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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 10, 2015

Porque Putin não envia tropas para a Ucrânia


Porque Putin não envia tropas para a Ucrânia
Link no Youtube: http://youtu.be/faUGbSuYRM0
Acesse o site Guerra na Ucrânia: http://bit.ly/siteucra
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Porque Putin não envia tropas para a Ucrânia
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Acesse o site Guerra na Ucrânia: http://bit.ly/siteucra

O BONAPARTE TUPINIQUIM QUE SE AUTOPROCLAMOU PRESIDENTE DA REPÚBLICA

AecioWaterloo3
Aécio Neves não para um minuto! Continua com a ideia fixa de derrubar a Dilma e assumir o lugar dela. Ele parece um doente que precisa com urgência de um psiquiatra. Sim, ele é um monomaníaco! E, isso, desde novembro de 2014!
(Frederico A. Passos para o BR29)
Vejam o que ele disse recentemente:
Rádio Itatiaia – MG – 07/07 – Sobre os candidatos do PSDB a presidente
“Esse sempre foi um bom problema e um saudável dilema do PSDB. Nós temos quadros, quadros altamente qualificados: o governador de São Paulo certamente é um deles, José Serra e o presidente Fernando Henrique. Poderia até citar alguns outros nomes. O que nós temos consciência clara, nós do PSDB, em primeiro lugar: nós somos o principal partido de oposição ao Brasil“.
Acredito que não somente o PSDB, mas também a Globo, a revista Veja, o Estadão e a Folha. Para todos eles o Brasil é uma titica de galinha. Aqui nada da certo. É um País de corruptos. E eles, todos eles, a plutocracia brasileira, defensores da moral e dos bons costumes!
 Rádio Gaúcha – 07/07 – Eleição para presidente do PSDB
“Ao contrário do que diz a presidente, o problema dela não é a oposição. O que nós dissemos na nossa convenção, na convenção que me reelegeu neste domingo presidente da República, é que o PSDB é um partido pronto para qualquer que seja a saída, inclusive a permanência da presidente”.
Ele não esqueceu da disputa. E como um bom garoto mimado, que sempre teve de tudo, não suportou a derrota. A democracia retirou o brinquedinho do Aécio. E ele não gostou. Ficou alucinado, desarrazoado, confuso, é o grande general da cavalaria aérea!
PSDB, por favor, tirem o Aécio daí! Ele precisa de tratamento. Sabe que não chega até 2018 como candidato tucano a presidência. Por isso, sua ideia fixa em sentar na cadeira que os brasileiros lhe negaram. Corram, rápido, avisem o Bonaparte tupiniquim para não meter o nariz onde não é chamado, do contrário poderá implodir a oposição! Corram, ele ainda não foi desenganado pelos médicos!
*BR29

quinta-feira, julho 09, 2015

Hillary quer implantar Bolsa Família nos EUA se eleita


Após anunciar oficialmente que vai se candidatar á presidência dos Estados Unidos nas próximas eleições, Hillary Clinton busca apoio e base em governos progressistas da América Latina e anunciou que irá apoiar programa lançado por governo Lula no Brasil, o Bolsa Família

Por Redação*

Hillary Clinton anunciou oficialmente neste domingo (12) que vai se candidatar à presidência dos Estados Unidos nas próximas eleições, que acontecerão em novembro de 2016. É a segunda vez que a ex-secretária de Estado do país tenta chegar ao posto.
Sete anos depois de sua derrota para Barack Obama nas primárias do Partido Democrata, Hillary Clinton se lança à arena eleitoral como a franca favorita para uma dura batalha de 16 meses.
O anúncio foi feito através de um vídeo divulgado em seu site oficial. Com 67 anos de idade, Hillary é por ora a única pré-candidata presidencial democrata, e domina as pesquisas dentro de seu partido.
Os americanos precisam de um defensor. Eu quero ser esse defensor. Eu me lanço à arena para ganhar o voto de vocês — afirmou Hillary em seu primeiro vídeo de campanha.
As primárias começarão no princípio de 2016, em Iowa e New Hampshire. A eleição presidencial acontecerá em novembro. Hillary Clinton teceu uma aliança com Barack Obama, seu adversário nas primárias de 2008 e que se tornou seu amigo.
Na corrida democrata para conquistar a indicação do partido nas eleições gerais dos Estados Unidos em novembro de 2016, a pré-candidata Hillary Clinton guarda em seu programa de governo uma boa notícia para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff: apoiará o programa Bolsa Família caso seja eleita.
A menção ao programa, uma das principais bandeiras sociais do governo Lula, é encarada pela ex-primeira-dama como prioridade para diminuir a pobreza no continente. Em sua plataforma eleitoral para a América Latina, Hillary escreve, na primeira pessoa, sobre a necessidade de reconstruir as relações de seu país com as nações da região.
"Eu vou apoiar programas que dão às famílias poder para construírem seus próprios futuros, como o Bolsa Família do Brasil", afirma a senadora de Nova York. "Essas idéias de combate à pobreza podem ser colocadas em prática aqui, na nossa casa", acrescenta.
No documento oficial em que Hillary Clinton menciona o Brasil, há quatro prioridades prometidas pela pré-candidata à Casa Branca: estimular governos democráticos na América Latina; contribuir para reduzir a desigualdade social da região em 50% até 2015; combater mudanças climáticas e fazer a reforma da imigração nos EUA.
"Isso significa um reconhecimento da importância do Brasil e apoio à sua agenda social. O apoio dela ao Bolsa Família mostra que os programs sociais do governo são mais criticados no Brasil do que fora", afirma Cristina Pecequilo, doutora em Política Internacional pela USP e especialista em eleições nos EUA.
Se eleita, a ex-secretária de Estado dos EUA propõe criar o Fundo de Investimento Social e o Fundo de Desenvolvimento Econômico para as Américas, iniciativas defendidas por Lula desde seu primeiro mandato.
"Como presidente, eu vou dar à América Latina o respeito e a atenção que ela merece. Em colaboração com nossos parceiros da região, eu vou trabalhar duro para restaurar a credibilidade dos Estados Unidos e entregar resultados concretos para o povo da América Latina", diz ela.
As palavras de Hillary têm também uma motivação estratégica. A população de origem hispânica nos EUA já atinge a marca dos 15% neste ano e é a faixa do eleitorado que mais cresce naquele país.
A campanha de Hillary não estava imediatamente disponível para explicar os detalhes do apoio ao Bolsa Família. Proposta semelhante não foi encontrada no programa oficial do pré-candidato Barack Obama, líder das primárias do partido.

Em 2008, Hillary também buscou inspiração e base em governo Lula

Em 2008, Hillary estava em segundo lugar pela busca de indicação do partido, atrás de Barack Obama.
A estratégia foi buscar inspiração e apoio em governos progressistas e a  pré-candidata, viu no governo Lula, ideias ideais para os EUA.
O programa brasileiro, chamado nos EUA de “Family Voucher”, distribui dinheiro a famílias de baixa renda em troca da presença dos seus filhos menores de 15 anos às escolas.
Hillary perdeu a batalha pela indicação do partido Democrata para o então candidato Barack Obama, em 2008.

*Com informações das agências internacionais


Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/04/hillary-quer-implantar-bolsa-familia.html#ixzz3fMkJLMI5

O domínio estratégico do petróleo é das estatais: algumas lições da experiência internacional

Até 2008, 73% das reservas de petróleo no mundo pertencia às estatais. Nenhuma das maiores empresas de petróleo do mundo é multinacional. Entenda por quê.


Marcelo Zero
Saudi Aramco/Reprodução
Qual é a maior empresa de petróleo do mundo? A Exxon? A Shell? A Chevron? A BP? 

Nenhuma delas. 

As maiores empresas de petróleo e gás do mundo são estatais - as chamadas national oil companies (NOCs). 

Entre elas, estão a Saudi Aramco (Arábia Saudita), a NIOC (Irã), a KPC (Kuwait), a ADNOC (Abu Dhabi), a Gazprom (Rússia), a CNPC (China), a PDVSA (Venezuela), a Statoil (Noruega), a Petronas (Malásia), a NNPC (Nigéria), a Sonangol (Angola), a Pemex (México) e a Petrobras. 

Numa estimativa conservadora, feita em 2008, antes do pré-sal ser bem conhecido, as NOCs já dominavam 73% das reservas provadas de petróleo do mundo e respondiam por 61% da produção de óleo. Segundo a Agência Internacional de Energia, a tendência é a de que as NOCs sejam responsáveis por 80% da produção adicional de petróleo e gás até 2030, pois elas dominam as reservas. 

Nem sempre foi assim. 

Até 1970, as chamadas international oil companies (IOCs), as grandes multinacionais, as Sete Irmãs, dominavam inteiramente 85% das reservas mundiais de petróleo. Outros 14% das jazidas eram dominados por empresas privadas menores e as NOCs tinham acesso a apenas 1% das reservas. As estatais que existiam na época, como a YPF (Argentina) a Pemex (México), a Petrobras e a PDVSA, não tinham a menor influência real nesse mercado.



As IOCs faziam o que bem entendiam. 

Ditavam a produção e o preço do petróleo e derivados no mundo, sempre com a perspectiva de curto prazo de obter o maior lucro possível e remunerar acionistas. Fortemente verticalizadas, as Sete Irmãs se encarregavam da pesquisa, da prospecção, da produção, do refino e da distribuição. Conteúdo nacional? Só o suor de trabalhadores locais de baixa qualificação. Tudo isso começou a mudar ao final da década de 1960. 

O nacionalismo árabe, de inspiração nasserista, incitou uma onda de nacionalização do petróleo, que se iniciou na Argélia, em 1967, e na Líbia de Khadafi (o ódio do Ocidente a Khadafi não era gratuito), em 1969 e 1970. Tal onda nacionalizante se estendeu rapidamente por todo o Oriente Médio, no início da década de 1970. Governos nacionalizaram jazidas e expropriaram ativos das multinacionais para criar as suas próprias companhias de petróleo. 

Em 1972, Arábia Saudita, Qatar, Kuwait e Iraque, onde estavam as principais reservas mundiais, já tinham iniciado esses processos. Isso mudou inteiramente o mercado do petróleo. 

Os governos passaram a se apropriar de uma renda muito maior da cadeia do óleo, até mesmo porque descobriram que as IOCs escondiam deles os reais custos de produção, reduzindo artificialmente a remuneração devida aos países. E os Estados, não as Sete Irmãs, começaram a ditar o ritmo da produção e da comercialização do petróleo, não mais com a perspectiva de obter o máximo de dividendos no curto prazo, mas com o objetivo estratégico de maximizar o uso de um recurso natural finito e não renovável. 

No âmbito internacional, esse novo domínio estatal permitiu que os países produtores, reunidos na OPEP, passassem a influenciar efetivamente o preço do petróleo, que se transformou numa commodity mundial. 

Em 1973, após a Guerra do Yom Kippur entre árabes e israelenses, os países árabes impuseram um embargo aos EUA, à Europa e ao Japão, que apoiaram Israel, o qual fez disparar os preços do óleo no mundo. Foi o primeiro choque do petróleo, o qual teria sido impossível de realizar num mercado governado apenas pelos interesses das grandes multinacionais. Ao longo da década de 70, o domínio estratégico dos Estados sobre o petróleo cresceu com a ampliação e a sedimentação dos processos de nacionalização das reservas, a criação de grandes companhias estatais e o fortalecimento das já existentes.

Significativamente, a onda privatizante que verificou no mundo todo nos anos 80 e 90, sob o paradigma do neoliberalismo, não afetou, de modo substancial, o domínio estatal sobre a cadeia do petróleo. 

Houve alguns episódios de privatizações totais ou parciais, especialmente na América Latina e no Leste europeu. Na Argentina, por exemplo, ocorreu a privatização da YPF, a segunda estatal do petróleo a ser criada, em 1928. No Brasil, a Petrobras teve o seu capital aberto na Bolsa de Nova Iorque. Na Rússia, alguns setores da indústria de hidrocarbonetos foram também privatizados. 

Contudo, o aumento dos preços do petróleo ocorrido a partir do início deste século provocou nova onda de nacionalizações e de criação de estatais. Na Rússia, Putin reverteu as privatizações, conformando uma poderosíssima Gazprom. O mesmo ocorreu em países da Ásia Central, como o Azerbaijão e o Uzbequistão. Na Bolívia, o governo Morales nacionalizou as jazidas de hidrocarbonetos. Na Argentina, o governo Kirchner desapropriou a Repsol, que havia se apossado dos despojos da YPF. 

Essa tendência praticamente mundial ao controle estatal do petróleo não ocorre por acaso. No estudo de mais de mil páginas intitulado Oil and Governance: State-owned Enterprises and the World Energy Supply, publicado em 2012 pela Cambridge Press e que analisa a experiência de 15 grandes NOCs (inclusive a Petrobras), os organizadores mencionam algumas fortes razões para o surgimento e a persistência dessa tendência. Há, é óbvio, motivos políticos, como o apelo do nacionalismo e a conveniência de obter ganhos geopolíticos com o controle efetivo e direto de bens sensíveis e estratégicos como os hidrocarbonetos, como faz a Rússia, por exemplo. 

Mas há também razões vinculadas estritamente à racionalidade econômica de longo prazo. O controle direto das jazidas e da produção do petróleo permitiria, com maior facilidade: 

1) Influenciar o preço dos hidrocarbonetos no mercado interno, conferindo, se necessário, subsídios em energia ao setor produtivo. 

2) Instaurar políticas de conteúdo nacional, que se aproveitem das oportunidades e sinergias criadas pela produção de hidrocarbonetos para criar uma longa cadeia nacional do petróleo, estimulando indústrias e o setor de serviços. 

3) Ditar o ritmo de exploração das reservas e de comercialização do óleo, conforme o interesse nacional e dentro de uma visão estratégica de aproveitar ao máximo a existência de um recurso natural finito e não renovável. 

4) Gerar e obter informações detalhadas sobre as jazidas de óleo e gás, seu potencial e seus custos de exploração. 

5) Desenvolver tecnologia própria relativa à cadeia dos hidrocarbonetos. 

Alguns podem argumentar que pelo menos parte desses objetivos poderia ser alcançada sem a participação necessária de uma NOC. Em tese, um bom modelo regulador tornaria possível a consecução desses objetivos estratégicos e de longo prazo sem a participação direta de uma estatal como grande operadora das jazidas. 

A experiência internacional demonstra, contudo, que isso é muito difícil. 

No estudo mencionado, entre as 15 grandes NOCs analisadas, somente 2 não são grandes operadoras: a NNPC, da Nigéria, e a Sonangol, de Angola. Essas grandes companhias africanas desempenham funções básicas de regulação e não têm capacidade técnica de operar na prospecção e na produção dos hidrocarbonetos. 

No caso da Nigéria, a análise mostra que o país não consegue controlar a contento seu setor petrolífero, base da economia nigeriana. As grandes companhias multinacionais que lá atuam dominam inteiramente a produção e a prospecção e remuneram o Estado com base em suas próprias informações sobre custos e volume produzido. 

A NNPC, por não ser operadora, não tem condições técnicas reais de avaliá-los. Também não há política efetiva de criação de uma cadeia de petróleo na Nigéria. Soma-se a isso, uma péssima gestão da estatal e sua submissão a um sistema político fortemente fisiológico. A NNPC não consegue ser nem operadora competente, nem reguladora efetiva do setor, apresentando um desempenho muito pobre. Desse modo, a Nigéria não tem a gestão estratégica de seu recurso natural mais valioso. 

No que tange à Sonangol, embora o capítulo a ela dedicado a destaque como uma reguladora eficiente e estável, que não atrapalha as operações das multinacionais lá instaladas, as informações que chegam diretamente de Angola conformam um quadro muito ruim. 

Conforme Francisco de Lemos Maria, que assumiu a presidência da empresa em 2012, o atual modelo operacional caracteriza-se pela crescente dependência da Sonangol, quer da contribuição de terceiros para a geração de resultados, quer de outsourcing de serviços, do básico ao especializado. 

Segundo esse novo presidente, o sistema de hidrocarbonetos em Angola é “insustentável”. Com efeito, a prometida “angolonização” dos insumos e dos serviços da cadeia do petróleo não funcionou e, agora, a nova presidência vem envidando esforços para transformar a Sonangol também numa operadora eficiente e robusta. 

Parece haver, portanto, uma correlação positiva, entre ter capacidade de gestão estratégica dos hidrocarbonetos e contar com uma NOC que tenha efetiva capacidade de operar as jazidas. É evidente que as NOCs não são uma panaceia em si e podem, inclusive, ser instrumento de distorções e ineficiências, especialmente em países com ralos controles democráticos da gestão estatal. Mas a sua existência facilita muito, sem dúvida, a gestão estratégica dos recursos do petróleo por parte dos Estados nacionais. Mesmo o tão elogiado modelo norueguês de gestão dos hidrocarbonetos, que contém elementos liberalizantes, se assenta, no fundamental, na Statoil, que opera, com muita eficiência, cerca de 80% das reservas de petróleo da Noruega. 

Deve-se ter em mente que as grandes nacionalizações do petróleo na década de 1970 foram suscitadas essencialmente pela necessidade que os Estados detectaram de ter acesso a informações fidedignas sobre as jazidas e os custos de produção e operacionalização das atividades da cadeia do petróleo. De um modo geral, as grandes multinacionais da época ocultavam essas informações dos governos, os quais, por não contarem com operadoras próprias, não tinham como aferir ou contestar os dados apresentados pelas empresas.

Por isso, a grande maioria dos governos não se limitou a mudar o modelo de regulação, mas também se preocupou em criar NOCs, como grandes operadoras, para dar sustentáculo prático e técnico aos novos parâmetros de gestão estratégica dos hidrocarbonetos. Afinal, informação é poder. 

No caso da Petrobras, sua utilidade para o Brasil e sua competitividade única no mundo reside justamente nas informações e na tecnologia que ela detém. A Petrobras é a única, entre todas as grandes NOCs, que foi criada antes de haver a constatação da existência de reservas provadas de petróleo em seu território de atuação. Todas as outras foram geradas num ambiente de certeza de reservas provadas e/ou de fácil nacionalização de ativos pré-existentes. 

Desse modo, a Petrobras teve de investir pesadamente, desde o início, em prospecção e desenvolvimento próprio de tecnologia, principalmente de tecnologia de exploração em águas profundas e ultraprofundas, o que já lhe valeu merecidos grandes prêmios internacionais. 

Por conseguinte, o grande diferencial da Petrobras, no concorrido mercado dos hidrocarbonetos, reside na sua tecnologia de vanguarda e no domínio das informações estratégicas sobre as jazidas, particularmente as do pré-sal. Esse diferencial permitiu à Petrobras manter-se como a grande operadora do petróleo no Brasil, mesmo após os famosos contratos de risco da década de 1970 e da adoção do modelo de concessão, na década de 1990. Pois bem, retirar da Petrobras a condição de operadora única do pré-sal pode subtrair da empresa esse diferencial único, e, do Brasil, a capacidade de gerir estrategicamente os fantásticos, mas finitos recursos do pré-sal. 

De fato, a depender do ritmo dos leilões do pré-sal, a Petrobras não conseguiria participar da maioria, o que poderia resultar em seu alijamento da maior parte do pré-sal. Deve-se ter em mente que, num ambiente de crise e de estrangulamento das receitas, a tentação de acelerar, numa perspectiva de curto prazo, os leilões do pré-sal pode eclipsar as considerações estratégicas de longo prazo.

Para a empresa, tal alijamento resultaria num célere enfraquecimento e, provavelmente, numa dificuldade em honrar sua dívida contraída justamente para ter condições de explorar o pré-sal. Todo o seu capital tecnológico e informacional poderia ser vendido ou perdido e ela acabaria se transformando, em um cenário mais pessimista e no longo prazo, numa grande NNPC ou Sonangol, dedicada a atuar secundariamente como reguladora. Para o país, o quadro de alijamento da Petrobras da maior parte do pré-sal ou mesmo de parte significativa dele, provavelmente resultaria numa grande dificuldade para gerir estrategicamente os seus recursos oriundos dos hidrocarbonetos. 

Encontraríamos, nesse cenário, obstáculos consideráveis para controlar o ritmo da produção, amealhar os royalties efetivamente devidos e implantar a política de conteúdo nacional. 

Nesse sentido, retirar da Petrobras a condição de operadora única do pré-sal pode ser o início de seu fim e o começo sub-reptício de uma Petrobax. Pode ser também, num sentido maior, o início do fim de um Brasil desenvolvido, soberano e justo.  
__________

Marcelo Zero é sociólogo, especialista em Relações Internacionais e membro do Grupo de Reflexão sobre Relações Internacionais (GR-RI).

na Rússia, Dilma se reuniu hoje (8) com o presidente Vladimir Putin.

Na cidade de Ufá, na Rússia, Dilma se reuniu hoje (8) com o presidente Vladimir Putin. A presidenta também participou de jantar em homenagem aos chefes de Estado e de Governo do BRICS.
Amanhã, Dilma dá sequência em sua agenda na VII Cúpula do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul, onde os líderes dos cinco países terão oportunidade de tratar do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, além do fortalecimento da cooperação nas áreas econômica e comercial. Saiba mais:goo.gl/gWzdGo

Familia Russa manda mensagem a OTAN e EUA USA EEUU


Família russa manda mensagem para a OTAN
Música "Это Родина моя" (Esta é minha pátria) cantada por Petro Matrёnichev e Vika Tsyganova.
Link no Youtube: http://youtu.be/Vc52PTkgkxc
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Família russa manda mensagem para a OTAN

PROMOTOR FAZ DENÚNCIA SÉRIA: FHC E AÉCIO SÃO CÚMPLICES DO GOLPISMO NA VENEZUELA

PromotorVenezuela

“FHC faz parte do Clube de Madrid, um cartel integrado por assassinos, processados por crimes contra os direitos humanos” disse o promotor do povo da Venezuela

Em entrevista à Carta Maior, Tarek William Saab, Promotor do Povo da Venezuela, acusa FCH e Aécio de golpistas.
“Eu respeito a autodeterminação dos povos, por isso peço o mesmo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a seu pupilo (Aécio) Neves.
Gostaria de dizer a eles que, por favor, não se envolvam em assuntos internos da Venezuela, dando apoio a grupos extremistas responsáveis pela morte de mais de 40 pessoas”.
A afirmação é de Tarek William Saab, que encabeça a Promotoria do Povo (órgão do Ministério Público especialmente ligado ao Poder Cidadão da Venezuela), em entrevista paraCarta Maior, a respeito do que ele descreveu como “o apoio de FHC e Aécio aos dirigentes golpistas do meu país à conspiração contra os esforços para o diálogo realizados pelo governo do presidente Nicolás Maduro”.
Na última terça-feira (5), FHC recebeu as esposas de Leopoldo López e Antonio Ledezma, políticos “processados por seus vínculos com a onda de violência insurrecional que deixou 43 mortos no ano passado”, recordou Saab, pouco depois de chegar em Brasília, para reuniões marcadas nesta quinta no Senado e “um possível encontro com alguns ministros do governo”.
Carta Maior: Segundo se informou, FHC poderia fazer, em breve, uma visita a Caracas, na condição de membro do Clube de Madrid?
Tarek William Saab: Isso seria uma interferência inaceitável por parte do ex-presidente Cardoso. Sua atitude, e seu pupilo (Aécio) Neves, deve terminar, não podemos admitir este tipo de intromissão lesiva à soberania nacional da Venezuela. É inadmissível, uma agressão, e digo isso na condição de presidente de um dos cinco poderes da República, que é o Poder Cidadão. É lamentável que Cardoso seja parte das campanhas do Clube de Madrid.
CM: O que é o Clube de Madrid?
TWS: Um grupo formado por muitos ex-presidentes, lá está o ex-mandatário espanhol Felipe González que foi declarado persona non grata na Venezuela. Vou dizer de forma mais direta, o Clube de Madrid é um cartel integrado por assassinos, processados por crimes contra os direitos humanos, como José María Aznar (ex-presidente da Espanha, sucessor de González, embora seu opositor histórico).
As tropas espanholas também participaram da matança contra iraquianos durante a invasão norte-americana, na década passada, quando Aznar, do conservador Partido Popular, fez o país apoiar substantivamente a missão. Quando Felipe González (do Partido Socialista Operário, de centro-esquerda) foi presidente, entre os Anos 80 e 90, o país financiou um grupo de extermínio parapolítico chamado GAL (Grupos Antiterroristas de Libertação). Outro que está no Clube de Madrid é Álvaro Uribe, ex-mandatário colombiano, um monstruoso violador dos direitos humanos em seu país, que foi processado e é conhecido no planeta como um criminoso protegido pelos Estados Unidos.
Mas não nos equivoquemos, o Clube de Madrid não é só Felipe González, e Aznar, e Uribe, e Cardoso. Quem realmente dirige o grupo é Barack Obama, ele é o dono desse circo. Há 15 anos, os Estados Unidos estão por trás das conspirações para desestabilizar o governo progressista da Venezuela. E há 15 anos o povo venezuelano tem feito um trabalho heroico de resistência contra esse plano conspiratório internacional.
CM: O que você acha da opinião da presidenta Dilma Rousseff?
TWS: Ela tem contribuído para a harmonia na Venezuela, através de suas participações na Unasul, na Celac, em seus pronunciamentos contra a decisão de Obama de declarar a Venezuela uma ameaça. As posições do governo brasileiro propiciam o entendimento em nosso país, e facilitam a existência de um ambiente pacífico. Seguindo nesse ponto, quero destacar a importância que tem a rejeição popular às medidas arbitrárias de Obama, como as que vimos no mês passado, na Cúpula das Américas, no Panamá, que enfrentou uma posição unitária dos países latino-americanos, todos contra a postura estadunidense.
CM: As esposas de López e Ledezma disseram que a Venezuela é uma ditadura, onde hádezenas de presos políticos.
TWS: Primeiro, digo que na República Boliviariana da Venezuela existem cinco poderes que constituem o Estado. Eu presido um deles, e respeito a autonomia dos demais. Os senhores López e Ledezma estão sendo processados pelos tribunais penais, completamente autônomos do poder político.
No caso de López, a acusação é de autoria intelectual de uma avançada violenta iniciada no começo de 2014, onde houve 43 mortos. Está sendo responsabilizado por instigar a insurreição violenta e por desconhecer as autoridades eleitas.
CM: Os presos estão recluídos em condições dignas?
TWS: Da nossa parte, como instituto responsável por velar pelos direitos humanos, posso garantir que temos visitado o senhor López em seu lugar de detenção, e comprovamos que está em condições absolutamente dignas. No caso de Ledezma, ele já não está em um presídio. É importante que a opinião pública internacional, que muitas vezes é enganada pelas grandes cadeias mundiais de notícias, saiba que Ledezma está em sua casa. Ele teve um problema de saúde, parece que foi uma hérnia, e por essa razão foi concedida a mudança no lugar de detenção, aplicando o benefício da prisão domiciliar.
CM: Politicamente falando, qual é a representatividade de López e Ledezma?
TWS: Eles formam parte da oposição, representam o setor mais radicalizado e extremista, que é visto com simpatia pelos Estados Unidos. Optaram pela via insurrecional, de desconhecimento da legitimidade de um presidente eleito, como Nicolás Maduro, que venceu nas urnas com uma vantagem de mais de 200 mil votos. Em nenhum país do mundo discute-se a legitimidade de um presidente que ganhou as eleições. Nem Al Gore objetou a polêmica vitória de George W. Bush em 2000. Embora em 2014, em El Salvador, a agrupação ultradireitista Arena questionou o triunfo da Frente Farabundo Martí, que foi muito estreito (0,3%), o que talvez seja uma nova tendência de alguns grupos políticos no continente. Mas é muito importante que a opinião pública brasileira saiba que López e Ledezma não são representativos de toda a oposição venezuelana, que essa é uma mentira na que as cadeias internacionais, como a CNN, repetem muito.
CM: O que reproduz a postura hostil da CNN para com o governo venezuelano.
TWS: É verdade, mas foi um exemplo, não quero ficar somente no que faz este ou aquele canal de notícias. Prefiro falar dos senhores da imprensa em geral, o golpe de Estado contra o presidente Hugo Chávez, em 2002, foi comandado pelos canais de televisão privados. Um almirante golpista chegou a admitir – se não houvesse sido pela participação da imprensa no golpe, ele não haveria acontecido.
É preciso acabar com esse costume na América Latina, onde os senhores dos meios de comunicação se sentem no direito de impor e derrubar presidentes, impor deputados, governadores, etc.
A política deve ser feita com as pessoas e para elas, deve ser feita nas ruas, deve ser feita com debates, com ideias. Não pode ser feita por alguns poucos donos de empresas de comunicação manipulando as pessoas. A política não pode ser feita só do lobby das multinacionais.
CM: Como quais?
TWS: Por exemplo, um lobby que pode ser considerado um dos mais poderosos do planeta é o lobby sionista, vinculado às grandes instituições financeiras, aos grandes meios de comunicação, à indústria cinematográfica de Hollywood, à indústria discográfica, à indústria do espetáculo e das notícias sobre as celebridades. Entre tantas outras áreas onde ele atua, esse lobby também participou da conspiração contra a Venezuela, assim como o lobby das grandes transnacionais, que não aceitam que o meu país viva uma revolução e que busque sua independência, sua soberania e sua autodeterminação.
*BR29

Lindbergh Farias VITÓRIA!


VITÓRIA!
Nós conseguimos 49 assinaturas e derrotamos o regime de urgência do projeto 131/2015. Agora será criada uma Comissão Especial para debater o projeto, no prazo de 45 dias.
A descoberta do pré-sal foi uma grande conquista nacional. É a riqueza mais importante do Estado brasileiro, extremamente estratégica para a nossa soberania energética, para o desenvolvimento econômico de nosso país e destinação social.
Não podemos abrir mão assim da condição da Petrobras como operadora única e de sua participação em pelo menos 30% da exploração dos campos do pré-sal.
Agora vamos, com calma, debater melhor esse projeto antes da votação em Plenário.