Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
domingo, maio 19, 2013
Milhares marcham no Chile por descriminalização da maconha
Milhares de pessoas participaram este sábado na marcha
pela maconha realizada na capital chilena e em outras 14 cidades do
país, que busca a descriminalização do autocultivo da planta. Na
manifestação foi distribuído aos presentes um folheto com conselhos para
os usuários da maconha, no qual vinha uma semente.
Segundo seus organizadores, para a iniciativa em
Santiago, que culminou com um ato artístico na Praça Almagro, chegaram
cerca de 50 mil pessoas, em sua maioria jovens. Os jovens marcharam da
Praça dos Heróis, a cerca de 350 metros de seu destino final, com
cartazes e dançando ao ritmo de várias bandas que participaram do ato.
A manifestação quer colocar em debate presidencial a
modificação do artigo 50 da Lei 20.000 sobre tráfico ilícito de
entorpecentes, que sanciona o consumo de drogas ilícitas em lugares
públicos, em particulares próprios para este fim ou levem algum tipo de
substância ilegal. A ideia busca também que seja permitido o autocultivo
da maconha, como ocorre em outros países, se esta for feita com fins
terapêuticos e não com fins comerciais ou de tráfico.
*Terra
Falar de diversidade sexual é visto como ensinar a ser gay, diz docente
Abordar
o tema da diversidade sexual na escola ainda é visto por alguns como
ensinar a ser gay, afirma o professor Júnior Diniz, 31, que trabalha com
o assunto em aulas de ética no município de Contagem (região
metropolitana de Belo Horizonte).
"Algumas
pessoas argumentam que qualquer discussão a respeito da diversidade
sexual, no ambiente escolar, seria uma forma de incitarmos as crianças a
se tornarem gays ou lésbicas. A gente sabe, no entanto, que a
sexualidade é particular e algo próprio do ser humano. O importante é
eles [alunos] perceberem que o diferente merece respeito e que respeitar
as diferenças não significa que eu queira ser igual", afirma.
No
trabalho que desenvolve com crianças de seis a dez anos na Escola
Municipal Domingos José Diniz Costa Belém, o principal foco é o respeito
à diversidade e não a discussão da sexualidade dos alunos.
"O
objetivo é fazer com que as crianças compreendam que nós vivemos em um
mundo diverso onde existem várias possibilidades de as pessoas viverem
sua sexualidade. Discutimos as questões de preconceitos existentes, como
o racismo, a homofobia, o machismo", explica.
Uma
das técnicas usadas pelo educador é mostrar aos alunos que nem sempre
uma família é composta por pai, mãe e irmãos. "Muitos moram somente com a
avó, com o avô, ou com tios, ou só com a mãe", exemplifica.
Apesar
de ter de enfrentar o preconceito de alguns pais em relação a abordagem
do tema, o professor conta ter recebido muitos pais com dúvidas sobre
como falar sobre assunto com os filhos.
Preconceito entre os professores
Responsável
pela coordenação de um programa de combate a homofobia, racismo e
sexismo nas escolas públicas municipais de Contagem, Juliana Batista
Diniz Valério diz que houve avanços no debate do assunto, mas ainda há
resistência em relação ao tema nos próprios educadores.
O
programa, denominado "Gênese" (Gênero, Sexualidade e Educação), tinha
entre seus objetivos capacitar o educador para que ele replicasse o
combate ao sexismo, à homofobia e ao racismo com os alunos.
"Muitos
professores e estudantes se mostram reticentes em relação ao tema.
Tivemos, por exemplo, um número significativo de educadores que não
conseguiu concluir os cursos ofertados em função de sua resistência
pessoal com esse debate."
Para
ela, a diversidade sexual ainda costuma ser tratada de maneira
individual por educadores militantes ou sensibilizados com o problema,
não como tema da educação.
"As
questões de ordem moral e religiosa, ainda, são um grande obstáculo
para que esse debate realmente se incorpore ao cotidiano escolar. O
princípio da laicidade do Estado ainda não está de fato efetivado nas
instituições públicas", salienta Juliana Valério.
"Aprendemos a olhar"
A educadora disse, no entanto, que as pessoas ao menos aprenderam a perceber o problema da discriminação e o preconceito sexual.
"Percebo
que o preconceito e as atitudes discriminatórias são hoje mais
visibilizados, até porque aprendemos a "olhar" para uma atitude
homofóbica e assim nomeá-la. Quantos atos de bullying não são, na
verdade, discriminações em função da orientação sexual ou práticas do
racismo e do machismo?", comenta a especialista.
*Cappacete
A disputa entre Barbosa e Gurgel
Por Bepe Damasco, em seu blog:
Os dois parecem disputar uma competição particular tendo como palco a
arena da República Federativa do Brasil. Ganha quem fizer mais pontos
nas modalidades cerceamento de direito de defesa, atropelo dos
regimentos do STF e da PGR, moralismo seletivo, linchamento de réus,
arrogância, prevaricação, autoritarismo, violação do direito penal,
ataque à harmonia entre os poderes e afronta à Constituição. Até o
momento, no entanto, essa contenda antirrepublicana registra empate. E,
pelo "poder de fogo" apresentado pelos competidores, tudo leva a crer
que o jogo chegue ao fim sem ganhadores. Afinal, eles se merecem e se
equivalem. É mais fácil, porém, apontar o perdedor : o sistema de
garantias individuais, um dos pilares do Estado Democrático de Direito.
Nos últimos dias, o peso pesado que ocupa a PGR e o Torquemada do
Judiciário brasileiro cometeram verdadeiros atentados contra a
consciência jurídica do país. Enquanto o sósia do Jô Soares (sósia de
corpo e alma) devolvia ao STF todos os embargos declaratórios,
recomendando uma até então inédita rejeição a granel, o vingador do PIG e
relator da Ação Penal 470 violava o direito dos réus e se manifestava
contra o acolhimento dos embargos infringentes.
Que se dane o regimento do Supremo. Às favas com uma prerrogativa
líquida e certa da defesa de todos os acusados que obtiveram, pelo
menos, quatro votos pela absolvição. Mesmo sabendo que será derrotado no
plenário nessa questão, Barbosa não hesita em jogar para a platéia e
agradar seu aliados da mídia monopolista de direita.
No fundo, Barbosa e Gurgel tremem de medo de que um reexame sério do
processo os leve à desmoralização pública. Num outro julgamento pode não
bastar a cumplicidade canina do PIG. E se vier à tona a farta
documentação provando que todo o dinheiro que eles dizem ter sido
desviado foi efetivamente gasto nas campanhas promocionais da bandeira
Visa no Brasil ?
Vai que fique claro que alguns condenados por corrupção ativa não
poderiam ser alcançados pelo aumento de pena previsto na nova lei, já
que são acusados de terem cometido esse tipo de crime em período
anterior à mudança da legislação. E se forem levadas em conta as mais de
600 testemunhas que nunca ouviram falar de compra de votos no Congresso
Nacional ?
É possível ainda que as perícias do Banco do Brasil atestando não haver
quaisquer irregularidades na gestão do Fundo Visanet sejam finalmente
enxergadas pelos ministros. Quem sabe também vossas excelências togadas
se rendam ao caráter legal dos empréstimos concedidos ao PT, conforme
atesta a Polícia Federal. A aprovação das contas do PT pelo Tribunal
Superior Eleitoral, exatamente nos anos em que o partido é acusado de
falcatruas, de repente pode ter o valor de prova que merece.
É disso tudo que a dupla tem medo. Daí a pressa em virar a página do
julgamento. Em encarcerar condenados, atropelando prazos, regimentos e
direito a recursos. Quem não se lembra da manobra vil do
procurador-geral, que, às vésperas do Natal, esperou o STF sair de
recesso para pedir a prisão dos réus, contanto com uma decisão
monocrática favorável de Barbosa. De tão absurdo, o pedido acabou negado
pelo relator ?
Mas a verdade vem aí. Mais cedo ou mais tarde. Como diz o deputado
Genoíno, para os marxistas, a verdade é revolucionária, e para os não
marxistas, ela é libertadora.
*ajusticeiradeesquerda
Médicos cubanos no Brasil?
Do Blog do Miro -
Por Frei Betto, no sítio da Adital:
O Conselho Federal de Medicina (CFM) está indignado frente ao anúncio da
presidente Dilma de que o governo trará 6.000 médicos de Cuba, e outros
tantos de Portugal e Espanha, para atuarem em municípios carentes de
profissionais da saúde. Por que aqui a grita se restringe aos médicos
cubanos? Detalhe: 40% dos médicos do Reino Unido são estrangeiros.
Também em Portugal e Espanha há, como em qualquer
país, médicos de nível técnico sofrível. A Espanha dispõe do 7º melhor
sistema de saúde do mundo, e Portugal, o 12º. Em terras lusitanas, 10%
dos médicos são estrangeiros, inclusive cubanos, importados desde 2009.
Submetidos a exames, a maioria obteve aprovação, o que levou o governo
português a renovar a parceria em 2012.
Ninguém é contra o CFM submeter médicos cubanos a exames (Revalida), como deve ocorrer com os brasileiros, muitos formados por faculdades particulares que funcionam como verdadeiras máquinas de caça-níqueis.
O CFM reclama da suposta validação automática dos diplomas dos médicos cubanos. Em nenhum momento isso foi defendido pelo governo. O ministro Padilha, da Saúde, deixou claro que pretende seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissionais.
A opinião do CFM importa menos que a dos habitantes do interior e das periferias de nosso país que tanto necessitam de cuidados médicos. Estudos do próprio CFM, em parceria com o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, sobre a "demografia médica no Brasil”, demonstram que, em 2011, o Brasil dispunha de 1,8 médico para cada 1.000 habitantes.
Temos de esperar até 2021 para que o índice chegue a 2,5/1.000. Segundo projeções, só em 2050 teremos 4,3/1.000. Hoje, Cuba dispõe de 6,4 médicos por cada 1.000 habitantes. Em 2005, a Argentina contava com mais de 3/1.000, índice que o Brasil só alcançará em 2031.
Dos 372 mil médicos registrados no Brasil em 2011, 209 mil se concentravam nas regiões Sul e Sudeste, e pouco mais de 15 mil na região Norte.
O governo federal se empenha em melhorar essa distribuição de profissionais da saúde através do Provab (Programa de Valorização do Profissional de Atenção Básica), oferecendo salário inicial de R$ 8 mil e pontos de progressão na carreira, para incentivá-los a prestar serviços de atenção primária à população de 1.407 municípios brasileiros. Mais de 4 mil médicos já aderiram.
O senador Cristovam Buarque propõe que médicos formados em universidades públicas, pagas com o seu, o meu, o nosso dinheiro, trabalhem dois anos em áreas carentes para que seus registros profissionais sejam reconhecidos.
Se a medicina cubana é de má qualidade, como se explica a saúde daquela população apresentar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), índices bem melhores que os do Brasil e comparáveis aos dos EUA?
O Brasil, antes de reclamar de medidas que beneficiam a população mais pobre, deveria se olhar no espelho. No ranking da OMS (dados de 2011), o melhor sistema de saúde do mundo é o da França. Os EUA ocupam o 37º lugar. Cuba, o 39º. O Brasil, o 125º lugar!
Se não chegam médicos cubanos, o que dizer à população desassistida de nossas periferias e do interior? Que suporte as dores? Que morra de enfermidades facilmente tratáveis? Que peça a Deus o milagre da cura?
Cuba, especialista em medicina preventiva, exporta médicos para 70 países. Graças a essa solidariedade, a população do Haiti teve amenizado o sofrimento causado pelo terremoto de 2010. Enquanto o Brasil enviou tropas, Cuba remeteu médicos treinados para atuar em condições precárias e situações de emergência.
Médico cubano não virá para o Brasil para emitir laudos de ressonância magnética ou atuar em medicina nuclear. Virá tratar de verminose e malária, diarreia e desidratação, reduzindo as mortalidades infantil e materna, aplicando vacinas, ensinando medidas preventivas, como cuidados de higiene.
O prestigioso New England Journal of Medicine, na edição de 24 de janeiro deste ano, elogiou a medicina cubana, que alcança as maiores taxas de vacinação do mundo, "porque o sistema não foi projetado para a escolha do consumidor ou iniciativas individuais”. Em outras palavras, não é o mercado que manda, é o direito do cidadão.
Por que o CFM nunca reclamou do excelente serviço prestado no Brasil pela Pastoral da Criança, embora ela disponha de poucos recursos e improvise a formação de mães que atendem à infância? A resposta é simples: é bom para uma medicina cada vez mais mercantilizada, voltada mais ao lucro que à saúde, contar com o trabalho altruísta da Pastoral da Criança. O temor é encarar a competência de médicos estrangeiros.
Quem dera que, um dia, o Brasil possa expor em suas cidades este outdoor que vi nas ruas de Havana: "A cada ano, 80 mil crianças do mundo morrem de doenças facilmente tratáveis. Nenhuma delas é cubana”.
Ninguém é contra o CFM submeter médicos cubanos a exames (Revalida), como deve ocorrer com os brasileiros, muitos formados por faculdades particulares que funcionam como verdadeiras máquinas de caça-níqueis.
O CFM reclama da suposta validação automática dos diplomas dos médicos cubanos. Em nenhum momento isso foi defendido pelo governo. O ministro Padilha, da Saúde, deixou claro que pretende seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissionais.
A opinião do CFM importa menos que a dos habitantes do interior e das periferias de nosso país que tanto necessitam de cuidados médicos. Estudos do próprio CFM, em parceria com o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, sobre a "demografia médica no Brasil”, demonstram que, em 2011, o Brasil dispunha de 1,8 médico para cada 1.000 habitantes.
Temos de esperar até 2021 para que o índice chegue a 2,5/1.000. Segundo projeções, só em 2050 teremos 4,3/1.000. Hoje, Cuba dispõe de 6,4 médicos por cada 1.000 habitantes. Em 2005, a Argentina contava com mais de 3/1.000, índice que o Brasil só alcançará em 2031.
Dos 372 mil médicos registrados no Brasil em 2011, 209 mil se concentravam nas regiões Sul e Sudeste, e pouco mais de 15 mil na região Norte.
O governo federal se empenha em melhorar essa distribuição de profissionais da saúde através do Provab (Programa de Valorização do Profissional de Atenção Básica), oferecendo salário inicial de R$ 8 mil e pontos de progressão na carreira, para incentivá-los a prestar serviços de atenção primária à população de 1.407 municípios brasileiros. Mais de 4 mil médicos já aderiram.
O senador Cristovam Buarque propõe que médicos formados em universidades públicas, pagas com o seu, o meu, o nosso dinheiro, trabalhem dois anos em áreas carentes para que seus registros profissionais sejam reconhecidos.
Se a medicina cubana é de má qualidade, como se explica a saúde daquela população apresentar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), índices bem melhores que os do Brasil e comparáveis aos dos EUA?
O Brasil, antes de reclamar de medidas que beneficiam a população mais pobre, deveria se olhar no espelho. No ranking da OMS (dados de 2011), o melhor sistema de saúde do mundo é o da França. Os EUA ocupam o 37º lugar. Cuba, o 39º. O Brasil, o 125º lugar!
Se não chegam médicos cubanos, o que dizer à população desassistida de nossas periferias e do interior? Que suporte as dores? Que morra de enfermidades facilmente tratáveis? Que peça a Deus o milagre da cura?
Cuba, especialista em medicina preventiva, exporta médicos para 70 países. Graças a essa solidariedade, a população do Haiti teve amenizado o sofrimento causado pelo terremoto de 2010. Enquanto o Brasil enviou tropas, Cuba remeteu médicos treinados para atuar em condições precárias e situações de emergência.
Médico cubano não virá para o Brasil para emitir laudos de ressonância magnética ou atuar em medicina nuclear. Virá tratar de verminose e malária, diarreia e desidratação, reduzindo as mortalidades infantil e materna, aplicando vacinas, ensinando medidas preventivas, como cuidados de higiene.
O prestigioso New England Journal of Medicine, na edição de 24 de janeiro deste ano, elogiou a medicina cubana, que alcança as maiores taxas de vacinação do mundo, "porque o sistema não foi projetado para a escolha do consumidor ou iniciativas individuais”. Em outras palavras, não é o mercado que manda, é o direito do cidadão.
Por que o CFM nunca reclamou do excelente serviço prestado no Brasil pela Pastoral da Criança, embora ela disponha de poucos recursos e improvise a formação de mães que atendem à infância? A resposta é simples: é bom para uma medicina cada vez mais mercantilizada, voltada mais ao lucro que à saúde, contar com o trabalho altruísta da Pastoral da Criança. O temor é encarar a competência de médicos estrangeiros.
Quem dera que, um dia, o Brasil possa expor em suas cidades este outdoor que vi nas ruas de Havana: "A cada ano, 80 mil crianças do mundo morrem de doenças facilmente tratáveis. Nenhuma delas é cubana”.
*Saraiva
TURBINA EÓLICA DE EIXO VERTICAL É CAPAZ DE APROVEITAR ATÉ DEZ VEZES MAIS A ENERGIA DOS VENTOS
Do Ciclo VivoBrasileiro cria turbina eólica de eixo vertical altamente eficiente
O inventor brasileiro Antonio Bossolan é o responsável pela criação da “Turbina eólica de eixo vertical”, que é capaz de aproveitar até dez vezes mais a energia dos ventos que passam por ela. A inspiração surgiu pela necessidade de tornar os sistemas eólicos mais eficientes.*Educaçãopolitica
De acordo com Bossolan, as turbinas eólicas convencionais desperdiçam muita energia. Estas turbinas são capazes de captar a força dos ventos que correm apenas entre as pás, sendo que toda a parte da base, que também é ventilada, não retém a energia que passa por ela.
O modelo idealizado pelo brasileiro possui um grande número de pás móveis, instaladas por quase toda a sua estrutura e que se posicionam sempre com a face no sentido vertical na direção dos ventos e horizontal no sentido contrário dos ventos.
Os conjuntos de quatro pás, em formato de cruz, podem ser empilhadas, ficando com a aparência de uma árvore, e tendo a finalidade de ocupar toda a base para, desta forma, captar ainda mais a energia dos ventos. Quanto maior as proporções da turbina, bem como o número de conjuntos de pás empilhadas, maior será o aproveitamento da energia eólica.
Antonio Bossolan, já possui patente nacional e internacional, mas ainda está em busca de parceiros e investidores para transformar o conceito em uma estrutura real. (Texto original)
Para chefe de Estado uruguaio, "pobre é quem precisa muito para viver"
Mujica rejeita título de “presidente mais pobre do mundo”
Para chefe de Estado uruguaio, "pobre é quem precisa muito para viver"
O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou em entrevista concedida nesta sexta-feira (17/05) à rede estatal chinesa Xinhua que não concorda com o título que lhe foi atribuído pela imprensa internacional de “presidente mais pobre do mundo”, em razão de seu estilo de vida simples. Segundo ele, esse título é incorreto porque “pobres são aqueles que precisam de muito para viver”. Segundo ele, sua vida austera tem como objetivo “manter-se livre”.
“Eu não sou pobre. Pobre são aqueles que precisam de muito para viver, esses são os verdadeiros pobres, eu tenho o suficiente”, afirmou.
"Sou austero, sóbrio, carrego poucas coisas comigo, porque para viver não preciso muito mais do que tenho. Luto pela liberdade e liberdade é ter tempo para fazer o que se gosta”, disse o presidente. Ele considera que o indivíduo não é livre quando trabalha, porque está submetido à lei da necessidade. "Deve-se trabalhar muito, mas não me venham com essa história de que a vida é só isso".
Agência Efe (16/05) Presidente uruguaio recebe jornalistas em sua propriedade rural nos arredores de Montevidéu
Assim como já fez com outros correspondentes internacionais, Mujica recebeu a equipe de reportagem chinesa em sua modesta propriedade rural em Rincón del Cierro, nos arredores de Montevidéu, ao lado dos cães e galinhas que cria e alimenta todos os dias.
Aos 77 anos, Mujica doa 90 % de seu salário de 260.000 pesos uruguaios (quase 28 mil reais) a instituições de caridade. Não possui cartão de crédito nem conta bancária. Sua lista de bens em 2012 inclui um terreno de sua propriedade e dois com os quais conta com 50% de participação, todos na mesma área rural – diz ter alma de camponês, e se orgulha de sua plantação de acelgas, e já pensa em voltar a cultivar flores.
Possui dois velhos automóveis dos anos 1980 (entre eles um Fusca com o qual vai ao trabalho) e três tratores.
Leia mais
Segundo o presidente uruguaio, essa opção de vida foi gestada durante os anos em que viveu preso sob duras condições (1972-1985) em razão de sua atividade como guerrilheiro como membro do MLN-T (Movimento de Libertação Nacional - Tupamaru), movimento que lutou contra a ditadura militar.
"Por que cheguei a esse ponto? Porque vivi muitos anos em que, quando recebia um colchão à noite para dormir já me dava por contente. Foi quando passei a valorizar as coisas de maneira diferente”, disse ele sobre seus tempos de cárcere, quando disse ter passado a conversar com rãs e formigas para “não enlouquecer”.
Ele afirmou duvidar que a próxima eleição presidencial, marcada para 2014, vá atrapalhar sua gestão, e se diz animado com um projeto pessoal para quando deixar o Executivo, em março de 2015: "Quando terminar esse trampo (changa em espanhol, referindo-se à Presidência) que tenho agora, vou me dedicar a fazer uma escola de trabalhos rurais nesta região”.
"O governo funcionará até o último dia, mas já adianto que após as eleições os governos uruguaios costumam tomar medidas de impacto”, quando espera avançar medidas de infraestrutura sobre portos em águas profundas e a renovação da rede ferroviária, além da lei de regulação da mídia.
Quando perguntado se após deixar o governo ele tentará acumular fortuna, ele disse: “Depois terei de gastar tempo para cuidar do dinheiro e muito mais tempo da minha vida para ver se estou perdendo ou ganhando. Não, isso não é vida”, enfatizou.
*Alice
Assinar:
Postagens (Atom)