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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 22, 2013

Como o PSDB foi se tornando irrelevante

 


Ele transfomou o PSDB numa mistura de UDN e Arena
Ele transfomou o PSDB numa mistura de UDN e Arena

Os tucanos não captaram o espírito do tempo. Por isso caíram no desprezo dos eleitores
Alguma surpresa com o esfacelamento do prestígio do PSDB dramaticamente exposto numa pesquisa do Ibope? 
No sul do Brasil, sua maior base, o número de pessoas que disseram votar no PSDB caiu pela metade entre 1995 e 2012. Situa-se hoje na esquálida faixa de 7%. É uma marcha rumo à insignificância. 
Basta o PSDB olhar para o espelho para identificar a culpa da derrocada: ele próprio. 
A inércia de FHC pós-presidência permitiu que Serra tomasse o comando tucano e conduzisse o partido para uma direita predatória que vai completamente contra o zeitgeist — o espírito do tempo. 
O PSDB, transformado numa mistura de UDN e Arena, ganhou um estrepitoso apoio da mídia, mas perdeu votos, influência e sentido. 
Hoje, o PSDB é basicamente apenas contra Lula e o PT. 
Foi patético, na última campanha municipal em São Paulo, ver Serra tentar atacar Haddad ao vinculá-lo a Dirceu como se este fosse satã. 
Ele repetiu Mônica Serra quando disse a eleitores pobres, sem saber que um repórter a ouvia, que Dilma era a favor da morte de criancinhas por sua posição diante do aborto. 
O espírito do tempo é a luta contra a iniquidade social que varreu o mundo nos últimos anos. 
Acaba de ser divulgado um relatório da Oxfam, uma prestigiosa organização filantrópica baseada na Inglaterra e presente em dezenas de países. 
O estudo foi destaque em toda parte. 
Seu título é autoexplicativo: “O Custo da Desigualdade: Como a Riqueza e a Renda Extremas Fazem Mal a Todos”. 
Segundo a Oxfam, o patrimônio somado das 100 pessoas mais ricas do mundo — 240 bilhões de dólares — seria capaz de acabar quatro vezes com a pobreza global. 
“Não podemos mais fingir que a criação da riqueza para poucos beneficiará inevitavelmente a todos”, diz Jeremy Hobbs, diretor executivo da Oxfam. 
“Frequentemente o contrário acontece. A concentração dos recursos nas mãos de uma minoria deprecia a atividade econômica e dificulta a vida de todo o resto, particularmente dos que estão na parte de baixo da pirâmide social. Em um mundo em que até mesmo os recursos básicos como terra e água estão se tornando escassos, não podemos permitir que a riqueza se concentre nas mãos de poucos, enquanto muitos lutam pelas sobras.” 
Continuemos com Hobbs. 
“Dos paraísos fiscais às leis frágeis trabalhistas, os ricos se beneficiam de um sistema econômico global que é regido em seu favor. É hora de os líderes políticos reformarem este sistema e fazerem com que ele trabalhe para os interesses de toda a humanidade, e não apenas da elite global.” 
(Atenção: a menção às “leis frágeis trabalhistas” se aplica exemplarmente ao caso Dornelles x Globo, relatado aqui.) 
Apenas para registro, a Oxfam citou o Brasil como um exemplo de país que conseguiu conciliar crescimento e combate à pobreza. 
Não sei se o estudo será divulgado no Brasil, mas é quase certo que, caso algum jornal o divulgue, o elogio ao país seja simplesmente obliterado. 
O PSDB, nos últimos anos, falou em justiça social? Propôs alguma coisa relevante? Alguém do partido parece incomodado com os extremos de riqueza e pobreza nacionais? Não, não, sempre não. Sendo assim, como imaginar que a pesquisa do Ibope pudesse ter resultado diferente? 
Paulo Nogueira  No Diário do Centro do Mundo 
POSTADO POR SARAIVA13

PSDB é Primeiro no Ranking dos Fichas-Sujas

Os Tucanos, "Bastiões da Moralidade" na política, que vivem em estado de assanhamento para abrir CPIs a três por dois com o objetivo de apurar supostas irregularidades envolvendo o PT e o governo da presidenta Dilma Rousseff, estão no topo do ranking da improbidade, com o maior número de candidatos barrados pela Lei da Ficha Limpa no Tribunal Superior Eleitoral. 
Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço...
PSDB, PMDB e PP "vencem" torneio de Fichas Sujas

Competição é inglória; tucanos, com 56 candidatos barrados pela Justiça Eleitoral em 2012, peemedebistas (49) e pepistas (30) ocupam as três primeiras posições em campeonato de piores quadros, de acordo com os critérios da lei da ficha limpa; PT, com 18 fichas sujas, ficou na oitava posição entre as 24 agremiações; PTC, PSOL, PSDC e PHS, com apenas um barrado cada, têm motivos para se orgulhar


247 – Numa competição que, em tese, nenhum partido político deveria gostar de vencer, os tucanos do PSDB se destacaram. 
Levantamento divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral apontou que o partido que procura empunhar com força a bandeira da moralidade foi também a agremiação com maior número de candidatos a prefeito e vereador barrados pelos critérios da Lei da Ficha Limpa. 
Ela impede a disputa para cargos eletivos de cidadãos com condenações na Justiça. 
Nas eleições para vereador e prefeito de 2012, o PSDB teve nada menos que 56 políticos barrados pela Justiça Eleitoral. 
Em segundo lugar aparece o PMDB, com 49, e, em terceiro, o PP, com 30. PR, PSB, PTB e PSD vêm a seguir com, respectivamente, 25, 23, 22 e 20 fichas sujas flagrados na disputa das eleições. 
Carimbado, pelos adversários, como um partido associado à corrupção, em razão das condenações impostas pelo Supremo Tribunal Federal a seus ex-presidentes José Dirceu e José Genoíno, o PT ficou no oitavo posto, com 18 candidatos impedidos. 
Abaixo dele surge o DEM, outra agremiação que propagandeia fortemente a ética na política, com 16 barrados. 
O ranking do TSE trouxe motivos de orgulho, tecnicamente, para os partidos que tiveram menos nomes impedidos. 
São eles PTC, PSOL, PSDC e PHS, com apenas um candidato ficha suja cada um. 
O levantamento tem o mérito de pressionar os partidos, nas próximas eleições, a escolherem candidatos que não os façam brilhar, ao contrário, numa futura lista. Ao menos, em tese. 
Brasil 247 
do Blog Abra a Boca,Cidadão!

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