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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 12, 2011

Se o mundo fosse uma rua, quem conseguiria viver com um vizinho assim?


O valentão mais perigoso do mundo | Immanuel Wallerestein
do OUTRAS PALAVRAS via Grupo Beatrice

Immanuel Walleresten aponta novos sinais do declínio dos Estados Unidos, e lamenta: Obama é poderoso apenas para fazer o mal

Por Immanuel Wallerestein | Tradução: Antonio Martins

O presidente dos Estados Unidos é considerado o indivíduo mais poderoso no mundo moderno. O que Barack Obama está aprendendo, para seu desapontamento, é que ele tem enorme poder para fazer o mal – mas quase nenhum, para fazer o bem. Imagino que ele perceba isso, e não saiba como o que fazer a respeito. O fato é que ele pode muito pouco.

Examinemos sua principal preocupação específica, no momento – a primaver árabe. Ele não a começou. Ele foi evidentemente pego de surpresa quando ela começou – como, aliás, quase todo mundo. Sua resposta imediata foi pensar, com razão, que o processo representava grande perigo para a já abalada ordem geopolítica da região. Os Estados Unidos procuraram, de todas as maneiras possíveis, limitar o dano, manter sua própria posição e restaurar a “ordem”. Ninguém pode afirmar que tiveram grande sucesso. A cada dia, a situação torna-se mais incerta e fora do controle de Washington.

Barack Obama é, por convincção e personalidade, a quinta-essência do centrismo. Ele busca diálogo e compromisso entre “extremos”. Age com a devida reflexão, e tomas as grandes decisões com prudência. É partidário de mudanças lentas e ordenadas – que não ameacem as bases do sistema do qual ele é não apenas parte, mas a figura central e o mais poderoso ator.

Porém, ele encontra-se, hoje, constrangido de todos os lados para o exercício de seu papel. Ainda assim, continua tentando jogá-lo. Diz, obviamente, para si mesmo: que mais eu poderia fazer? O resultado é que outros atores (inclusive os que foram seus aliados subaltermos) desafiam-no aberta, desavergonhada e repetidamente – o que reduz ainda mais seu poder.

Benyamin Netanyahu, o premiê israelense, fala ao Congresso dos EUA, que aplaude seus absurdos interesseiros com entusiasmo e arrebatamento – como se ele fosse em George Washingto reencarnado. Foi um tapa na cara de Obama, mesmo que o presidente já tivesse, ao falar ao lobby pró-israelense AIPAC, retirado na prática sua tímida tentaiva de propor a volta às fronteiras que Israel e os palestinos mantinham em 1967, como base para a paz.

O governo saudita deixou muito clara que fará tudo a seu alcance para defender os regimes atuais do mundo árabe. Está irritadíssimo com as concessões ocasionais de Obama à linguagem dos “direitos humanos”. O governo do Paquistão está avisando muito claramente a Obama que, se os EUA tentarem enquadrá-lo com dureza, encontrará na China uma amizade mais firme. Os governos russo, chinês e sul-africano lembraram sem reservas que, se Washington tentar obter decisões do Conselho de Segurança da ONU contra a Síria, não terá seu apoio. Provavelmente, sequer reunirá maioria de votos – um eco do fracsso de Bush, ao tentar obter, em 2003, uma segunda resolução sobre o Iraque. No Afganistão, o presidente Karzai está reivindicando da OTAN o fim dos ataques com aviões não-tripulados. E o Pentágono sofre pressões para deixar o país, onde sua aventura tornou-se muito cara.

Para que não se enxergue a fraqueza apenas no Oriente Médio, basta espiar Honduras. Os Estados Unidos virtualmente endossaram o golpe contra o ex-presidente Zelaya. Em consequência, Honduras foi suspensa da Organização dos Estados Americanos (OEA). Washington tem batalhado duro para restaurar a participação do aliado, alegando que um novo presidente foi formalmente eleito. Os governos latino-americanos resistiram, porque Zelaia, o chefe de Estado deposto, não era autorizado a regressar — com a retirada de todos os processos legais que o ameaçavam.

O que aconteceu em seguida? A Colômbia (supostamente o principal aliado dos EUA na América Latina) e a Venezuela (supostamente o satã dos EUA na região) acertaram-se e, juntas, negociaram com o governo hondurenho o retorno – nas condições definidas por Zelaya. A secretária de Estado Hillary Clinton sorriu amarelo, diante da derrota da diplomacia de Washington.

Por fim, Obama está em apuros com o Congresso dos Estados Unidos em torno da guerra na Líbia. A Lei dos Poderes de Guerra autoriza o presidente a comprometer tropas no país apenas por 60 dias, após os quais é necessária autorização explícita do Legislativo. Dois meses passaram, e não houve decisão do Congresso. A continuidade da ação é claramente ilegal, mas Obama é incapaz de obter o endosso. Ainda assim, permanece comprometido com a guerra e o envolvimento norte-americano pode crescer. Ou seja: ele pode fazer o mal, mas não o bem.

Enquanto isso, concentra-se em sua reeleição. Tem boas chances de obtê-la. Os republicamos estão caminhando cada vez mais para a direita e cometendo graves exageros políticos. Mas uma vez reconduzido, o presidente dos EUA terá ainda menos poder que hoje. O mundo está mudando rapidamente. Num tempo de tantas incertezas e atores imprevisíveis, os Estados Undios estão se convertendo no valentão mais perigoso do planeta.

Relato da Rachel Coelho, a menina rebelde que não apertou a mão de Figueiredo

via MariaFrô
Ontem, Rachel Coelho me mandou pelo facebook a informação de que ela finalmente havia decidido revelar porque aos cinco anos, frente a frente com o general Figueiredo, não apertou a mão do presidente ditador.
Eu não vejo TV Globo e seu jornalismo então me recuso peremptoriamente. Mas como há pelo menos três anos eu e boa parte da blogosfera interessada na história e memória recente do país queríamos saber quem era aquela menininha atrevida e o que a motivou a se tornar símbolo da resistência à ditadura, liguei a tevê para ver a reportagem.
Não me surpreendeu o fato de que a matéria não tenha feito a menor menção que boa parte da blogosfera e das redes sociais já soubessem quem era Rachel veja aqui: Procura-se a menina que se negou a cumprimentar Figueiredo e aqui: Da Rachel Coelho que não apertou a mão do Figueiredo e ainda não respondeu as questões :(
Claro que eu eu todos que a procuramos durante anos queríamos ter contado o motivo dela ter se recusado a apertar a mão do general Figueiredo (embora tivéssemos algumas hipóteses), mas foi decisão da Rachel onde ela revelaria sua história e além do mais ela, a ‘fonte’, foi quem achou a historiadora e isso por si só já é bacana.
De toda a forma temos o registro de todo o processo desta busca e descoberta. Só lamento por Guinaldo Nicolaevsky, o fotógrafo que capturou o momento, não estar vivo pra conhecer a fotografada.
Ontem Rachel também disse que me mandaria o relato de toda a história. Hoje pela manhã abri o mail e aí está. Compartilho a sua narrativa.
Conceição,
Segue um brief bem completo da história.
Um beijo,
Rachel
1979
Na noite anterior minha mãe e meu pai conversam na mesa de jantar sobre o almoço de meu pai com o presidente no dia seguinte.
Meu pai como chefe de divisão do DER tinha que cumprir mesmo a contra gosto muitos compromissos políticos e um deles originaria um dos micos na história da ditadura.
Manhã seguinte:
A garotinha de 4 ou 5 anos, ( dependendo da data, faço aniversário dia 09 de agosto) alheia à situação política do país acorda e já começa a azucrinar a cabeça da mãe:
- Mãe, eu quero falar com o presidente.
A situação se prolonga por toda manhã até que na hora do almoço entre uniformes, cadernos e merendas a mãe perde a paciência e fala:
_ Tá bom, Rachel vou te levar pra você ver que não vai ver o presidente coisa nenhuma. E anda rápido porque você não vai chegar atrasada na escola por conta de visita de presidente. Ô menininha, viu!
Chegando na praça da Liberdade…
A praça estava lotada, me lembro das pernas das pessoas; eu não desistia então minha mãe me puxando pela mão para que eu não me perdesse na multidão, uma vez que não conseguiria me demover da idéia que ela mesmo estava intrigada com a minha cisma.
- A Rachel não pára de insistir que quer ver o presidente (pergunto pra ela direito depois), tem como você colocá-la pra dentro.
Nesse meio tempo eu já ganhava espaço e passava por meio de muitas pernas em direção ao meu alvo.
Agora, por causa da informação que obtive na entrevista do fotógrafo*, provavelmente foi tão fácil furar o bloqueio por causa do grupo de crianças que estava lá do qual eu não fazia parte.
Cheguei e me vi frente a frente com o homem que fazia parte do telefone engraçado do Chico Anysio (não me lembro se foi antes ou depois do ocorrido só que as pessoas lá de casa sempre brincavam comigo se eu não ia ligar pro presidente mas que desta vez eu falasse oi pro “homi”), puxei a calça e nada. Até que finalmente aquele gigante me deu atenção e pude finalmente cumprir meu objetivo que era atrapalhado pelas pessoas que queriam que eu estendesse a mão a ele:
Estava morrendo de medo era da minha mãe; que já devia estar uma fera por causa do horário da escola, do trabalho e que ela devia estar preocupada com a minha escapada. Não sabia o porquê, mas naquele tempo se tinha medo de polícia.
_ Você sabia que meu pai vai almoçar com você hoje?
_ E ele come muito?
_ Come.
_ Então não vai sobrar nada para mim.
_ Nào vai mesmo. Agora tenho que ir pro Cirandinha (nome do jardim que eu estudava).
Virei as costas e parti do mesmo jeito que cheguei correndo e empurrando pra encontrar a minha mãe.
Nem me lembro se minha mãe me deu bronca, no íntimo estava contentíssima, pois havia dado o meu recado para o presidente. Nem sei da onde tirei esta cisma, devia achar que o almoço do meu pai seria igual o que uma refeição representava para mim. Um grupo de pessoas que se gostavam e se importavam umas com as outras comendo juntas.
Acabei de me lembrar que o meu desejo no íntimo era que o presidente acabasse sentado na minha mesa de jantar, que eu me livrasse da sopa de legumes e pudesse provar para as coleguinhas que meu pai realmente tinha almoçado com o presidente. O dó nem imaginava a quantidade de gente que iria “almoçar” com o presidente.
Lembro-me das publicações, da minha foto, mas minha família a não ser quando vem o caso se lembra da história.
Preenchendo uma lacuna das histórias que li na net completo:
Os filmes realmente não foram publicados e realmente desapareceram porque foram para o SNI. Meu tio, casado com a irmã do meu pai e já em desacordo com a ditadura foi chamado as pressas para analisar o rolo de filme que chegava.
-Quem era aquela garotinha? Quem eram os pais? Ela foi mandada? Tem algum fundo revolucionário nesta história?
- Sem ver a foto já afirmou que era a criança mais sensata do Brasil.
Qual não é seu susto quando reconhece que a garotinha era a Quequel sua sobrinha e que meu pai era um engnheiro e não um corregilionário como publicaram que era.
Minha família é de militar, do outro lado da luta armada, mas isto não quer dizer que éramos do tipo que concordavam com a conduta sem questionar.
1986
Não me lembro porque na aula de história do colégio eu levei as revistas com a foto.
Foi a primeira vez que percebi que a foto era famosa e ouvi que deveria ter ganhado dinheiro com ela.
Me diziam que o fotógrafo tinha ganhado vários prêmios, que a foto sempre era incluída em salões. Mal sabia eu que ele queria me encontrar, na minha cabeça ele era um sensacionalista, que aproveitou de um momento e criou uma situação que não existiu e ficou famoso com isto.
1994
Foi a primeira vez que quis as fotos; sempre que estava em eventos perguntava aos fotógrafos da imprensa se sabiam como conseguir a foto ou falar com o fotógrafo. Ninguém nunca me deu atenção.
2004
Escrevi um email para a Veja de um antigo endereço: rachelclemens@uol.com.br.
Recebi que não tinham contato e informações de quem era o fotógrafo e me cobraram pela foto. Não quis porque achei um absurdo pagar por uma foto minha que as pessoas haviam lucrado tanto.
2011
Olhando para trás me lembro de uma vez no Rio que o vi o ex-presidente com a dona Dulce e quase fui lá falar com ele que eu nem pensei em cumprimentar ou não. Eu devia ter mais ou menos uns 10 anos. Fiquei com vergonha e com medo tomar um carão e não fui.
Até hoje sou assim, se cumprimento uma pessoa que conheço (te digo que pra mim em 1979 uma pessoa que aparece na TV era conhecidíssima) sem antes ter falado um monte é porque não tenho nada a dizer a ela. Pergunte sua tia quantas vezes ela me chamou atenção por este meu jeito de falar o que pensa sem raciocinar a conseqüência que isto trará para mim e quantas vezes atropelei as pessoas por esta minha falação que parece um comichão na língua.
Eu fui contar para o presidente sobre o almoço, pegar na mão era detalhe e ainda mais com um bando de desconhecidos querendo que eu fizesse algo obrigada. Muito mais medo da minha mãe do que de desconhecidos.
Meu pai, segundo minha mãe, se irritou com as pessoas que queriam que ele conseguisse dinheiro por causa da foto.
Justo ele que foi um homem extremamente correto e detestava politicagem se ver colocado numa saia justa desta por causa da teimosia da filhota. Tenho que perguntar à minha mãe, mas acho que já ouvi algo do tipo: ele ter ficado ‘buzina’ com ela por ela ter cedido à minha ladainha do ‘quero falar com o presidente’.
Ainda não consegui avaliar se foi bom ou ruim saber de toda a mobilização.
Posso dizer que fiquei orgulhosa por ter servido de alento para tantos brasileiros e hoje com a revolta que tenho com a corrupção e impunidade fico contente de mesmo sem saber ter dado um minúsculo troco a alguém que oprimiu o povo.
Ainda hoje, continuo tinhosa e meio difícil de colocar as rédeas para algo que não queira fazer. Já fui degolada por manter as minhas convicções. Acho que se não tivessem insistido para dar a mão a ele a continuidade da foto não seria um aperto de mão, provavelmente abriria os braços e lhe daria um abraço e aí talvez quem passasse o carão teria sido eu.
Graças a Paris Hilton ter tirado uma foto a la Fiona Walker eu virei notícia antiga pra muita gente e provavelmente estão perseguindo a Fiona que depois de 35 anos resolveu aparecer.
Recebi várias comentários, achei interessante o comportamento dos fotógrafos; é inerente o hábito de provocar para conseguir resposta. A maioria deles diante do meu silêncio me atacava me chamando de mentirosa ou em busca da fama. Mas já trabalhei com inteligência de mercado na Embraer e pelo treinamento que tive sei que esta é uma tática para fazer a pessoa falar. Nesta eu não caio.
Ano passado, na Argentina, me juntei em uma quinta feira nas hoje chamadas abuellas de mayo e te digo que hoje meus olhos se enchem de lágrimas, meu coração aperta ao lembrar do semblante daquelas mulheres.
Havia uma, a sra Morel, que tem até a foto postada no Face que não me aguentei: agarrei nos seus braços e fiquei dando a volta no obelisco respondendo, presente! Te falo que foi um dos momentos que mais tive orgulho da minha existência e de como mãe permitir e ensinar a minha filha a ficar do lado de quem é oprimido.
Nem me lembrava e não tinha conhecimento que eu de pequena havia sido símbolo da resistência à ditadura.
Fiquei impressionada com os conselhos das pessoas mais jovens e me pergunto se a luta de pessoas como a sua mãe valeu a pena. É triste ver os valores desta geração de 18 a 25 anos.
As opiniões que recebi (artista deve ter uma vida horrível porque as pessoas ficam íntimas mesmo) de pessoas que conheço ou não era de que eu deveria aproveitar os tais 15 minutos de fama, pedir dinheiro, um emprego já que estou mudando de carreira e me formando em design gráfico no final do ano e só falar pra quem me desse algo em troca.
Muitos que me procuraram, foram extremamente bacanas, me cumprimentaram e vários quiseram ficar meus amigos na rede social. Me incluíram até em grupos sobre a ditadura. Por eles que servi de alento e pela busca do autor da foto que acho que vale a pena dar uma resposta que sei que em suas mãos, voz ou de quem você escolher será contada dignamente.
*Rachel quando chegou a este post e leu as observações que Guinaldo havia feito sobre o dia da foto.

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