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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, fevereiro 11, 2013



Leonardo Boff Leonardo Boff


Bento XVI teve dois pesos e duas medidas.Tratava com luvas de pelica os reacionáriios seguidores de Lefebvre,nós da libertação a bastonadas.
*nina

domingo, fevereiro 10, 2013

José Dirceu discursa na ABI - Parte 03


Charge foto e frase do dia




MIRIAM LEITÃO ATACA JOSÉ SARNEY, MAS POUPA ROBERTO MARINHO - CORAGEM E INDEPENDÊNCIA PELA METADE É COVARDIA



MIRIAM LEITÃO ATACA JOSÉ SARNEY, MAS POUPA ROBERTO MARINHO -


CORAGEM E INDEPENDÊNCIA PELA METADE É COVARDIA

É de conhecimento público que as ORGANIZAÇÕES GLOBO cresceram durante a DITADURA MILITAR que se instalou no BRASIL após o GOLPE de 1964, e de forma arbitrária e antidemocrática se manteve no poder até 1985. 

Público e notório que GLOBO e Militares golpistas sempre se deram muito bem, se ajudando e caminhando durante longos anos de braços dados. 

Enquanto alguns jornalistas eram presos, torturados e alguns mortos, e enquanto redações de determinados jornais eram invadidas, O GLOBO e a TV Globo cresciam, sem dizer uma palavra contra o que acontecia, passando incólume por qualquer tipo de perseguição, e ainda fazendo propaganda dos 'feitos' dos governos durante o REGIME que prendeu, arrebentou, torturou e matou muita gente. 

Ainda hoje, fruto da farra de concessões de canais de RÁDIO E TV, a Globo é parceira de alguns políticos ou seus descendentes, que prestaram relevantes serviços à DITADURA. 

O fato se dá na extensa cadeia de emissoras "afiliadas". 

Muito do que a Jornalista Miriam Leitão escreve em sua coluna de hoje no Jornal O Globo sobre José Sarney pode ser considerado verdadeiro. 

Mas, nenhum de nós ouviu ou leu, qualquer crítica a chapa de FHC/PSDB que teve o maior capacho dos militares, MARCO MACIEL, do antigo PFL ex-ARENA /PDS e atual DEM, como seu vice-presidente da REPÚBLICA. 

DONA MIRIAM deveria pensar bem antes de criticar SARNEY por suas ligações com a DITADURA MILITAR, visto que, POR TABELA, ainda que por covardia não cite o nome, o seu ex-patrão (ROBERTO MARINHO) e pai dos seus atuais patrões, OS FILHOS DE ROBERTO MARINHO, como bem diz o blogueiro do CONVERSA AFIADA, eles parecem que não tem nome próprio, foi muito mais servil e dócil, e se beneficiou muito da amizade com os DITADORES. 

Dona Miriam deve lembrar sempre que, a ORGANIZAÇÃO de COMUNICAÇÃO em que ela trabalha, só existe, ao menos com o porte e "poder" que possui, por ter no MÍNIMO sido OMISSA aos desmandos da DITADURA MILITAR DE 1964. 

ROBERTO MARINHO E A HISTÓRIA DA GLOBO 
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/08/260332.shtml 

Postado por 007BONDeblog 
*cutucandodeleve

Comissão da Verdade precisa ter ‘mais atitude’, afirma Marcelo Rubens Paiva



Leia em nosso site: Comissão da Verdade precisa ter ‘mais atitude’, afirma Marcelo Rubens Paiva
Marcelo Rubens Paiva“A Comissão Nacional da Verdade é muito tímida”, disse o escritor Marcelo Rubens Paiva, 53, em entrevista à Folha, em seu apartamento em São Paulo. O filho do deputado cassado Rubens Paiva, um dos principais desaparecidos políticos da ditadura militar (1964-1985), afirmou que esperava um “pouco mais de atitude” do grupo que investiga os crimes do Estado.
Um exemplo, afirma, é o recente episódio da morte do coronel Júlio Miguel Molinas (ex-chefe do DOI-Codi do Rio), em novembro, no Rio Grande do Sul. A família de Paiva recebeu a informação de que, tão logo Molinas morreu, o Exército recolheu em sua casa caixas que conteriam documentos sobre crimes da ditadura.
A Comissão da Verdade recebeu da família do coronel documentos desse arquivo referentes aos casos Rubens Paiva e Riocentro, mas Marcelo diz acreditar que a maior parte foi escondida pelo Exército.
Ora sarcástico, ora angustiado pelos 42 anos de espera pela verdade, o escritor comentou a divulgação pela Folha, na última segunda-feira (4), de um documento inédito que indica que Rubens Paiva morreu nas dependências do DOI-Codi, em janeiro de 1971.
O autor de “Feliz Ano Velho” disse ainda que a grande personagem da família é sua mãe, Eunice, que sofre do mal de Alzheimer. Ela se tornou uma pioneira da luta pelos direitos humanos no país logo após sair da prisão, dias depois da morte do marido.
Folha – O caso do desaparecimento do seu pai está solucionado para a família?
Marcelo Rubens Paiva – Não. Até agora, o que foi revelado a gente já sabia, só não tinha o documento, o timbre. A novidade é a prova de que ele foi morto nas dependências do DOI-Codi. Mas a gente já sabia que ele morreu ali dentro.
O que falta ser descoberto?
Primeiro, quando ele realmente foi morto. Segundo, o que fizeram com o corpo, onde está, como foi essa operação. São os mesmos torturadores que torturaram todos os caras no DOI-Codi do Rio no mesmo período. Tenho muita curiosidade de ver esses caras prestando depoimento, o que parece que é um próximo passo.
A Comissão da Verdade está bem amparada em termos de informação?
A comissão é muito tímida. Vou ser bem fantasioso, como escritor eu gosto de fazer comparações absurdas, mas eu esperava um Kevin Costner, do filme “Os Intocáveis”, uma forma de caçar os verdadeiros gângsteres com um pouco mais de atitude. A comissão tinha que bater na porta dos caras que ela quer que sejam ouvidos. Contrasta um pouco com o que foi a repressão política, como as Forças Armadas se comportaram e como a comissão ataca esses objetivos de esconder a verdade.
Quando ela foi tímida?
No caso do coronel Júlio Miguel Molinas, ex-chefe do DOI-Codi do Rio, lá no RS. A gente ouviu falar que, um dia depois da morte dele [1º de novembro], houve uma operação do Exército que cercou a casa e levou caixas e caixas de documentos. A Comissão da Verdade é que deveria ter chutado a porta do cara com um grupo de investigadores de alto nível, porque afinal é uma comissão oficial do governo brasileiro. Devia ter pegado essas caixas. Se por um lado o Exército vai lá e chuta a porta, a comissão pede um ofício. É tudo muito lento.
A comissão avisa a família antes de divulgar?
Não. Foi uma queixa da família. A gente não quer mais ficar lendo as coisas pela imprensa, é muito chato. A gente prefere ser avisado antes.
Por que o seu pai incomodava a ditadura militar?
Meu pai tinha 32 anos quando foi deputado federal e se descobriu que estava um clima de pré-golpe, através do Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), para criar um clima de que o Brasil tinha possibilidade grande de se tornar um satélite soviético. E meu pai fez essa CPI, chegou a inquirir generais que tinham recebido cheques.
Houve o golpe, foi até mais rápido do que se imaginava. Meu pai foi exilado, voltou escondido e ele manteve contatos com o pessoal da esquerda, do Partido Comunista Brasileiro, com os jovens que tinham votado nele. Junto com outras centenas de brasileiros, ajudava essas pessoas. Ajudava a esconder pessoas, por exemplo. Vira e mexe, dormia uma pessoa na minha casa que eu não sabia quem era, acho que era do Partido Comunista Brasileiro.
Seus pais lhe contavam sobre o que era essa movimentação política que tinha na sua casa?
A gente sabia. A Eliana Silveira, uma grande jornalista, é uma que eventualmente dormia na minha casa, no meu quarto. Eu ficava pê da vida porque eu quem tinha que sair do meu quarto. A gente não perguntava, mas a gente sabia que era uma coisa que não se podia perguntar, não era coisa para criança. Mas não tinha dinamite, metralhadoras, nem eram guerrilheiros. Geralmente era mais o pessoal do partidão que se escondia na minha casa.
Qual é a sua lembrança do dia em que seu pai foi preso?
Eu tinha 11 anos. A casa toda cheia de militares com metralhadoras. Era patético porque eles achavam que era um “aparelho”. E era feriado, Dia de São Sebastião. Deu praia. Em frente à minha casa, tinha uma rede de vôlei famosa, que era a do Chico Buarque e da Marieta [Severo].
Ali era um point, as pessoas iam para a praia e deixavam as coisas lá em casa. Então iam chegando. Chegou o namorado da minha irmã, de 16 anos, e prenderam o cara. Chegou o neto do Caio Prado Jr., coincidentemente ideólogo comunista no Brasil, que ia para a praia, e prenderam. Era contrastante com o que aquela casa representava.
Existem algumas hipóteses para qual pode ter sido o destino do corpo do seu pai. Qual versão, na visão da família, é a mais provável?
Esse corpo eu acho que ele não foi para um lugar e está até hoje, eu acho que ele deu uma passeada. A primeira hipótese é a de que ele tenha ido para a Barra da Tijuca, que na época era um lugar ermo.
Existe a possibilidade de ele ter sido enterrado também no Corpo de Bombeiros do Alto da Tijuca, chegou até a ser aventada a possibilidade de uma grande varredura, que começou a ser operada pelo “Fantástico”, pelo Pedro Bial, dirigindo um trator, mas nunca se achou um corpo.
Você quer que os responsáveis pela morte do seu pai sejam punidos?
Tem ditador na Argentina preso, o Alberto Fujimori está preso, tem cara no Chile preso. Se isso poderia acontecer no Brasil? Seria o ideal, mas é difícil.
Será que a sociedade quer isso? As sociedades argentina, chilena e uruguaia quiseram. Eu acho que, se fôssemos realmente até o fim, o ideal seria uma punição mesmo.
Você, nesses 42 anos, já fez algum tipo de investigação pessoal dessa história?
Não. Já recebi um telefonema de um cara que participou da tortura na Aeronáutica e não tive coragem de ir atrás. Ele morava no vale do Paraíba, e eu mandei o Pedro Bial. Coitado do Pedro Bial [risos]. Ele estava no “Fantástico” na época e falou: “Deixa que eu vou”. Chegou lá e o cara tinha sofrido um derrame, olha só! Não conseguia falar.
Eu nunca fui muito atrás. Eu sei onde esses caras estão, mas o que é que eu vou fazer? Vou lá e olhar para a cara dele e dizer: “Oi, tudo bem? Por que você fez isso?”. Não, não dá.
O único livro em que você escreveu sobre o caso do seu pai foi “Feliz Ano Velho”?
Foi. Na verdade, nem nesse livro eu tinha escrito. É tão engraçado isso, porque já tinha saído tanta coisa sobre o caso, e eu queria escrever sobre o meu acidente, sobre os problemas da minha geração.
Foi o Luís Travassos, ex-presidente da UNE, que estava voltando do exílio e falou: “Poxa, não vai falar do seu pai?”. Eu falei: “Nossa, é mesmo, esqueci”, e retomei. Porque eu sempre achei que minha mãe que iria escrever o livro sobre o meu pai.
No restante da sua obra, tem algum livro que se aproxima deste tema?
Tem um que escrevi sobre a Guerrilha do Vale do Ribeira, que é chamado “Não És Tu Brasil”. Minha família tinha fazenda no vale do Ribeira, exatamente onde ocorreram alguns confrontos. Eu conhecia detalhes daquela história que eu poderia revelar e que a imprensa não conseguia porque eles tinham muito medo de falar. Eu conseguia falar com os caras, eram meus amigos de infância.
As pessoas que eu estava pesquisando foram presas e torturadas pelos mesmos repressores por quem meu pai foi preso e torturado. Só no final disso que eu percebi como eu estava fazendo esse caminho, como escritor-historiador, em busca do que aconteceu de fato com o meu pai. Através de um livro de ficção eu soube mais sobre o que aconteceu com o meu pai do que pesquisando exatamente o que aconteceu com ele.
“Feliz Ano Velho” se integra a uma série de outros livros daquele pós-ditadura, que é uma época de revolução de costumes culturais…
O projeto era mais focado na renovação da literatura brasileira, da linguagem mais coloquial, mais brasileira, com o cotidiano de personagens mais ligados em cultura de massa, renovando não só a literatura, mas também uma forma de combater a ditadura, uma forma de se engajar politicamente.
Uma geração posterior à de 1968, que não participou da luta armada e que tinha uma ligação forte com o rock’n'roll, a experiência com drogas, a sexualidade sendo descoberta.
O ex-deputado Fernando Gabeira foi o nosso grande mentor, o primeiro a falar em drogas na literatura brasileira, o primeiro a falar em bissexualismo, falando das suas experiências no exílio e relatando o período da luta contra a ditadura de uma forma menos engajada e mais crítica. Eu acho que foi dessa retomada literária que eu fiz parte.
Você tem intenção de escrever sobre seu pai?
Tenho um projeto que é falar da luta da minha mãe. Descobri que a minha mãe foi muito mais importante que meu pai. Meu pai foi uma vítima da ditadura, escondeu pessoas, foi um deputado importante, foi cassado, foi para o exílio, voltou escondido, foi torturado violentamente.
Mas a grande personagem da família é minha mãe, fundadora da Comissão Brasileira pela Anistia, organizadora do movimento das Diretas-Já. Foi presa no dia seguinte ao meu pai, no DOI-Codi, saiu três dias depois. Desse dia em diante, o papel que ela teve foi o de uma verdadeira combatente contra a ditadura.
Você está parecido com seu pai com esse bigode. Foi de propósito?
Não, não, foi charme. Na verdade, estava tendo o Movember, um movimento para usarmos bigode pela prevenção contra o câncer de próstata. Tem essa coisa machista do homem que não faz exame de toque, né? Que é até gostosinho. E aí eu falei, “Ah, vou deixar meu bigode mesmo para protestar”.
Patrícia Britto
Fonte: FSP
*Averdade

Relatório prova que mídia criminaliza MST



Por Marco Antonio L.
No Vermelho
Uso de termos negativos, pouca relevância dada às bandeiras do Movimento e exclusão do MST como fonte. O que já era percebido pelos movimentos sociais agora foi comprovado em pesquisa que analisou cerca de 300 matérias sobre o MST em TV, jornal impresso e revistas. A pesquisa foi realizada com apoio da Fundação Friedrich Ebert e da Federação do Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão (Fitert).
O relatório, intitulado “Vozes Silenciadas”, analisou as matérias que citaram o MST em três jornais de circulação nacional (Folha de S.PauloO Estado de S. Paulo e O Globo); três revistas também de circulação nacional (VejaÉpoca e CartaCapital); e os dois telejornais de maior audiência no Brasil: Jornal Nacional, da Rede Globo, e Jornal da Record. O período pesquisado foi de 10 de fevereiro a 17 de julho, duração das investigações de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o MST.

O estudo

MST é retratado como violento e suas bandeiras recebem pouco destaque. A pesquisa concluiu que o movimento, na maioria dos casos, não era central nas matérias que o citam. O tema predominante foi as eleições (97 inserções), com uma grande diferença em relação ao segundo lugar, o Abril Vermelho (42 inserções). A CPMI foi tema apenas de oito matérias (ou 2,6% do total). 


Nas matérias sobre eleições, o MST não apareceu nos debates sobre políticas agrárias, mas sim como ator social mencionado de forma negativa pelos dois principais candidatos do pleito nacional. O Movimento aparece em segundo lugar no ranking de fontes ouvidas (em primeiro lugar estão matérias que não ouvem nenhuma fonte). Porém, essa colocação representa apenas 57 ocorrências num universo de 301 matérias.

Quase 60% das matérias utilizaram termos negativos para se referir ao MST e suas ações. O termo que predominou foi “invasão” e seus derivados, como “invasores” ou o verbo “invadir” em suas diferentes flexões. Ao todo, foram usados 192 termos negativos diferentes, entre expressões que procuram qualificar o próprio MST ou suas ações.

A maioria dos textos do universo pesquisado cita atos violentos, o que significa que a mídia faz uma ligação direta entre o movimento e a violência. Não bastasse essa evidência, dentre as inserções que citam violência, quase a totalidade (42,5% do total de matérias) coloca o MST apenas como autor.

Confira aqui a íntegra da pesquisa.

Fonte: Intervozes
*Nina

sábado, fevereiro 09, 2013

ESCÂNDALO! - WIKILEAKS DIZ QUE SERRA IRIA ENTREGAR O PETRÓLEO BRASILEIRO Á ESTRANGEIROS



Telegrama enviado da embaixada americana para o Depto. de Estado dos EUA, vazado pelo Wikileaks, denuncia que Serra prometeu entregar o pré-sal às petroleiras do exterior:


““Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, teria afirmado Patrícia Padral, diretora da americana Chevron no Brasil, sobre a lei proposta pelo governo . Segundo ela, o tucano José Serra teria prometido mudar as regras se fosse eleito presidente.”



“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, teria dito o pré-candidato.”

Nos bastidores, o lobby pelo pré-sal

“A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?”. Este é o título de um extenso telegrama enviado pelo consulado americano no Rio de Janeiro a Washington em 2 de dezembro do ano passado.
Como ele, outros cinco telegramas a serem publicados hoje pelo WikiLeaks mostram como a missão americana no Brasil tem acompanhado desde os primeiros rumores até a elaboração das regras para a exploração do pré-sal – e como fazem lobby pelos interesses das petroleiras.
Os documento revelam a insatisfação das pretroleiras com a lei de exploração aprovada pelo Congresso – em especial, com o fato de que a Petrobras será a única operadora – e como elas atuaram fortemente no Senado para mudar a lei.
“Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, teria afirmado Patrícia Padral, diretora da americana Chevron no Brasil, sobre a lei proposta pelo governo . Segundo ela, o tucano José Serra teria prometido mudar as regras se fosse eleito presidente.
Partilha
Pouco depois das primeiras propostas para a regulação do pré-sal, o consulado do Rio de Janeiro enviou um telegrama confidencial reunindo as impressões de executivos das petroleiras.
O telegrama de 27 de agosto de 2009 mostra que a exclusividade da Petrobras na exploração é vista como um “anátema” pela indústria.
É que, para o pré-sal, o governo brasileiro mudou o sistema de exploração. As exploradoras não terão, como em outros locais, a concessão dos campos de petróleo, sendo “donas” do petróleo por um deteminado tempo. No pré-sal elas terão que seguir um modelo de partilha, entregando pelo menos 30% à União. Além disso, a Petrobras será a operadora exclusiva.
Para a diretora de relações internacionais da Exxon Mobile, Carla Lacerda, a Petrobras terá todo controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar os fornecedores americanos.
A diretora de relações governamentais da Chevron, Patrícia Padral, vai mais longe, acusando o governo de fazer uso “político” do modelo.
Outra decisão bastante criticada é a criação da estatal PetroSal para administrar as novas reservas.
Fernando José Cunha, diretor-geral da Petrobras para África, Ásia, e Eurásia, chega a dizer ao representante econômico do consulado que a nova empresa iria acabar minando recursos da Petrobrás. O único fim, para ele, seria político: “O PMDB precisa da sua própria empresa”.
Mesmo com tanta reclamação, o telegrama deixa claro que as empresas americanas querem ficar no Brasil para explorar o pré-sal.
Para a Exxon Mobile, o mercado brasileiro é atraente em especial considerando o acesso cada vez mais limitado às reservas no mundo todo.
“As regras sempre podem mudar depois”, teria afirmado Patrícia Padral, da Chevron.
Combatendo a lei
Essa mesma a postura teria sido transmitida pelo pré-candidtao do PSDB a presidência José Serra, segundo outro telegrama enviado a Washington em 2 de dezembro de 2009.
O telegrama intitulado “A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?” detalha a estratégia de lobby adotada pela indústria no Congresso.
Uma das maiores preocupações dos americanos era que o modelo favorecesse a competição chinesa, já que a empresa estatal da China, poderia oferecer mais lucros ao governo brasileiro.
Patrícia Padral teria reclamado da apatia da oposição: “O PSDB não apareceu neste debate”.
Segundo ela, José Serra se opunha à lei, mas não demonstrava “senso de urgência”. “Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, teria dito o pré-candidato.
O jeito, segundo Padral, era se resignar. “Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, teria dito sobre o assessor da presidência Marco Aurelio Garcia e o secretário de comunicação Franklin Martins, grandes articuladores da legislação.
“Com a indústria resignada com a aprovação da lei na Câmara dos Deputados, a estratégia agora é recrutar novos parceiros para trabalhar no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim como empurrar a decisão para depois das eleições de outubro”, conclui o telegrama do consulado.
Entre os parceiros, o OGX, do empresário Eike Batista, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Confederação Naiconal das Indústrias (CNI).
“Lacerda, da Exxon, disse que a indústria planeja fazer um ‘marcação cerrada’ no Senado, mas, em todos os casos, a Exxon também iria trabalhar por conta própria para fazer lobby”.
Já a Chevron afirmou que o futuro embaixador, Thomas Shannon, poderia ter grande influência nesse debate – e pressionou pela confirmação do seu nome no Congresso americano.
“As empresas vão ter que ser cuidadosas”, conclui o documento. “Diversos contatos no Congresso (brasileiro) avaliam que, ao falar mais abertamente sobre o assunto, as empresas de petróleo estrangeiras correm o risco de galvanizar o sentimento nacionalista sobre o tema e prejudicar a sua causa”.


 Fonte:Análise de Conjuntura
*Militanciaviva

Policiais paulistas mataram quase o dobro das polícias dos EUA. Entre 2001 e 2011, policiais do estado de São Paulo em serviço e em folga mataram 6.809 pessoas. Números superam as 3.768 pessoas mortas pelas polícias em todas as federações dos Estados Unidos

Para a PM paulista, matar se tornou um fetiche



Entre 2001 e 2011, policiais do estado de São Paulo em serviço e em folga mataram 6.809 pessoas. Números superam as 3.768 pessoas mortas pelas polícias em todas as federações dos Estados Unidos
Entre 2001 e 2011, as polícias do Estado de São Paulo mataram 5.591 pessoas. Outras 1.218 vítimas foram mortas por policiais fora de serviço. A maioria são jovens do sexo masculino, principalmente negros. Os dados são do 5º Relatório Nacional sobre os Direitos Humanos no Brasil, divulgado pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP).
Os números superam as 3.768 pessoas mortas pelas polícias em todas as federações dos Estados Unidos entre 2001 e 2010.
No ano seguinte ao analisado pelo relatório, o índice de homicídios cometidos pela polícia continuou crescendo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, de janeiro de 2011 a setembro de 2012, foram registrados 806 casos de letalidade policial, conhecidos como “resistência seguida de morte”. Devido ao descontrole da corporação, o termo foi substituído por “morte decorrente de intervenção policial”, no começo de janeiro, pelo secretário de Segurança Pública, Fernando Grella.
A recomendação partiu da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR), após uma série de atos públicos realizados pelas organizações sociais que compõem o Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra e Periférica.
O relatório do NEV aponta ainda que 961 policiais foram mortos em confrontos de 2001 a 2011, a maioria em ações fora de serviço .
*Cappacete

A puta de Carlos Drummond de Andrade


        




A PUTA
Quero conhecer a puta.
A puta da cidade. A única.
A fornecedora.
Na rua de Baixo
Onde é proibido passar.
Onde o ar é vidro ardendo
E labaredas torram a língua
De quem disser: Eu quero
A puta
Quero a puta quero a puta.
Ela arreganha dentes largos
De longe. Na mata do cabelo
Se abre toda, chupante
Boca de mina amanteigada
Quente. A puta quente.
 É preciso crescer esta noite inteira sem parar
De crescer e querer
A puta que não sabe
O gosto do desejo do menino
O gosto menino
Que nem o menino
Sabe, e quer saber, querendo a puta.
Carlos Drummond de Andrade
*Cappacete