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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 30, 2013

Posted: 29 Jan 2013 08:01 AM PST
Leia em nosso site: Cuba assume presidência temporária de bloco de integração Celac
Cuba assume presidência temporária de bloco de integração CelacCuba assume hoje a presidência temporária da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), bloco integracionista que encerra nesta capital sua primeira cúpula após sua fundação em dezembro de 2011.
A ilha caribenha durante 2013 dirigirá a entidade criada em Caracas, Venezuela, pelos 33 países independentes de uma região que buscará avançar pelos caminhos da integração e da concórdia.
Esses esforços serão conduzidos por uma Troica na qual além de Cuba trabalharão Costa Rica e Chile, nação que encerra hoje seu mandato na presidência.
Reunidos no segundo e último dia de sessões da I Cúpula da Celac, que está sendo realizada no centro de eventos Espaço Riesco, os presidentes aprovarão a declaração final do encontro e um Plano de Ação.
Esses documentos agrupam as prioridades da organização em temas como levar uma voz única aos fóruns internacionais, o desenvolvimento sustentável, a harmonia com o meio ambiente, as soluções à crise econômica e o combate aos flagelos da pobreza e o narcotráfico.
Havana estará encarregada de executar durante 2013 as atividades acordadas aqui pelos chefes de Estado e Governo.
Para o líder da Revolução cubana, Fidel Castro, o nascimento da Celac é o acontecimento institucional mais importante da região em um século.
Por sua vez, o presidente Raúl Castro qualificou o mandato na presidência desta entidade regional como uma grande responsabilidade.
“Este fato representa, além de uma alta honra, uma grande responsabilidade à qual consagraremos os maiores esforços e energias”, afirmou no mês passado ao encerrar a VII Sessão do Parlamento da ilha.
Há apenas alguns uns dias, o vice-chanceler Abelardo Moreno adiantou à Prensa Latina em um encontro com jornalistas que a gestão de Cuba à frente da Celac impulsionará a integração, o acordo e a consolidação da paz regional.
Segundo Moreno explicou, também potencializará a coordenação no marco do bloco dos mecanismos já existentes, como a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), a Unasul, a Caricom, o Mercosul, o Sistema de Integração Centro-americano e a Comunidade Andina.
Outra linha de trabalho será “introduzir o conceito da solidariedade na cooperação entre nossos países”, disse.
Moreno adiantou a celebração neste ano de vários encontros, entre eles a I Reunião de ministros da Educação da Celac, em fevereiro em Havana, e um evento dos titulares de Cultura, no Suriname.
Durante o curso de 2013 serão celebrados outros sobre drogas, infraestrutura e a busca de uma nova arquitetura financeira regional, expôs.
Fonte: CubaDebate

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