ele tem uma irmã que morava nas palafitas e ganhou casa no con­junto habitacional construído com recursos do governo fede­ral no bairro do Cordeiro, na zo­na oeste da cidade. "Minha irmã está feliz, trabalha como faxinei­ra." Muitos dos que se mudaram, no entanto, venderam ou aluga­ram suas novas casas. Alguns pes­cadores retornaram ao bairro.

Perfil.

 Embora a pesca ainda se­ja a principal atividade econômi­ca de Brasília Teimosa, a geração mais jovem não tem intenção de seguir a profissão dos pais, segundo estudo da Universidade Fede­ral de Pernambuco (UFPE).
A maioria da população tem renda de até um salário mínimo. O bairro conta com oito escolas públicas - além das particulares. De acordo com o Censo de 2010, 91,8% da população acima de 10 anos é alfabetizada. Esse número cai para 75,6% se considerada ape­nas a população acima de 60 anos.

O comércio é diversificado e garante a autossuficiência do bairro em praticamente todas as suas necessidades. Possui três restaurantes, sete bares na orla e outros 32 fora dela, 10 lanchone­tes, 16 mercadinhos, 11 açougues, duas padarias, duas lojas de frios e laticínios, peixarias, cinco armazéns de construção, 21 ar­marinhos, seis oficinas de bicicle­ta, quatro de automóveis. A popu­lação de Brasília Teimosa era de 19.155 habitantes em 2000. Em 2010, houve redução para 18.344.
*Osamigosdopresidentelula

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