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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 13, 2011

Ativista do Irã que desafiou Dilma é patrocinada por EUA e Israel

De passagem por Brasília, a ativista iraniana e Nobel da Paz (2003) Shirin Ebadi, de 63 anos, fracassou em seu intento de obrigar a presidente Dilma Rousseff a recebê-la. Irritada, recusou ser recebida no Palácio do Planalto por Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais.

Flavio Rassekh, coordenador da visita de Ebadi no Brasil, afirmou que a ativista “veio a Brasília para encontrar Dilma Rousseff e se sentiu muito mal com a recusa”. Só não explicou por que uma estrangeira deve pautar a agenda da presidnete República, que raramente inclui reuniões com personalidades que não sejam chefes de Estado e de governo.

Ebadi chegou ao Brasil no meio da semana com declarações desafiadoras ao governo brasileiro e afirmações nada diplomáticas. “Ela me receberá se for defensora dos direitos humanos”, declarou, em tom ameaçador — e inútil — contra Dilma.

Direitista convicta, ex-colaboradora do governo do xá Reza Palhevi, do Irã, Sharin Ebade, é hoje a principal porta voz dos grupos mais conservadores com atuação em todo o mundo, apoiados principalmente pelos governos dos Estados Unidos e Israel. Sua atuação é repudiada por outros dissidentes iranianos, como o jornalista Ali Mechem Derkay, residente em Paris e membro de um grupo que não aceita a interferência dos Estados Unidos nem de Israel nos negócios do Irã

Além de não falar pela comunidade iraniana de oposição, Ebade é desqualificada para tal ação devido justamente a suas ligações com os governos imperialistas e por sempre viajar protegida por agentes da CIA e do Mossad. Sajjad Saharhiz, também jornalista iraniano independente, muito respeitado nos meios políticos internacionais, escreveu um artigo especificamente sobre a viagem de Ebade ao Brasil. Não faltam críticas à ativista.

Sajjad Saharhiz lembra que, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil mostrou altivez e soberania ao “apoiar o pacífico programa nuclear do Irã, baseado nos princípios de justiça e independência”. Segundo o jornalista, o Brasil também “fez esforços para tentar resolver a disputa sobre o programa nuclear iraniano de forma pacífica, o que resultou na Declaração de Teerã”.

O que Sharin Ebade deseja — diz o artigo é “enfraquecer a forte posição adotada pelo Brasil em relação ao programa nuclear iraniano. Talvez a missão dada a ela pelos seus senhores ocidentais seja pressionar o Irã acerca de seu programa nuclear com alegações de violação de direitos humanos. (...) Utilizando sua fama de ganhadora do prêmio Nobel e seguindo sua missão especial, ela tentará convencer as autoridades brasileiras a se distanciarem do Irã”.

Saharhiz lembra que a ativista, “tão leal à sua missão”, chegou a chamar Lula de “traidor”, apesar de o ex-presidente “ser extremamente popular e respeitado pelo povo brasileiro e por tantas outras nações, e embora suas políticas tenham feito do Brasil um país avançado”. O jornalista indaga: “Por que uma figura independente e popular como Lula, que fez grandes esforços para aumentar o desenvolvimento e prosperidade em seu país e em outros países do Sul, deveria ser atacada por uma pessoa tendenciosa como Shirin Ebade?”.

*onipresente

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