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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, dezembro 25, 2014
A FARSA DO TROFÉU TÁ RENDENDO: O PRÊMIO FOI ARMADO PARA DEFENDER POSIÇÕES DA GLOBO. DEVOLVE BONNER CA !!
A filha de Mário Lago, Graça, deixou um comentário no post que escrevi sobre o prêmio que leva o nome de seu pai, outorgado ao apresentador do Jornal Nacional William Bonner. Publico-o abaixo.
O texto perguntava se ela não deveria procurar meios de proibir o nome de Mário Lago no que chamou de “farsa”. Graça explica a origem da premiação e diz que a cerimônia se manteve “num patamar honesto” — até a última edição. “Foi tudo armado para fazer um ato de defesa do telejornal”, diz ela.
Seu depoimento:
Primeiro, me apresento – sou Graça Lago, filha de Mário Lago, tenho 63 anos, 50 de militância política e 46 de jornalismo. O prêmio com o nome de papai foi instituído em 2002, ano da morte dele, e parecia uma homenagem bacana à memória dele. Nada grandioso, nem um pouco espetacular, apenas um prêmio corriqueiro de uma emissora de TV (onde ele trabalhou muitos anos) e destinado a homenagear artistas, principalmente atores. Nada especial, mas que poderia manter a sua lembrança viva. Bacana.
Nunca nos consultaram sobre isso, mas confesso que fiquei profundamente emocionada quando, passados sete meses da morte de papai, foi anunciado o prêmio, com um belo clipping sobre a trajetória dele e dedicado à grande atriz e pessoa de Laura Cardoso. Durante todos esses anos, o prêmio se manteve em um patamar honesto, com homenagens a diferentes artistas. Ainda que não concordasse com um ou outro, nenhum ofendia a memória de papai; nem na escolha e nem na cerimônia, é importantíssimo registrar.
Mas, desta vez, foi tudo diferente, foi tudo armado e instrumentalizado (como quer o bonner) para fazer da premiação um ato político, de defesa das orientações facciosas da globo e de seu principal (embora decadente) telejornal. Foi uma pretensa maneira de usar o prêmio para abafar as críticas que a partidarização do JN e de seu editor/apresentador vêm recebendo.
Em tudo o prêmio fugiu aos seus propósitos originais. Bonner não é um artista, a não ser na arte de manipular e omitir os fatos. O evento virou um circo de elogios instrumentalizados. Enaltecer a “imparcialidade” com que ele e sua parceira conduziram as entrevistas com os presidenciáveis é esquecer que ele não deu espaço para uma só resposta de Dilma Rousseff; é esquecer que ele e sua parceira ocuparam mais da metade do tempo estipulado para a entrevista com a presidenta. É esquecer que esse tratamento não foi dedicado a qualquer outro entrevistado. É esquecer que, mesmo no auge das denúncias sobre os escândalos dos aeroportos de Cláudio e Montezuma, o sr. Aécio não foi pressionado nem um terço do que foi Dilma Rousseff para explicar os flagrantes delitos dos empreendimentos. É esquecer que, mesmo frente às denúncias da ilegalidade do jato de Eduardo Campos, a sra. Marina não teve qualquer questionamento contundente (e viajava, sim, no jato). Isso para não falar de mil e outros atos de atentado à informação praticados no JN, como bem foi demonstrado pelo laboratório da UERJ.
Mas não parou aí. Ouvir o bonner criticar as redes sociais revirou o meu estômago. Ouvir o bonner chamar os que o criticam, e à Globo, de robôs instrumentalizados é inqualificável. É um atentado à democracia.
Tudo demonstra que o prêmio, criado talvez até por força de uma admiração por meu pai, foi usado este ano politicamente, para proteger com a respeitabilidade e memória de Mário Lago o que não tem respeito, nem nunca terá.
Se a intenção foi política, politicamente me manifestei.
Não poderia ouvir calada todas essas imensas ofensas à memória de meu pai. Meu pai era um homem político, e assim se manifestava e comportava cotidianamente. Não aceitaria, jamais, ser manipulado por excrecências como essa. Vi meu pai recusar propagandas bem remuneradas por discordar politicamente delas. Sempre trabalhou e ganhou o seu salário com a maior decência.
Por sua postura, mereceu a admiração e o respeito até de homens como Roberto Marinho. No final dos anos 60, o Exército informou à Globo que queria papai como apresentador das Olimpíadas do Exército. Seria uma maneira de humilhá-lo, de jogar no lixo a sua biografia. Roberto Marinho recusou o pedido justificando da seguinte forma: “se o Mário recusar, terei que demiti-lo; se o Mário aceitar, perderei o respeito por ele”. Meio século depois, a Globo tentou jogar no lixo a biografia do meu pai. A isso digo não e me manifesto publicamente sobre a imensa farsa montada nesta premiação do jornalismo mais instrumentalizado e faccioso deste país.
*PlantaoBrasil
Agora vejamos por que a Globo e grande parte da mídia querem derrubar Graça Foster.
Uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa...
"Agora vejamos por que a Globo e grande parte da mídia querem derrubar Graça Foster. O esclarecimento está numa agenda de bolso da Petrobrás de 2015. Ela diz: em 2006 foi descoberto o pré-sal; em 2014, o pré-sal está produzindo 520 mil barris por dia; a produção acumulada chegou a 360 milhões de barris; a vazão média por poço é de 25 mil barris/dia; o tempo médio de perfuração de poços no pré-sal nos campos de Lula e Sapinhoã passou de 134 dias em 2010 para menos de 60 dias em 2013. Alguém viu ou ouviu a Globo falar sobre isso?
Ora, essas conquistas da Petrobrás são intoleráveis para os que querem entregar nosso petróleo às grandes petroleiras mundiais, inclusive mediante a mudança do regime de exploração conforme acaba de ser proposto pelo tucano Aloysio Nunes em projeto na Câmara. O oportunismo é descarado. Estão tentando transformar a corrupção na Petrobrás, praticada por um punhado de bandidos, em corrupção da Petrobrás, como pretexto para esquartejar, aí sim, a empresa, subtraindo ao Brasil seu principal instrumento de desenvolvimento."
Congresso uruguaio aprova Lei de Mídia
O intuito da lei é evitar a concentração econômica e permitir mais pluralidade e diversidade, fortalecendo a democracia no país.
Renata Mielli - renatamielli.blogspot.com.br
Depois de um ano e meio de discussões, nesta segunda-feira, (22/12) a Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual. Com o voto dos representantes da Frente Ampla, a lei será regulamentada pelo governo do presidente Tabaré Vázquez.
A nova lei prevê, entre vários outros pontos, a proibição do monopólio na radiodifusão, definindo que cada empresa pode ter, no máximo, seis concessões para prestar serviços de televisão. No caso de empresas que possuam concessões na cidade de Montevideo, este número se reduz para três. O intuito da Lei é evitar a concentração econômica e, também, permitir mais pluralidade e diversidade, para fortalecer a democracia no país.
Sobre o monopólio e as ameaças estrangeiras de controlar a radiodifusão no Uruguai, o presidente Pepe Mujica declarou na última semana "A pior ameaça que podemos ter é a vinda de alguém de fora, ou por baixo, ou por cima, e termine se apropriando... Para ser mais claro: eu não quero o Clarín ou a Globo sejam donas das comunicações no Uruguai".
A oposição, que representa os interesses dos conglomerados de radiodifusão, adotam o discurso dos atuais proprietários das concessões atacando a nova lei. O argumento é o mesmo utilizado em outros países: o de que a regulação é uma afronta a liberdade de expressão. O debate, realizado no parlamento Uruguaio foi tenso.
O deputado Carlos Varela defendeu a regulação e afirmou que com a nova lei, haverá transparência e participação social na discussão das concessões. "Neste se outorgavam meio de comunicação sem transparência, se convocavam jornalistas paa questionar as notícias”, afirmou Varela referindo-se à prática corrente promovida pela direita uruguaia. E durante os debates realizados durante a sessão que aprovou a lei lembrou que todas as convenções internacionais de direitos humanos colocam a regulação da comunicação como um dos indicadores de democracia nos países. E disse: “o controle remoto por si só não da liberdade se do outro lado não houver pluralidade”
Outros pontos que estão previstos na lei são a limitação de publicidade, definição da faixa horária diária entre 6 e 22 horas para a proteção da infância e adolescência, cota de 60% de conteúdo nacional a ser veiculado por todas as emissoras, cria um Conselho de Comunicação Audiovisual e um sistema de meios públicos para garantir a pluralidade.
Um aspecto que suscitou muita polêmica foi a criação do horário eleitoral gratuito, inexistente no Uruguai. Para veicular propaganda no rádio e na TV é preciso comprar o horário comercial. Isso, de acordo com os deputados da Frente Ampla é uma distorção, já que os partidos que não possuem recursos não têm como levar suas mensagens para a população.
Leia também: entrevista com Gabriel Mazzarovich, membro da Frente pela Democratização da Comunicação no Uruguai.
Créditos da foto: Virginia Machado / CM
Movimento Fora Coronéis da Mídia (vídeo)
A situação do coronelismo eletrônico só não é mais prejudicial do que a própria concentração de mídia no país. Acima desses políticos estão basicamente sete famílias que geram os sinais que eles retransmitem.
Até 2002, a maioria dos senadores retransmitiam de um grande e conhecido canal de TV.
Independência ou Livre Arbítrio
ANA BURKE
Por Ana Burke.
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Ter uma trabalho e ganhar um salário não faz ninguém independente. Independente é a pessoa que conhece a si mesma, as suas limitações e respeita as limitações do outro sem explorar a ignorância desta para benefício próprio. A pessoa independente não é aquela que não precisa dos sistemas ou de outras pessoas para sobreviver, mas aquela que é consciente e têm conhecimento do mundo, não se sujeitando aos dogmas que outros seres humanos, impõe como verdade absoluta a outros, sem analisar as injustiças envolvidas e incutidas nestes dogmas.
Todos os seres vivos são dependentes de alimento, de oxigênio, de sais minerais, água, etc. e percebam que água, oxigênio e sais minerais não são seres vivos, portanto, não é apenas a vida a sustentar a vida, a matéria inorgânica têm um papel fundamental e importante, mas não é só isto, a temperatura, a pressão, enfim, para que possamos viver temos que nos conscientizar de que independência não existe assim como o famoso “livre arbítrio” também não existe. Existem coisas que não podemos escolher ter, ou fazer, na hora em que queremos, ou mesmo nunca. Não podemos nem mesmo escolher “ser” ou “não ser” desde que somos moldados para que possamos viver em sociedade. Cada povo é um povo e cada indivíduo pertencente a uma determinada comunidade desenvolve um comportamento diferente e de acordo com o sistema social ao qual está inserido. Como posso falar em independência quando eu não posso nem mesmo escolher a fonte de água da qual eu vou beber e as substâncias que a ela vêm adicionadas? Como eu posso ter livre arbítrio se eu nem mesmo posso atravessar a estrada no momento em que eu quiser? Eu convivo com outros e tenho que respeitar a vez do outro quando tomamos o mesmo caminho. Eu tenho que respeitar fontes de água, se quiser continuar a viver e tenho que saber que estou sujeita a intempéries e catástrofes naturais. Se tivéssemos livre arbítrio jamais encararíamos a morte, ela não existiria, ou jamais ficaríamos doentes, ou envelheceríamos. O fim virá, e não virá quando nós quisermos. Virá e pronto! Acabou-se.
O mundo não existe e têm-se a impressão de que o ser humano pode viver somente com ele mesmo, sem precisar de coisa alguma a mais que mantenha a sua vida. Os seus interesses mesquinhos e irracionais é tudo o que existe neste planeta. Deus é irracional. Primeiro ele cria tudo o que existe e depois, como um ser bárbaro que ele é, destroi tudo o que existe. Ele queria matar os pecadores que ele mesmo criou. Será que aqueles que morreram, crianças dentro do útero, tiveram livre arbítrio? Livre arbítrio! Eu não compro esta fábula.
*Porummundosemreligiao
quarta-feira, dezembro 24, 2014
Os Estados Unidos por trás das sinistras explosões de foguetes na base maranhense de Alcântara.
Wikileaks revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC
Revelações escandalosas através de telegramas que revelam intenções de veto e ações de sabotagem dos EUA contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro com ingerências de diversos agentes que ocupam ou ocuparam o poder em ambos os países.
Glenda Costa - Facebook
Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida.
O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.
O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.
Militar protege área do "acidente" que matou 21 pessoas, entre militares e cientistas brasileiros, na base de Alcântara, no Maranhão, no dia 25 de agosto de 2003, três dias depois da estranha explosão do do foguete VLS-1 (VeículoLançador deSatélite).
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Veto imperial
O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil.
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“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.
Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.
Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.
Guinada na política externa
FHC com o chefe cara pálida, Bill |
O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.
Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles..
Bomba! Bomba!
Os Estados Unidos estariam por trás das sinistras explosões de foguetes na base maranhense de Alcântara. |
A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”.
Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo.
Desarmamento unilateral
.A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad , presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião pública mundial. .
Intervencionismo crescente
O semanário também publica franca e reveladora declaração do ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente é, digamos, de um candura formidável.
São conhecidas as sintonias entre a política externa da década anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às diretrizes emanadas pela Casa Branca.
Por isso esses pólos midiáticos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo Wikileaks.
Fonte: Pragmatismo Político
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“O que o Alckmin está fazendo na USP é para sucatear e privatizar de vez e impedir o surgimento de novos Florestan Fernandes e Paulo Freires.”
Captadores de alunos: Enterrando Florestan e Paulo Freire, de novo
Excelente matéria com esse sociólogo Wilson de Almeida.
Mas o problema reside na Lei de Diretrizes de Base do Darci Ribeiro/FHC, influenciada pelas finanças internacionais.
O critério de 30% de Mestres E Doutores gerou o expediente desses grupos financeiros de comprar todas as universidades particulares e despedir todos os docentes (transformando-os em diaristas, “prestadores de serviço”, com empresa própria).
Em lugar deles contrata-se graduados orientados por apostilas.
Mestres e doutores são apenas contratados para produzir essas apostilas e assinar papéis quando avaliados pelo MEC (nos períodos de avaliação e fiscalização).
Docentes são reduzidos a captadores de alunos (como vendedores em escolas) para encher salas de aulas das faculdades, sob metas agressivas.
Não existe humilhação maior.
O trabalho do professor-pesquisador revolucionário (como Florestan Fernandes) está praticamente extinto.
O que o Alckmin está fazendo na USP é para sucatear e privatizar de vez e impedir o surgimento de novos Florestan Fernandes e Paulo Freires.
E o ensino virtual veio para enterrar de vez a Pedagogia do Oprimido/Educação como Prática da Liberdade de Paulo Freire.
*Viomundo
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