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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 27, 2014

Veja, assim, se isola, assim como o carniceiro Benjamin Netanyahu. Os dois, na verdade, se merecem."

Alinhada ao assassino, Veja condena Itamaraty



"Capa da revista semanal que adota posições cada vez mais extremistas aponta "apagão na diplomacia" e "falência moral da política externa de Dilma"; com seu radicalismo, revista da família Civita sai em defesa do carniceiro Benjamin Netanyahu, que foi responsável pela morte de mais de mil pessoas nos últimos vinte dias e capaz de bombardear até um hospital e uma escola das Nações Unidas

Brasil 247

Responsável pelo primeiro voto, em 1947, pela criação de Israel, o Brasil sempre foi um aliado da causa judaica. No entanto, a política externa do Itamaraty também sempre foi pautada pela defesa dos direitos humanos. Foi exatamente neste contexto que o chanceler Luiz Alberto Figueiredo divulgou uma nota em que condenava "energicamente" a ação desproporcional de Israel no conflito da Palestina, que, em menos de vinte dias, matou mais de mil pessoas.

Neste período, o governo do chanceler Benjamin Netanyahu assassinou mulheres, crianças e foi capaz até de bombardear um hospital e uma escola da Organização das Nações Unidas, levando o secretário Ban-Ki-Moon a se dizer "estarrecido". De acordo com as Nações Unidas, Netanyahu deve ser investigado por "crimes de guerra" e até mesmo o maior aliado de Israel, o governo dos Estados Unidos, tem se mostrado desconfortável com o banho de sangue. Ontem, o secretário de Estado, John Kerry, pediu uma trégua que impedisse a continuidade da matança.

No entanto, Netanyahu tem, a seu lado, a família Civita, que edita a revista Veja, cuja capa desta semana se dedica a a apontar o que seria o "apagão na diplomacia" e a "falência moral da política externa do governo Dilma".

Internamente, a revista aponta o que seriam sinais de "nanismo" do Itamaraty. Um desses, curiosamente, seria até a declaração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, numa reunião do G-20, quando chamou o ex-presidente Lula de "o cara". Ou seja: na lógica de Veja, um elogio de Obama no G-20, organismo que deve muito ao Brasil, diminuiria o País.

Com a capa desta semana, Veja se coloca à extrema direita e se isola até de mesmo seus leitores. Responsável pela formulação da política externa do candidato Aécio Neves (PSDB-MG), o embaixador Rubens Barbosa concordou com a posição adotada pelo Itamaraty. Neste sábado, a jornalista Mônica Bergamo também informa que o presidente da Confederação Israelita Brasileira, Claudio Lottenberg, se disse indignado com a grosseria do porta-voz Yigal Palmor, que chamou o Brasil de "anão diplomático". Em editorial, o jornal Estado de S. Paulo condenou o que chamou de "baixaria israelense".

Veja, assim, se isola, assim como o carniceiro Benjamin Netanyahu. Os dois, na verdade, se merecem."

*Saraiva 

Israel contra o mundo e Netanyahu entre os inimigos da humanidade


Sob a desaprovação do mundo, Benjamin Netanyahu prossegue genocídio de crianças e civis na Palestina. Brasil condena ação tresloucada de Israel e ouve de volta que é "um anão diplomático". Resposta rasteira era esperada: sionistas assassinos é que são anões morais

israel hitler milosevic
Benjamin Netanyahu, Adolf Hitler e Slobodan Milosevic (Pragmatismo Político)
Dar as ordens para bombardeios que já mataram mais de 120 crianças, 700 civis e atingiram dois hospitais e por duas vezes uma escola da ONU na Faixa de Gaza fazem descer ao inferno dos inimigos da humanidade o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Com uma fúria típica dos genocidas tresloucados como Adolf Hitler, com quem foi comparado pelo primeiro-ministro da Turquia, o sérvio Slobodan Milosevic, o ugandense Idi Amin Dada e outros, Netanyahu fecha os ouvidos a todos os apelos internacionais e prossegue no ataque covarde contra a população palestina civil.
SAIBA MAIS: Israel rebate críticas do Brasil com comentário ríspido
Disparos israelenses feitos nesta quinta-feira atingiram novamente uma escola da ONU que protegia refugiados palestinos. O número de mortos pode chegar a 15, incluindo crianças e um bebê de um ano de idade, além de 200 feridos. O caso aconteceu em Beit Hanoun, norte da Faixa de Gaza. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se disse chocado com o ataque, que também matou, além de mulheres e crianças, funcionários das Nações Unidas.
Maior aliado no acobertamento dos crimes de guerra de Israel, até os Estados Unidos estão constrangidos com o nível de barbárie praticado por Israel. Todas as regras de guerra foram quebradas, dando aos ataques a marca de um massacre. Tanto é assim que ainda não há nenhuma saída aberta à população civil para deixar o território. As tropas israelenses fecharam todas as fronteiras, tornando comum a situação de não haver lugar seguro para ninguém.
Manifestando uma posição que hoje é global, o Brasil condenou duramente os ataques de Israel. Ao invés de participar de um diálogo de nível civilizado, no entanto, os diplomatas brasileiros ouviram como resposta de representantes de Israel que o País seria um ‘anão diplomático’. A reação tem o mesmo padrão rasteiro da política externa do regime sionista israelense, esse sim um verdadeiro anão moral.
No Brasil, infelizmente, vozes isoladas da grande mídia e de setores conservadores procuram emprestar, como se fosse possível, alguma legitimidade ao morticínio de indefesos que está em curso na Faixa de Gaza sob um pretexto esfarrapado de tapar túneis transfronteiriços. Na verdade, o que está em curso é mais uma etapa da limpeza étnica que Israel promove desde a sua criação como Estado contra o povo palestino.
VEJA TAMBÉM: Apenas 1 país votou contra a investigação do Massacre de Israel na Palestina

Santa Casa reconhece: é o Governo tucano de Alckmin que não repassa verbas do governo federal

mariafro


Santa Casa acusa governo Alckmin de não repassar verbas federais
THAIS BILENKY e NATALIA CANCIAN DE SÃO PAULO na Folha
26/07/2014
O provedor da Santa Casa de São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, 72, acusou nesta sexta-feira (25) o governo do Estado de São Paulo de deixar de repassar parte da verba federal destinada à entidade, a exemplo do que fizera na véspera o Ministério da Saúde.
A afirmação, feita em entrevista à Folha, ocorre após a suspensão dos atendimentos de emergência do maior hospital filantrópico do país, que gerou um embate sobre as responsabilidades pela penúria financeira da Santa Casa.
O Estado nega a acusação e diz que o dinheiro chegou integralmente à Santa Casa, incorporado a outros repasses.
“O governo federal manda 10 e o estadual me paga 5. Estou dando um número hipotético, mas um tanto não chega. Tem peneira e eu sei onde, mas não vou falar mais nada. Quero que façam uma auditoria. O problema
não é meu, é deles. Estou falando porque tenho certeza”, afirmou nesta sexta-feira (25).
Na véspera, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, dissera que R$ 74,7 milhões não foram repassados à Santa Casa entre 2013 e 2014.
O provedor afirmou ainda que cobrou há duas semanas pessoalmente do governador Geraldo Alckmin (PSDB) outros recursos que teriam sido prometidos por ele.
“Fui ao Palácio dos Bandeirantes, entreguei um papelzinho com a letra do [deputado estadual Antonio Salim] Curiati com a lista de coisas atrasadas e o meu telefone. Ele nunca me ligou.”
O governo diz que tais promessas não existem.
Na terça-feira, a Santa Casa fechou os portões e suspendeu, sem aviso prévio, o atendimento no pronto-socorro, que atende em média 1.500 pessoas por dia.
Paciente busca atendimento na Santa Casa que esteve fechada na última terça-feira
Paciente busca atendimento na Santa Casa que esteve fechada na última terça-feira

FORNECEDORES
Segundo Abdalla, a medida ocorreu devido a uma dívida de R$ 50 milhões com fornecedores, o que levou à falta de materiais e remédios.
O impasse durou 30 horas. O atendimento foi retomado após a Santa Casa fazer um acordo para receber uma ajuda emergencial do governo do Estado de R$ 3 milhões.
O governo condicionou novos repasses à realização de uma auditoria nas contas da instituição.
OUTRO LADO
A Secretaria estadual da Saúde negou que tenha deixado de repassar recursos federais à Santa Casa de São Paulo e afirmou que os questionamentos serão objeto de investigação na auditoria criada nesta sexta, cujo relatório deve sair em 60 dias.
-
O que diz o Governo federal
Em 2013
R$ 291 mi
Repasse do Ministério da Saúde para a Santa Casa
R$ 237 mi
Valor recebido pelo hospital
Em 2014
R$ 126 mi
Repasse do Ministério
R$ 106 mi
Valor recebido pelo hospital
-
R$ 74,7 mi
Valor total que o Ministério da Saúde diz ter repassado nos dois anos e que não teriam chegado à Santa Casa
O que diz o governo estadual
Afirma que está “rigorosamente em dia” com a Santa Casa. A Secretaria de Saúde diz que a diferença ocorre porque parte da verba foi incorporada ao valor pago por atendimentos como cirurgias e transplantes

Jornal do Brasil. "Santander deveria ser punido pelo BC e TSE. O cinismo que envolve a declaração do Banco Santander a seus clientes milhardários claramente ameaça a pobreza brasileira. Esses delinquentes jamais teriam coragem de fazer isso na Espanha, país onde conseguiram criar essa instituição, com o governo democrático quebrando ou ameaçando os bancos da época de Franco."

País


Banqueiro espanhol incentiva fuga de capitais do Brasil 

Santander deveria ser punido pelo BC e TSE



O Banco Santander enviou um informe aos seus clientes milhardários dizendo que, caso Dilma se estabilize ou volte a subir nas sondagens para as eleições de outubro, o cenário macroeconômico poderia se deteriorar, com câmbio desvalorizado, juros mais elevados e o índice Ibovespa em baixa. Logo depois, o banco espanhol pediu desculpas ao governo brasileiro.
O cinismo que envolve a declaração do Banco Santander a seus clientes milhardários claramente ameaça a pobreza brasileira. Esses delinquentes jamais teriam coragem de fazer isso na Espanha, país onde conseguiram criar essa instituição, com o governo democrático quebrando ou ameaçando os bancos da época de Franco.
Nem Lincoln Gordon, embaixador do governo dos EUA e comprovado colaborador do golpe de 1964 em nome do governo americano, conforme consta em livros do jornalista Élio Gaspari, nem ele ousou interferir no mercado financeiro brasileiro. É inaceitável que um banqueiro estrangeiro use funcionários como cabos de espadas para sangrar a economia brasileira, incitando a seus milhares de clientes a coagirem seus empregados a votarem em candidatos que, se eleitos, continuarão promovendo lucros para seus acionistas espanhóis, que criaram esse banco, que é sucessor dos bancos franquistas.
O Tribunal Superior Eleitoral não precisa ser chamado num crime tão escandaloso como esse para poder atuar. O Banco Central, além de suas obrigações, como responsável pela política monetária do país, tem também compromissos políticos com  o povo para que não permita que um atravessador dessa categoria, que se intitula banco, possa fazer do Brasil o que pensa em fazer.

sábado, julho 26, 2014

Você sabia que o Brasil já foi condenado por racismo?
OEA condena Brasil por não punir caso de racismo
O caso SIMONE ANDRÉ DINIZ
Você sabia que o Brasil já foi condenado por racismo?
OEA condena Brasil por não punir caso de racismo
O caso SIMONE ANDRÉ DINIZ
A autora desta façanha foi a negra Simone André Diniz (foto) e pela primeira vez um país do Continente Americano foi responsabilizado pelo sistema interamericano de Direitos Humanos pelo crime de discriminação racial. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), acatou o pedido de Simone, e em uma decisão inédita, condenou o Brasil. De acordo com o órgão, o Estado brasileiro violou artigos da Convenção Americana de Direitos Humanos e da Convenção Racial ao permitir que um caso de racismo fosse arquivado sem a abertura sequer de uma ação penal. O relatório da comissão da OEA, Estado brasileiro "falhou ao não cumprir a sua obrigação", diz o relatório, definida em convenções internacionais as quais assinou, de garantir a investigação de um caso de racismo.
Segundo o relatório da comissão da OEA, publicado no início do mês de novembro de 2006, o Estado brasileiro "falhou ao não cumprir a sua obrigação", pois.o Brasil assinou em Convenções Internacionais que garantiria a todos os seus cidadãos, investigar, julgar e punir casos de racismo em todo o território nacional, porém , "falhou ao não cumprir a sua obrigação". A sansão da comissão da OEA, também determinou que o estado brasileiro indenizasse Simone, cujo caso tinha sido arquivado 8 anos antes à pedido do Ministério Público ao Poder Judiciário do Estado de São Paulo.
Simone conta que no dia 02 de março de 1997, uma amiga viu um anuncio nos classificados do jornal Folha de S. Paulo. A vaga seria para empregada doméstica e na 4ª linha do anuncio, trazia o requisito para a vaga de emprego: "preferência branca". Ela então ligou para o número indicado no anúncio e se fez interessada pela vaga, e ao perguntarem sua cor, Simone afirmou ser negra. Do outro lado, a resposta foi taxativa: "Você não preenche os requisitos". Ela ainda tentou argumentar, mas a resposta foi sempre a mesma, de que a exigência era por uma empregada de cor branca.
Imediatamente, Simone entrou em contato com a subcomissão do negro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo. Iniciava ali uma campanha que chegou a reunir mais de cem entidades de classe, de direitos humanos e do movimento negro. Também denunciou o caso à polícia e foi aberto um inquérito. Na delegacia, a autora do anúncio confirmou a preferência por uma candidata branca e alegou ter feito esta exigência porque uma ex-empregada que era negra, tinha maltratado os seus filhos e estes estariam traumatizados. Porém el jamais registrou esta ocorrência e nem a suposta empregada negra que teria maltratado seus filhos foi ouvida ou reconhecida.
Dentro de 14 dias, a polícia concluiu o inquérito sem responsabilizar ninguém, e o encaminhou à Justiça. O Ministério Público arquivou o caso sob a alegação de não ter havido "qualquer ato de racismo" ou "base para oferecimento de denúncia". A recomendação do promotor foi acatada pelo juiz, que arquivou o caso antes mesmo de ele virar ação penal. O arquivamento provocou manifestações das entidades e o caso foi denunciado à comissão da OEA. Era a primeira vez que o Estado brasileiro era denunciado na OEA por racismo.
Por oito anos, o caso tramitou na comissão. O Instituto do Negro Padre Batista e o Cejil (Centro pela Justiça e o Direito Internacional) são os atuais responsáveis pela denúncia. Segundo Sinvaldo José Firmo, advogado do instituto, o anúncio já é uma prova de racismo. A legislação vigente em março de 1997 previa como crime "praticar, induzir ou incitar" o preconceito de raça ou cor -lei publicada meses depois definiu melhor os crimes raciais.
Para Maria da Penha Santos Lopes Guimarães, coordenadora do departamento jurídico do instituto, o depoimento da autora do anúncio serve como confissão de discriminação.
"Não acredito que a versão dela seja verdadeira. Mas, se for, ela queria fazer um apartheid com seus filhos? Se a doméstica que teria batido em seus filhos fosse branca, ela colocaria um anúncio pedindo empregada negra ou asiática?", questionou Maria da Penha.
No relatório, a comissão da OEA estipula que o Brasil reconheça publicamente a violação de direitos da Simone, pague uma indenização (não há valor estipulado), dê apoio financeiro para que ela faça um curso superior e promova a reabertura das investigações.
- PS :- O caso de Simone abriu precedente pra que todos os casos de racismo insolúveis, arquivados ou sem atenção da Justiça brasileira tenham o mesmo desfecho. Vamos usar como modelo?
Fonte:
Compilado integralmente do site:
entrevista
A empregada doméstica Simone André Diniz tinha 19 anos quando, sozinha, decidiu denunciar o ato de discriminação racial do qual foi vítima.
Telefonou para entidades do movimento negro, foi à polícia. Mais de nove anos depois, Simone disse que chegou a pensar em desistir da denúncia, que foi parar na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. "Hoje, as pessoas me agradecem pelo que eu fiz", disse. A seguir, trechos da entrevista.
Folha - Por que você resolveu denunciar esse caso?
Simone André Diniz - Ocorrem muitos casos de racismo, e as pessoas deixam para lá. Será que só o branco pode trabalhar? O negro tem de catar papelão na rua? Tem de catar latinha na rua? Mas ter um trabalho digno o negro não pode?
Folha - Quando você ligou, achava que poderia mudar a opinião da autora do anúncio?
Simone - Achei que poderia ter sido um engano. Mas não foi isso. Eles não queriam mesmo. Não queriam uma pessoa da pele negra, de jeito nenhum.
Folha - Como você se sentiu quando lhe disseram que não queriam uma empregada negra?
Simone - Eu fiquei triste. Se você for numa cadeia, você vai ver negros, sim. Mas você também vai ver brancos. As pessoas têm de ver a capacidade da pessoa. A cor não quer dizer nada.
Folha - Você tinha sido vítima de racismo semelhante outras vezes?
Simone - Eu tinha ido a uma loja com meninas loiras, cabelos enormes. Estava escrito que estavam precisando de moças. Eu entrei e, logo que elas me viram, elas falaram que o quadro já estava preenchido. Aí eu falei: "Então vai tirar aquela plaquinha lá da porta".
Folha - E elas tiraram?
Simone - Na minha frente, elas tiraram. Pode ser que depois tenham colocado de novo. Mas, na minha frente, eu fiz tirar.
Folha - Você ficou decepcionada em relação à apuração do caso no Brasil?
Simone - Fiquei. Porque, para eles, foi tanto fez como tanto faz. Para eles, foi só mais um caso. Se eles tivessem mais interesse, não precisaria chegar ao ponto em que chegou, de ter de ir para o Exterior. Porque aqui no Brasil dizem que tudo acaba em pizza. Infelizmente, o meu caso acabou em pizza mesmo. É aquilo: "Vamos arquivar, e está tudo certo".
Folha - Essa decepção fez você pensar em desistir do caso?
Simone - Quatro anos atrás, eu pensei isso. Os jornalistas me procuravam, e eu dizia: "Você me perdoa, mas eu não quero mais". Fico me expondo, e não dá em nada. Mas, conversando com os meus advogados, eu mudei de idéia.
Folha - Depois dessa exposição, você chegou a ser vítima de outro ato de discriminação racial?
Simone - Não. Mesmo porque onde eu vou as pessoas brincam comigo e dizem: "Não chama ela de pretinha, não". As pessoas lembram do que aconteceu, principalmente no bairro onde eu moro.
Folha - Mas, quando falam assim, é com ironia ou respeito?
Simone - Respeito. As pessoas me agradecem pelo que eu fiz. Porque muitos não teriam coragem de ter feito o que eu fiz.
Folha - O que você diria para uma pessoa que recentemente foi vítima de racismo?
Simone - A pessoa tem de correr atrás dos direitos dela. A nossa moral em primeiro lugar. Se aconteceu e não fizer nada, vai sempre acontecer. As pessoas vão sempre pisar. E eu acho que ninguém deve ser pisado por ninguém. Ninguém é melhor do que ninguém.
*Geraldoceliodantaspoderoso

BARRAGEM RIO JUNDIAÍ, Alto TietêBARRAGEM RIO JUNDIAÍ, Alto Tietê
É muito grave a atual situação de crise de abastecimento de água nos municípios da região metropolitana de São Paulo e é ainda mais grave a atitude irresponsável do governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB), frente a essa crise. O volume morto do reservatório Cantareira vem sendo utilizado há meses e agora o mesmo volume de outro reservatório, o Alto Tietê, também poderá ser utilizado.
Mesmo negando, o governo do estado aplica um racionamento velado suspendendo o fornecimento de água durante o período noturno em vários bairros da capital. Evidentemente que os bairros mais pobres são os principais afetados por esse racionamento que é realizado através do fechamento momentâneo de partes do sistema que bombeia o fluxo de água.
Os funcionários da Sabesp que cumprem a tarefa diária de realizar a manutenção das redes de água e esgoto, enfrentando o frio e o sol todos os dias em um trabalho desgastante, são cobrados pela população por essa crise sem, no entanto, terem qualquer responsabilidade. As decisões políticas do governador do Estado de transformar o fornecimento de água em um negócio lucrativo para empreiteiras terceirizadas e investidores da bolsa são as únicas responsáveis por essa situação. Soma-se a isso o interesse eleitoral do PSDB de não realizar o racionamento de forma transparente em um ano de eleição.
Colocar em risco o fornecimento de água em uma metrópole com mais de 20 milhões de habitantes é na verdade um grande crime. Atualmente, o nível do reservatório cantareira está em menos de 17% e o do Alto Tietê em 22%, seguramente, os menores níveis de reserva de água da história. É preciso que a população se mobilize para responder a essa situação e exija intervenção pública dos órgãos responsáveis para impedir que os reservatórios sequem e a crise da água se aprofunde em São Paulo.
Redação São Paulo
*Averdade



Segundo o relatório para o Desenvolvimento Humano, da Organização das Nações Unidas, desde 2008, o programa da gestão do PT suavizou os efeitos negativos da crise internacional sobre o poder de compra dos mais pobres e trouxe benefícios de longo prazo uma vez que as famílias, para receberem o benefício, precisam manter os filhos na escola; segundo o estudo, o Bolsa Família contribuiu com 20% a 25% da redução da desigualdade no país em 2008 e 2009, ao custo de 0,3% do PIB 

25 DE JULHO DE 2014 

247 – O Relatório para o Desenvolvimento Humano, da Organização das Nações Unidas, divulgado nesta semana, apresenta os programas Bolsa Família, do Brasil, e Oportunidades, do México, são exemplos de políticas em que todos ganham.

Para a ONU, desde 2008, as iniciativas suavizaram os efeitos negativos da crise internacional sobre o poder de compra dos mais pobres e trouxeram benefícios de longo prazo uma vez que as famílias, para receberem o benefício, precisam manter os filhos na escola.

Segundo o estudo, o Bolsa Família contribuiu com 20% a 25% da redução da desigualdade no país em 2008 e 2009, ao custo de 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto).

Outro ponto destacado é o aumento do salário mínimo: “O aumento do salário mínimo foi uma resposta à crise no Brasil e contribuiu para aumentar os salários e a distribuição de renda”.

JOGA SUJO! : PARECE COISA DE GANGSTERS - BANCO ESPANHOL SANTANDER TENTA INFLUENCIAR ELEITORES BRASILEIROS NAS ELEIÇÕES 2014 

O relatório destinado a clientes ricos, produzido pelos analistas do banco Santander, no qual projetam perdas financeiras diante de uma escalada da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais é típico. O pedido de desculpas feito logo a seguir à divulgação da peça não esconde o fato de que sempre, entra e sai eleição para presidente, tanto o mercado financeiro quanto os empresários de maior visibilidade procuram, acima de todas as coisas, temer, rejeitar e demonizar os candidatos de esquerda à Presidência da República.
Como quem tem chances reais de vencer, desde 1989, são os candidatos do PT – com Lula cinco vezes candidato, e Dilma Rousseff desenvolvendo agora sua segunda campanha -, o nome do partido e a própria legenda acabando sofrendo a pressão.
Hoje é folclore, virou piada, Mas quando o então presidente da poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mario Amato, declarou que 800 mil empresários iriam embora do País se Lula vencesse as eleições de 1989, a frase foi levada muito a sério. Foi estampada na primeira página de jornais como a Folha e o Estado, repercutiu em programas de televisão e veio acompanhada de teses sobre a incapacidade de governança do PT e intenções de intervir em empresas e no mercado financeiro que, por fim, foram praticadas pelo vitorioso Fernando Collor.
A demonização a Lula, no entanto, prosseguiu em todas as campanhas nacionais disputadas pelo ex-presidente, inclusive as que ele ganhou. Em 2002, a missão de superar o tucano José Serra incluía, também, superar uma impressionante série de rumores, boatos e fofocas que apontavam para um estouro nas contas públicas no caso da vitória do ex-metalúrgico. Com a chancela do banco americano Goldman Sachs, o economista Daniel Tenengauzer ganhou seus quinze minutos de fama ao criar o que chamou de "lulômetro". Consistia em medir o nível da disparada da cotação do dólar sobre o real de acordo com o crescimento que Lula apresentava nas pesquisas. Assim, quanto mais o futuro presidente avançava, mas o "lulômetro" apurava que se chegava mais perto do fim do mundo cambial. O real seria pulverizado.
O que se viu, no entanto, desde o primeiro do mandato de Lula foi a normalização de todos os grandes indicadores da economia e, em seguida, o "espetáculo do crescimento" que deu ao presidente uma reeleição tranquila.
Agora, ao completar 12 anos sem representantes de seu campo político-ideológico no poder central, setores do sistema financeiro e da classe empresarial voltam a dar as mãos para rezar o mantra do medo da esquerda acima de todas as coisas.
Nesta sexta-feira 25, a divulgação do relatório do Santander a seus clientes de alta renda trouxe à luz do dia o que está correndo solto nos bastidores das mesas de investimentos e dos encontros entre grandes barões da indústria. Apesar de os três governos sucessivos dos presidente de esquerda terem preservado todos os princípios da economia de mercado, acrescentando o dado do aumento do mercado consumidor como um ponto que deveria ser atribuído a seu favor, seus representantes continua a ser atacados. Das mais diferentes maneiras. Desta vez, foi um relatório sem base técnica seguido de pedido de desculpas. Aguarda-se para ver o nível da próxima provocação. 

Fonte:247 

*SERIA TROCA DE FAVORES - EX BANESPA

QUANDO UM POETA MORRE, VIRA UM PÁSSARO E GANHA O MUNDO...ADEUS GRANDE MESTRE SUASSUNA !

Poemas de Ariano Suassuna

Noturno

Têm para mim Chamados de outro mundo
as Noites perigosas e queimadas,
quando a Lua aparece mais vermelha
São turvos sonhos, Mágoas proibidas,
são Ouropéis antigos e fantasmas
que, nesse Mundo vivo e mais ardente
consumam tudo o que desejo Aqui.
 
Será que mais Alguém vê e escuta?
 
Sinto o roçar das asas Amarelas
e escuto essas Canções encantatórias
que tento, em vão, de mim desapossar.
 
Diluídos na velha Luz da lua,
a Quem dirigem seus terríveis cantos?
 
Pressinto um murmuroso esvoejar:
passaram-me por cima da cabeça
e, como um Halo escuso, te envolveram.
Eis-te no fogo, como um Fruto ardente,
a ventania me agitando em torno
esse cheiro que sai de teus cabelos.
 
Que vale a natureza sem teus Olhos,
ó Aquela por quem meu Sangue pulsa?
 
Da terra sai um cheiro bom de vida
e nossos pés a Ela estão ligados.
Deixa que teu cabelo, solto ao vento,
abrase fundamente as minhas mão...
 
Mas, não: a luz Escura inda te envolve,
o vento encrespa as Águas dos dois rios
e continua a ronda, o Som do fogo.
 
Ó meu amor, por que te ligo à Morte?


Asta la vista, Mestre!