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O plenário do Senado
aprovou ontem (28) o projeto de lei que determina o pagamento de
adicional de periculosidade para os motoboys. A proposta, que altera a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), determina que os brasileiros
que usam a moto para trabalhar com o transporte de passageiros e
mercadorias, como mototaxista, motoboy e motofrete, recebam dos patrões
um adicional de 30% sobre o salário. O texto segue para sanção da
presidenta Dilma Rousseff.
O projeto tramitou por mais de dois anos no Congresso e sofreu algumas mudanças ao longo do período, como a ampliação das atividades de motociclistas que podem estar contempladas, a retirada de categorias específicas e a exclusão do trecho que incluía atividades relacionadas a serviços comunitários de rua entre as beneficiadas. Os senadores aprovaram o texto lembrando que os motociclistas são os mais atingidos pelos acidentes de trânsito, e representam o maior número entre os mortos e os feridos mais graves. “A profissão de motoboy tornou-se atividade de risco em todas as cidades brasileiras, principalmente nas grandes cidades”, alegou o relator da matéria na Casa, senador Romero Jucá (PMDB-RR). O autor da matéria, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), agradeceu aos colegas a aprovação do projeto em regime de urgência e disse esperar que os motoboys utilizem o adicional salário para comprar mais equipamentos de segurança, como casacos e capacetes melhores. Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil Edição: Luana Lourenço
*http://www.aasp.org.br/aasp/imprensa/clipping/cli_noticia.asp?idnot=16836
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Colunista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, resgata frase de
Eça de Queirós, ao abordar como o tema da regulação da mídia vem sendo
tratado pela mídia tradicional, que vê censura na iniciativa; "há aí uma
mistura de má fé cínica com obtusidade córnea", diz Nogueira, que vê a
medida como essencial para a democratização do País
28 DE MAIO DE 2014
Por Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo - O argumento mais imbecil contra a regulamentação da mídia é a que a associa com “censura”.
Na grande definição de Eça, há aí uma mistura de má fé cínica com obtusidade córnea.
Todas as sociedades desenvolvidas regulam sua mídia. Estabelecem regras
para diversas questões que são simplesmente ignoradas no vale tudo
nacional.
Por exemplo: direito de resposta. Na Dinamarca, se você comete uma
injustiça cabal, é obrigado a se retratar rapidamente e em espaço nobre.
Por exemplo: a Veja atribuiu a Gushiken um gasto exorbitante com
dinheiro público numa refeição. Isto se provou calúnia, mentira, e não
fato.
Gushiken, atacado na honra, jamais teve uma reparação na revista.
É certo isso? É bom isso? É certo e é bom apenas para as empresas de
mídia, que recebem licença para matar moralmente seus inimigos.
Fiscal tem que ser fiscalizado. A mídia se coloca como fiscal, sem ter
aliás recebido delegação popular para isso, mas se recusa a ser
fiscalizada. É um paradoxo, e é um horror para a sociedade.
Nos Estados Unidos, para evitar o monopólio de opinião (e de negócio) e
estimular a pluralidade, nenhum grupo pode ser dono de múltiplas mídias,
como a Globo.
A Globo usa seus diversos braços, ou garras, de forma selvagem, para asfixiar a concorrência.
Um executivo da Unilever me contou que, nas negociações sobre publicidade, a Globo enfia o G1 goela abaixo do anunciante.
Para a livre concorrência, é um pesadelo. Para o monopólio da Globo –
que hoje detém 60% da publicidade do Brasil com apenas 20% da audiência –
é um sonho. Para a sociedade, uma tragédia.
Veja na prática: uma única voz que represente o conservadorismo e os
interesses da Globo se multiplica por todas as mídias, e isso manieta a
opinião pública.
Merval Pereira, digamos. Ele está no Globo, na Globonews, na CBN, no G1 etc etc. Ou Míriam Leitão. Ou Jabor.
Mais uma vez, é bom para a Globo, e para os colunistas que são sua voz.
Estes, graças à superexposição, acabam tendo enormes facilidades para
ganhar dinheiro em palestras nas quais vão repetir o que a Globo quer
que eles digam.
Você vai encontrar feroz resistência à ideia da regulação nas grandes
empresas de mídia – e em seus colunistas. Estes extraem vantagens
consideráveis do status quo. Seus mensalões são duradouros e protegidos
com imenso cuidado por quem abastece seus bolsos.
(continue lendo no Diário do Centro do Mundo)