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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 19, 2014

PUTIN AFIRMA QUE EUA QUEREM FAZER DA RUSSIA UM "TROFEU DE CAÇA"


'Por acaso não é um muro o escudo antimísseis ao lado de nossas fronteiras; por acaso não é um muro (...) a ampliação da Otan para o Leste', indagou o líder do Kremlin em entrevista coletiva hoje
  



por EFE* 


Putin: sanções ocidentais causaram em torno de 25% a 30% dos problemas econômicos que o país sofre atualmente
Moscou – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (18) que o Ocidente "decidiu que é um império e que todos os demais são vassalos", aos quais é preciso achatar, e opinou que querem transformar o "urso russo" em um "troféu de caça". Em entrevista coletiva, Putin acusou os parceiros ocidentais de querer erguer um novo Muro de Berlim, desta vez "virtual", com suas medidas contra a Rússia.

"Por acaso não é um muro o escudo antimísseis ao lado de nossas fronteiras? Por acaso não é um muro (...) a ampliação da Otan para o Leste, algo que nos prometeram que não aconteceria depois da queda do muro de Berlim", perguntou o líder do Kremlin. Putin voltou a se referir às sanções do Ocidente contra Moscou, adotadas pelo papel da Rússia na crise da Ucrânia, como uma nova tentativa dos Estados Unidos e Europa de "arrancar as garras e os dentes do urso" russo para que se transforme "em um troféu de caça".

 

"Às vezes penso se não seria melhor que o urso ficasse tranquilo, comendo favas e mel. Talvez assim o deixassem em paz. Não o deixarão! Porque sempre tentarão colocar uma corrente nele. E quando o prenderem, lhe arrancarão os dentes e as garras, que hoje são (nossa) força de contenção nuclear", disse o líder russo.

Ao mesmo tempo, Putin reconheceu que as sanções ocidentais já prejudicaram a economia russa, e são causadoras de "em torno de 25% a 30% dos problemas econômicos que o país sofre". Por outro lado e após admitir a presença de voluntários russos no leste da Ucrânia, combatendo o bando rebelde, Putin reiterou que "na consciência social" da Rússia, o conflito armado nas regiões rebeldes ucranianas "é uma operação de castigo realizada pelas atuais autoridades de Kiev".

"Não foram os milicianos do leste que enviaram suas unidades a Kiev, mas as autoridades de Kiev que levaram suas forças armadas para o leste", ressaltou o chefe do Kremlin, que voltou a qualificar de "golpe de Estado" a reviravolta de poder vivida na Ucrânia no início deste ano.

  

Razões da crise

Ao que parece, a Rússia está, economicamente, nas cordas. O rublo perdeu cerca de 50% de seu valor frente ao dólar, desde junho. O aumento dos preços de produtos importados elevou a inflação a 9,1% ao ano. A causa nítida é uma queda abrupta e estranha nos preços internacionais do petróleo — de cerca de US$ 100 o barril, há um mês, para US$ 60 hoje. Como gás e óleo respondem por cerca de 75% das exportações russas, teme-se que o país perca condições de gerar divisas necessárias para cumprimento de seus compromissos comerciais e financeiros com o exterior.
O petróleo caiu devido a uma decisão unilateral da Arábia Saudita — maior exportador mundial do combustível e principal aliado dos EUA no Oriente Médio, ao lado de Israel. Há cerca de dois meses, o governo de Riad agiu em sentido diametralmente oposto ao que recomendaria a lógica comercial mais óbvia. Numa conjuntura em que a economia global e o consumo de petróleo refluem, ele decidiu elevar fortemente a extração do produto, derrubando os preços.
Putin

As razões são controversas. A explicação mais tradicional sugere que se trata de uma tentativa de inviabilizar (por concorrência) a exploração de petróleo em rochas de xisto, que cresceu muito nos Estados Unidos, mas é custosa — além de ambientalmente devastadora. Cada vez parece mais crível, no entanto, que a derrubada dos preços foi ditada por interesses geopolíticos. Os três países mais prejudicados pelo petróleo baixo são Irã (o grande adversário regional da Arábia Saudita no Oriente Médio), Rússia e Venezuela (que Washington busca insistentemente colocar em dificuldades).
Se Moscou seguir a ortodoxia econômica, sua resposta pode provocar graves problemas internos na Rússia. Implicaria elevar as taxas de juros (houve uma alta emergencial para 17% ao ano, ontem), gastar boa parte das reservas internacionais de divisas (para comprar rublos e tentar sustentar seu preço), tornar o país vulnerável a outros ataques.
* Com Antonio Martins, do Outras Palavras.

Raúl Castro anuncia vitória para Cuba em relação aos EUA Discurso completo do presidente cubano, Raúl Castro, saudando a nova abertura das relacões com Estados Unidos. TeleSUR

O povo, na sua sabedoria, escolhe quem ele quer que governe

"" ........ É da própria natureza da disputa eleitoral resultar em vitória e resultar em derrota. Mas como uma eleição democrática não é uma guerra, ela não produz vencidos. O povo, na sua sabedoria, escolhe quem ele quer que governe e quem ele quer que seja oposição. Simples assim”, afirmou Dilma, em seu discurso.____
“Cabe a quem foi escolhido para governar, governar bem. Cabe a quem foi escolhido para ser oposição, exercer da melhor forma possível o seu papel”, reforçou.........................................( Dilma Roussef 18/12/2014 ) 
Diplomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para exercer seu segundo mandato, a presidenta Dilma Rousseff convocou um grande pacto entre a sociedade e o governo para combater a corrupção, viabilizando uma grande ‪#‎ReformaPolítica‬ a partir do próximo ano. Ela ainda discursou em defesa da Petrobras, alertando que ao desprestigiar o capital nacional dilapida-se a independência e soberania do país: goo.gl/V4Q2HM

quinta-feira, dezembro 18, 2014

A nova Cuba: Brasil marcou um golaço ao financiar Mariel

 
Patrícia Campos Mello

Com o porto de Mariel e outros inúmeros investimentos em Cuba, o Brasil é um dos países que estão melhor posicionados para se beneficiar da queda do embargo americano à ilha, cuja negociação será anunciada hoje.

Alvo de críticas ferrenhas, o porto de Mariel, que recebeu cerca de US$ 800 milhões de financiamento do BNDES e foi tocado pela Odebrecht, está a apenas 200 quilômetros da costa da Florida.

Depois da dragagem, poderá receber navios grandes como os Super Post Panamax, que Dilma citou várias vezes durante a cúpula da Celac este ano, e concorrer com o porto do Panamá.

Mesmo sem a dragagem, já será concorrente de portos como o de Kingston, na Jamaica, e das Bahamas, bastante movimentados.

O raciocínio do governo brasileiro sempre foi o de "entrar antes da abertura para já estar lá quando caísse o embargo".

Essa estratégia se provou acertada.

China primeira economia do mundo, Fim do embargo contra Cuba, Dilma Reeleita e Bolsonaro ameaçado de cassação. Feliz 2015, coxinhas, viuvinhas, reaças e similares!

Cuba e EUA reatam
relações diplomáticas

“Estamos mudando a história, porque é o correto a se fazer”, diz Obama

À esquerda, Raul Castro, presidente cubano. À direita, Barack Obama, dos EUA



No Globo:


EUA E CUBA VÃO RETOMAR RELAÇÕES



Reaproximação histórica acontece após 53 anos. Embaixadas serão reabertas e Obama pressionará por fim do embargo



WASHINGTON – Após 53 anos de rompimento, Estados Unidos e Cuba vão normalizar integralmente as relações diplomáticas, com abertura de embaixadas em Havana e Washington e recomposição de canais de cooperação e negociação, informaram os governos das duas nações. Para concretizarem o passo histórico, os presidentes Barack Obama e Raúl Castro autorizaram no primeiro semestre de 2013 conversas secretas de alto nível — que começaram em junho daquele ano, tiveram a bênção do Papa Francisco e foram concluídas ontem, com chamada telefônica de uma hora e meia entre os dois mandatários — e alinhavaram a liberação de prisioneiros cubanos e americanos, o que ocorreu esta manhã. Os EUA decidiram ainda rever a inclusão de Cuba na lista de Estados que apoiam o terrorismo; relaxar ainda mais viagens e remessas de americanos à Ilha; e liberar várias transações financeiras e tipos de exportações.


Obama e Raúl anunciaram as medidas simultaneamente, em Washington e Havana. Segundo o governo americano, Cuba também fez concessões. Vai liberar 53 prisioneiros que Washington considera políticos (alguns dos quais já começaram a ser soltos), vai facilitar o acesso à internet à população e abrirá espaço para visitas adicionais de avaliação da ONU e da Cruz Vermelha.



— Começamos um novo capítulo nas histórias dessas duas nações das Américas — disse Obama. — Ninguém está bem servido por políticas desenhadas quando a maioria de nós nem éra nascida. Através dessas mudanças, tentamos criar mais oportunidades para os povos americano e cubano e iniciar um novo capítulo.



(…)




Em tempo: 


Entre as medidas anunciadas nesta quarta-feira (17) estão a abertura da embaixada americana em Havana pela primeira vez em mais de meio século depois da libertação de um funcionário americano mantido preso na ilha por mais de cinco anos, disseram autoridades americanas.


Nicolas Maduro, presidente da Venezuela, afirmou, na Cúpula do Mercosul, se tratar de uma retificação histórica.
*PHA

Baseada no relatório da Comissão da Verdade, prefeitura remove estátua de Costa e Silva

Busto do ditador, que nasceu no município gaúcho, foi levado para um museu e será acompanhado de uma cópia do relatório

Baseada no relatório da Comissão da Verdade, prefeitura remove estátua de Costa e Silva Divulgação/Prefeitura de Taquari
Foto: Divulgação / Prefeitura de Taquari
divulgação do relatório final da Comissão Nacional Verdade (CNV) foi o mote decisivo para a retirada de uma estátua do presidente Arthur da Costa e Silva do principal ponto turístico de Taquari, cidade natal do ditador. Com auxílio de uma máquina retroescavadeira, a prefeitura derrubou o busto que ficava na Lagoa Armênia, desde 1976, na tarde desta terça-feira.
Segundo o prefeito Emanuel Hassen (PT), conhecido como Maneco, o relatório comprovou as “atrocidades” cometidas pelo presidente, que não merece uma homenagem na Lagoa.
— É o principal ponto de manifestações culturais da cidade, e a gente sabe que a ditadura foi contra qualquer manifestação, seja de música, dança ou arte. Não tinha mais sentido ficar ali — justifica Maneco.
Junto do busto, uma placa explicava que foi na Lagoa Armênia que Costa e Silva, ainda na infância, organizou seu primeiro pelotão de meninos e que, quando presidente, "comandou com altruísmo o Brasil e o povo brasileiro".
Um vídeo que registrou a retirada da estátua foi compartilhado mais de 300 vezes em um período de três horas. Veja:

Cuba é o exemplo de que é possível construir um caminho diferente. Mesmo cercada, embargada e perseguida pelo imperialismo nos terrenos econômico e político, o povo cubano permanece ostentando os melhores índices de desenvolvimento social, reconhecidos pelos organismos independentes da ONU.

Por que a extrema-direita brasileira odeia tanto a Cuba?



Por João Batista no jornal A Verdade

É de se perguntar o porquê de tantos ataques a uma pequena ilha caribenha, nação onde vivem pouco mais de 11 milhões de pessoas (menor que a população do estado da Bahia) e cujo o Produto Interno Bruto – PIB representava US$ 72 bilhões em 2012 (o orçamento apenas da prefeitura de São Paulo é de US$ 25 bilhões) nas eleições presidenciais brasileiras.

A estratégia durante toda a campanha foi de jogar sobre o governo de Dilma a pecha de estar utilizando dinheiro público para financiar o governo cubano, através da construção do Porto de Mariel e da contratação de médicos para o programa Mais Médicos.  Via de regra, a candidatura de Dilma aceitava a crítica e não desmascarou o motivo de tanto ódio a Cuba por parte da extrema-direita.

A verdade é que o Porto de Mariel, a 40 km de Havana, é uma obra a mais financiada pelo BNDES. Outras obras similares foram financiadas em outros países como Equador e Angola. Longe de ajudar o socialismo, o objetivo dessa estratégia é fortalecer as empresas capitalistas nacionais, criando um mercado com os países de sul que possa suplantar a crise vivida pelos EUA e a União Europeia. O grande beneficiado com o porto de Mariel é mesmo a Oderbrecht, já que o financiamento do BNDES será pago pelo governo cubano.

No caso do Mais Médicos, programa paliativo para levar médicos às cidades do interior, a extrema-direita faz uso de duas mentiras. Primeiro, esconde que a vinda dos médicos estrangeiros só aconteceu após a recusa dos médicos brasileiros em trabalhar nos lugares ermos. A honrada classe médica chegou a afirmar que receber R$ 10 mil de salário é escravidão. Segundo, procuram explorar o fato de que grande parte dos salários dos doutores de Cuba serve para pagar seus estudos, ajudar a família e desenvolver o país deles. Escondem que o trabalho do médico fora das fronteiras nacionais é um ato voluntário, humanitário e social, como heroicamente fizeram os médicos cubanos no Haiti e, agora, nos países africanos atingidos pelo Ebola.

Ao caluniar Cuba, a extrema-direita procura colocar toda a esquerda brasileira em defensiva. Ao não defender as conquistas sociais cubanas, a esquerda perde em legitimidade e protagonismo para defender a justiça social no Brasil.

Por mais diferenças que se possa ter com o modelo de democracia ou de socialismo aplicado por Cuba, não se pode perder de vista que uma sociedade que priorize a justiça social ao invés do lucro é sempre melhor que qualquer regime capitalista. Quando nos calamos, parte da classe trabalhadora passa a repetir e acreditar nesses chavões repetidos a exaustão pelos representantes dos capitalistas, tornando mais difícil a luta por justiça social no Brasil.

Afinal, por que tanto ódio a uma pequena ilha?

Cuba é o exemplo de que é possível construir um caminho diferente. Mesmo cercada, embargada e perseguida pelo imperialismo nos terrenos econômico e político, o povo cubano permanece ostentando os melhores índices de desenvolvimento social, reconhecidos pelos organismos independentes da ONU. Já pensaram se se tratasse de um país rico em petróleo, fontes de energia naturais, com amplas florestas e fontes de minérios, ou seja, um país que tivesse condições geográficas e naturais de desenvolver a indústria e a técnica em níveis superiores?

Cuba é a prova viva de que a igualdade social é mais eficaz que o acúmulo de riqueza. Que a solidariedade é mais eficaz que o individualismo. Que a educação e a justiça social são as armas mais eficazes contra o crime e a violência. Que uma sociedade pode viver sem altos índices de consumos de drogas lícitas e ilícitas e, também, sem encarcerar sua juventude e seus pobres. Em resumo, Cuba é a prova viva que todo o discurso da extrema-direita é mentiroso e por isso precisa ser derrotada.

Não podemos esperar que o governo do PT defenda as ideias de Cuba pois seu interesse para com a ilha se resume a esfera dos negócios. É preciso devolver todo o ataque sofrido pelo povo cubano organizando o povo para lutar pelo programa da classe trabalhadora brasileira.

quarta-feira, dezembro 17, 2014

Entenda o que muda em Cuba e EUA com a nova política anunciada hoje entre os dois países

Reaproximação histórica após 53 anos terá: abertura de embaixada em Havana, remoção de Cuba de 'lista negra' e mais permissão para compra de charutos
A aproximação histórica entre EUA e Cuba, anunciada nesta quarta-feira (17/12) pelos presidentes dos países, traz mudanças importantes no setor diplomático entre ambas as nações. Para além dos efeitos simbólicos do anúncio, a nova política trará consequências práticas para a economia e a diplomacia entre os dois países. Desde a abertura de uma embaixada em Havana até a permissão para que cidadãos norte-americanos comprem rum e charutos cubanos em maior quantidade.
Agência Efe

Relações diplomáticas entre Havana e Washington foram interrompidas em janeiro de 1961
Abaixo, veja a lista das mudanças anunciadas por Barack Obama:
Diplomacia:
• secretário de Estado norte-americano, John Kerry, foi instruído para retomar imediatamente os diálogos com Cuba para reatar relações diplomáticas, interrompidas em janeiro de 1961;
• reabrir embaixada norte-americana em Havana para "trocas de alto nível";
• manter diálogos com Cuba sobre: imigração, direitos humanos, combate às drogas;
• EUA participarão da reunião da Cúpula das Américas em 2015, evento diplomático da OEA (Organização dos Estados Americanos) para o qual Cuba recebeu convite expresso do Panamá; e,
• EUA revisarão inclusão de Cuba na lista de países que promovem terrorismo, status que a ilha acumula desde 1982.
Viagens:
• flexibilização das restrições a viagens entre os países: mais vistos serão disponibilizados a famílias, funcionários de governos, jornalistas, pesquisadores, grupos religiosos, ativistas humanitários e outros.
Economia:
• mudanças nas políticas econômicas dos departamentos do Tesouro e Comércio com relação a Cuba;
• a permissão para o envio trimestral de remessas financeiras de indivíduos nos EUA para Cuba serão ampliadas de US$ 500 para US$ 2 mil;
• mais produtos dos EUA receberão autorização para serem exportados para Cuba, como material de construção civil e equipamentos de agricultura;
• cidadãos norte-americanos poderão obter licença para importar bens no valor de até US$ 400, mas não mais do que US$ 100 em bebidas alcóolicas e tabaco;
• empresas dos EUA terão permissão para abrir contas em instituições financeiras cubanas;
• cartões de crédito e débito de bandeiras norte-americanas poderão ser usados por estrangeiros em Cuba; e,
• empresas de telecomunicação e internet dos EUA deverão ter mais liberdade para operar na ilha e poderão construir estruturas para intercambiar informação entre Cuba e EUA.

Reaproximação de Cuba e Estados Unidos é recebida com críticas e elogios em Miami

FARC declaram cessar-fogo unilateral por tempo indefinido

ONU, Vaticano e Canadá elogiam acordo entre Cuba e EUA; veja outras repercussões

Barões da mídia comandam publicidade oficial

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Levantamento sobre investimento de empresas estatais em publicidade, publicado com viés político pela Folha de S. Paulo nesta quarta-feira, revela que ainda há grande concentração em grupos de comunicação que pertencem às chamadas famílias midiáticas; só as empresas ligadas ao grupo Globo, dos irmãos Marinho, receberam mais de R$ 5 bilhões; em seguida vieram emissoras do Bispo Edir Macedo (R$ 1,3 bi), de Silvio Santos (R$ 1,2 bi) e de Johnny Saad (R$ 1 bi); editora Abril, dos Civita, ficou com R$ 523 milhões e a própria Folha, de Otávio Frias, levou R$ 206 milhões, enquanto seu concorrente Estado de S. Paulo, dos Mesquita, ficou com R$ 188 mi; no capítulo internet, Folha politiza a discussão e questiona investimentos em veículos como o 247

Do: Brasil247
Uma reportagem publicada nesta quarta-feira Folha de S. Paulo revela o valor investido pelas empresas estatais em publicidade nos últimos anos. Entre 2000 e 2013, foram R$ 15,7 bilhões.
A boa notícia é que, nos governos Lula e Dilma, houve maior desconcentração dos investimentos publicitários. Até 2003, pouco mais de 4 mil veículos de comunicação recebiam investimentos em mídia. Este número atingiu seu recorde em 2013, quando 10.817 veículos, incluindo jornais e rádios regionais, foram beneficiados.
A má notícia é que ainda persiste grande concentração dos recursos em empresas ligadas às chamadas famílias midiáticas, como os Marinho, os Civita, os Mesquita e os próprios Frias, que editam a Folha.
O caso da Globo é o mais gritante. Nada menos que R$ 5,3 bilhões foram investidos em veículos ligados aos irmãos Marinho, como a TV Globo, a Radio Globo, a Editora Globo, que publica Época, e o jornal Valor Econômico (uma parceria com a Folha).
Em seguida, aparecem outras emissoras de televisão, como a Record, do bispo Edir Macedo (R$ 1,3 bilhão), o SBT, de Silvio Santos (R$ 1,2 bilhão), a Bandeirantes, de Johnny Saad (1 bilhão).
Os jornais, liderados pela própria Folha, também receberam uma parcela importante do investimento publicitário. A Folha teve R$ 206 milhões, seguida do Estado de S. Paulo, com R$ 179 milhões. Nas revistas, destacam-se Editora Abril, com R$ 523 milhões, e a Editora Três, que edita Istoé, com R$ 179 milhões. A Editora Confiança, que publica Carta Capital, recebeu R$ 44 milhões.
Politização da internet
No capítulo internet, a Folha politiza a questão, vinculando investimento publicitário a um suposto alinhamento editorial. Um dos veículos citados foi o 247, que foi procurado pela jornalista Flavia Foreque. Na tarde de ontem, ela enviou a seguinte mensagem ao jornalista Leonardo Attuch (editor-responsável pelo 247):
Oi  Leonardo,
Como falei há pouco, estamos fazendo reportagem sobre o volume e destinação da verba de publicidade das estatais federais entre 2000 e 2013.
O total recebidos pela 247 no período foi de R$ 1,71 milhão, em valores correntes de 2013, segundo dados das próprias empresas (R$ 220 mil 2011, R$ 407 mil em 2012 e R$ 1,087 milhão em 2013).
Gostaria de fazer as seguintes perguntas:
1.Congressistas da oposição afirmam que o governo e o PT financiam sites e publicações favoráveis a eles e críticos à oposição. O repasse da verba citado acima exerce alguma influência sobre a linha editorial ou os posicionamentos do veículo?
2.Os recursos de publicidade repassado pelas estatais -aliado a eventuais repasses de órgãos da administração direta – foram a principal fonte de receita da 247? Quanto essa receita representa em relação ao total?
Peço um retorno até as 19h desta terça-feira (16).
Obrigada desde já
Flávia
A resposta encaminhada pelo 247 foi a seguinte:
“A relação comercial entre os veículos de comunicação e seus anunciantes é de natureza privada. Assim como o 247 não revela as negociações com seus clientes, em razão do sigilo comercial, também não questiona o valor destinado a outros veículos de comunicação, como a Folha. De todo modo, informamos que a principal fonte de receita do 247 é o anunciante privado. Os anunciantes que veiculam no 247 buscam atingir uma audiência ampla (mais de 4 milhões de visitantes únicos/mês e 581 mil seguidores no Facebook) e também influente, sem qualquer contrapartida na linha editorial, que é independente.”
A reportagem desta quarta-feira ampliará o debate no País sobre a necessidade de desconcentração dos investimentos publicitários e de uma Lei de Meios, que evite excessivo poder nas mãos de poucas famílias, que não controlam mais a informação no País, mas são saudosas de um passado em que havia menor competição.


Leia a matéria completa em: Barões da mídia comandam publicidade oficial - Geledés 
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