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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 29, 2014

BRASIL - GUERRA CIVIL E CONVULSÃO SOCIAL SÃO AS ÚNICAS OPÇÕES DA DIREITA BRASILEIRA PARA CHEGAR AO PODER 

 



Art by Antonio Berni

por Eduardo Bueres
Já deu para a maioria dos cidadãos notar que, desde o fim do Golpe Militar, o nível de provocação dos neo-fascistas brasileiros é parte real de um plano continentalista que visa sabotar a paz politica e social em que vive o Brasil com os seus atuais 200 milhões de consumidores; tudo em nome da defesa dos megas vilipendiosos interesses econômicos, empresariais, comerciais que circulam em torno da manipulação dos tesouros que o poder total oferece.

Indignados e  incomodados pela abissal incompetência parlamentar dos seus fieis agentes no Congresso Nacional e na Câmara do Deputados em Brasília  - refiro-me aqui aos políticos niilistas que andam atolados até o pescoço num lodaçal de decadência eleitoral -  o braço midiático e empresarial da direita -o chamado PIG - tem se comportado mal  ao tentar caricaturar os principais ícones do atual governo como bandidos. Até mesmo publicações no exterior reconhecem que a grande imprensa brasileira tem reagido de forma ensandecida, desproporcional, oportunista, covarde e sórdida, frente a tarefa até agora frustrada de anular as conquistas sociais da centro esquerda inspiradas por Lula e depois Dilma, usando para tal o seu enorme e bilionário poder de comunicação adicionado à um fanatismo editorial, tão tirano que, até Hitler ficaria com inveja!.

De 2004 aos dias de hoje, o eleitorado foi colocado diante de dois modelos distintos de desenvolvimento: um que valorizava e colocava o ser humano no centro do conjunto dos esforços para alcançar com exito os novos desafios do Brasil diante da necessidade de se renovar no seculo XXI, aproveitando melhor e com amplo realismo as suas enormes vantagens naturais, sem abrir mão da condição de nação soberana e dona absoluta de suas riquezas; 

o outro que colocava os especuladores e donos do capital transnacional no logar de Deus. 

Este último modelo privatista, subserviente, retrogrado e antipatriótico, por ser nocivo ao bem estar comum, por vontade da maioria absoluta do eleitorado nacional, à mais de uma década amarga uma clara rejeição nas urnas em favor das propostas e ações apresentadas em três mandatos consecutivos pelo partido criado pelos trabalhadores.
Muitos articulistas livres já alertaram e, continuam a alertar incansavelmente, pelas redes sociais e blogosfera, que todos os limites já foram ultrapassados por setores ligados a ultra direita golpista que, através dos meios de comunicação em massa, instigam bolsões da grande burguesia e classe média alta, para que estas se voltem com toda barbárie e fúria preconceituosa contra o atual governo popular de centro esquerda, que foi democraticamente eleito e tem colecionado um excepcional um bom conjunto de acertos e vitórias, apesar de muitos equívocos e contradições, especialmente no combate as desigualdades sociais e no campo geo-politico, entre outros, fazendo com que a Nação, mesmo conturbada por suas imensas distorções históricas, seculares, respire dadivosos dias de paz.

Continuando este indesejado estado de beligerância midiática, em ambos os lados, boa parte do povo mais rude já se prepara com muita coragem e disposição para a chegada do momento certo, que poderá ser entre junho e outubro de 2014, quando haverá um desabafo incontido e um chamamento por parte das forças de Esquerda progressista, para que a população saia as ruas em defesa do governo democrático, que tem sofrido toda sorte de vilanias e calunias; que já cansado levar nas costas punhaladas e chibatadas dos vendilhões da nação encarnados em canalhas milionários antipatriotas, poderá revidar equivocadamente as humilhantes provocações que vem sofrendo.
Pode ser também que a 'panela de pressão politica  possa explodir mais cedo do que se espera a partir de um fato novo e relevante e, a partir do primeiro insignificante confronto físico motivado por questões ideológicas, nunca mais haverá paz, nem vencedores nem vencidos. Todos perderemos!. Como a direita detém a primazia de comandar livremente a grande força representada pelo império das telecomunicações nacional, que obedece aos interesses transnacionais, através da senha maniqueísta diuturnamente martela, tentará lavar o cérebro de uma nação inteira apontando quem, segundo seu entendimento, representa o bem, e quem representa o mal,não sossegando enquanto não houver derramamento de sangue.


Cabe a Forças Esquerdas não caírem neste tipo de arapuca, cientes que, nestes novos tempos, somente através da guerra fratricida,do sangue derramado e do caos, com o apoio dos estados Unidos e seus lacaios tupiniquins -aqueles que tiram os sapatos para passar nas alfandegas do Império,mesmo sendo os donos trilionários das grandes emissoras- que a direita capitalista racista e gananciosa teria uma brecha de chance de tornar a governar o Brasil. 

Os escândalos que assombram a canonização de João Paulo II


Os escândalos que assombram a canonização de João Paulo II
João Paulo II, o papa que promoveu e encobriu pedófilos e violadores da Igreja, recebeu, ao mesmo tempo em que João XXIII, a canonização
Por Eduardo Febbro, na Carta Maior
Vítimas, que vítimas? – perguntou o cardeal Velasio de Paolis. E acrescentou: “Não são apenas estas vítimas”. Depois houve um silêncio de corpo e alma e o olhar um tanto perdido do superior geral dos Legionários de Cristo, nomeado em 2010 para esse cargo pelo então papa Joseph Ratzinger. À pergunta de de Paolis se seguiu uma resposta: as vítimas não eram só os milhares de menores que sofreram com os apetites sexuais das batinas hipócritas, mas também o próprio Vaticano. As vítimas não eram unicamente os menores ou adultos abusados e violentados pelo padre Marcial Maciel, o fundador dessa indústria dos atentados sexuais que foi, durante seu mandato, o grupo dos Legionários de Cristo. A vítima era a Santa Sé, que foi “enganada”.
João Paulo II, o papa que, entre outros horrores, promoveu e encobriu pedófilos e violadores da Igreja, recebeu, ao mesmo tempo em que João XXIII, a canonização. Para além do espetáculo obsceno montado para esta ocasião, dos milhares de fieis na Praça de São Pedro, dos três satélites suplementares para transmitir o ato, para além da fé de muita gente, a canonização do papa polonês é uma aberração e um ultraje para qualquer cristão do planeta. Declarar santo a Karol Wojtyla é se esquecer do escandaloso catálogo de pecados terrestres que pesam sobre este papa: amparo dos pedófilos, pactos e acordos com ditaduras assassinas, corrupção, suicídios jamais esclarecidos, associações com a máfia, montagem de um sistema bancário paralelo para financiar as obsessões políticas de João Paulo II – a luta contra o comunismo -, perseguição implacável das correntes progressistas da Igreja, em especial a da América Latina, ou seja, a frondosa e renovadora Teologia da Libertação.
O “vítimas, que vítimas?” pronunciado em Roma pelo cardeal Velasio de Paolis encobre toda a impunidade e a continuidade ainda arraigada no seio da Igreja. Jurista e especialista em Direito Canônico, De Paolis fazia parte da Congregação para a Doutrina da Fé na época em que – anos 80 – se acumulavam as denúncias contra Marcial Maciel. No entanto, foi ele quem firmou a segunda absolvição do sacerdote mexicano. O ex-padre mexicano Alberto Athié contou à Carta Maior como Maciel sabia distribuir dinheiro e favores para comprar o silêncio das hierarquias. Athié renunciou em 2000 ao sacerdócio e se dedicou à investigação e denúncia dos abusos sexuais cometidos por clérigos e organizações.
O destino de Maciel foi selado por Bento XVI a partir de 2005. Em 2004, antes da morte de Karol Wojtyla, Maciel foi honrado no Vaticano. Neste mesmo ano, Ratzinger reabriu as investigações contra os Legionários. O dossiê Maciel havia sido bloqueado em 1999 por João Paulo II e mantido invisível por outra das figuras mais soturnas da cúria romana, Angelo Sodano, o ex-secretário de Estado de Giovanni Paolo. Sodano é uma pérola digna de figurar em um curso de manobras sujas. Decano do Colégio de Cardeais, ele tinha negócios com os Legionários de Cristo. Um sobrinho dele foi um dos assessores nomeados por Maciel para construir a universidade que os legionários de Cristo têm em Roma, a Universidade Pontífica Regina Apostolorum.
Sodano, que foi o número dois de Juan Paulo II durante quase 15 anos, tinha um inimigo interno, Joseph Ratzinger, um clube de simpatias exteriores cujos dois membros mais eminentes eram o ditador Augusto Pinochet e o violador Marcial Maciel. Sodano e Ratzinger travaram uma batalha sem tréguas: o primeiro para proteger os pedófilos, o segundo para condená-los. Em 2004, Ratzinger obrigou Maciel a se demitir e a se retirar da vida pública. Dois anos depois, já como Bento XVI, o papa o suspendeu “a divinis”. As investigações reabertas por Ratzinger demonstraram que Maciel era um pederasta, tinha duas mulheres, três filhos, várias identidades diferentes e manejava fundos milionários.
As denúncias prévias nunca haviam passado o paredão levantado por Sodano e o hoje Santo João Paulo. A carreira de Sodano é uma síntese do Papado de Karol Wojtyla, onde se mesclam os interesses políticos, as visões ideológicas ultraconservadoras, a corrupção e as manipulações. Angelo Sodano foi Núncio no Chile durante a ditadura de Pinochet. Manteve uma relação amistosa com o ditador e isso permitiu que organizasse a visita que João Paulo II fez ao Chile em 1987. Seu irmão Alessandro foi condenado por corrupção após a operação Mãos Limpas. Seu sobrinho Andrea teve a mesma sorte nos Estados Unidos. O FBI descobriu que Andrea e um sócio se dedicavam a comprar – mediante informação privilegiada – por um punhado de dólares as propriedades imobiliárias das dioceses dos Estados Unidos que estavam em bancarrota devido aos escândalos de pedofilia.

Mas o mundo sucumbiu ao grito de “santo súbito” que reclamava a canonização de um homem que presidiu os destinos da Igreja em seu momento mais infame e corrupto. O papa “viajante”, o papa “amável”, o papa “dos jovens”, era um impostor ortodoxo que deixou desprotegidas as vítimas dos abusos sexuais e os próprios pastores da Igreja quando estes estiveram com suas vidas ameaçadas.
Sua visão e suas necessidades estratégicas sempre se opuseram às humanas. Na trama desta história também há muito sangue, e não só de banqueiros mafiosos como Roberto Calvi ou Michele Sindona, com quem João Paulo II se associou para alimentar com fundos secretos os cofres do IOR (Banco do Vaticano), fundos que serviram para financiar a luta contra o comunismo no leste europeu e contra  a Teologia da Libertação na América Latina.
João Paulo II deixou desprotegidos os padres que encarnavam, na América Latina, a opção pelos pobres frente às ditaduras criminosas e seus aliados das burguesias nacionais. Em 2011, cinquenta destacados teólogos da Alemanha assinaram uma carta contra a beatificação de João Paulo II por não ter apoiado o arcebispo salvadorenho Óscar Arnulfo Romero, assassinado em 24 de março de 1980 por um comando paramilitar da extrema-direita salvadorenha, enquanto celebrava uma missa. Romero sim que é e será um santo. O arcebispo enfrentou os militares para pedir-lhes que não assassinassem seu povo, percorreu bairros, zonas castigadas pela repressão e pela violência, defendeu os direitos humanos e os pobres. Em resumo, não esperou que Bergoglio chegasse a Roma para falar de “uma Igreja pobre para os pobres”. Não. Ele a encarnou em sua figura e pagou com sua vida, como tantos outros padres aos quais o Vaticano taxava de marxistas ou comunistas só porque se envolviam em causas sociais.
João Paulo II é um santo impostor que traiu a América Latina e aqueles que, a partir de uma igreja modesta, ousaram dizer não aos assassinos de seus povos. Se, no leste europeu, João Paulo II contribuiu para a queda do bloco comunista, na América Latina favoreceu a queda da democracia e a permanência nefasta de ditaduras e sua ideologia apocalíptica. Um detalhe atroz se soma à já incontável dívida que o Vaticano tem com a justiça e a verdade: o expediente de beatificação de Óscar Romero segue bloqueado nos meandros políticos da Santa Sé. João Paulo II beatificou Josemaría Escrivá, o polêmico fundador da Opus Dei e um de seus protegidos. Mas deixou Romero de fora, inclusive quando estava com sua vida ameaçada. “Cada vez mais sou um pastor de um país de cadáveres”, costumava dizer Romero.
João Paulo II foi eleito em 1978. No ano seguinte, Monsenhor Romero entregou a ele um informe sobre a espantosa violação dos Direitos Humanos em El Salvador. O papa ignorou o informe e recomendou a Romero que trabalhasse “mais estreitamente com o governo”. Como lembrou à Carta Maior Giacomo Galeazzi, vaticanista de La Stampa e autor de uma magistral investigação, “Wojtyla Secreto”, em “seus 25 anos de pontificado nenhum bispo latinoamericanao ligado à ação social ou à Teologia da Libertação foi nomeado cardeal por João Paulo II”. A resposta está em uma frase de outro dos mais dignos representantes da “Igreja dos Pobres”, o falecido arcebispo brasileiro Hélder Câmara. “Quando alimentei os pobres me chamaram de santo; mas quando perguntei por que há gente pobre me chamaram de comunista”.
O show universal da canonização já foi lançado. A imprensa branca da Europa tem a memória muito curta e sua cultura do outro é estreita como um corredor de hospital. Todos celebram o grande papa. Ela promoveu à categoria de santo um homem que tem as mãos sujas, que cometeu a infâmia de encobrir violadores de crianças, de beijar ditadores e legitimar com isso o rastro de mortos que deixavam pelo caminho, de negociar benefícios para a máfia, que sacrificou em nome dos interesses de uma parte da Europa a misericórdia e a justiça de outros, entre eles os da América Latina. Estão canonizando um trapaceiro. O cúmulo da esperteza, do erro imemorial.
Em que altar se ajoelharão as vítimas dos abusadores sexuais e das ditaduras? Podemos levantar todos juntos um lugar aprazível e justo na memória com as imagens do padre Múgica ou do Monsenhor Romero para nos reencontrarmos com a beatitude o sentido de quem, por um ideal de justiça e igualdade, enfrentou a morte sem pensar nunca em si mesmo, ou em baixas vantagens humanas.
Tradução: Marco Aurélio Weissheimer
*revistafórum

Reunião BRICS em Fortaleza



Fortaleza recebe nesta terça-feira (29), no Centro de Eventos, o seminário preparatório para a reunião do Brics – o grupo de países com economias emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O encontro está agendado para 15 e 16 de julho, após a Copa do Mundo, também em Fortaleza.
Putin foi agente da KGB e vem a Fortaleza com dois aviões. (Divulgação/Federação Russa)
Putin foi agente da KGB e vem a Fortaleza com dois aviões. (Divulgação/Federação Russa)
Os chefes de Estado devem estar presentes em julho. E cada um com as suas peculiaridades. A Rússia, em fase de conflito com a vizinha Ucrânia, toma as suas precauções tradicionais. O presidente da federação, Vladimir Putin, é um sujeito cuidadoso. Ex-agente da KGB e ex-chefe do Serviço Secreto, ele deve trazer dois aviões a Fortaleza.
Uma das aeronaves deve trazer o presidente e sua comitiva. O outro avião, entre outros equipamentos, traz a bordo o carro para os deslocamentos de Putin e um helicóptero.
Leia mais postagens do blog Tribuna Livre.

domingo, abril 27, 2014

Deu no The New York Times: Brasil tem resposta para desigualdade

Foi preciso que um jornalista com visão limpa viesse do exterior, exatamente dos Estados Unidos, para informar aos brasileiros o óbvio ululante.


  Arquivo

Colunista sênior do The New York Times, Joe Nocera, escreveu sobre o Brasil na segunda feira agora, dia 20, apontando a surpresa que lhe despertou a cidade do Rio de Janeiro. Muniu-se de mais informações após sua viagem de volta aos Estados Unidos, reunindo-se com alguns economistas para procurar entender o que se passava com o país em particular onde se apoiavam seus pilares econômicos.

Chamou-lhe a atenção, o que os brasileiros já sabiam, a variedade de boas lojas em bairros como Ipanema e igualmente a quantidade de pobreza nas favelas ao redor. Segundo ele, para os visitantes, saltava aos olhos o número de cidadãos de classe média pelas ruas em meio aos carros por todos os lados e o tráfico congestionado. Por não ser ilusão o que via, passou a acreditar que tudo aquilo era sinal de uma classe média emergente. As pessoas tinham dinheiro para comprar carros.

Foi preciso que um jornalista com visão limpa viesse do exterior, exatamente dos Estados Unidos, país cuja cultura nos é bem conhecida, para informar aos brasileiros o óbvio ululante, salve Nelson Rodrigues, já que os profissionais dos nossos jornalões e televisões de plantão não informam por não saberem ver ou não conseguirem enxergar.

Se tivesse dito só isto já era o suficiente para mostrar que as mídias sociais, baluartes modernos da resistência informativa, veem como ele o país. Mas suas observações foram mais carregadas ainda de tinta ao destacar a queda na desigualdade de renda na última década, os recordes atuais do baixo desemprego e a saída da pobreza de cerca de 40 milhões de pessoas. Por fim, ainda assinalou que, embora o crescimento do produto tenha reduzido, a renda per capita continua a subir.

Já os economistas reunidos com ele relativizaram as conquistas. Disseram que a boa forma da economia brasileira tem voo curto a despeito dos ganhos obtidos.
Estariam faltando ganhos em produtividade para sustentar a volta dos investimentos. O baixo desemprego dos que querem trabalhar seria porque, enquanto a economia cresce pouco e com eficiência contida, o Estado compensa incentivando o consumo com programas sociais. Para eles o país teve mais sorte do que sucesso.

Não é sorte, embora os santos possam ter ajudado! Com a retração dos investimentos, apesar do esforço e incentivo do governo, a estratégia de expansão do consumo foi estabelecida para segurar a economia, mesmo a crescimento baixo, exatamente nesses anos de vacas magras desde o início da crise financeira mundial com a quebra do Lehman Brothers. O Brasil foi um dos poucos países que suportaram o baque, outros entraram em recessão ou mais leves ou mais graves, todos eles fazendo o dever de casa imposto pelas autoridades financeiras mundiais de ajustar e pagar suas dívidas públicas e privadas, desviando os olhos dos impactos sociais. Pois então, enquanto o Brasil cresce devagar, a economia mundial não conseguiu ainda se levantar.

De fato, o viés de consumo da política econômica é opção do governo que deu certo interna e externamente. Aqui, liderado pelos programas sociais somam-se outras medidas complementares, entre elas, correções maiores que a inflação no salário mínimo, aposentadorias e pensões e repasses parciais à gasolina dos aumentos de custos. Lá fora, os economistas com ele reunidos não viram: o próprio governo dos Estados Unidos e a ONU se interessaram pelo Programa Bolsa Família e pretendem implementá-lo para reduzir o desemprego, melhorar a renda familiar e sustentar o consumo. Joe Nocera destaca o papel do programa e compara seu êxito com a recusa do Congresso americano em melhorar o seguro desemprego e outros programas sociais naquele país.

Do lado do investimento, os economistas se esqueceram de mencionar que há muitas fichas apostadas na expansão e modernização da infraestrutura e na exploração do pré-sal não só pelos efeitos produtivos diretos, mas também pelos efeitos indiretos. Um forte incentivo e impulso do complexo industrial são esperados, o que tem tudo para promover a volta de novos projetos e a expansão de muitas plantas industriais existentes. Seguras e concretas alternativas brasileiras mesmo diante da crise mundial que arrasta as economias dos países.

Ao contrário do Brasil, o jornalista afirma que a produtividade americana voltou a crescer, mas apesar disso o desemprego não desce dos 7% e a classe média aos poucos perde posição social (em parte por conta de não serem distribuídos melhor os ganhos de produtividade). Diz taxativamente que a desigualdade de renda é um fato na vida dos Estados Unidos e ninguém tem sido capaz de fazer alguma coisa a respeito. Será que no fundo querem seguir a receita desandada do Brasil de esperar o bolo crescer para distribuir algumas migalhas?

O objetivo do governo atual e dos dois anteriores no Brasil foi exatamente garantir o desenvolvimento com a melhoria das condições de vida da população, em especial dos mais pobres; os Estados Unidos querem o desenvolvimento a qualquer custo. Infelizmente só o jornalista americano consegue entender isto, parabéns!, os nossos da grande mídia não.

*cartamaior

A bravata chantagista de Datena


Fanfarrão
Fanfarrão
Circula na internet um vídeo em que Datena declara solidariedade a Sheherazade e desafia, numa bravata assombrosa, o governo a mexer na publicidade que coloca em seu programa na Band.
É um vídeo que mostra o absurdo que Datena é e a situação ainda mais absurda que cerca as bilionárias verbas publicitárias do governo.
Primeiro, há na fanfarronice de Datena uma chantagem, uma intimidação. “Não mexam em mim”, ele está dizendo, na verdade.
Há também uma enorme petulância. Ele fala no direito de Sheherazade de ter suas opiniões – como se o incitamento ao crime fosse aceitável.
Mas e o direito de anunciar onde se queira: não existe? Todo anunciante – público ou privado – examina onde vai parar o dinheiro que coloca em publicidade.
Se o objeto do dinheiro vira um embaraço, como Sheherazade (ou Datena mesmo), o caminho natural para todo anunciante é rever seu investimento.
Tiger Woods perdeu seus patrocinadores depois que eclodiu o escândalo de seus adultérios em série. Mais recentemente, Pistorius viu baterem em retirada seus patrocinadores, depois da morte de sua namorada.
O episódio de Sheherazade deveria propiciar uma discussão ampla. Faz sentido o governo investir tanto dinheiro em publicidade?
Em sociedades mais avançadas, os anúncios essencialmente se restringem a serviços de utilidade pública. Uma campanha de vacinação, por exemplo. Ou uma que estimule os cidadãos a se alimentarem melhor, com mais frutas e verduras.
No Brasil, a publicidade oficial – federal, estadual e municipal – vai muito além.
É uma coisa perniciosa. Historicamente, o dinheiro (público) da propaganda governamental foi usado para carrear recursos para as empresas de mídia.
O resultado disso foi que os donos das empresas jornalísticas ficaram riquíssimos.
Era uma vergonha tão grande que, num momento em que todos os anunciantes obtinham descontos formidáveis sobre os preços de tabela de empresas como Globo e Abril, o governo continuava a pagar o valor integral.
Empresas que à luz do sol viviam denunciando em seus jornais e revistas o “mau trato” do dinheiro público enchiam descaradamente seus cofres, na sombra, com recursos do contribuinte.
Anúncios do governo eram usados também para facilitar a vida de empresas endividadas. No começo dos anos 1980, o falido Jornal do Brasil vivia repleto de anúncios do Banco do Brasil. Era a forma como o jornal “pagava” dívidas.
É evidente que a sociedade se beneficiaria amplamente se uma boa fatia do dinheiro público posto em publicidade se destinasse a projetos sociais.
A Band, de Datena, recebe do governo federal cerca de 100 milhões de reais por ano. Qual o benefício para a sociedade deste dinheiro todo?
Para a família Saad, é uma beleza. São riquíssimos.
Para nosotros, a história é outra.
Que programa da Band você pode dizer que contribui para que o Brasil melhore?
Veja Datena, por exemplo.
Com seus parcos 3 pontos de Ibope, ele é a personificação do mundo cão. Ele semeia medo pânico entre seus espectadores. A cidade, segundo Datena, é um inferno, e os bandidos têm que ser exterminados.
É a mesma pregação de Sheherazade por outras palavras. Bandido bom é bandido morto.
No vídeo em que insulta o governo, ele diz que se tirarem publicidade não faz diferença porque já está ferrado, ou na lona, ou coisa que o valha.
Ora. Para explorar abjetamente uma audiência que ele mantém nas trevas e na ignorância, Datena levanta mensalmente uma quantia calculada em 1 milhão de reais.
Como os pastores evangélicos, fala a pobres, mas enriquece com isso.
Temos eleições em 2014, e é triste não ver nenhum candidato trazer novas ideias em relação ao dinheiro público torrado em propaganda.

Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
*GorettiBussolo 

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 Jovem suspeito de furto é amarrado de cueca a poste e açoitado com fios de energia elétrica. Para advogado, é necessário investigar origem do comportamento. “Tem vários programas sensacionalistas do final da tarde que incitam e fazem apologia a essa violência”


Uma jornalista da Rede Globo foi flagrada tendo um ataque de raiva durante gravação em Copacabana e foi rechaçada por populares

Pragmatismo Político
Na tarde de ontem, os jovens Edilson da Silva e Douglas Rafael foram enterrados no cemitério São João Batista, zona sul do Rio. Eles foram mortos a tiros no Morro do Cantagalo entre a noite do dia 21 e a manhã do dia 22 de abril. Moradores acusaram PMs da UPP pelos assassinatos. A mãe de Douglas, a técnica em enfermagem Maria de Fátima questionou a presença ostensiva da Tropa de Choque da PM no enterro de seu filho e do jovem Edilson.
Nas ruas de Copacabana, a equipe da Rede Globo foi rechaçada por populares. Uma jornalista da emissora foi flagrada tendo um ataque de raiva (vídeo abaixo).
Na noite do dia 22, moradores também protestaram e foram respondidos com tiros de munição letal. Até então, somente o jovem Douglas, conhecido como DG, havia sido morto. Na repressão ao protesto, Edilson foi baleado na barriga e morreu a caminho do Hospital Miguel Couto. Dessa vez, apesar da chuva e do clima de revolta, o protesto seguiu pacífico até o Cantagalo, quando PMs da UPP, rechaçados pelas massas, atacaram com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.


*amoralnato

A ILUSÃO MEXICANA.

A AFIADA DOUTRINA DO TIO SAM




COMÉRCIO EXTERIOR - A ILUSÃO MEXICANA.

A cada dia surgem novas evidencias e informações que desmontam o mito do México como paradigma de progresso e modernidade na América Latina, e de um exemplo e modelo de corte neoliberal para o desenvolvimento de outros países da região.


Não bastasse a revelação de que quatro em cada dez mexicanos estão passando fome,  de que não existe sequer seguro desemprego no país, e de que cerca de 60% da população sobrevive na informalidade, sem direito a vale alimentação ou aposentadoria, por exemplo, cai agora por terra a posição do país como grande potência exportadora.
Um estudo recente, publicado na Revista  Paradigmas, editada por um conjunto de universidades mexicanas, com o título de “quão mexicanas são as exportações mexicanas”, mostra que, de 1987 a 2011, as exportações cresceram até chegar a quase um terço do PIB, mas ao mesmo tempo, a produção per capita, segundo o Banco  Mundial, ficou em apenas 2% ao ano.
A causa dessa dicotomia, que faz com que as exportações tenham crescido muito mais do que a produção - e com que persista a pobreza - seria, justamente, o baixíssimo nível de conteúdo nacional nas exportações mexicanas.

Usando dados sobre a relação insumo-produto desenvolvida pelo economista Marcel Timmer, os autores - mexicanos - do estudo, separaram os cinco setores de maior vocação exportadora do México, Brasil, Coréia do Sul e China, e se debruçaram sobre o conteúdo nacional da produção enviada por eles enviados para o exterior.
A conclusão, ao final do trabalho, foi a de que, excluídas as atividades de extração de recursos naturais ou o processamento básico desses recursos, o maiores setores exportadores da economia mexicana são justamente aqueles que apresentam menor conteúdo nacional.
Enquanto no Brasil e na China o conteúdo nacional dos cinco maiores setores exportadores é de aproximadamente 90%, e na Coréia do Sul é de 80%, no México ele não passa de 60%.
Por essa razão, quando as exportações  crescem, no México, seu impacto na utilização de insumos nacionais e no salário da população é mínimo e muito menor do que ocorre no Brasil e na China.
No México, existe um divórcio, um forte desacoplamento entre o setor exportador e o resto da economia, o que faz com que nem os empresários, nem os trabalhadores locais se beneficiem da “abertura” do país para o exterior.

Isso confirma o que qualquer observador com um pouco de bom senso já sabia. O setor exportador mexicano funciona como  um enclave dentro da economia local. E se beneficia de seus baixos salários e da localização geográfica das “maquiladoras”, para fazer uma breve parada, a caminho do mercado dos Estados Unidos.
O dinheiro não fica no México, já que, ao contrário do Brasil, a maioria dos setores de maior potencial exportador são de capital estrangeiro, e os lucros, assim como o suor dos trabalhadores, vão, em sua quase totalidade, para o exterior.

por Mauro Santayana no Jornal do Brasil

ESCULHAMBAÇÃO JURÍDICA - MP ARQUIVA AÇÃO DE "ENGAVETADOR" DA ALSTOM



OS  MOTIVOS DA INDIFERENÇA DESTE INCOMPETENTE PRECISAM SER MELHOR EXPLICADOS PARA O MUNDO!.

Corregedor-geral da instituição, Hindemburgo Chateaubriand, entendeu que "não houve falta 
funcional" do procurador da República Rodrigo de Grandis, que deixou parado por quase três anos pedido oficial de cooperação jurídica do governo da Suíça sobre o caso Alstom; a investigação criminosamente arquivada apurava o envolvimento dos consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos no pagamento de propinas a José Zaniboni, ex-diretor da empresa de trens metropolitanos do estado de São Paulo, a CPTM

247 - O Ministério Público Federal arquivou a investigação do procurador da República Rodrigo de Grandis por engavetar por quase três anos pedido de cooperação jurídica da Suíça sobre o caso Alstom.
Segundo o corregedor-geral da instituição, Hindemburgo Chateaubriand, não houve falta funcional do procurador, segundo autoridades da Suíça, prazo não teria causado prejuízos à investigação. 
O caso segue sob apuração do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
A investigação arquivada na Suíça apurava o envolvimento dos consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos no pagamento de propinas a José Zaniboni, ex-diretor da empresa de trens metropolitanos do estado de São Paulo, a CPTM. As acusações são de pagamento de US$ 836 mil. Grandis alegou em outubro de 2013 que gabinete cometeu uma "falha administrativa".

NO GOVERNO ALCKMIN, EM VEZ DE 'MAIS MÉDICOS', É DESCOBERTO O 'MAIS CORRUPÇÃO NOS HOSPITAIS'


Foto: Alckmin e sua Secretaria de dos Direitos da Pessoa com Deficiência Linamara Rizzo Battistella.

"MAIS MÉDICOS FANTASMAS"

A Rede de Hospitais Lucy Montoro para reabilitação do governo de São Paulo virou novo foco de corrupção no governo Alckmin.

Auditoria feita por funcionários da Secretaria de Fazenda visitou unidades da rede e flagrou funcionários fantasmas, fraudes e nepotismo.

De 64 médicos que deveriam trabalhar em cinco unidades na capital, foram encontrados 18. Na unidade do Morumbi (zona oeste), havia 7 dos 28 médicos previstos.

A carga horária de médicos contratados também é suspeita, por ser excessiva. Uma fisiatra tem jornada de 78 horas semanais, considerando seu trabalho na rede e em outros hospitais. Ela teria que trabalhar 13 horas por dia, seis dias por semana, sem considerar os deslocamentos entre os locais de trabalho.

MAIS CORRUPÇÃO, MAIS FRAUDES E MAIS NEPOTISMO
A investigação questiona ainda a falta de prestação de contas e falta de cotação de preços para contratações. Uma mesma empresa sempre é contrata para fazer obras em concorrência.

A secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência do governo Alckmin, Linamara Rizzo Battistella, uma das responsáveis pela gestão da Rede, é suspeita de nepotismo e outras irregularidades.

Na auditoria, os técnicos citam a atuação de Maysa Rizzo, irmã da secretária e apontada pelos auditores como sua interlocutora na rede.

Nas prestações de contas, foram detectados pagamentos de diárias de hotéis em seu nome, apesar de Maysa não ter cargo oficial na rede nem na secretaria.

Entre outubro e dezembro de 2012, a secretaria da Pessoa com Deficiência pôs à disposição de Maysa um dos carros de sua frota oficial, um Meriva placa ERH-1691, segundo os auditores.

Também há uma emissão de passagem aérea para Porto Alegre em seu nome, entre 28 e 29 de dezembro de 2012.

O relatório reproduz e-mails -enviados a partir do endereço "maysa.cortinas@redelucymontoro.org.br"- em que ela fala em nome da rede.

A jornais do interior, Maysa deu entrevistas se apresentando como funcionária do órgão ou assessora do gabinete da secretária -sua irmã.

A legislação impede a contratação e atuação de parentes no serviço público.

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