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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 01, 2018

Pecador Vai Para o Inferno

Pecador Vai Para o Inferno

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, céu e atividades ao ar livre

A Salvação é algo hilário. Salvar-se dos pecados.

Se você têm noção do que é certo ou errado, ou do bem e do mal, não fazendo o que é errado ou o mal, pra que religião? Porque é bom pagar dízimo e pagar por besteiras ungidas tirando dos filhos para dar ao pastor ou ao padre ou ao Rabino ou ao Guru? Se é pecador é porque não é boa pessoa e pelo que eu saiba, segundo se ensina nas igrejas, coisa ruim não tem salvação. Gente boa não se importa se existe um deus ou religião porque não precisa ser salvo de coisa alguma. O Paraíso é aqui e a vida acontece agora.

Temos à nossa volta animais sofrendo, sendo torturados, abandonados; crianças vendendo o corpo por um prato de comida ou por drogas; idosos abandonados, doentes e solitários em asilos; pessoas com doenças terminais em hospitais…e você rezando? Pensando na SUA salvação e sonhando com um paraíso e uma vida eterna? Pra quê vida eterna? Pra continuar fazendo o que você já faz? NADA a não ser rezar e dizer Amém? O seu amém não salva ninguém do sofrimento…aumenta o sofrimento porque de efetivo e eficaz para melhorar as condições de vida dos seus semelhantes, estejam eles em que parte do planeta estiverem, você faz NADA.

Pecadores só pensam em si mesmos.

Carregue a cruz que o seu amado Pai colocou em suas costas. É mais fácil do que ir até um asilo dar banho nos idosos, conversar com eles ou fazer a barba dos velhinhos.
Carregar a cruz e viver de joelhos é a sua sentença de morte em vida.

Salvação? Pecador vai para o inferno.

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