#MoralEbonsCostumes e fiscal do fiofó alheio: Candidato evangélico quer derrotar gays no voto
E a ditadura evangélica e reacionária pode?
Candidato evangélico quer derrotar gays no voto
Na
disputa pela presidência da Câmara, Ronaldo Fonseca diz que quer pautar
propostas que opõem religiosos e homossexuais, como o casamento civil
entre pessoas do mesmo sexo, e que não aceita “ditadura gay”
Evangélico,
pastor da Igreja Assembleia de Deus, advogado e, de acordo com suas
próprias palavras, “amante do debate”. Para chegar à presidência da
Câmara, cargo que cobiça mesmo sem o apoio de seu partido, o deputado
Ronaldo Fonseca (PR-DF) terá de superar desafios inéditos: ser o
primeiro estreante e o primeiro líder evangélico a conquistar o comando
da Casa. O deputado de 52 anos exerce seu primeiro cargo eletivo e
promete combater os “ vícios ”
do Legislativo, como o corporativismo, a submissão ao Executivo e a
falta de discussão. “Não serei um presidente engavetador”, promete. Em
entrevista ao Congresso em Foco ,
o candidato diz que a frente parlamentar evangélica não pode mais
“andar a reboque” e ser surpreendida com a votação de propostas que
contrariam suas crenças, como as que dizem respeito aos homossexuais.
Segundo o deputado, a Casa tem de aprofundar o debate e levar projetos
como o da união civil entre pessoas do mesmo sexo a voto. Para ele, os
militantes do movimento gay temem que essas propostas sejam votadas por
anteverem o seu provável desfecho.
+*Mariadapenhaneles
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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