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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Robert coombs: fotografia, sexualidade e diversidade



 Robert Coombs nasceu em Michigan, EUA. Em 2006 era um ginasta e estava estudando fotografia.
Em 2009 sofreu um acidente o que o tornou tetraplégico. Mas nem por isso deixou de prosseguir seus estudos. Atualmente trabalha na área de fotografia artística.
“Queria mostrar imagens com diferentes tipos de vida física e sexual da vida de cada povo. Apesar das limitações, pessoas com deficiência continuam tendo desejos sexuais. Cada pessoa fotografada nua, força o espectador a olhar a pessoa  e não a deficiência”, diz Coombs.
Assista o vídeo:


*Deficienteciente

O caminho como arquétipo

Jornal do BrasilLeonardo Boff*
Tenho especial fascínio por caminhos, especialmente caminhos de roça, que sobem penosamente a montanha e desaparecem na curva da mata. Ou caminhos cobertos de folhas de outono, multicores e em tardes mortiças, pelos quais andava nos meus tempos de estudante, nos Alpes do sul da Alemanha. É que os caminhos estão dentro de nós. E há que se perguntar aos caminhos o porquê das distâncias, porque, por vezes, são tortuosos, cansativos e difíceis de percorrer. Eles guardam os segredos dos pés dos caminhantes, o peso de sua tristeza, a leveza de sua alegria ao encontrar a pessoa amada.
O caminho constitui um dos arquétipos mais ancestrais da psiqué humana. O ser humano guarda a memória de todo o caminho perseguido pelos 13,7 bilhões de anos do processo de evolução. Especialmente guarda a memória de quando nossos antepassados emergiram: o ramo dos vertebrados, a classe dos mamíferos, a ordem dos primatas, a família dos hominidas, o gênero homo, a espécie sapiens/demens  atual.
Por causa desta incomensurável memória, o caminho humano apresenta-se tão complexo e, por vezes, indecifrável. No caminho de cada pessoa trabalham sempre milhões e milhões de experiências de caminhos passados e andados por infindáveis gerações. A tarefa de cada um é prolongar este caminho e fazer o seu caminho de tal forma que melhore e aprofunde o caminho recebido, endireite o torto e legue aos futuros caminhantes um caminho enriquecido com sua pisada.
Sempre o caminho foi e continua sendo uma experiência de rumo que indica a meta, e, simultaneamente, ele é o meio pelo qual se alcança a meta. Sem caminho nos sentimos perdidos, interior e exteriormente. Mergulhamos na escuridão e na confusão. Como hoje, a humanidade, sem rumo e num voo cego, sem bússola e estrelas a orientar as noites ameaçadoras.
Cada ser humano é homo viator, é um caminhante pelas estradas da vida. Como diz o poeta cantante indígena argentino Atahulpa Yupanki, “o ser humano é a Terra que caminha”. Não recebemos a existência pronta. Devemos construí-la. E para isso importa rasgar caminho, a partir e para além dos caminhos andados que nos antecederam. Mesmo assim, o nosso caminho pessoal e particular nunca é dado uma vez por todas. Tem que ser construído com criatividade e destemor. Como diz o poeta espanhol António Machado: “Caminhante, não há caminho, se faz caminho caminhando”.
Efetivamente, estamos sempre a caminho de nós mesmos. Fundamentalmente, ou nos realizamos ou nos perdemos. Por isso, há basicamente dois caminhos como diz o primeiro salmo da Bíblia: o caminho do justo e o caminho do ímpio, o caminho da luz ou o caminho das trevas, o caminho do egoísmo ou o caminho da solidariedade, o caminho do amor ou o caminho da indiferença, o caminho da paz ou o caminho do conflito. Numa palavra: ou o caminho que leva a um fim bom ou o caminho que leva a um abismo.
Mas, prestemos atenção: a condição humana concreta é sempre a coexistência dos dois caminhos e o entrecruzamento entre eles. No bom caminho se esconde também o mau. No mau, o bom. Ambos atravessam nosso coração. Esse é o nosso drama, que pode se transformar em crise e até em tragédia.
Como é difícil separar totalmente o joio do trigo, o bom do mau caminho, somos obrigados a fazer uma opção fundamental por um deles: pelo bom, embora nos custe renúncias e até nos traga desvantagens; mas pelo menos nos dá a paz da consciência e a percepção de fazermos o certo. E há os que optam pelo caminho do mal: este é mais fácil, não impõe nenhum constrangimento, pois vale tudo, contanto que traga vantagens. Mas cobra um preço: a acusação da consciência e os riscos de punições e até da eliminação.   
Mas a opção fundamental confere a qualidade ética ao caminho humano. Se optamos pelo bom caminho, não serão pequenos passos equivocados ou tropeços que irão destruir o caminho e seu rumo. O que conta realmente, frente à consciência e diante dAquele que a todos julga com justiça, é esta opção fundamental.
Por esta razão, a tendência dominante na teologia moral cristã é substituir a linguagem de pecado venial ou mortal por outra mais adequada à unidade do caminho humano: fidelidade ou infidelidade à opção fundamental. Não se há de isolar atos e julgá-los desconectados da opção fundamental. Trata-se de captar a atitude básica e o projeto de fundo que se traduz em atos e que unifica a direção da vida. Se esta opta pelo bem, com constância e fidelidade, será ela que conferirá maior ou menor bondade aos atos, não obstante os altos e baixos que sempre ocorrem mas que não chegam a destruir o caminho do bem. Este vive no estado de graça. Mas há também os que optaram pelo caminho do mal. Por certo passarão pela severa clínica de Deus caso acolherem  misericórdia  de suas maldades.
Não há escapatória: temos que escolher que caminho construir e como seguir por ele, sabendo que “viver é perigoso” (G. Rosa). Mas nunca andamos sós. Multidões caminham conosco, solidárias no mesmo destino, acompanhadas por Alguém chamado ”Emanuel, Deus conosco”.
*Leonardo Boff, teólogo e filósofo, é escritor. -  lboff@leonardoboff.com

domingo, dezembro 02, 2012

Deleite - Paulinho da Viola


E as multis batem palmas e pedem bis

 do Miro
Multis remetem bilhões ao exterior

Altamiro Borges
Apesar da grave e prolongada crise capitalista mundial, que penaliza o Brasil e reduz os efeitos das medidas anticíclicas adotadas pelo governo Dilma, as poderosas multinacionais continuam remetendo bilhões de dólares ao exterior. Com isto, elas procuram resolver os problemas de caixa nas suas matrizes explorando a força produtiva e as riquezas nacionais. A própria Folha, com a sua mentalidade colonizada, adverte que “as empresas estrangeiras instaladas no país aceleraram as remessas de lucros e dividendos como nunca”.
Em outubro passado, segundo o Banco Central, o Brasil teve o maior déficit histórico nas transações com o resto do mundo: US$ 5,3 bilhões. Além da remessa de lucros das multis, os gastos de brasileiros no exterior também contribuíram para o péssimo resultado. Eles passaram de US$ 2 bilhões em outubro. Apesar destes dados preocupantes, o governo insiste em afirmar que está tudo bem. “São sinais consistentes da retomada do crescimento”, afirma Fernando Alberto Rocha, chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC.
*GilsonSampaio

Mensagem para o Mundo

Charge e foto e frese do Dia












71% dos paulistanos acreditam que Alckmin esconde informações sobre a atual onda de violência 

 


Será  que o PCC aprova o governo Alckmin?

Por outro lado, 43% acreditam que PM’s que matam “criminosos” fora de serviço não deveriam ser punidos


Onda de violência derruba aprovação de Geraldo Alckmin


A onda de violência que atinge São Paulo derrubou a aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), segundo pesquisa do Datafolha.
O índice de paulistanos que consideram o governo ótimo ou bom caiu de 40% em setembro deste ano para 29% na última quinta-feira.
Nesse período, o percentual dos que avaliam que a gestão é ruim ou péssima subiu de 17% para 25%.
O governo é regular para 42% -esse índice era de 40% há dois meses.
A avaliação de Alckmin no quesito segurança é pior do que a do então governador Cláudio Lembo durante os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) em maio de 2006, quando 154 pessoas morreram em oito dias.
Para 63%, a atuação do governador na área de segurança é ruim ou péssima. Em 2006, 56% tinham essa mesma avaliação sobre Lembo. O índice de 63% é o maior desde 1997. Há 15 anos, quando Mário Covas (1930-2001) governava o Estado e os homicídios passavam por uma explosão, 57% classificaram a atuação dele na segurança como ruim ou péssima.
O governo não informa o número de mortos em ataques durante a atual crise. Há, no entanto, alguns indicadores oficiais de que a violência está aumentando.
Em outubro, houve um salto de 113% no número de vítimas de homicídios dolosos (praticado com a intenção de matar) quando se compara com o mesmo mês de 2011.
A pergunta sobre a avaliação do governador foi feita em primeiro lugar na pesquisa, antes que o tema da segurança fosse introduzido, para evitar que esta questão contaminasse as respostas.
Alckmin é responsabilizado diretamente pela crise, segundo o levantamento. Para 55% dos paulistanos, ele tem muita responsabilidade sobre os ataques –o mesmo índice atribuído ao comando da Polícia Civil.
Só o comando da Polícia Militar, com 62%, obteve um percentual superior ao do governador quando se pergunta quem teve muita responsabilidade sobre a crise.
A presidente Dilma Roussef (PT) é apontada por 39% como alguém que teve muita responsabilidade sobre a onda de violência.
Praticamente 3 em cada 4 paulistanos (ou exatos 71%) dizem acreditar que o governo Alckmin está escondendo informações sobre as mortes das últimas semanas.
Pouco mais da metade dos entrevistados (53%) dizem sentir mais medo do que confiança na Polícia Militar.
Durante os ataques do PCC, em maio de 2006, esse índice era de 56%. Os que dizem ter mais medo do que confiança na Polícia Civil são 46%.
Apesar de algumas rádios e emissoras de TV nunca pronunciarem o seu nome, o PCC é conhecido por 98% dos paulistanos.





Para 43%, PM que mata bandido não deve receber punição


MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

O policial que participasse de um grupo de extermínio fora do horário de trabalho não deveria ser punido se matasse um criminoso para 43% dos paulistanos.
A revelação faz parte da pesquisa Datafolha que retrata o estado da população da capital após a onda de violência que começou em junho e se intensificou em outubro.
O percentual que defende a prisão desse policial é ligeiramente inferior em relação aos que defendem a impunidade -40%. Para 11%, ele deveria ser expulso da polícia, mas não preso.
O levantamento, feito na última quinta-feira, ouviu 1.082 paulistanos.
O medo de andar à noite nas ruas de São Paulo mais do que dobrou em cerca de três meses.
Na última quinta-feira, 61% diziam se sentir muito inseguros com caminhadas noturnas no bairro onde moram. Na pesquisa DNA Paulistano 2012, finalizada em agosto, o índice era de 26%. Em 2008, também de acordo com a pesquisa DNA, era de 20%.
Só 11% dos paulistanos afirmam se sentir muito seguros ao andar à noite. Em 2012 e 2008, esse índice era o dobro do atual (19% e 21%, respectivamente).
A zona norte de São Paulo, palco de ataques, é considerada insegura por 83% dos paulistanos -um aumento de 34 pontos percentuais em relação à pesquisa DNA 2012, concluída em agosto.
O índice é superior aos das zonas leste e sul, mais violentas do que a região norte. A leste e a sul são apontadas como inseguras por 82% e 72%.
O centro é considerado inseguro por 75%. A zona oeste, uma das áreas menos violentas da cidade, é tida como insegura por 71%.
Notícias de toques de recolher já foram ouvidas por 44% dos paulistanos. Na zona norte, esse índice chega a 54%.
A fonte da onda de violência são as facções criminosas ou bandidos, segundo 34% dos paulistanos.
Para 17%, trata-se de um acerto de contas entre criminosos e polícia. Só 5% consideram que o PCC (Primeiro Comando da Capital) dirige os ataques.
O percentual é idêntico ao dos que dizem que os homicídios decorrem de vingança de criminosos por causa da morte de membros do PCC.
Para 18%, foi o governo que motivou os ataques por desleixo ou falta de controle. Os mesmos 18% põem a culpa na falta de estrutura policial, baixos salários ou ausência de um planejamento estratégico por parte da polícia.
A corrupção policial em geral é apontada como o principal motivo dos ataques para 18% dos paulistanos.
*Cappacete

Por que, só as acusações contra Lula, Dilma e o PT têm uma dimensão que leva a mídia a permanecer falando sobre o assunto todos os dias, de todos os anos e tudo que diz respeito ao PSDB e aliados morre no nascedouro?

O blog Aposentado Invocado, esse lugar onde eu, Helio de Souza Borba, utilizo como catarse, só existe, apesar do meu profundo cansaço de tudo isso, que fatalmente me levará a cantar noutra freguesia, porque fico estarrecido com a imprensa brasileira, que muitas vezes me faz duvidar que seja realmente brasileira. Leio, pacientemente, alguns jornais, revistas e portais da internet e posso garantir todos, sem exceção, atacam Lula e Dilma, todo santo dia, com uma voracidade impressionante, beirando o ódio. O meu sonho para o Brasil não é uma imprensa que diga amém aos governos, ao contrário é uma imprensa que, nas suas mídias, traga o debate, aponte erros, desvende crimes, mas que tenha no seu escopo a informação honesta e não a perseguição política. Tenho uma pergunta para essa instituição: Por que, só as acusações contra Lula, Dilma e o PT têm uma dimensão que leva a mídia a permanecer falando sobre o assunto todos os dias, de todos os anos e tudo que diz respeito ao PSDB e aliados morre no nascedouro?

Deleite - Um comunista Cae, Chico e Ney