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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 29, 2012

MAPA DAS ELEIÇÕES 2012 MOSTRA O POSSÍVEL FIM DO PREDOMÍNIO PSDB-PT E UMA LIÇÃO INESQUECÍVEL PARA A GRANDE IMPRENSA

As eleições municipais deste ano trazem algumas lições para os políticos e para a grande mídia. É certo que cada cidade tem uma infinidade de fatores que alteram o resultado da eleição, mas talvez a maior lição dada pelo eleitor é a de que quem comete erros deve cair fora. Assim, muitos candidatos não se elegeram porque houve erros em administrações anteriores que apoiaram ou a elas estavam ligados.

O maior destaque dessa eleição, de uma forma geral, foi a aposta dada ao Mensalão pelo chamado PIG (Globo, Veja, Folha, Estadão e outros). Apesar de todo o esforço dado ao julgamento, inclusive com a edição pela Globo de um especial do Mensalão de 20 minutos no Jornal Nacional nas vésperas das eleições, houve uma derrota clamorosa em São Paulo. As últimas pesquisas indicando vitória de Fernando Haddad foram simplesmente ignoradas pela principal emissora de TV. E o pior, apesar de toda a cobertura, o PT cresceu em número de prefeituras e conquistou São Paulo. Isso tende a inspirar ainda mais instintos golpistas.

O maior adversário do PT se mostrou nessas eleições. Não é o PSDB, mas o conservadorismo da grande mídia e do judiciário.

Por isso, o grande derrotado dessas eleições foi o chamado PIG, que perdeu mais do que o próprio PSDB. O partido tucano perdeu em São Paulo, o quartel general do PIG, diminuiu o número de prefeituras, mas ganhou em outras importantes cidades. A cada eleição o PSDB, mesmo com o esforço inesgotável do PIG, vai encolhendo e se distanciando de ser o grande partido ideológico de oposição ao PT.

Novas forças surgiram nessa eleição, o PSD, do Gilberto Kassab, e o PSB, de Eduardo Campos. Isso também demonstra que a derrota do PSDB não foi tão grande porque se deu muito em razão do crescimento desses dois partidos. PSD e PSB receberam políticos do PSDB, que não conseguiam espaço na sigla.  Assim, a grande ameça ao PSDB surge com o partido de Eduardo Campos, visto que o PSD de Kassab tem mais pretensões fisiológicas do que ideológicas, assim como o PMDB. O PT e o PSB são partidos que tendem a crescer nas próximas eleições.

Veja mais em Educação Política:

domingo, outubro 28, 2012

La Destrucción de Nuestros Ciclos Biológicos (TREZE MESES DE 28 DIAS JÁ)


Um Vírus Chamado Medo [vídeo]


Charge do Dia




Deleite - Hermeto Pascoal


Juiz que julgou o "mensalão" suspendeu decreto de Lula que dava posse de terras aos índios Guarani Kaiowá



Gilmar Mendes suspendeu decreto de Lula que dava posse de terras aos índios Guarani Kaiowá

do blog Limpinho & Cheiroso



Mesmo sob ameaças de pistoleiros, indígenas Guarani Kaiowá vão permanecer em seu território.


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por Natasha Pitts, via Adital, texto publicado em 13/8/2012


Na sexta-feira, dia 10/8, indígenas Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul (MS), Centro-Oeste brasileiro, cansados da morosidade da justiça, decidiram retomar parte do tekoha (território sagrado) Arroio Koral, localizado no município de Paranhos. Poucas horas depois, nem bem os cerca de 400 indígenas haviam montado acampamento, pistoleiros invadiram o local levando medo e terror para homens, mulheres e crianças.

A ação resultou em indígenas feridos, mas sem gravidade. Além disso, permanece desaparecido o Guarani Kaiowá João Oliveira, que não conseguiu fugir. Com a chegada da Força Nacional, os pistoleiros se dispersaram e fugiram.

No momento do ataque, os/as indígenas correram e se espalharam pela mata. No entanto, passados os momentos de pânico, aos poucos os Guarani Kaiowá foram retornando para o acampamento e mesmo se sentindo inseguros e amedrontados pretendem não sair mais de lá.

O Guarani Kaiowá Dionísio Gonçalves assegura que os indígenas estão firmes na decisão de permanecer no tekoha Arroio Koral, mesmo cientes das adversidades que terão de enfrentar, já que o território sagrado reivindicado por eles fica no meio de uma fazenda.

“Nós estamos decididos a não sair mais, nós resolvemos permanecer e vamos permanecer. Podem vir com tratores, nós não vamos sair. A terra é nossa, até o Supremo Tribunal Federal já reconheceu. Se não permitirem que a gente fique é melhor mandarem caixão e cruz, pois nós vamos ficar aqui”, assegurou.

Dionísio informou que no momento as lideranças indígenas estão aguardando a chegada da Polícia Federal no acampamento para iniciar as investigações sobre o acontecido e para a realização das buscas por João Oliveira. “Eles disseram que vinham depois das 12h, estamos esperando por eles e por outros órgãos para resolver o problema”, afirmou.



Conflito fundiário

A batalha pela retomada de terras indígenas não é de hoje no Mato Grosso do Sul. Neste estado, onde se localizam os mais altos índices de assassinatos de indígenas, esta população luta há vários anos pela devolução de terras tradicionais e sagradas. Dentro deste contexto de luta já aconteceram diversos ataques como os de sexta-feira, muitos ordenados por fazendeiros insatisfeitos com a devolução das terras aos seus verdadeiros donos.

O conflito fundiário e judicial que envolve o território sagrado Arroio Koral parecia estar resolvido quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, em dezembro de 2009, um decreto homologando a demarcação da terra. No entanto, em janeiro de 2010, o Supremo Tribunal Federal (STF), do qual está à frente o ministro Gilmar Mendes, suspendeu a eficácia do decreto presidencial em relação às fazendas Polegar, São Judas Tadeu, Porto Domingos e Potreiro-Corá.

O processo continua em andamento, mas tem caminhado a passos muito lentos, já que ainda não foi votado por todos os ministros. Assim, fartos da morosidade da justiça brasileira, os Guarani Kaiowá decidiram fazer a retomada da terra.

Os indígenas escreveram uma carta para os ministros do Supremo Tribunal Federal e para o governo federal em que reivindicam o despejo dos fazendeiros que ainda estão ocupando e destruindo territórios tradicionais já demarcados e reconhecidos pelo Estado brasileiro e pela Justiça Federal e exigem a devolução imediata de todos os antigos territórios indígenas.

“Sabemos que os pistoleiros das fazendas vão matar-nos, mas mesmo assim, a nossa manifestação pacífica começa hoje 10 de agosto de 2012. Por fim, solicitamos, com urgência, a presenças de todas as autoridades federais para registrar as nossas manifestações pacíficas, étnicas e públicas pela devolução total de nossos territórios antigos”, anuncia o último trecho da carta assinada por lideranças, rezadores, mulheres pertencentes ao Povo Kaiowá e Guarani dos acampamentos e das margens de rodovias, ameaçados pelos pistoleiros das fazendas, dos territórios reocupados e das Reservas/Aldeias Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul.
Fontehttp://novobloglimpinhoecheiroso.wordpress.com/2012/10/24/gilmar-mendes-suspendeu-decreto-de-lula-que-dava-posse-de-terras-aos-indios-guarani-kaiowa/

Mais subsídios à discussão sobre legalização da maconha

 


Por lfbraulio
Bom, não gosto do FHC. Não gosto mesmo e acho que ele foi um dos presidentes brasileiros mais medíocres e subserviente aos ricos do nosso país.
Mas a discussão que ele propõe é, no mínimo, relevante. A guerra contra as drogas (mais uma das guerras idiotas criadas pelos EUA para fazer dinheiro) falhou, e feio. A escala de produção (ou oferta) no país e a mesma que seria uma escala de produção regularizada. O governo gasta dinheiro para acabar com o tráfico. Muito dinheiro. A polícia gasta grande parte do seu tempo em busca desses traficantes, da droga, e a segurança das ruas fica aquém do desejado.
Se o uso da droga fosse legalizado (droga eu digo a Maconha, pois 95% das pessoas que sobe o morro pela primera vez é por causa dela), estaríamos recebendo impostos das vendas, o número de presos diminuiria, o tráfico ficaria comprometido e perderia força, e EU arrisco a dizer que o uso da cocaína diminuiria, pois se você não precisasse procurar o traficante para obter seu baseado, não escutaria suas ofertas.
Isso pensando num conceito mais amplo, como o que acontece na Holanda. A regularização do uso medicinal da maconha é uma obrigação do Estado. Os anti-depressivos no mercado, sintéticos, fazem um mal incomparável perto da maconha, que é uma planta, menos nocisa até que o fumo.
Sou estudante e estou prestes a me graduar. Moro em uma cidade universitária e o número de usuários de maconha na minha Universidade é gigantesco. Acredito que, fazendo parte efetiva da sociedade e do consumo no futuro, os jovens de agora são o novo futuro das relações da sociedade com a maconha. Virá muita coisa nova por aí.
*Nassif