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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 06, 2011

FILME PARA DOWNLOAD: RED'S - SOBRE A REVOLUÇÃO RUSSA

Este filme é americano, baseado no clássico livro  de John Reed Os Des Dias que Abalaram o Mundo". Reed foi um jornalista e ativista norte-americano que fez a cobertura da revolução bolchevique. Esta cobertura resultou no livro citado, uma verdadeira obra de arte, elogiada por Émile Zola, que a definiu como
 "parte da verdade, vista através do temperamento. Nós que vivemos a época da guerra mundial, das revoluções vitoriosas e das insurreições reprimidas, não podemos ficar satifeitos com essa definição. Para nós a arte é uma parte da verdade vista por um temperamento revolucionário".  
 O prefácio da edição norte -americana do livro foi do próprio Lenin:
Com imenso interesse e igual atenção li, até o fim, o livro "Os Dez Dias que Abalaram o Mundo", de John Reed. Recomendo-o, sem reservas, aos trabalhadores de todos os países. É uma obra que eu gostaria de ver publicada aos milhões de exemplares e traduzida para todas as línguas, pois traça um quadro exato, extraordináriamente vivo dos acontecimentos que tão grande importância tiveram para a compreensão da Revolução Proletária e da Ditadura do Proletariado. Em nossos dias, essas questões são objeto de discussões generalizadas, mas, antes de se aceitarem ou de se repelirem as idéias que representam, torna-se necessário que se saiba a real signifcação do partido que se vai tomar.O livro de John Reed, indubitavelmente, ajudará a esclarecer o problema do movimento operário internacional".
Com certeza, este livro é importante para se conhecer melhor a revolução que tantas mudanças trouxe para os povos inseridos no contexto da URSS, cuja influência se faz sentir até hoje, após tantos anos depois de seu colapso.
O filme aborda, não apenas a revolução, como também o envolvimento de Reed com Louise Bryant , mulher casada, que abandona o marido para segui-lo. Juntos foram para a rússia, a tempo de serem testemunhas oculares de todo o processo revolucionário.
O papel de Reed foi vivido por Warren Beaty, que também atuou como diretor do filme.
Formato  avi

obs: Reed está enterrado nos muros do Kremlin, ao lado de membros da cúpula comunista, ao lado do mauzoléu de Lenin. As palavras de inscrição são dele próprio:

"Aqui neste lugar sagrado, o mais sagrado de toda a Rússia, descansam nossos melhores camaradas".

REDIRECIONANDO DOWNLOAD




*russiashow

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