Conciliar capitalismo e consumo consciente não dá
Via Diário Liberdade
- Sergio Domingues
- O relatório "Riscos Globais 2013", do Fórum Econômico Mundial, foi divulgado recentemente. Segundo o estudo, "o fracasso da adaptação à mudança climática" aparece "como o risco ambiental que terá o maior impacto na próxima década".
Ou
seja, os grandes capitalistas começam a se preocupar. Mas é muito
provável que não possam fazer nada. Um artigo publicado na página do
IHU-Online ajuda a explicar. Chama-se "O capitalismo e a economia
política da mudança climática", de Rob Urie, economista estadunidense.
O
texto é um tanto confuso, mas alguns trechos merecem destaque. Ele diz,
por exemplo, que diante do aquecimento global, o princípio capitalista
de que as pessoas agindo "segundo seus interesses individuais produzam
bons resultados coletivos, é comprovadamente falsa".
Urie
refere-se à tese do economista inglês Adam Smith, a mais respeitada da
doutrina capitalista. Com base nela, os ideólogos da burguesia defendem
soluções individuais para os desequilíbrios ecológicos. Ou seja, consumo
consciente para salvar o planeta.
Mas o
problema começa na esfera produtiva. Como diz Urie, o lucro só pode se
realizar se os custos de produção forem empurrados para os outros.
Começa pelo trabalhador diretamente explorado, mas também inclui o meio
ambiente e populações inteiras. É a fumaça que sai da chaminé e envenena
tudo em volta.
Os ecocapitalistas não estão
apenas pedindo às pessoas que paguem mais por produtos limpos em nome de
um bem maior. Estão querendo que os empresários arquem com os custos de
uma produção limpa. Isso vai contra séculos de egoísmo econômico
pregado pelo capitalismo. Ou seja, não vai rolar.
*GilsonSampaio
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