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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 22, 2013

A fortuna de Silas Malafaia 

 


Por Altamiro Borges 
A controvertida revista Forbes, destinada ao mundo dos ricaços, divulgou nesta semana um estudo sobre o patrimônio financeiro dos principais pastores brasileiros. 
Ela aponta Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, com uma fortuna estimada de US$ 950 milhões. 
Já o pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, surge com uma riqueza calculada em US$ 150 milhões. 
O primeiro não se pronunciou sobre a matéria, já o segundo reagiu indignado e disparou: “Vou ferrar estes caras”. 
Mônica Bergamo, na Folha, ouviu o “pastor”. 
Ele contesta o cálculo da Forbes e estima que seu patrimônio seja de apenas R$ 6 milhões – “nem 2% dos US$ 150 milhões”. 
Desgastado com suas constantes bravatas preconceituosas e direitistas – nas duas últimas campanhas eleitorais, Malafaia foi um ativo apoiador do tucano José Serra –, ele também teme pela fuga de fiéis. 
Vale conferir as notinhas de Mônica Bergamo: 
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MEU QUINHÃO 
O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, estima seu patrimônio em R$ 6 milhões, nem 2% dos US$ 150 milhões que a "Forbes" atribuiu a ele, em reportagem sobre os líderes evangélicos mais ricos do Brasil. 
Ele promete ajuizar ação contra a revista americana nos EUA. "Vou ferrar esses caras", diz. "Vivo de renda voluntária. Eles me prejudicaram. [O fiel] vê aquilo e pensa, 'ih, não vou [dar o dízimo], tá me roubando." 
VEJA BEM 
O grosso de seu patrimônio, diz Malafaia, são nove imóveis. Uma casa comprada por R$ 800 mil "e que hoje deve valer R$ 2,5 milhões" na zona oeste do Rio, onde é vizinho de Ary Fontoura e Fernanda Lima. 
E ainda: apartamento para os três filhos (R$ 400 mil cada um), quatro adquiridos na planta por R$ 450 mil e outro em Boca Raton, na Flórida (R$ 500 mil). Diz que doou à igreja uma Mercedes blindada. 
"Presente de aniversário de um empresário rico, parceiro meu." 
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O pastor midiático, que adora posar de paladino da "ética", deveria abrir o seu sigilo bancário e fiscal para esclarecer os fiéis e a sociedade. 
Postado por Miro

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