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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 10, 2011

Desemprego e pobreza se alastram nos EUA





Por Redação, com agências internacionais - de Nova York

desemprego

O desemprego empurra milhares de norte-americanos para a miséria absoluta

As consequências da crise capitalista seguem contundentes nos Estados Unidos. De acordo com os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho, cerca de 14 milhões de norte-americanos encontravam-se desempregados no final da semana passada, cifra que eleva para 9,1% o total de trabalhadores naquela situação no país.

A pressionar o segundo maior índice de desemprego registado no ano de 2011 está a fraca criação de postos de trabalho por parte do setor privado, apenas cerca de 54 mil durante o mês de maio, dizem as estatísticas oficiais.

A situação não deve melhorar durante o corrente ano, já que grandes empresas, como a Boeing, por exemplo, continuam a anunciar demissões coletivas. Só a construtora de aeronaves prevê rescindir o vínculo com mais de 500 trabalhadores, apresentando como justificativa o fim do trabalho para o programa espacial.

No setor público, por outro lado, já foram despedidos, desde 2008, aproximadamente 446 mil funcionários públicos, sobretudo na Educação, total ao qual acrescem outros 28 mil trabalhadores estatais e municipais despedidos durante o mês de maio.

Fome em Nova York

Para além do desemprego, a pobreza extrema é outro dos flagelos mais sentidos pelo povo norte-americano no quadro da crise sistêmica. Só em Nova York existem 1,4 milhões famintos, revela a Coligação Contra a Fome daquela cidade. Segundo a organização, entre estas, cerca de 40% são crianças.

A corroborar os dados da ONG, o gabinete de estatísticas local alertou que o índice de pobreza entre os nova-iorquinos cresceu 14,2 e 15,8% em 2008 e 2009, respectivamente. Números destes não se registavam desde 1992.

As vítimas da fome são cidadãos que têm perdido seus empregos ou imigrantes indocumentados que não encontram trabalho. Em condados como Queens ou em outros da grande cidade, há áreas onde se concentram os chamados trabalhadores por dia em espera de contratos para fazer qualquer tipo de trabalho. A Coalizão já tinha advertido que em 2009 um em cada oito lares na Grande Maçã foi qualificado pelo Governo Federal como “carenciado de alimento”, ou seja, que não têm dinheiro para comprar comida.

Por sua parte, o Escritório do Censo alertou que o índice de pobreza na cidade de Nova York cresceu de 14,2 por cento em 2008 a 15,8% em 2009, aumento que não se registrava em 19 anos. Estima-se que um da cada quatro hispanos não pode satisfazer suas necessidades básicas de alimentação, vestuário, moradia e saúde, enquanto mais de um de quatro meninos latinos vivem na penúria

*correiodoBrasil

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