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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 23, 2013

PEC 99/2011: muito pior do que Feliciano





O título acima tomo emprestado do amigo Danilo Nikolaídis, que publicou em seu mural no Facebook um alerta sobre a perigosíssima Proposta de Emenda à Constituição (PEC 99/2011) que aumenta o poder das igrejas.

A PEC dá às igrejas o direito de questionar no Supremo Tribunal Federal (STF) a legalidade de qualquer lei em vigência no País, inclusive e sobretudo aquelas que garantem direitos de setores que as igrejas consideram “ameças” à família e aos seus demais dogmas, como as mulheres, os homossexuais e todos aqueles que defendem o Estado laico.

A PEC teve a sua admissibilidade – isto é, foi considerada passível de ser matéria constitucional – aprovada ontem (27/3) na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. Como toda PEC, agora será criada uma comissão especial para debater o mérito da proposta em, no mínimo, dez sessões, antes de ir a voto em plenário e seguir para o Senado, onde passará por processo semelhante.

Para a comissão ser instalada e começar a trabalhar, é preciso que os partidos indiquem seus nomes para compor o órgão. A maioria das PECs não avança na tramitação justamente nesse ponto. Os partidos não indicam os seus nomes para que a comissão especial não seja criada. E a fila de PECs é gigantesca – não tenho o dado exato, mas, se não estou equivocado, passa da centena a quantidade de PECs à espera da sua comissão especial.

O caput da proposta do deputado tucano evangélico João Campos (PSDB-GO) trata da “capacidade postulatória das Associações Religiosas para propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a Constituição Federal”.

Na prática, a PEC 99/2011 acrescenta ao artigo 103 da Constituição as “associações religiosas de âmbito nacional” como entidades que podem “ propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade”, que hoje é uma competência exclusiva de:

I – o Presidente da República;

II – a Mesa do Senado Federal;

III – a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

VI – o Procurador-Geral da República;

VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;

IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Ora, TODAS essas entidades listadas no artigo 103 possuem caráter REPRESENTATIVO – representam a população, independentemente de cor, credo, classe social etc. – e/ou estão vinculadas DIRETAMENTE ao processo de elaboração de leis e atos normativos da Nação.

Com que direito uma igreja pretende se arvorar da atribuição de elaborar leis ou representar politicamente a população?

Segundo o deputado João Campos, na justificativa da sua proposta:

“Após bom debate, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional deliberou por apresentar proposta de Emenda à Constituição (…)”.

O movimento evangélico cresce no Brasil, portanto, associado ao sentimento de liberdade cívica que vem à luz com a República, onde a Constituição como norma fundamental assume grande significado político, tronando-se, sobretudo, instrumento de garantia individual e de limitação do poder do Estado, e como tal, passa a iluminar o sistema jurídico nacional. Neste contexto, não há como não se reconhecer o mérito dos Evangélicos brasileiros em coadjuvar na consolidação de princípios no cerne da Constituição, como garantidores da liberdade de culto e de religião.

(…)

Com este paradigma, considerando que os agentes estatais no exercício de suas funções públicas, muitas vezes se arvoram em legislar ou expedir normas sobre assuntos que interferem direta ou indiretamente no sistema de liberdade religiosa ou de culto nucleado na Constituição, faz-se necessário garantir a todas as Associações Religiosas de caráter nacional o direito subjetivo de promoverem ações para o controle de constitucionalidade de leis ou atos normativos, na defesa racional e tolerante dos direitos primordiais conferidos a todos os cidadãos indistintamente e coletivamente aos membros de um determinado segmento religioso, observados o caráter nacional de sua estrutura.”

Para o tucano, não basta termos partidos confessionais, claramente vinculados a denominações religiosas específicas e organizados politicamente para defender os seus preceitos fundamentalistas. É preciso mais do que isso. É necessário dar o direito às igrejas de questionarem na Corte Suprema a legislação elaborada pelo poder público.

Precisamos ficar atentos. Se a aprovação da admissibilidade da PEC já é uma derrota, pois não tem qualquer sentido a Constituição ser contaminada pelos dogmas religiosos, por outro lado, nada sugere que a proposta será votada ainda nesta legislatura. E aí é fundamental ter em vista as eleições de 2014, de modo que possamos ter um Congresso menos fundamentalista do que o atual.

Assim como será fundamental a mobilização para influenciar a comissão especial, caso ela venha a ser criada.

Dar esse poder às entidades religiosas é muito pior do que 50 Felicianos no Congresso.

Leia mais em: http://brasiliamaranhao.wordpress.com/
CN
*ATEA

Brasil teve o maior partido nazista fora da Alemanha

Estima-se que existiram 2,9 mil filiados ao partido em 17 estados brasileiros, inclusive o Paraná

| Pollianna Milan
Apesar de o Brasil não ter aderido ao nazismo – e lutar contra ele junto aos aliados na Segunda Grande Guerra –, um grupo de alemães que morava no país cultivou as ideologias propostas por Adolf Hitler. Essas pessoas ajudaram, inclusive, a colocar o Füher no poder em 1933.

Arquivo do Estado de São Paulo.
Arquivo do Estado de São Paulo. / <b>Crianças saudaram o Füher - </b>Dentre as organizações vinculadas ao Partido Nazista Brasileiro, uma delas era a Juventude Hitlerista. “O discurso de Hitler era o de investir em crianças e jovens, porque, dizia ele, os velhos estavam gastos”, afirma a historiadora Ana Maria Dietrich. As crianças alemãs que viviam no Brasil cantavam hinos nazistas, celebravam o aniversário de Hitler e faziam saudações a ele.  O Füher pediu a introdução da disciplina de eugenia nas escolas. As crianças aprendiam, entre outras coisas, que não podiam se miscigenar. Os professores das escolas alemãs do Brasil foram orientados a ensinar às crianças segundo os ideários do 3º Reich. Na foto, crianças alemãs da cidade de Presidente Bernardes (SP) fazem a saudação a Hitler, na década de 1930 Ampliar imagem
Crianças saudaram o Füher - Dentre as organizações vinculadas ao Partido Nazista Brasileiro, uma delas era a Juventude Hitlerista. “O discurso de Hitler era o de investir em crianças e jovens, porque, dizia ele, os velhos estavam gastos”, afirma a historiadora Ana Maria Dietrich. As crianças alemãs que viviam no Brasil cantavam hinos nazistas, celebravam o aniversário de Hitler e faziam saudações a ele. O Füher pediu a introdução da disciplina de eugenia nas escolas. As crianças aprendiam, entre outras coisas, que não podiam se miscigenar. Os professores das escolas alemãs do Brasil foram orientados a ensinar às crianças segundo os ideários do 3º Reich. Na foto, crianças alemãs da cidade de Presidente Bernardes (SP) fazem a saudação a Hitler, na década de 1930
Especulações
Amazônia seria alvo de alemães
Existem diversas especulações de que os nazistas pretendiam criar uma área alemã no Brasil, mas historiadores descartam a hipótese porque esta intenção política nunca foi documentada. Na verdade, segundo historiadores, isso não passa de confusão.
Primeiro porque existiu uma expedição de alemães, patrocinada por nazistas, de 1935 a 1937, à Amazônia. “Na verdade, estas expedições de reconhecimento de território eram comuns à época. A questão é que um dos integrantes morreu durante o caminho e o enterram lá com uma cruz que existe até hoje”, afirma a historiadora Ana Maria Dietrich. A cruz, que tem uma suástica, é explorada como atração turística no Amapá.
O historiador Rafael Athaides lembra que a ideia de que os nazistas “agiam sorrateiramente para conquistar o Sul do Brasil é uma falácia veiculada pela mídia durante a Segunda Guerra Mundial.”
“Esse mito de ‘perigo alemão’ serviu durante o Estado Novo (1937–1945) por dois motivos”, diz Athaides. Um deles, o projeto nacionalista varguista, que via nos alemães uma ameaça nacional; outra, a aproximação do Brasil com os Estados Unidos durante a Segunda Guerra, que resultou em benefícios econômicos ao país, mas criou a necessidade de rompimento com a Alemanha.
Atualidade
Outra confusão que costuma acontecer é associar as ações dos neonazistas (de hoje) com a comunidade alemã e o nazismo histórico. Athaides acredita que é pouco provável que exista qualquer ligação. “Basta fazermos um levantamento do perfil dos indivíduos presos por atividades neonazistas. Nenhum deles é descendente dos nazistas históricos”, diz, antes de completar em seguida. “Os neonazis são, em geral, jovens, desprovidos de referencial identitário e que manipulam os signos do nazismo no mundo.” (PM)
Calcula-se que chegaram a 2,9 mil os filiados ao Partido Nazista Brasileiro. Mesmo se tratando de um partido, ele não almejava nem concorrer a eleições nacionais, nem ser registrado na Justiça Eleitoral do Brasil. Por este motivo, o presidente Getúlio Vargas e os governadores locais não se importaram com sua fundação, pelo contrário, eram simpatizantes, até mesmo participaram de festividades nazistas. O partido existiu em 83 países, mas, no exterior, foi justamente no Brasil onde teve mais repercussão. “Sua expressividade foi maior, inclusive, do que em países como a Áustria e a Polônia, que estavam sob a tutela do 3.º Reich”, afirma a pro­­fessora de História da Universidade Federal do ABC Ana Maria Dietrich.
Fundação
Um documento mostra que foi em Santa Catarina, na cidade de Timbó, em 1928, que o partido foi fundado no país. O estado, porém, teve um número menor de filiados (528) do que São Paulo (785). No Paraná, o partido foi o quinto maior (com metade dos filiados em Curitiba). Segundo o Censo da época, havia 12 mil alemães natos no estado, dos quais menos de 2% eram filiados. “Os nazistas do Paraná, do ponto de vista institucional, não se reportavam diretamente à Alemanha. Acima estava o Landesgruppe (com sede em São Paulo) e este, por sua vez, se reportava à Auslandsorganisation (Organização do Partido Nazista para o Exterior), em Berlim”, explica o historiador Rafael Athaides, que acaba de lançar o livro O partido nazista no Paraná (Editora UEM, R$ 50 com frete).
Comunidade alemã
A explicação para o partido nazista ter sido bem sucedido por aqui está diretamente relacionada com a extensa comunidade alemã do Brasil – eram cerca de 230 mil – que migraram, sobretudo para São Paulo, na década de 1920, quando a Alemanha de Weimar estava em crise e havia a busca por melhora na vida econômica.
Assim como na Alemanha, o partido nazista brasileiro pregava a superioridade de certas raças, combatia o comunismo, fomentava o repatriamento de alemães (muitos retornaram, após receber um financiamento) e, graças ao partido, os alemães daqui também puderam votar em Hitler para assumir o poder na Alemanha em 1933. “O Füher também financiou atividades nazistas nas empresas alemãs instaladas no país”, conta Ana.
No Paraná, segundo Athai­­des, a atuação do partido foi barulhenta. “Se fez sentir, sobretudo, nos indivíduos da comunidade germânica do estado. Os nazistas se sentiam no direito de se portar como administradores das entidades germânicas locais ”, afirma. É claro que, para fazer parte do partido, era preciso ser alemão de nascimento (os descendentes não eram bem-vindos). Os partidários, de certa forma, também sabiam que o nazismo não era apenas uma reviravolta na economia alemã – que cresceu e quase zerou o desemprego –, mas, acima de tudo, era violento e exterminador.
* * * *
Interatividade:
Você conhece algo sobre a atividade à época do Partido Nazista no Brasil?
 leitor@gazetadopovo.com.br

FHC é contra 100% dos royalties para a educação
Em pronunciamento na noite dessa sexta feira (21), a presidente Dilma falou sobre a importância da destinação de 100% dos recursos do petróleo para a educação "Confio que o Congresso Nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os royalties do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação"

Mas, será que os deputados do PSDB votarão a favor do Brasil?. Se depender de uma orientação do ex presidente Fernando Henrique Cardoso, não. No ano passado FHC declarou ser contra 100% dos royalties para a educação

“Acho que educação não se resolve só com dinheiro, mas dinheiro é necessário. Não diria para dar tudo para a educação, mas uma parte importante”, disse ele em 2012

Também em 2012, O Governo Federal foi derrotado pelo placar de 286 contra 124 votos, na votação do projeto de lei do Senado que definia uma nova fórmula na partilha dos royaties do petróleo. Pela proposta, toda arrecadação seria destinada a investimentos em educação.

De autoria do Executivo, a proposta tramita em regime de urgência constitucional e está trancando a pauta de votações ordinárias da Câmara. Pelo texto, todos os recursos dos royalties e da participação especial referentes aos contratos firmados a partir de 3 de dezembro do ano passado, sob os regimes de concessão e de partilha de produção de petróleo, destinam-se exclusivamente à educação.

Com os recursos extras, seria possível aumentar os investimentos públicos em educação. Atualmente, o Brasil investe 5,3% do PIB na área, considerando os recursos investidos nas redes e instituições públicas – o chamado investimento público direto. O projeto de lei que cria o novo Plano Nacional de Educação (PNE),também em tramitação no Congresso Nacional, inclui uma meta para ampliar esse percentual de investimento em educação para 10% do PIB no prazo de dez anos. A meta foi aprovada pela Câmara e agora tramita no Senado.
*Ajusticeiradeesquerda

AS MASSAS E AS RUAS

(JB)-A máscara de Guy Fawkes, o conspirador católico inglês que queria atear fogo ao Parlamento, no início do século 17, tem sido usada, por equívoco, pelos manifestantes de nossos dias. Embora hoje símbolo do grupo Anonymous e tendo aparecido como ponto comum em manifestações em todo o mundo, o malogrado rebelde, que, semienforcado e, ainda consciente, teve sua genitália cortada antes de ser eventrado e  suas vísceras fervidas, para então ser esquartejado, sabia o que desejava. Sob a influência dos jesuítas, o complô, de que participava, queria uma Inglaterra católica. Seu mérito pessoal foi o de, sob tortura — que só o rei James I podia, então, autorizar, e autorizou — proteger, até o limite do sofrimento, os seus cúmplices. Instrumento de intrigas internacionais de seu tempo, que envolviam a Espanha e a Áustria — países católicos — e se valiam de dissidentes ingleses,  Fawkes é objeto de chacota em 5 de novembro de cada ano, quando se celebra a sua desdita em pequeno Carnaval nas ruas de Londres. Os vencedores escrevem a História, e a Inglaterra é, em sua esmagadora maioria, protestante até hoje.

E os que, agora, se manifestam no mundo inteiro? O que pretendem? Aparentemente, se revoltam contra o sistema econômico neoliberal, a corrupção e a inépcia dos governantes, que se refletem na desigualdade social. É também dessa forma que se identificam os manifestantes norte-americanos: a rebelião dos 99% espoliados, contra 1%, que são os espoliadores.

A maioria se revolta contra o sistema econômico neoliberal, a corrupção e a inépcia dos governantes
Há uma razão de fundo nessa identificação, uma vez que o homem, sendo produtor e consumidor de bens, é um ser econômico. Mas seria reduzir as dimensões do problema examiná-lo apenas a partir dos números, relativos ou absolutos. O homem pode ser, como diziam os gregos, a medida de todas as coisas, mas não pode ser medido por nenhuma coisa.

Como ser histórico, é o criador de si mesmo. É, no jogo dialético com a natureza, que ele se fez e se faz. A sua melhor definição é a de Aristóteles: é um animal político. Foi político antes mesmo que houvesse a polis: boas ou más, as regras do convívio, exigidas pela necessidade da sobrevivência, já eram políticas — antes dessa definição pelo léxico grego.

Em razão disso, todos os livros da Antiguidade, neles incluídos os sagrados, são, no fundo, manuais políticos. Tudo é política e, acima de tudo, é política a presumida negação da política.

Nos atualíssimos dias o confronto é nítido entre o capital financeiro,  que pretende controlar tudo — mediante as autoridades governamentais, que escolhem com o financiamento das eleições — e os cidadãos. Autoridade e cidadão, mesmo nos regimes democráticos mais evoluídos, são categorias que se contrastam. Os eleitores nomeiam as autoridades, mas o mandato não é, nem pode ser, imperativo. Imperativas são as circunstâncias que separam o sentimento do eleitor, no momento do voto, do comportamento de seu mandatário, quando no Poder Legislativo e no Poder Executivo.

O carisma de alguns governantes ameniza essa discórdia, justificando o governante diante de seus prosélitos, em nome, valha a recorrência, do peso ou da ditadura das circunstâncias.

Não há dúvida de que passamos por um tempo de desalentadora mediocridade no governo dos estados nacionais. O carisma de alguns líderes — e este é o caso, entre outros, do presidente Barack Obama — tem prazo de validade, como certos alimentos industriais. Em alguns meses, como estamos vendo no caso de Hollande, na França, o entusiasmo fenece — e é substituído, num primeiro momento, pela decepção.

Nos sistemas presidencialistas puros, e onde há o instituto da reeleição, o segundo mandato não tem a solidez do primeiro. Se o governante não for extremamente hábil, corre o risco de se transformar em um lame duck, um pato claudicante sobre os charcos escorregadios.

A renúncia dos eleitos em assumir sua plena responsabilidade de garantir o bem-estar  e a independência das sociedades nacionais abriram caminho para que o neoliberalismo corroesse, até os alicerces, a autonomia dos dirigentes políticos. O início da curva histórica ocorreu  a partir do conluio estabelecido, nos anos 80, entre Reagan, Thatcher e Wojtila, com a cooptação de Gorbatchev — hoje conhecido em seus detalhes,  constrangedores.

Os legisladores e governantes foram transmudados em simples marionetes dos donos do capital, que dominam o mundo. Esses têm, em suas mãos, os maiores bancos, e, mediante eles, ou diretamente, as maiores empresas transnacionais do mundo. Os bancos e essas corporações controlam todos os recursos naturais e ditam os rumos da economia mundial.

Os legisladores e governantes foram transmudados em simples marionetes dos donos do capital Seu domínio vai ao ponto de provocar a  fome de alguns povos, por meio do controle dos alimentos — da produção dos fertilizantes, do uso da água, da fixação dos preços, pelo mercado de futuros, a estocagem e a especulação — dos cultivos até a prateleira dos supermercados. Isso sem falar nos minerais, do ferro ao nióbio, do urânio a terras raras.

As manifestações revelam a inadaptação da vida humana aos módulos impostos pela sociedade de produção e consumo, agravadas pela crise histórica da contemporaneidade. Elas pedem e anunciam uma nova forma de convívio — mas qual?


Estamos diante de uma nova fase da rebelião das massas, já examinadas com precisão por Ortega y Gasset, e Elias  Canneti, em “Masse und Macht”,  e hoje mobilizáveis em instantes pelos meios eletrônicos que pretendem controlá-las.

REDE GOLPE - CADA VEZ MAIS ATOLADA COM O TUCANATO...



Agora é oficial Rede Golpe assume o papel de porta-voz de Aécio Neves 
No Jornal Nacional do sábado uma cena inusitada: Willian Bonner narrando o teor de uma nota insossa escrita pelo presidente do PSDB, Aécio Neves, a respeito do pronunciamento de Dilma. 
Citou também outra nota do presidente do DEMos, José Agripino. 
Ora, TV é imagem. 
Só seria importante levar ao ar, se os dois demotucanos tivessem falado em entrevista. 
Uma nota pró-forma, sem nada de impacto, não tem valor jornalístico para justificar ser divulgada pelo apresentador do telejornal. 
Assim, Bonner vira porta-voz de Aécio Neves (e de José Agripino). 
A ausência de Aécio querer mostrar a cara, mostra duas coisas: 
 1) Ele está se abstendo de mostrar liderança. Está com medo de aparecer e ser identificado com a rejeição popular das últimas manifestações às oligarquias políticas. Quer ser esquecido por estes dias. Vai que ele mostra a cara na TV e vira "muso" do bafômetro numa destas passeatas? Melhor mandar o fiel escudeiro Bonner ler uma notinha. 

 2) O discurso de Dilma acertou no alvo. 

Se Aécio aparecesse na TV, teria que referendar a presidenta, pois criticá-la fora de uma nota escrita, passaria a imagem que estaria contra o que ela propôs e que foi de encontro aos anseios populares. 
Balanço final: Dilma cresceu como liderança. 
Aécio encolheu. 
Por: Zé Augusto 
do BLOG DO SARAIVA

As consequências da micareta do Movimento Passe Livre: Folha e Estadão de domingo jogando gasolina na fogueira, FHC no "Canal Livre" de amanhã e José Serra no "Roda Viva" na segunda. O golpe contra Dilma está só no começo


por Paulo Jonas de Lima Piva

No mundo real da política só belas intenções e ideais puros não bastam: é preciso saber usá-los, efetivá-los com inteligência. Não foi o que fez o Movimento Passe Livre com a sua micareta que gerou o caos e fez a alegria e a festa da pior direita. O golpe contra Dilma que o braço esquerdo da direita golpista (PSTU, PSOL, etc) desencadeou está mais do que explícito nas manchetes e chamadas da máfia midiática.

Quem for ler o Estadão e a Folha de São Paulo amanhã só verá lenha na fogueira. Amanhã ainda, na TV Bandeirantes, o canal do agronegócio e da redução na maioridade penal, no programa "Canal Livre", FHC será entrevistado como o sábio conhecedor e salvador da pátria. Na segunda-feira, do fundo da tumba, será a vez de José Serra no "Roda Viva".

Com essa esquerda neopentecostal e burra, quem precisa de direita?
"O ovo da serpente tem ares “doce e família”


Eu acuso: os ovos da serpente!
No meio da grande mobilização de massas um vírus, que precisa ser denunciado publicamente, apareceu no meio do caminho, como o ovo da serpente de Bergman

Sérgio José Custódio* - Brasil de Fato

O MPL, por conta de sua pluralidade, da justeza da causa, de seu compromisso com a transformação social no Brasil, sua ousadia e coragem, tem o apoio dos movimentos sociais brasileiros, da população no geral.
Vale um brinde ao MPL pela histórica vitória da redução das tarifas (“Não são só 20 centavos!”) de trens, metrôs e ônibus em muitas cidades no Brasil.
Na humildade, cabe registrar, muitos cidadãos e cidadãs, deram a cara à tapa por essa causa e foram as ruas atrás desta conquista. Porém, não nos entorpeçamos e como num embalo midiático do tipo “Pra Frente Brasil”, típico da ditadura militar, não fiquemos reféns e cegos frente a um fato alarmante, que passo a acusar.
No meio da grande mobilização de massas um vírus, que precisa ser denunciado publicamente, apareceu no meio do caminho, como o ovo da serpente de Bergman.
Se, dias desses, ao menos 77 jovens noruegueses reunidos num encontro foram mortos por um homem armado movido por ódio ao multiculturalismo na Europa e ao marxismo, uma face visível do mesmo ódio apareceu nas ruas do Brasil, fato mobilizado por forças sociais vivas e organizadas. Eu acuso: são fascistas e golpistas contra o governo do Brasil.
O MPL, pelo que se sabe, nada tem a ver com isso, bom que se diga.
Vândalos, arruaceiros, baderneiros, dentre outros xingamentos, ao longo de mais de quinhentos anos de reprodução de uma das sociedades mais desiguais do planeta Terra, são epítetos e palavras escolhidas a dedo pelas elites políticas no poder para gerar medo e reprimir com violência a luta dos indígenas que aqui estavam havia cinco mil anos ao menos, de negros e negras trazidos(as) escravizados(as) de África, de pobres camponeses, moradores urbanos de vilas, favelas, quebradas, mangues, morros, subúrbios e baixas periferias Brasil afora. Esse tratamento da questão social aconteceu em Palmares, em Canudos, na Revolta da Vacina, no Contestado, nas lutas contra as ditaduras brasileiras, em Eldorado dos Carajás, nas aldeias do Mato Grosso do Sul.
Os manifestantes pela redução das tarifas não eram vândalos, como não o era a jornalista da Folha de São Paulo atingida no olho por bala de borracha da polícia militar paulista na rua da Consolação, também não era vândalo o fotógrafo da futura press gravemente ferido no olho, nem o era o jornalista da TV Globo que levou um tiro na testa ou o repórter da revista Carta Capital por portar vinagre em uma mochila.
Não eram vândalos nem os policias que trataram o povo nas manifestações como tal. Isso era outra coisa. Eu acuso.
O vírus, o ovo da serpente, emergiu organizado do meio da massa, dos discursos de setores midiáticos, de ações filmadas e gravadas ad infinitum, em tempos de grampos eletrônicos globais.
Eu acuso a existência de espécies de personalidades jurídicas coletivas por trás de rostos sorridentes que emitem opiniões como se fora individuais nas redes sociais. Eu acuso: aí está o fascismo, aí está o golpismo, feito vírus na rede mundial.
Neymar fez bela jogada e golaço contra o México. O hino nacional foi cantado com imenso amor, a bandeira nacional tremulou, a rede mexicana balançou. Mas, a cultura da alegria do povo brasileiro com o futebol está sob uma ameaça. Não se trata só da sacanagem da FIFA, dos estádios erguidos com dinheiro necessário para áreas prioritárias do social, como a saúde e a educação. O futebol visto na copa das confederações nos envergonha enquanto nação, porque a alegria do povo é de repente sequestrada em favor de um formato de arquitetura de destruição, que empurra o povo como mero consumidor de cervejas, cartões de crédito, produtos esportivos etc. para fora dos estádios, virados em novos clubes para as elites locais com ingressos adquiridos a peso de ouro. Ao povo resta a TV ou o telão. A segregação social é nítida. Eu acuso: a FIFA expõe um lado fascista.
Nas ruas do Brasil, o mesmo hino nacional e a bandeira nacional passaram a serem apropriados por setores barulhentos como discurso uniforme a serviço de uma identidade predatória e intolerante com o diferente. Se Hitler fez sucesso manipulando o rádio e o cinema, as novidades tecnológicas da época, ao som do hino alemão, hoje, no Brasil, forças políticas organizadas valem-se das redes sociais para levar às massas o discurso de um neoverdeamarelismo claramente fascista e golpista, abusando da boa fé popular. Isso eu também acuso.
Ao trocarem a crítica necessária e inadiável aos partidos e aos políticos do Brasil, aos sindicatos etc. por uma nítida mobilização de um ódio aos partidos, aos políticos, sindicatos etc., como numa noite onde todos os gatos são pardos, essas forças sociais vivas na sociedade brasileira buscam atingir corações e mentes, ao estilo hitlerista, para criar massas uniformes sob controle unitário. Isso eu vi e acuso.
Ao buscar mobilizar o ódio contra a cor vermelha de bandeiras e camisas de variada gama de movimentos sociais buscam se esconderem covardemente atrás da bandeira do Brasil, como distinção maniqueísta entre o bem e o mal. É a pulsação fascista e golpista em franco curso no Brasil. Isso eu também vi e acuso.
Sem partidos políticos, goste-se ou não, não há democracia. Sem democracia é a ditadura. A pregação contra os partidos estava como dogma nas ruas. Mas, no manual de agitação e propaganda no meio da massa, outro ingrediente comum nos processos de golpe militar no Brasil, particularmente no golpe contra o presidente eleito João Goulart em 1964, também se viu nas ruas do Brasil: a violência artificiosamente articulada e organizada. Eu acuso: isso também se viu em vários lugares do Brasil, como na Avenida Paulista, no dia 20 de junho de 2013, e uma semana antes na Consolação com a Maria Antonia, ambos em São Paulo.
Essa violência teve episódios por dentro da corporação policial, lugar onde não se pode mais hoje descartar a hipótese da presença do vírus fascista e golpista como um ovo de serpente.
Tem outros episódios na criação orquestrada em todo o Brasil de um clima de caos, pânico e destruição das instituições estabelecidas da democracia brasileira atingindo indistintamente variados partidos e níveis de governo. Foram atos organizados. Eu acuso.
Por um lado, o ovo da serpente tem ares “doce e família”, quando sob a máscara da bandeira e do hino do Brasil para ter simpatia das massas e trânsito entre elas. Por outro lado se apresentam violentos, decididos e contumazes no uso da força física, como bons soldados da causa golpista e fascista sob um comando hierárquico definido, com estratégia e tática. Eu acuso: isso está em curso no Brasil.
Assim como Hitler precisou de defuntos famosos para impor sua força pelo medo, aqui, além da morte de um estudante jovem católico em Ribeirão Preto atropelado por um carro, uma gari também morreu vitimada por ataque cardíaco causado por bombas de gás em frente à prefeitura de Belém do Pará. Mas o processo em curso procura por defuntos famosos. Não à toa o Sr. Prefeito de São Paulo e a Sra. Presidente da República foram eleitos como os defuntos pretendidos para alimentar o ódio no Brasil e impulsionar a vitória da causa fascista e golpista. Isso eu acuso.
O ataque espetacular (para gerar espetáculo, ao gosto de Hitler na famosa destruição do parlamento alemão de 1933) ao Itamaraty em 20 de junho de 2013 não deixa dúvidas da intenção covarde contra o povo brasileiro, seus símbolos e valores mais caros, como sua representação no concerto das nações. Isso é prova inconteste que o nacionalismo é usado como mera fachada, porque quem de fato canta o hino e veste a camisa do Brasil não destruiria o Itamaraty. Jamais. Isso eu acuso.
Importa aqui acusar que a cara desse novo fascismo e golpismo não é aquela do homem de bigodinho nem dos militares de caserna de 1964. Se Hitler fez da crise do capitalismo de 1929 o asfalto para sua estrada de poder e horror, agora, a crise financeira mundial de 2008 quer colocar os Estados Nacionais e suas democracias em xeque-mate, para serem capturadas sob o domínio ditatorial de um tecnocrata do mercado financeiro globalizado, como se viu na Grécia falida e na Itália. Pode ser também um engravatado de extrema direita sorridente que se recruta em qualquer canto e se dá a devida maquiagem midiática. Isso eu também acuso.
Frente à crise econômica mundial, ao abaixar os juros no Brasil, Dilma Roussef sofreu a ira das aves de rapina do mercado financeiro globalizado. Eu também acuso. Como o Brasil não é a Islândia, as garras dos capitais sedentos por mercados passariam a buscar colocar o Brasil na parede, com o governo assediado por tenebrosas transações do mercado mundial de capitais, especulação financeira contra a moeda e a economia diuturnamente. Dois casos escabrosos são oferecidos pelos mercados: a saúde como grande mercado para fundos internacionais e a educação como outro grande mercado para marcas internacionais. Uma overdose de fusões, aquisições e intensa concentração de capitais, captação de políticos e formação de oligopólios gigantescos verticalizaram esses setores, como ocorrera com a destruição da cadeia da indústria nacional de alimentos nos anos dourados do neoliberalismo no Brasil dos anos 1990.
Ao atacar com palavras de baixo calão as mulheres feministas da Marcha Mundial de Mulheres, assim como a UNE, UBES, Levante Popular, PSOL, PSTU, PT e Sindicatos de modo generalizado, a avenida paulista e o Brasil assistiram na prática a aplicação da máxima hitlerista: estimule o ódio. Humilhe-os para provocá-los, dizia Hitler sobre os comunistas, judeus, negros, homossexuais, ciganos, eslavos, chinos. É o ovo da serpente espalhado nas ruas do Brasil. Eu acuso.
Deixar a política para os políticos profissionais e transformar a democracia brasileira numa democracia só de procedimentos, como o voto a cada dois anos em eleições, faz com que o sangue do povo brasileiro, seus sonhos e direitos sociais e políticos corra num rio paralelo ao mundo da política oficial de gabinetes, ternos e gravatas. Tal sangue é sugado para alimentar a sede das forças fascistas e golpistas. Isso eu também acuso.
Sem Reforma Política o Brasil para, porque todo mundo no Brasil já sabe que o preço de certos políticos é muito barato, fácil os trinta dinheiros romanos os compram e os põem como empregados de luxo para os mais vergonhosos apetites sobre o Brasil. Como o povo, para muitos políticos é uma mera abstração, o povo abstrato é leiloado a troco do dinheiro real do financiador da campanha em diante. Isso eu também acuso.
Por exemplo, as jogatinas políticas do setor de transportes nacionais tem um rastro histórico de muitas mortes. É o caso urgente de se proibir empresas de transportes de financiarem campanhas eleitorais para após a eleição serem proibidas de vir humilhar o povo, aumentar as tarifas, tirar-lhes o suado dinheiro do bolso, o tempo, o conforto, a dignidade humana. Isso eu também acuso.
É preciso desmentir o bordão “O povo acordou”, “O gigante acordou”. Isso por respeito a milhões de homens e mulheres que construíram a democracia brasileira, muitos deles trabalhadores que acordam muitas vezes às quatro da manhã para pegar transporte e chegar na hora do serviço. O povo não estava dormindo. O povo brasileiro sempre lutou! Sempre esteve acordado! Não somos vira-latas! Isso de bordões etéreos, feito fogos de artifício soltos ao vento e que desconsideram a história e a dura realidade das periferias brasileiras também é fascismo e golpismo. Eu acuso.
Ao ameaçarem um conjunto de jovens da periferia de São Paulo que pacificamente carregavam uma faixa que denunciava o genocídio da juventude na periferia de São Paulo, obrigando-os a enrolar a faixa, foi a intolerância que dormitava que acordou. Ao queimarem um palco histórico do samba e da cultura negra no Rio de Janeiro, os fascistas e golpistas expuseram sua cara racista. Isso eu acuso.
É que papai noel não existe. Nenhum direito social no Brasil caiu do céu, o povo lutou sempre e teve inegáveis conquistas. Assumir um discurso das elites, que sempre tacharam o povo brasileiro de preguiçoso, vagabundo etc., isso é culpar as vítimas.
As manifestações indicam inegáveis méritos, mas uma visão triunfalista e a-histórica choca o ovo da serpente e doura o enredo fascista e golpista em curso no Brasil. Isso eu também acuso.
A empáfia de certos políticos brasileiros que olham o povo de cima para baixo precisa ser denunciada. Ela transforma o povo brasileiro em números frios, gados marcados eleitorais, estatísticas de marqueteiros, números em pesquisas qualitativas, para a manipulação de especialistas de toda ordem, consultores e auditores de toda ordem que servem de cortes políticas, manipulação de gigantescos bancos de dados. Tudo isso substitui a interlocução direta com os movimentos sociais. Dessa fonte tecnocrática também bebe o mar do golpismo e do fascismo. Isso eu também acuso.
Qualquer gerenciamento de pobres como método de governo também se transmuta em um outro rio que achata a dimensão humana das pessoas no Brasil. Se o gerenciamento da pobreza gera estatísticas e fluxos, não alimenta sonhos, mas castra o sonho de uma plenitude cidadã que todo homem, toda mulher, livres por natureza, têm direito. Dessa fonte também bebe o mar de golpismo e fascismo em curso no Brasil. Eu também acuso.
Mas acima de tudo, o fascismo e o golpismo em curso no Brasil pode devorar a democracia brasileira, hoje legitimamente constituída e duramente conquistada.
É preciso superar a desigualdade social no Brasil.
Se seu coração é vermelho, não o deixe arrancarem do peito, nem o deixe fazê-lo parar de bater. A cultura da violência graça no Brasil nas vestes de cavaleiros atrás da aventura golpista e fascista. Ponha o sal nas mãos e como Gandhi convide as pessoas ao seu redor para construir um presente de direitos sociais reais e paz.
Fascistas, Golpistas: Não Passarão! É preciso dizer isso publicamente, antes que os ovos choquem!

*Sérgio José Custódio, economista formado pela UNICAMP, presidente do MSU, Movimento dos Sem Universidade. 
*Mariadapenhaneles

Promotoria investiga fraudes em empresas de ônibus de São Paulo

MP investiga desvios de recursos em empresas de ônibus de SP

Por anarquista sério



Promotoria investiga fraudes em empresas de ônibus de São Paulo

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

Empresas com prejuízo no balanço, mas com proprietários que fazem movimentações milionárias. Essa situação ocorre com companhias de ônibus de São Paulo, segundo o Ministério Público.
Uma investigação aponta que esse paradoxo é resultado de desvios de recursos pelos donos das empresas, troca de ônibus novos por velhos e venda de linhas que não poderiam ser negociadas porque são uma concessão da Prefeitura de São Paulo.
Relatórios do Coaf, órgão do Ministério da Fazenda que apura lavagem de dinheiro, encontrou "movimentações atípicas" em dinheiro vivo desses empresários.
Um relatório sigiloso obtido pela Folha cita que a empresa Happy Play, que não tem um único ônibus, mas integra consórcio, recebeu R$ 4,8 milhões em depósitos em dinheiro num único ano.
Por causa dessas movimentações, as empresas e seus donos tiveram seus bens bloqueados pela Justiça, mas depois a medida foi cassada.
Um empresário investigado comprou 11 imóveis em condições que o Ministério Público classifica de irreais: sete deles foram financiados pela incorporadora do empreendimento. Quem financia esse tipo de negócio, em geral, é banco, não a incorporadora.
Há ainda suspeitas de que os empresários criaram um cipoal de empresas para esconder patrimônio e evitar perdas em ações judiciais.
Nas manifestações do MPL (Movimento Passe Livre), os empresários eram chamados de "tubarões" do transporte.
O advogado das empresas, Paulo Iasz de Morais, diz que as acusações são infundadas.
O foco da apuração é o Consórcio Leste 4, que atua na zona leste, onde se concentra o serviço de pior qualidade na cidade, segundo a SPTrans, que gerencia o sistema público de transporte.
O consórcio ganhou em 2007 concessão de R$ 1,6 bilhão para transportar 500 mil passageiros por dia.
Três empresas do consórcio estão sob investigação: além da Happy Play, a Novo Horizonte e a Himalaia, rebatizada de Ambiental depois que o maior empresário de ônibus de São Paulo, José Ruas Paz, entrou como sócio.
É também na zona leste que ocorrem as pressões mais fortes das empresas por aumentos no valor da tarifa pago pela prefeitura. A alegação é que as linhas da região são deficitárias.
Uma das empresas, a Himalaia, cobra na Justiça R$ 14,5 milhões da prefeitura por supostos prejuízos.
Foi essa empresa que, segundo a investigação, vendeu linhas e 136 ônibus em 2011 e comprou o que um funcionário da SPTrans chamou de "cacarecos". A oferta teria sido anunciada no site de leilões Mercado Livre.
A existência de serviços de baixa qualidade nessa região não é ocasional, segundo o promotor Saad Mazloum, que iniciou essas investigações em 2008 a partir de reclamações de passageiros.
"As empresas dizem que não têm recursos para melhorar a qualidade, mas, pelas provas que juntei, não há dúvidas de que houve desvio para os empresários."
O promotor também achou repasse de dinheiro entre empresas do mesmo grupo que podem caracterizar desvios de recursos, segundo ele.
*Nasssif

Hulk e Cabral que máfia


Sérgio Cabral legalizou por decreto a casa que Luciano Huck construiu em área de preservação ambiental. A advogada de Luciano Huck é Adriana Ancelmo. Adriana Ancelmo é também advogada do Metrô e da Supervia, concessionária dos trens.

47 empresas de ônibus (incluindo 25% da frota do Rio) pertencem a Jacob Barata. Jacob Barata é pai de Adriana Ancelmo.

Adriana Ancelmo é casada com Sérgio Cabral. Sem mais.
*NadiaSt.