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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, abril 06, 2013
Para a sociedade avançar, os privilégios da mídia têm que acabar
Li “A Renúncia de Jânio”, do jornalista Carlos Castelo Branco, o último grande colunista político brasileiro.
O que me levou a esse velho livro foram as recentes evocações do infame
golpe militar de 1964 em seu aniversário, no dia 31 de março.
O golpe, de alguma forma, começa em Jânio, o demagogo que renunciou à
presidência em 1961 quanto estava fazia apenas sete meses no cargo, por
motivos jamais explicados.
Mas o que mais me chamou a atenção no livro é um episódio que mostra
bem o regime de privilégios fiscais desfrutados há muito tempo pelas
empresas jornalísticas brasileiras.
Castelinho, que foi assessor de imprensa de Jânio, conta que certa vez
estava preparando uma sala para um pronunciamento que ele, Jânio, faria
naquela noite em rede nacional de televisão.
No lugar escolhido, a biblioteca do Palácio da Alvorada, Castelinho viu
sobre a mesma um exemplar do Estadão de domingo. Em cima, estava um
bilhete do presidente: “Não toquem neste jornal. Preciso dele”.
“Só soube do que se tratava quando Jânio o ergueu na mão para exibi-lo
audaciosamente ao país [na fala em rede] como fruto de privilégios, o
esbanjamento de papel comprado com subvenção oficial, pago, portanto,
pelo povo”, escreveu Castelinho.
É o chamado “papel imune”. Os contribuintes subvencionam há décadas o papel usado para imprimir jornais e revistas.
Jânio apontou o mal, mas não foi capaz de resolvê-lo. Os mesmos
empresários que tanto falam num Estado mínimo não se embaraçam em, nas
sombras, mamar nele em coisas como o papel imune, e em muitas outras.
Dinheiro público foi sempre usado também para financiar – em condições
de mãe para filho – empreendimentos que deveriam ser bancados por
nossos intrépidos, aspas, capitalistas da mídia.
Nos anos 90, Roberto Marinho comemorou ao lado de FHC a inauguração de
uma supergráfica projetada para quando o jornal chegasse – hahaha – à
marca de 1 milhão de exemplares.
FHC não estava na foto porque Roberto Marinho queria promovê-lo. É que o
governo tinha concedido um empréstimo especial às Organizações Globo
para fazer a gráfica que hoje parece uma piada.
Na inauguração do parque gráfico da Globo, em 1999, o Estado serviu de babá e evitou o risco de um investimento fracassado |
Por que o empréstimo? Ora, a Globo era então já uma potência. Tinha
mais de metade do faturamento da publicidade nacional, graças à tevê e a
expedientes amorais como o chamado BV (bonificação por vendas).
A empresa poderia, perfeitamente, bancar o passo (torto) que decidira
dar com a nova gráfica. Mas não. O Estado babá estava ali, à
disposição, na figura sorridente de FHC.
Essencialmente, o resultado é que a fortuna da família Marinho foi
poupada do risco de um investimento que poderia fracassar, como
aconteceu.
Coisa parecida aconteceu com as outras grandes empresas em suas
incursões para fazer novos parques gráficos: dinheiro farto, quase dado.
Fora o papel imune, naturalmente.
E fora, mais recentemente, artifícios como a criação de PJs (pessoas jurídicas) para reduzir os impostos pagos.
Note. As companhias jornalísticas não querem pagar impostos, mas depois
esperam que o Estado – com dinheiro alheio, do “Zé do Povo”, como
dizia o patriarca Irineu Marinho – esteja com os cofres cheios para
bancar seus investimentos.
Para completar a tragicomédia, as empresas promovem campanhas
sistemáticas de engambelação coletiva destinadas a provar, aspas, que os
impostos são elevados no Brasil.
Não são. A carga tributária brasileira, na casa de 35%, é bem menor que a de países modelos, como a Escandinávia.
A diferença é que, neles, as corporações pagam o que devem. Vá,
na Dinamarca ou na Noruega, inventar PJs e você é chutado da esfera
corporativa e submetido a desprezo nacional.
Para que o Brasil avance socialmente, as mamatas das empresas de mídia – fiscais e não só fiscais — têm que acabar.
Não é fácil, como vemos ao constatar o que deu do brado janista de meio
século atrás. Sucessivos governos têm vergado ao poder de intimidação
da mídia. (Para a qual vigora ainda uma inacreditável reserva de
mercado, aliás.)
Mas nada é fácil.
O poder de manipulação da mídia se reduziu, graças à internet.
Se há uma hora para fazer o que deve ser feito, é esta.
O dinheiro que custam as mordomias bilionárias da mídia deve servir à
sociedade: que se construam escolas, hospitais e estradas com ele, em
vez de vê-lo dar acesso à lista de superricos da Forbes.
Dilma tem que se mexer, em nome do Brasil.
Paulo Nogueira
No Diário do Centro do Mundo*comtextolivre
RELAÇÕES MILITARES ENTRE BRASIL E ISRAEL - O PAPEL CENTRAL DO RIO DE JANEIRO NESTA RELAÇÃO E A FEIRA DA MORTE
do Somos Todos Palestinos
Estudo de caso do Rio de Janeiro
I) Implicações das relações militares entre Brasil e Israel:
De acordo com as estatísticas do Stockholm International Peace Research Institute,
durante o mandato do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, o Brasil se
tornou o quinto maior importador de armas e tecnologia militar
israelenses; quase o dobro da quantidade de exportações de Israel para
os EUA. Afim de reforçar ainda mais a cooperação, em 2010 um novo acordo
de cooperação em segurança foi firmado, o qual assegura o comércio de
tecnologia sensível. Israel é um dos poucos países no mundo onde o
exército brasileiro mantém um escritório.
Muitas
empresas militares israelenses compraram companhias militares
brasileiras, desta forma contribuindo para a desnacionalização da
indústria brasileira e, desta maneira, exploram o crescente mercado de
armas na América do Sul e o acesso sem limitações de gastos militares do
governo do Brasil.
Esta relação privilegiada do
Brasil com o complexo militar-industrial de Israel não só permite a
sustentabilidade econômica para a indústria de guerra de Israel, cuja
exportação representa 80% dos ganhos, mas, sobretudo, trás graves
impactos no Brasil em vários níveis:
a) politicamente:
- Brasil desempenha um papel de liderança global na defesa dos direitos palestinos e de um Estado Palestino nas fronteiras de 1967. Em contraste com isso:
- Os contratos militares com Israel financiam as mesmas empresas que estão envolvidas na construção do muro e dos assentamentos (isso inclui quase todas as empresas líderes do setor militar) e que trabalham para que a construção de um Estado palestino seja impossível.
- Os contratos militares dão sustentabilidade econômica para as guerras israelenses e políticas de ocupação e lucram diretamente da "experiência" adquirida na ocupação de Israel e guerras de agressão.
- O envolvimento direto do Brasil na economia de guerra de Israel lhe tira a credibilidade de sua aspiração em ser um mediador eficaz para uma paz justa na região.
- O apoio, o patrocínio e os contratos do Estado com empresas israelenses envolvidos na construção do Muro e dos assentamentos está em contradição ao apoio do Brasil ao Relatório da missão de averiguação do Conselho dos Direitos Humanos da ONU sobre o projeto dos assentamentos que destaca que os Estados terceiros têm de assegurar que as empresas comerciais domiciliadas no seu território e / ou sob a sua jurisdição (isto inclui Elbit, IAI e outras empresas israelenses presentes através de suas subsidiárias no Brasil) não violem direitos humanos palestinos em conformidade com o direito internacional.
b) legalmente:
As relações militares com Israel correm o risco de contradizer:
· Art. 4 º da Constituição brasileira, que estabelece a prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais.
·
A Corte Internacional de Justiça que, em sua decisão de 2004 sobre as
consequências legais da construção do muro, por Israel, em território
ocupado palestino confirmou a responsabilidade de Estados terceiros em
não auxiliar e não ajudar atividades ilegais israelenses e de não
reconhecer e ajudar ou auxiliar a manutenção de situações ilegais
criadas por este.
· Os Princípios de Maastricht
sobre obrigações extraterritoriais dos Estados em respeitar, proteger e
cumprir com os direitos humanos esclarecem que a responsabilidade do
Estado se estende para: "Obrigações relativas aos atos e omissões de um
Estado, dentro ou fora do seu território, que têm efeitos sobre o gozo
dos direitos humanos fora do território desse Estado”, e "atos e
omissões de atores não-estatais agindo sobre as instruções ou sob a
direção ou controle do Estado".
· Diretrizes da
ONU sobre Direitos Humanos e empresas, aprovadas pelas Nações Unidas em
2012, afirmam claramente que em áreas afetadas por conflitos, “os
Estados devem ajudar a garantir que as empresas comerciais que operam
nesses contextos não estejam envolvidas com tais abusos". As medidas
recomendadas incluem a criação de legislação adequada para evitar
negócios que contribuam para violações dos direitos humanos em situações
de conflito; retirar o apoio do Estado a partir dessas corporações e
explorar a responsabilidade legal e criminal dessas empresas.
c) economicamente:
·
Os contratos com a indústria armamentista israelense têm levado ao
abandono uma série de projetos nacionais de I&D e projetos I&D
com parceiros estratégicos da política externa brasileira (como as
negociações sobre o projeto I&D em drones com África do Sul
abandonados por Elbit drones, o protótipo rifle Taurus abandonado para a
tecnologia da IMI, a tecnologia para bombas guiadas desenvolvidas por
Avribras e abandonado por tecnologia da Elbit)
·
Empresas israelenses sistematicamente compram empresas brasileiras e
contribuem para a desnacionalização oculta da indústria de armas no
Brasil, que drena não apenas recursos econômicos para fora do país, mas
cria uma dependência contínua de tecnologia israelense.
·
A relação privilegiada com o complexo industrial-militar israelense
fecha mercados na América do Sul (Venezuela, Bolívia) , no mundo árabe,
na Turquia e em muitos países muçulmanos que seguem o boicote da Liga
Árabe.
Além disso, essas relações militares estão claramente contrárias aos apelos à solidariedade ao povo palestino:
·
Chamados pelas Campanhas de boicotes, desinvestimentos e sanções (BDS)
contra Israel (2005): assinado por todos os partidos políticos e mais de
170 organizações da sociedade civil palestina.
·
Chamados Palestinos por um embargo militar imediato (2010): apoiado por
organizações da sociedade civil representando dezenas de milhões de
pessoas em todo o mundo e por muitos ganhadores do prêmio Nobel da
Paz.
· Quando Celso Amorim se tornou Ministro da
Defesa, partidos políticos palestinos e a sociedade civil se uniram
numa carta expressando sua esperança de que Amorim iria considerar ações
relacionadas ao embargo de armas sobre Israel (2011): “Confiamos que
você irá agir em sua nova posição para assegurar que a política de
defesa do Brasil promova solidariedade e respeito pelos direitos
humanos. […] Não pode haver passos efetivos em direção à paz enquanto
Israel mantiver o gatilho da arma que aponta para o povo palestino. O
Brasil não pode ser um agente efetivo por uma paz justa enquanto
financiar essa arma.”
II)
O papel do Rio de Janeiro central nas relações militares entre o Brasil e Israel:
a) Importância da LAAD - Feira Internacional de Defesa e Segurança
- Na LAAD 2013, 33 empresas israelenses e instituições irão participar1.
- A LAAD é historicamente o local onde Israel mostrar suas mais recentes armas desenvolvidas no laboratório de guerra israelense ou seja na ocupação e repressão do povo palestino.
- É também o espaço onde novos contratos são feitos e apresentados. Somente em 2011, os dois principais atores militares israelenses no Brasil lucraram na LAAD, entre outras, das seguintes maneiras:
- Israel Aerospace Industries (IAI): apresentou o novo Stark IRV, um veículo de reconhecimento desenvolvido pela IAI subsidiária Elta Systems. ELTA Systems foi concedido vários contratos para fornecer radares Airborne Multi-Modo para um cliente sul-americano2. IAI anunciou uma parceria com a brasileira Dígitro realizado por meio da EAE Soluções Aeroespaciais – joint venture entre a IAI e o Grupo Synergy. O objetivo da parceria é fornecer soluções de segurança interna, incluindo soluções integradas para fazer frente aos desafios da Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016, que ocorrerão no Brasil3.
- Elbit Systems: A Embraer Defesa e Segurança e a AEL Sistemas, uma subsidiária da Elbit Systems Ltd, anunciaram a assinatura de um acordo estratégico que prevê a avaliação de exploração conjunta de sistemas aerotransportados não tripulados, incluindo a potencial criação de uma empresa conjunta no setor4.
b) O complexo militar-industrial israelense no Rio de Janeiro:
· Presença de empresas israelenses no Rio de Janeiro:
o
Elbit comprou duas empresas de armas baseados no Rio de Janeiro: Ares
Aeroespecial e Defesa SA ("Ares") e Periscópio Equipamentos Optronicos
SA ("Periscópio"). Eles operam com 70 trabalhadores no Rio de Janeiro.
o
EAE: uma joint venture entre Israel Aerospace Industries e o Grupo
Synergy supostamente têm escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo.
· Armas israelenses e formadores garantem que cada jogo na Copa do Mundo e nas Olimpíadas são um gol para o apartheid israelense:
o
14 drones construídas por a IAI no valor de 350 milhões de dólares
serão utilizados durante os dois megaeventos. Três deles já foram
testados durante a Rio+20. A polícia federal brasileira foi treinado em
Israel pelas mesmas forças que têm um histórico documentado de matar
civis com esses drones.
o Foram acordados cursos especiais para o BOPE em Israel para se preparar para a Copa do Mundo e as Olimpíadas5.
o O secretário de Segurança José Mariano Beltrame vai renovar a frota de ‘caveirões’
do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar e da
Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil por R$ 6,150
milhões. Global Shield vende os oito carros, gestão da frota e
manutenção por cinco anos. Media reports state that “O ‘desconto olímpico’
de cerca de 72% é creditado aos grandes eventos, como a Copa de 2014 e
Olimpíada de 2016, quando a empresa de Israel terá no Rio o maior
show-room de segurança pública mundial”6.
· O uso de instalações civis e militares no Rio de Janeiro para projetos de cooperação com empresas israelenses:
o Bedek IAI subsidiária usa TAP M & E Brasil e manutenção dos centros de produção no aeroporto do Rio de Janeiro.
o
Parque de Material Aeronáutico do Galeão (PAMA-GL), no Rio de Janeiro: O
aeroparque será usado para testar a modernização da frota dos aviões
militares AMX em que as empresas israelenses desempenham um papel
fundamental7.
o
CAEX, a instalação de testes do Exército Brasileiro de Marambaia, no
Rio de Janeiro: Elbit Systems Ltd. realizou testes de aceitação de
clientes de sus primeiros UT30BR 30 milímetros torres não tripulados,
integrado no 6X6 IVECO, veículo brasileiro Guarani. Relatórios realçam
como os palestinos têm sido usados nos teste militares: "O projeto único
[...] é baseado na experiência extensiva em campo de batalha em grande
escala e conflitos de baixa intensidade"8.
· A polícia e as forças de segurança de Rio de Janeiro formados por empresas militares israelenses e afins:
A reservada Yaman, unidade antiterror da policia de Israel, veio ao Rio de Janeiro trocar experiências com o BOPE9. A progressão em terreno usada no bope-rj é estratégia ensinada por instrutores israelenses10.
A
escola contra-terrorismo israelense, que contrata instrutores do
exército israelense e ensina doutrinas militares israelenses em seus
cursos treina:
Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro,
Policia Civil do Estado do Rio de Janeiro,
Membros do BOPE - Batalhão de Operações Especiais da PMERJ,
Companhia de Policia Militar com Cães –CiaPMCães – PMERJ,
28 BMP – PMERJ,
Guarda Municipal da Cidade do Rio de Janeiro – Grupo de Ações Especiais – GAE,
Guarda Portuária do Rio de Janeiro – DOCAS RIO,
Guardas Municipais de Várias cidades do Estado do Rio de Janeiro,
Escola America de Botafogo (Rio de Janeiro),
DESIPE – RJ,
Grupo de Intervenções Táticas (Agentes penitenciários – Rio de Janeiro)
1
Beryl Davis, BlueBird Aero Systems, ISDS Ltd. - International Security
& Defence Systems Ltd. , ImageSat International N.V, Opgal Optronic
Industries Ltd, BAT - Beit Alfa Technologies Ltd., Israel Weapon
Industries Ltd. (IWI), Reshef Technologies, CAMERO, ISDS INTERNATIONAL,
Aeromaoz, Plasan Sasa Ltd, CONTROP Precision Technologies Ltd., DSIT
Solutions Ltd., Netcom Malam Team International, Israel Aerospace
Industries Ltd. (IAI), Mistral Group, Ness TSG, UVision Global Aero
Systems, SIBAT Israel Ministry of Defence, Beth - El Zikhron, Yaaqov
Industries Ltd., Hatehof Industries (Brand Group) Ltd., Dynamic Jet
Engineering Ltd. (DJE), Gilat Satellite Networks Ltd., Amicell - Amit
Industries Ltd, Dignia Systems Ltd., Israel Military Industries Ltd.
(IMI), Rafael Advanced Defense Systems Ltd., Elbit Systems Ltd.,
MEPROLIGHT,ARES, AEL Sistemas
3 http://www.seccurex.com.br/pt/noticias/64-israel-aerospace-industries-iai-anunciou-ontem-na-laad-parceria-com-a-brasileira-digitro
5
http://esportes.terra.com.br/futebol/brasil2014/noticias/0,,OI4790639-EI10545,00-De+olho+em+e+Bope+pode+ganhar+curso+especial.html
7 http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=13833; http://www.defenseindustrydaily.com/elbit-enhancing-amx-aircraft-avionics-for-brazil-05151/
8
http://www.spacewar.com/reports/Elbit_Systems_Completes_Customer_Tests_For_First_30mm_Unmanned_Turret_Supplied_To_Brazil_999.html
9 http://www.gaussconsulting.com.br/imagens/2012/GaussOnline/jan_12/tt_059_BOPE_e_a_excelencia_organizacional.pdf
10
http://www.orkut.com/Main#CommMsgs?na=3&nid=56198530-5569834604530940811-5570252625073207183&nst=61&tid=5569834604530940811&cmm=56198530&hl=pt-B
Documento da Organização Palestina Stop the Wall, Campanha Popular Palestina contra o Muro da Apartheid.
*GilsonSampaio
O Estadão se prepara para fechar. Já vai tarde!
A próxima é a Folha, que compete com a IBM no mercado global de TI
Gandour: um conteúdo a caminho do precipício |
Só para ficar no últimos dias.
O Estadão disse que a Dilma mandou espionar o Pauzinho do Dantas no porto de Suape e é mentira: ela chamou o Estadão de irresponsável.
O Estadão disse que a Dilma ia criar o Ministério da Água.
Mentira.
O Estadão disse que Heleno Torres disse que a Dilma disse que ele tinha sido escolhido para a vaga do Big Ben de Propriá.
Mentira.
O responsável por essa careira brilhante rumo ao precipício é um “diretor de conteúdo”, de nome Gandour.
E os banqueiros que assumiram o lugar da família Mesquita na gestão da empresa.
Como se sabe, os 298 Mesquita que mandavam no jornal hoje só mandam nas
páginas 2 e 3, onde escrevem o Padim Pade Cerra, o Farol de Alexandria e
o chanceler da Dependência, o dos sapatos, Celso Lafer.
O resto do jornal, o “conteúdo” do Gandour, vai para o saco:
Estadão anuncia mudanças e deve demitir 50 jornalistas
Em comunicado interno divulgado nesta sexta-feira 5, o diretor de
Conteúdo de o Estado de S.Paulo, Ricardo Gandour, anunciou mudanças na
“configuração de cadernos” do centenário jornal diário. O anúncio foi
acompanhado pela notícia, ainda não oficializada, de que cerca de 50
profissionais da Redação serão demitidos. Dezenas de jornalistas haviam
deixado o jornal recentemente em razão do fechamento do Jornal da Tarde.
O anúncio interno foi republicado no site Blue Bus.
Segundo Gandour, o Estadão terá, a partir do próximo dia 22, apenas três
cadernos e um suplemento. Haverá somente uma edição, que será fechada
às 21h30. Antes, havia as versões “nacional”, que fechava antes, e a
“São Paulo”, que rodava no fim da noite e permitia a inclusão de
notícias de última hora aos leitores paulistanos. Isso significa, por
exemplo, que o Estadão não conseguirá noticiar jogos de futebol
iniciados a partir das 22 horas.
Um único caderno trará as editorias Política, Internacional, Metrópole
(incluindo os temas da atual Vida) e Esportes. O segundo caderno trará
Economia, Negócios e Tecnologia. O Caderno 2 amplia a cobertura de
entretenimento e incorporará comportamento digital e literatura.
A decisão foi tomada, segundo a nota, em razão de pesquisas qualitativas
e entrevistas em profundidade com diversos setores da sociedade. Esses
levantamentos, ainda de acordo com o editor, mostraram que os leitores
querem mais conveniência e eficiência de leitura e um jornal mais
compacto em dias úteis.
Confira a nota interna republicada pelo Blue Bus:
Caros, No próximo dia 22, 2a feira, ‘O Estado de S.Paulo’ estréia uma
nova configuração de cadernos e um novo processo de produçao industrial e
logístico. O jornal adotará a configuração de 3 cadernos mais 1
suplemento. Além disso, termina a distinção entre as edições BR e SP. O
fechamento será único, às 21:30, com trocas programadas no decorrer da
rodagem. Os fechamentos de domingo (jornada de sábado) não se alteram.
Também no dia 22, estréia o novo App do Estadao “mobile”, adaptável a
qualquer dispositivo móvel”
“O primeiro caderno terá as editorias Política, Internacional, Metrópole
(incluindo os temas da atual Vida) e Esportes. O segundo caderno trará
Economia, Negócios e Tecnologia. O Caderno 2 amplia a cobertura de
entretenimento e incorpora comportamento digital e literatura”.
“Na 2a feira, circulará o suplemento Edição de Esportes, retomando marca
clássica do grupo. Link e Negócios viram seções dentro de Economia. Na
3a, o Viagem. Na 4a, Jornal do Carro. Na 5a, o Paladar e os
Classificados. Na 6a, o Divirta-se. No sábado, os Classificados ganharão
mais espaço editorial. No domingo, também circula a Edição de Esportes,
o Casa, e o Aliás se amplia com a nova seção ‘Olhar Estadão’, e
circulam os Classificados”.
“Pesquisas qualitativas e entrevistas em profundidade com diversos
setores da sociedade, realizadas nos últimos meses, comprovaram o que
vem sendo debatido entre nós desde o Redesenho de 2010: os leitores – em
geral, e também os do Estado — querem mais conveniência e eficiência de
leitura, mais apostas de edição, um jornal mais compacto –
principalmente nos dias úteis. Tudo isso sem perder o aprofundamento e o
poder de análise que caracterizam o jornalismo do Estado”.
“Um grupo de trabalho multidisciplinar, capitaneado por Conteúdo e
Mercado Leitor e que congregou todas as áreas da empresa, trabalhou
durante 6 meses na revisão detalhada de todo o processo produtivo. O
objetivo: redesenhar o produto e sua configuração física, buscando uma
solução que atendesse às demandas dos leitores. E acentuando o foco em
reportagens exclusivas e abordagens analíticas”.
“A partir dessa nova configuração e do novo fechamento, mais
simplificado, revisaram-se os processos de trabalho e a composição das
equipes, cujas alterações estão sendo divulgadas na data de hoje. Tais
providências se inserem na necessária e permanente gestão de recursos,
imprescindível para a competitividade da nossa marca e seu lugar no
futuro das mídias”.
“Gostaria de convocar todos os jornalistas para estarem hoje às 15:30 no
auditório, para uma explanação detalhada de todo o projeto, seus
movimentos e agenda para os próximos dias. Falaremos sobre como ficará o
jornal em cada dia da semana, que novas seções e colunistas teremos, as
novidades digitais que vem por aí, além de responder a quaisquer
dúvidas”.
No Conversa AfiadaBreve será a Folha.Como se sabe, o que sustenta a Folha é o UOL.(Assim como quem sustenta o Globo é a Rede Globo.)E o UOL hoje não é mais uma empresa jornalística.É uma empresa de TI.A IBM está muito preocupada com vertiginosa progressão do UOL no mercado global de TI!Paulo Henrique Amorim
*Saraiva
HOMENAGEM DE POLÍTICOS, FAMILIARES E AUTORIDADES MILITARES EM MEMORIA AO COMANDANTE HUGO CHÁVEZ * FAZ UM MÊS QUE O COMANDANTE CHAVES FALECEU
O Ministro da
Cultura, Pedro Calzadilla , disse que o líder da Revolução Bolivariana ,
Hugo Chávez , quebrou o feitiço da traição dos líderes políticos do
povo venezuelano. Portanto, "Chávez é o libertador deste século".
O historiador
observou que Hugo Chávez deu luz nos principais problemas da sociedade
venezuelana e deixou estrategicamente orientações para o futuro.
Ele ressaltou
que as políticas implementadas durante a Revolução Bolivariana, como as
missões graus, construiu esse sentimento de fervor do povo pelo líder
revolucionário, porque "Chávez fez pelos pobres desta terra". Ele
lembrou das longas filas de pessoas que permaneceram no Fort Tiuna para
ver o líder revolucionário e salientando a especial relação do povo com
Chávez ", que agora tem um lugar especial.
Um lugar
associado com a sua memória , perto de sua cidade natal, um lugar que
pode ser visitado por todos, o que reitera o amor, um lugar como a sede
da Montanha, na paróquia em 23 de janeiro. " "Sua liderança é
insubstituível. Todo mundo deveria reconhecê-lo como um colosso, um
gigante. Um gigante em todas as áreas, que emanava força e energia. A
voz por meio de votação. "Chávez abre uma possibilidade de transformação
em uma experiência altamente democrática e ampla, e assim, pela
primeira vez na história, todos os pontos de ataque foram perfeitamente
blindados, criando um poderoso sistema eleitoral, aditável e fiador dos
votos, tornando-se a consulta democrática em um exercício diário ".*cutucandodeleve
Sociedade se mantém patriarcal, diz Mariela Castro
Enviado por luisnassif,
Por Gunter Zibell - SP
Sul21
“A sociedade não deixou de ser patriarcal depois da Revolução”, diz Mariela Castro
Rachel Duarte
Em passagem por Porto Alegre, a deputada cubana Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro, conversou brevemente com jornalistas antes de palestrar no 1º Seminário Internacional Relações de Vida – Educação e Saúde Sexual: Experiências Brasil e Cuba, no Ministério Público do Rio Grande do Sul. Psicóloga e pedagoga, com mestrado em sexualidade, Mariela luta pelos direitos da população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) na ilha de forte herança cultural de colonização espanhola. “Não basta uma revolução socialista se não nos propusermos ao enfrentamento das diferentes formas de discriminação arraigadas em nossa cultura, sobretudo àquelas herdadas da sociedade hispano-machista e homofóbica”, define.
Ela considera o processo pós–Revolução em Cuba uma transição para o socialismo. É um processo que consiste numa conquista gradual e que demanda superar várias discriminações específicas, como a homofobia. “A influência da Igreja Católica impulsionou todos os dogmas de violência e discriminação na sociedade colonizada. Com a Revolução, existiram outras formas de discriminação por conta desta herança que tornou a cultura do patriarcado algo natural”, explica.
Para romper com a cultura do preconceito de gênero em Cuba, Mariela Castro travou uma luta pessoal com a família Castro. Enfrentou o regime do tio Fidel Castro, que entre 1965 e 1968 elaborou as Unidades Militares de Ajuda (Umap), nas quais os homossexuais eram integrados à força. Ela explica que, na verdade, o método de recrutamento é que era o problema da época. “Existiam heterossexuais e homossexuais nestes campos militares. Não eram campos de concentração como a mídia distorce. A intenção foi aproveitar o serviço militar, que era obrigatório, para também oferecer ao país trabalho na agricultura. Eles eram aproveitados para produção de alimentos que o país necessitava para enfrentar a situação de agressão permanente que sofria do governo dos Estados Unidos. O mecanismo de recrutar jovens obrigatoriamente é que era inadequado”, conta.
A obrigatoriedade do serviço militar cubano foi, segundo ela, por conta do medo de terrorismo financiado pelo estado norte-americano. “As sociedades militarmente agredidas têm serviço militar obrigatório. É rotineiro. Era uma época difícil. Quando encerrou este tipo período, proibiram que homossexuais ingressassem por opção no serviço militar. Foi outra forma de discriminação. A sociedade não deixou de ser patriarcal depois da Revolução, por isso estamos trabalhando para acabar com a cultura de homofobia, discriminação e violação aos direitos humanos”, defende.
Filha de Raúl Castro quer mudar Código de Família para possibilitar união homossexual
Deputada recém-eleita, Mariela Castro tem como principal plataforma a aprovação de um novo Código de Família na ilha, que contempla tanto a união de pessoas do mesmo sexo quanto o direito à reprodução assistida por casais de lésbicas que querem ter filhos. “Desenvolvemos uma campanha cubana contra a homofobia desde 2007, com grande visibilidade. Havia muita resistência da população, mas estamos rompendo a ignorância. Muitas famílias já puderam ver regressar os filhos que partiram do país por causa da discriminação”, conta.
Na década de 80, estima-se que 1,7 mil ‘homossexuais incorrigíveis’ de Cuba foram deportados para os Estados Unidos. No início da crise de Aids, Cuba foi denunciada internacionalmente pela criação de rigorosas prisões para pessoas com HIV, em sua maior parte, homossexuais. A filha de Raúl Castro conta que, apesar da resistência de alguns dentro do governo, programas de educação sexual são desenvolvidos pelo Ministério da Saúde e da Educação desde 1956. ” O Ministério da Cultura também desenvolve ações para orientação sobre sexualidade”, diz.
Mariela Castro é Diretora do Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex) desde 2001, local de promoção de estudos e ações para garantia de direitos e políticas de gênero e sexualidade, criado por sua mãe, Vilma Espín, juntamente com a Federação de Mulheres Cubanas. Por meio do centro, o sistema de saúde da ilha voltou a realizar cirurgias de mudança de sexo em 2008, duas décadas após uma polêmica primeira tentativa. “A nossa política promove a educação sexual como processo emancipador da pessoa, inspirado na Pedagogia da Libertação de Paulo Freire e com metodologia participativa que aprendemos com profissionais brasileiros. Tornamos a sexualidade um pretexto para trabalhar outros elementos de formação de cidadania com toda a população”, explica.
Ciente da difícil missão que assumiu, ela se mostra entusiasmada e emocionada ao falar do avanço que Cuba já alcançou para viver o socialismo de forma plena. “O socialismo não é da noite para o dia, leva tempo. Eu sei que é difícil mudar a mentalidade e a cultura das pessoas, mas não é impossível. Estamos determinados a mudar esta cultura em Cuba”, defendeu.
“Cuba pode seguir a Revolução sem Fidel”, diz sobrinha do líder
Certa de que não faltaria a pergunta sobre “Como será a Cuba sem Fidel?”, Mariela Castro não se intimidou em falar sobre política com os jornalistas brasileiros. “Tampouco nós sabíamos como seria Cuba sem Fidel, mas estamos passando e a revolução segue adiante. O povo cubano está mostrando sua força e sua capacidade democrática para eleger líderes que são pessoas muito bem preparadas”, falou.
“Este é um processo de continuidade.Por isso Cuba pode seguir a Revolução sem Fidel, assim como a Venezuela pode agora estar sem Chávez (Hugo) porque deixou um povo bem preparado e um governo bem articulado. Cuba está mostrando que é possível fazer democracia com apenas um partido. Ele é inclusivo, de unidade nacional e vive em função da soberania nacional, com justiça e igualdade social. Mas só seguirá assim se não deixar de ser um processo participativo. Se deixar de ser participativo, deixa de ser revolucionário”, afirma.
Perguntado sobre as críticas e denúncias sobre o regime feitas pela blogueira cubana Yoani Sanchez, que também virá a Porto Alegre, Mariela Castro disse que não dedica seu tempo a falar dela. “Recomendo que faça suas perguntas a ela (Yoani) e tire suas próprias conclusões. Isso se a direita te deixar entrar no evento, é claro”, brincou com o repórter.
Sul21
“A sociedade não deixou de ser patriarcal depois da Revolução”, diz Mariela Castro
Rachel Duarte
Em passagem por Porto Alegre, a deputada cubana Mariela Castro, filha do presidente Raúl Castro, conversou brevemente com jornalistas antes de palestrar no 1º Seminário Internacional Relações de Vida – Educação e Saúde Sexual: Experiências Brasil e Cuba, no Ministério Público do Rio Grande do Sul. Psicóloga e pedagoga, com mestrado em sexualidade, Mariela luta pelos direitos da população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) na ilha de forte herança cultural de colonização espanhola. “Não basta uma revolução socialista se não nos propusermos ao enfrentamento das diferentes formas de discriminação arraigadas em nossa cultura, sobretudo àquelas herdadas da sociedade hispano-machista e homofóbica”, define.
Ela considera o processo pós–Revolução em Cuba uma transição para o socialismo. É um processo que consiste numa conquista gradual e que demanda superar várias discriminações específicas, como a homofobia. “A influência da Igreja Católica impulsionou todos os dogmas de violência e discriminação na sociedade colonizada. Com a Revolução, existiram outras formas de discriminação por conta desta herança que tornou a cultura do patriarcado algo natural”, explica.
Para romper com a cultura do preconceito de gênero em Cuba, Mariela Castro travou uma luta pessoal com a família Castro. Enfrentou o regime do tio Fidel Castro, que entre 1965 e 1968 elaborou as Unidades Militares de Ajuda (Umap), nas quais os homossexuais eram integrados à força. Ela explica que, na verdade, o método de recrutamento é que era o problema da época. “Existiam heterossexuais e homossexuais nestes campos militares. Não eram campos de concentração como a mídia distorce. A intenção foi aproveitar o serviço militar, que era obrigatório, para também oferecer ao país trabalho na agricultura. Eles eram aproveitados para produção de alimentos que o país necessitava para enfrentar a situação de agressão permanente que sofria do governo dos Estados Unidos. O mecanismo de recrutar jovens obrigatoriamente é que era inadequado”, conta.
A obrigatoriedade do serviço militar cubano foi, segundo ela, por conta do medo de terrorismo financiado pelo estado norte-americano. “As sociedades militarmente agredidas têm serviço militar obrigatório. É rotineiro. Era uma época difícil. Quando encerrou este tipo período, proibiram que homossexuais ingressassem por opção no serviço militar. Foi outra forma de discriminação. A sociedade não deixou de ser patriarcal depois da Revolução, por isso estamos trabalhando para acabar com a cultura de homofobia, discriminação e violação aos direitos humanos”, defende.
Filha de Raúl Castro quer mudar Código de Família para possibilitar união homossexual
Deputada recém-eleita, Mariela Castro tem como principal plataforma a aprovação de um novo Código de Família na ilha, que contempla tanto a união de pessoas do mesmo sexo quanto o direito à reprodução assistida por casais de lésbicas que querem ter filhos. “Desenvolvemos uma campanha cubana contra a homofobia desde 2007, com grande visibilidade. Havia muita resistência da população, mas estamos rompendo a ignorância. Muitas famílias já puderam ver regressar os filhos que partiram do país por causa da discriminação”, conta.
Na década de 80, estima-se que 1,7 mil ‘homossexuais incorrigíveis’ de Cuba foram deportados para os Estados Unidos. No início da crise de Aids, Cuba foi denunciada internacionalmente pela criação de rigorosas prisões para pessoas com HIV, em sua maior parte, homossexuais. A filha de Raúl Castro conta que, apesar da resistência de alguns dentro do governo, programas de educação sexual são desenvolvidos pelo Ministério da Saúde e da Educação desde 1956. ” O Ministério da Cultura também desenvolve ações para orientação sobre sexualidade”, diz.
Mariela Castro é Diretora do Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex) desde 2001, local de promoção de estudos e ações para garantia de direitos e políticas de gênero e sexualidade, criado por sua mãe, Vilma Espín, juntamente com a Federação de Mulheres Cubanas. Por meio do centro, o sistema de saúde da ilha voltou a realizar cirurgias de mudança de sexo em 2008, duas décadas após uma polêmica primeira tentativa. “A nossa política promove a educação sexual como processo emancipador da pessoa, inspirado na Pedagogia da Libertação de Paulo Freire e com metodologia participativa que aprendemos com profissionais brasileiros. Tornamos a sexualidade um pretexto para trabalhar outros elementos de formação de cidadania com toda a população”, explica.
Ciente da difícil missão que assumiu, ela se mostra entusiasmada e emocionada ao falar do avanço que Cuba já alcançou para viver o socialismo de forma plena. “O socialismo não é da noite para o dia, leva tempo. Eu sei que é difícil mudar a mentalidade e a cultura das pessoas, mas não é impossível. Estamos determinados a mudar esta cultura em Cuba”, defendeu.
“Cuba pode seguir a Revolução sem Fidel”, diz sobrinha do líder
Certa de que não faltaria a pergunta sobre “Como será a Cuba sem Fidel?”, Mariela Castro não se intimidou em falar sobre política com os jornalistas brasileiros. “Tampouco nós sabíamos como seria Cuba sem Fidel, mas estamos passando e a revolução segue adiante. O povo cubano está mostrando sua força e sua capacidade democrática para eleger líderes que são pessoas muito bem preparadas”, falou.
“Este é um processo de continuidade.Por isso Cuba pode seguir a Revolução sem Fidel, assim como a Venezuela pode agora estar sem Chávez (Hugo) porque deixou um povo bem preparado e um governo bem articulado. Cuba está mostrando que é possível fazer democracia com apenas um partido. Ele é inclusivo, de unidade nacional e vive em função da soberania nacional, com justiça e igualdade social. Mas só seguirá assim se não deixar de ser um processo participativo. Se deixar de ser participativo, deixa de ser revolucionário”, afirma.
Perguntado sobre as críticas e denúncias sobre o regime feitas pela blogueira cubana Yoani Sanchez, que também virá a Porto Alegre, Mariela Castro disse que não dedica seu tempo a falar dela. “Recomendo que faça suas perguntas a ela (Yoani) e tire suas próprias conclusões. Isso se a direita te deixar entrar no evento, é claro”, brincou com o repórter.
Ao contrário de Yoani Sánchez, a blogueira cubana que é livre para viajar o mundo e visitar uma diversidade de países, Elaine Díaz Rodríguez, blogueira, jornalista e professora foi impedida de entrar nos EUA para um dos maiores eventos de Ciências Sociais do mundo.
A tarde desta quarta-feira foi momento de mais um ataque à liberdade nas relações entre Estados Unidos e Cuba. Elaine Díaz Rodríguez, blogueira, jornalista e professora da Universidade de Havana, foi impedida de ir aos EUA para um dos maiores eventos de Ciências Sociais do mundo, o XXXI Congresso Internacional de Estudos Latino-Americanos.
Elaine teve seu trabalho aprovado pela Associação de Estudos Latino-Americanos, organizadora do evento, que também deu a ela uma bolsa para a viagem. Mesmo assim, o governo dos EUA não concedeu o visto a Elaine.
Agora, a jornalista e professora se pergunta quem cerceia a liberdade, Cuba ou os EUA? Por que Yoani Sánchez pode ir aos EUA, mas Elaine não? “Não tive nenhum problema com Cuba para sair, nunca”, disse ela ao Jornalismo B. E completou: “É humilhante que neguem vistos a acadêmicos enquanto recebem de braços abertos a Yoani (Sánchez)”.
Em seu Facebook, Elaine agradeceu aos governos do Brasil e do Quênia por a terem recebido para congressos em 2012, e disse torcer “para que o Congresso mais importante de Ciências Sociais do mundo saia novamente do território estadunidense, só assim se garantirá a presença de todos os cubanos e cubanas aceitos pela Lasa (sigla da organizadora)”.
Fonte: Pragmatismo Político
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