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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, agosto 28, 2011

Bichos escrotos Veja



Veja naufraga na lama

 

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O ponto sem retorno de Veja 
Luis Nassif Online
Veja chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.

Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas murdochianas no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.

Veja hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da Folha, Estadão, Globo, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.

Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz – que recusei – lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista. Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de Veja que não tiravam nem para dormir.

Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque – mostrei para ele – como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista. Basile respondeu quase em desespero: "Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar". Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.

Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da Realidade ou dos primeiros tempos de Veja, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.

Tempos atrás participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da Veja, meu chefe quando era repórter da revista. Em sua apresentação, Totti disse que nos anos 70 a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. "Mas nunca fomos acusados de mentir".

Definitivamente não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação. Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas com o tempo tende a envergonhar os próprios aliados.

Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista.

*esquerdopata

A agressão imperial na Líbia

Editorial do sítio português O Diário:

A entrada em Tripoli dos bandos do auto denominado Conselho Nacional de Transição e a ocupação da residência e quartel general de Muamar Kadhafi foram aclamados pelo presidente Obama, os governos da União Europeia e as media ocidentais como desfecho da cruzada libertadora da Líbia e vitória da democracia e da liberdade sobre a tirania e a barbárie.

Otan, Líbia e a esperteza dos tolos

Por Mauro Santayana, em seu blog:

O dia 11 de novembro de 1630 foi decisivo para a história da França e da Europa. Nesse dia, em Versailles, um jovem rei, Luís 13, rompeu com a mãe, a Rainha Maria de Médicis, e entregou todo o poder político da França a seu ministro, o Cardeal de Richelieu. Richelieu amanhecera deposto pela Rainha, mas um de seus conselheiros o convenceu a ir até o monarca, e expor-lhe suas razões. Foi uma conversa sem testemunhas. O fato é que Luis 13 teve a atitude que correspondia ao filho de Henrique IV: “entre minha mãe e o Estado, fico com o Estado”.

A Veja e o jornalismo podre e mentiroso

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Desde quarta-feira, 24 de agosto, quando Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da Veja, foi flagrado pela camareira, tentando invadir o apartamento de José Dirceu no Hotel Naoum, em Brasília, era previsível que mais uma “aula” de jornalismo esgoto estava a caminho. Não deu outra. Com capa e tudo.

Rompendo o cerco midiático

Editorial do jornal Brasil de Fato:

Nunca antes na história da humanidade fomos tão manipulados quanto ao que se conhece do mundo, da realidade. É verdade que os avanços científicos e tecnológicos – rádio, TV, internet etc. – propiciaram a integração de todo o planeta. Mas também impulsionaram as disputas ideológicas, que se acirraram no período da chamada Guerra Fria, favorecendo a formação de complexos centros de produção e difusão de conteúdos de informação, realidades e verdades como nunca visto.

Diferenças de gerações


*Ocarcará

Historiador israelense defende que povo judeu é invenção do sionismo





FABIO VICTOR
Rolha DE SÃO PAULO
Na carteira de identidade do historiador israelense Shlomo Sand, no lugar reservado à nacionalidade está escrito que ele é judeu.
Sand, 64, solicitou ao governo que seja identificado de outro modo, como israelense, porque acredita que não existe nem um povo nem uma nação judeus.
Seus motivos estão expostos em "A Invenção do Povo Judeu". Best-seller em Israel, traduzido para 21 idiomas e incensado pelo historiador Eric Hobsbawm, o livro chega agora ao Brasil (Benvirá).
O autor defende que não há uma origem única entre os judeus espalhados pelo mundo. A versão de que um povo hebreu foi expulso da Palestina há 2.000 anos e que os judeus de hoje são seus descendentes é, segundo Sand, um mito criado por historiadores no século 19 e desde então difundido pelo sionismo.
"Por que o sionismo define o judaísmo como um povo, uma nação, e não como uma religião? Acho que insistem em ser um povo para terem o direito sobre a terra. Povos têm direitos sobre terra, religiões não", diz à Folha, por telefone, de Paris.

Olivia Grabowski-West/Divulgação
O historiador israelense Shlomo Sand, autor de "A Invenção do Povo Judeu", lançado no Brasil pelo selo Benvirá
O historiador israelense Shlomo Sand, autor de "A Invenção do Povo Judeu", lançado no Brasil pelo selo Benvirá
"Na Idade Média a palavra povo se aplicava a religiões: o povo cristão, o povo de Deus. Hoje, aplicamos o termo a grupos humanos que têm uma cultura secular -língua, comida, música etc. Dizemos povo brasileiro, povo argentino, mas não povo cristão, povo muçulmano. Por que, então, povo judeu?"
Valendo-se de fontes e documentos históricos, a tese de Sand, ele mesmo admite no livro, não é em si nova (cita predecessores como Boaz Evron e Uri Ram). "Sintetizei, combinei evidências e testamentos que outros não fizeram, pus de outro modo."
Ele compara: até meados do século 20, "a maioria dos franceses achava que era descendente direto dos gauleses, os alemães dos teutões e os italianos, do império de Júlio César". "São todos mitos", afirma, "que ajudaram a criar nações no século 19".
Neste século 21, sustenta, não há mais lugar para isso.
"Não só o Brasil é uma grande mistura. A França, a Itália, a Inglaterra são. Somos todos misturados. Infelizmente há muitos judeus que se acham descendentes dos hebreus. Não me sinto assim. Gosto de ser uma mistura."
Filho de judeus, nascido num campo de refugiados na Áustria, o autor lutou do lado israelense contra os árabes na Guerra dos Seis Dias, em 67, quando o país ocupou Cisjordânia e faixa de Gaza.
Em seguida virou militante de extrema esquerda e passou a defender um Estado palestino junto ao de Israel.
Professor na Universidade de Tel Aviv e na França, onde passa parte do ano, o historiador avalia que as hostilidades entre israelenses e palestinos, reavivadas nas últimas semanas, continuarão por tempo indeterminado.
"Enquanto o Estado palestino não for reconhecido nas fronteiras de 67, acho que a violência não vai parar."  
A INVENÇÃO DO POVO JUDEU
AUTOR Shlomo Sand
EDITORA Benvirá
TRADUÇÃO Eveline Bouteiller
QUANTO R$ 54,90 (576 págs.)

Hospital das Clínicas à venda

 

O governo Geraldo Alckmin e médicos se mobilizam para votar em setembro um projeto de lei que formaliza no Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo o atendimento a planos de saúde - sistema conhecido como "porta dupla".
De autoria do Executivo, o texto dá autonomia para a instituição criar ou extinguir cargos e contratar funcionários pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O Ministério Público Estadual deve entrar com ação se a medida for aprovada.
O projeto, de autoria do ex-governador Cláudio Lembo, passou por diversas modificações, mas manteve um dos trechos mais polêmicos: o que permite a venda de serviços de pesquisa e assistência por meio das fundações de apoio do hospital. Argumenta-se que os recursos obtidos são necessários para melhorar o serviço prestado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
José Otávio Auler Júnior, do Conselho Deliberativo do HC, diz que nas duas portas a instituição oferece o mesmo "tratamento de excelência". Porém, conforme mostrou reportagem do Estado em janeiro, o tempo de espera pelo atendimento é bem diferente. No Incor, por exemplo, enquanto pacientes do SUS aguarda até 14 meses por alguns procedimentos, não há filas para clientes de convênios. Hoje, cerca de 3% dos atendimentos são particulares. A receita gerada - cerca de R$ 100 milhões - corresponde a 9% do orçamento.
Auler Júnior revela que o projeto está sendo mais uma vez modificado e a nova redação vai garantir que "a vocação do HC é para o atendimento dos pacientes do SUS". O gestor ressalta a necessidade de mais autonomia. "O atual plano de cargos e salários é de 1977 e está desatualizado com a realidade atual da medicina. Não prevê, por exemplo, perfis profissionais que surgiram com o desenvolvimento tecnológico, fundamentais no ambiente hospitalar moderno", afirma.
Embora considere positiva a redução da burocracia, a especialista em saúde pública Ligia Bahia aponta um lado negativo dessa autonomia. "O hospital vai poder escolher quais casos vai atender. Não fica mais obrigado a seguir o que a rede pública determina. Poderá assumir um perfil que não é o mais adequado."
Ligia diz que, no longo prazo, os recursos trazidos pelos convênios não vão se reverter na expansão da capacidade instalada. "E a privatização do hospital o afastará das fontes públicas, especialmente do governo federal, que são essenciais para investimentos de maior vulto."

Com o Estadão



Se o campo não planta, a cidade não janta

Reforma agrária dá um passo à frente
A principal conquista anunciada pelo ministro foi a suplementação de R$ 400 milhões no orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para obtenção de terras para a Reforma Agrária.
Além disso, houve a liberação dos R$ 15 milhões do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que estava contingenciado, e será implementado o Programa de Alfabetização Rural, nos moldes propostos pela Via Campesina
O governo vai financiar também um programa de agroindústria em assentamentos, com R$ 200 milhões para projetos de até R$ 50 mil e outros R$ 250 milhões para projetos até R$ 250 mil.
Para o dirigente do MST e da Via Campesina João Paulo Rodrigues, o conjunto das respostas do governo federal é uma “conquista importantíssima”, saldo da mobilização de uma jornada que mobilizou 20 estados e mais de 50 mil trabalhadores rurais.
Gritando e cantando refrões os trabalhadores comemoraram, "Se o campo não planta, a cidade não janta".
As conquistas da Via Campesina e do MST na jornada de lutas
-R$ 400 milhões para o orçamento do Incra para obtenção de terras para a Reforma Agrária.
- Liberação de R$ 15 milhões contingenciados do Pronera.
- Programa de Alfabetização Rural, nos moldes propostos pela Via Campesina.
- Agroindústria em assentamentos: R$ 200 milhões para projetos de até R$ 50 mil e outros R$ 250 milhões para projetos até R$ 250 mil, todos esses créditos a fundo perdido.
- MDA e Incra devem apresentar entre 7 e 10 de setembro um plano emergencial de assentamento até o fim do ano, mas também com vistas até 2014.
- Dívida: crédito de até R$ 20 mil, com juros de 2% ao ano e prazo de pagamento de sete anos, para quitar as dívidas atuais, liberando o acesso a novos créditos no Pronaf.
- Inclusão das áreas de Reforma Agrária no Programa de Habitação que o governo anunciará semana que vem.
- Produção Agroecologia Integrada e Sustentável (PAIS) terá recursos necessários para os projetos apresentados.
- Instalação de Grupo de Trabalho para elaborar nova regulamentação para uso dos agrotóxicos.
- Implementação de 20 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFETs).
- Cultura: criação de editais para bibliotecas, cinema e produção audiovisual, específicos para o campo.
- Programa de liberação de outorgas para rádios comunitárias em assentamentos.

Maluf, 80: um dicionário de malfeitos


Malufar: surrupiar, adulterar. Com prisão decretada nos Estados Unidos e todos os bens bloqueados no Brasil e em seis países, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) virou sinônimo de malfeitos no dicionário e chega aos 80 anos no próximo sábado deixando ao país um legado de impunidade. Responde a três ações penais e a um inquérito, que se arrasta há mais de cinco anos no Supremo Tribunal Federal (STF), por supostos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha e corrupção. Em São Paulo, é processado por improbidade, o que lhe rendeu 41 dias de prisão e o bloqueio dos bens. Nada mais.

Enquanto promotores e procuradores aguardam, o deputado pode se beneficiar da idade, com a iminente prescrição dos crimes. Responde a dezenas de processos. O mais grave diz respeito ao sumiço de pelo menos US$344 milhões dos cofres paulistanos durante sua gestão como prefeito (1993-1996). Nada disso, no entanto, será citado na festa preparada por sua mulher, dona Sylvia, para celebrar seus 80 anos no Teatro São Paulo.

Um dos escândalos mais antigos, a compra de Fuscas para a seleção da Copa de 70, ficou para a história. Maluf foi inocentado do crime de uso do dinheiro público e não devolveu um só centavo. Também tem se livrado de outra denúncia, o Frangogate, sobre a compra por parte da prefeitura de aves de uma empresa da família Maluf.............

Charge do Dia

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48 anos da marcha de Washington


*comtextolivre