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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, janeiro 18, 2013

A língua da serpente




 

redecastorphoto


Raul Longo

Ilustrações e "links": redecastorphoto

Atente. Observe. Perceba.

Há quantos meses você ouve pela imprensa-empresa notícias sobre os REBELDES da Síria?


Gaddafi assassinado

Lembra-se que antes você ouvia muito falar dos REBELDES da Líbia que esquartejaram Muammar Gaddafi?

Pois observe agora, o noticiário sobre o Mali. Mas antes atente para alguns detalhes sobre o Mali, um dos mais miseráveis povos do mundo e um dos mais ricos produtores em ouro, urânio, diamantes, ferro, bauxita, manganês, calcário, cobre, mármore, gesso, caulim, fosfato, chumbo, lítio, xisto e diversos outros minerais preciosos.

E, agora ouça as notícias que falam na ajuda da França com o apoio das demais potências europeias para o governo do Mali combater os TERRORISTAS daquele país do qual até ontem você nunca ouviu dizer nada, apesar de lá ocorrer com anuência governamental todos os crimes e barbaridades que lhe ensinam a se indignar em relação a países não alinhados aos ideais espoliativos do hemisfério norte, como, por exemplo, a mutilação de mulheres.


Mali -Operação Serval (França - OTAN)

Atente. Observe. Perceba e entenda a diferença entre REBELDES e TERRORISTAS, para poder entender sua própria compreensão do mundo em que vive. Entender, inclusive, porque você não está nem aí para com o mundo em que vive...
*GilsonSampaio

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