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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, maio 17, 2010
Padre é preso por ato obsceno, embriaguez e corrupção
Padre é preso por ato obsceno, embriaguez e corrupção
Evandro Fadel - 16/05/2010 - 18:05
O padre Silvio Andrei, de 40 anos, pároco da Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, na região episcopal Sé da Arquidiocese de São Paulo, foi preso nesta madrugada em Ibiporã, no norte do Paraná. Ele é acusado de ato obsceno, corrupção ativa e embriaguez ao volante.
O primeiro pedido de fiança e concessão de liberdade foi negado nesta tarde por falta de documentos. O advogado do padre tentava providenciá-los para conseguir a liberdade ainda hoje.
A Polícia Militar de Ibiporã conta que o padre teria ido a Londrina, região na qual trabalhou durante alguns anos, para realizar um casamento. Durante a madrugada, policiais que estavam em uma das avenidas centrais de Ibiporã foram abordados por um homem nu que havia descido de um carro. Ele teria feito uma proposta sexual aos policiais. Logo depois teria saído com o carro, mas foi seguido pelos policiais, que o pararam no bairro Jardim Pastor. Segundo os policiais, pouco antes ele teria abordado um menor, que fugiu. Ao examinarem os documentos perceberam que se tratava de um padre. No banco de trás do carro encontraram as vestimentas sacerdotais.
De acordo com a Polícia Militar, Andrei teria oferecido dinheiro aos policiais para que não o encaminhassem à delegacia. Ele também teria se recusado a fazer o teste de bafômetro, mas o relatório da PM aponta que o hálito denotava que havia tomado bebida alcoólica, além de apresentar olhos avermelhados e fala desconexa.
O advogado de Andrei, José Adalberto Almeida da Cunha, disse que não há nada que prove as acusações feitas pelos policiais. Ele afirmou que, antes de celebrar o casamento, o padre teria tomado alguns remédios, em razão de estar depressivo e para relaxamento muscular. Depois da celebração foi à festa, onde "se excedeu um pouco no vinho". Na hora de voltar Andrei teria tomado o caminho de Ibiporã ao invés do centro de Londrina.
De acordo com o advogado, como o padre teria se sentido mal, acabou vomitando e tirou a maior parte das roupas. Logo depois, teria parado o carro e perguntado a um rapaz a direção de Londrina. Posteriormente teria sido abordado pelos policiais. O advogado negou as acusações de propina e de assédio o menor.
Claro como água
A inveja é uma merda, mas a subserviência é pior ainda
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), padrinho político e mestre de José Serra (PSDB/SP), demonstrou inveja, quando tentou diminuir nesta segunda-feira (17) a atuação do presidente Lula no fechamento do acordo nuclear com o Irã.
Questionado se o Brasil havia feito um “gol” para a solução do impasse, FHC respondeu: “Precisa ver o juiz apitar que deu o gol mesmo, ou se houve impedimento. Eu não sei.”
Quem FHC pensa que é "o juiz"? Hilary Clinton? Barack Obama? É triste a subserviência de FHC a Washington. Ele nunca entendeu o tamanho e a importância do Brasil, por isso fez um governo tão subserviente e entreguista, que atrasou o Brasil por 8 anos.
Antes disso, FHC relutou em comentar o assunto e só falou após insistência dos jornalistas. “Eu não posso falar do Irã, porque cheguei há pouco do México. Não li nada”, justificou.
Em entrevista à rádio CBN, na manhã desta segunda, Dilma Rousseff (PT) disse que Lula “marca um gol no Oriente Médio” ao fechar o acordo com o Irã.
Serra também se recusou a comentar. Disse desconhecer os termos do acordo nuclear com o Irã mediado por Lula, e preferiu não comentar o assunto.
Também preferiu não falar das duas recentes pesquisas - Vox Populi divulgada neste domingo e CNT/Sensus desta segunda-feira -, que mostram que ele foi ultrapassado por Dilma.
Como se vê, a inveja é uma merda, mas a subserviência é pior ainda. O povo está vendo quem é quem.
dos amigos do Presidente Lula
O império do consumo por Eduardo Galeano
O império do consumo
por Eduardo Galeano
Cartoon de Poderiu. O sistema fala em nome de todos, dirige a todos as suas ordens imperiosas de consumo, difunde entre todos a febre compradora; mas sem remédio: para quase todos esta aventura começa e termina no écran do televisor. A maioria, que se endivida para ter coisas, termina por ter nada mais que dívidas para pagar dívidas as quais geram novas dívidas, e acaba a consumir fantasias que por vezes materializa delinquindo.
Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma mercadoria de vida efémera, que se esgota como se esgotam, pouco depois de nascer, as imagens disparadas pela metralhadora da televisão e as modas e os ídolos que a publicidade lança, sem tréguas, no mercado. Mas para que outro mundo vamos mudar-nos?
A explosão do consumo no mundo actual faz mais ruído do que todas as guerras e provoca mais alvoroço do que todos os carnavais. Como diz um velho provérbio turco: quem bebe por conta, emborracha-se o dobro. O carrossel aturde e confunde o olhar; esta grande bebedeira universal parece não ter limites no tempo nem no espaço. Mas a cultura de consumo soa muito, tal como o tambor, porque está vazia. E na hora da verdade, quando o estrépito cessa e acaba a festa, o borracho acorda, só, acompanhado pela sua sombra e pelos pratos partidos que deve pagar. A expansão da procura choca com as fronteiras que lhe impõe o mesmo sistema que a gera. O sistema necessita de mercados cada vez mais abertos e mais amplos, como os pulmões necessitam o ar, e ao mesmo tempo necessitam que andem pelo chão, como acontece, os preços das matérias-primas e da força humana de trabalho.
O direito ao desperdício, privilégio de poucos, diz ser a liberdade de todos. Diz-me quanto consomes e te direi quanto vales. Esta civilização não deixa dormir as flores, nem as galinhas, nem as pessoas. Nas estufas, as flores são submetidas a luz contínua, para que cresçam mais depressa. Nas fábricas de ovos, as galinhas também estão proibidas de ter a noite. E as pessoas estão condenadas à insónia, pela ansiedade de comprar e pela angústia de pagar. Este modo de vida não é muito bom para as pessoas, mas é muito bom para a indústria farmacêutica. Os EUA consomem a metade dos sedativos, ansiolíticos e demais drogas químicas que se vendem legalmente no mundo, e mais da metade das drogas proibidas que se vendem ilegalmente, o que não é pouca coisa se se considerar que os EUA têm apenas cinco por cento da população mundial.
"Gente infeliz os que vivem a comparar-se", lamenta uma mulher no bairro do Buceo, em Montevideo. A dor de já não ser, que outrora cantou o tango, abriu passagem à vergonha de não ter. Um homem pobre é um pobre homem. "Quando não tens nada, pensas que não vales nada", diz um rapaz no bairro Villa Fiorito, de Buenos Aires. E outro comprova, na cidade dominicana de San Francisco de Macorís: "Meus irmãos trabalham para as marcas. Vivem comprando etiquetas e vivem suando em bicas para pagar as prestações".
Invisível violência do mercado: a diversidade é inimiga da rentabilidade e a uniformidade manda. A produção em série, em escala gigantesca, impõe em todo lado as suas pautas obrigatórias de consumo. Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devastadora que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro, um modo de vida que reproduz os seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar.
O consumidor exemplar é o homem quieto. Esta civilização, que confunde a quantidade com a qualidade, confunde a gordura com a boa alimentação. Segundo a revista científica The Lancet, na última década a "obesidade severa" aumentou quase 30% entre a população jovem dos países mais desenvolvidos. Entre as crianças norte-americanas, a obesidade aumentou uns 40% nos últimos 16 anos, segundo a investigação recente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Colorado. O país que inventou as comidas e bebidas light, os diet food e os alimentos fat free tem a maior quantidade de gordos do mundo. O consumidor exemplar só sai do automóvel par trabalhar e para ver televisão. Sentado perante o pequeno écran, passa quatro horas diárias a devorar comida de plástico.
Triunfa o lixo disfarçado de comida: esta indústria está a conquistar os paladares do mundo e a deixar em farrapos as tradições da cozinha local. Os costumes do bom comer, que vêem de longe, têm, em alguns países, milhares de anos de refinamento e diversidade, são um património colectivo que de algum modo está nos fogões de todos e não só na mesa dos ricos. Essas tradições, esses sinais de identidade cultural, essas festas da vida, estão a ser espezinhadas, de modo fulminante, pela imposição do saber químico e único: a globalização do hamburguer, a ditadura do fast food. A plastificação da comida à escala mundial, obra da McDonald's, Burger King e outras fábricas, viola com êxito o direito à autodeterminação da cozinha: direito sagrado, porque na boca a alma tem uma das suas portas.
O campeonato mundial de futebol de 98 confirmou-nos, entre outras coisas, que o cartão MasterCard tonifica os músculos, que a Coca-Cola brinda eterna juventude e o menu do MacDonald's não pode faltar na barriga de um bom atleta. O imenso exército de McDonald's dispara hamburguers às bocas das crianças e dos adultos no planeta inteiro. O arco duplo desse M serviu de estandarte durante a recente conquista dos países do Leste da Europa. As filas diante do McDonald's de Moscovo, inaugurado em 1990 com fanfarras, simbolizaram a vitória do ocidente com tanta eloquência quanto o desmoronamento do Muro de Berlim.
Um sinal dos tempos: esta empresa, que encarna as virtudes do mundo livre, nega aos seus empregados a liberdade de filiar-se a qualquer sindicato. A McDonald's viola, assim, um direito legalmente consagrado nos muitos países onde opera. Em 1997, alguns trabalhadores, membros disso que a empresa chama a Macfamília, tentaram sindicalizar-se num restaurante de Montreal, no Canadá: o restaurante fechou. Mas no 98, outros empregados da McDonald's, numa pequena cidade próxima a Vancouver, alcançaram essa conquista, digna do Livro Guinness.
As massas consumidoras recebem ordens num idioma universal: a publicidade conseguiu o que o esperanto quis e não pôde. Qualquer um entende, em qualquer lugar, as mensagens que o televisor transmite. No último quarto de século, os gastos em publicidade duplicaram no mundo. Graças a ela, as crianças pobres tomam cada vez mis Coca-Cola e cada vez menos leite, e o tempo de lazer vai-se tornando tempo de consumo obrigatório. Tempo livre, tempo prisioneiro: as casas muito pobres não têm cama, mas têm televisor e o televisor tem a palavra. Comprados a prazo, esse animalejo prova a vocação democrática do progresso: não escuta ninguém, mas fala para todos. Pobres e ricos conhecem, assim, as virtudes dos automóveis último modelo, e pobres e ricos inteiram-se das vantajosas taxas de juro que este ou aquele banco oferece. Os peritos sabem converter as mercadorias em conjuntos mágicos contra a solidão. As coisas têm atributos humanos: acariciam, acompanham, compreendem, ajudam, o perfume te beija e o automóvel é o amigo que nunca falha. A cultura do consumo fez da solidão o mais lucrativo dos mercados. As angústias enchem-se atulhando-se de coisas, ou sonhando fazê-lo. E as coisas não só podem abraçar: elas também podem ser símbolos de ascensão social, salvo-condutos para atravessar as alfândegas da sociedade de classes, chaves que abrem as portas proibidas. Quanto mais exclusivas, melhor: as coisas te escolhem e te salvam do anonimato multitudinário. A publicidade não informa acerca do produto que vende, ou raras vezes o faz. Isso é o que menos importa. A sua função primordial consiste em compensar frustrações e alimentar fantasias: Em quem o senhor quer converter-se comprando esta loção de fazer a barba? O criminólogo Anthony Platt observou que os delitos da rua não são apenas fruto da pobreza extrema. Também são fruto da ética individualista. A obsessão social do êxito, diz Platt, incide decisivamente sobre a apropriação ilegal das coisas. Sempre ouvi dizer que o dinheiro não produz a felicidade, mas qualquer espectador pobre de TV tem motivos de sobra para acreditar que o dinheiro produz algo tão parecido que a diferença é assunto para especialistas.
Segundo o historiador Eric Hobsbawm, o século XX pôs fim a sete mil anos de vida humana centrada na agricultura desde que apareceram as primeiras culturas, em fins do paleolítico. A população mundial urbaniza-se, os camponeses fazem-se cidadãos. Na América Latina temos campos sem ninguém e enormes formigueiros urbanos: as maiores cidades do mundo e as mais injustas. Expulsos pela agricultura moderna de exportação, e pela erosão das suas terras, os camponeses invadem os subúrbios. Eles acreditam que Deus está em toda parte, mas por experiência sabem que atende nas grandes urbes. As cidades prometem trabalho, prosperidade, um futuro para os filhos. Nos campos, os que esperam vêem passar a vida e morrem a bocejar; nas cidades, a vida ocorre, e chama. Apinhados em tugúrios, a primeira coisa que descobrem os recém chegados é que o trabalho falta e os braços sobram. Enquanto nascia o século XIV, frei Giordano da Rivalto pronunciou em Florença um elogio das cidades. Disse que as cidades cresciam "porque as pessoas têm o gosto de juntar-se". Juntar-se, encontrar-se. Agora, quem se encontra com quem? Encontra-se a esperança com a realidade? O desejo encontra-se com o mundo? E as pessoas encontram-se com as pessoas? Se as relações humanas foram reduzidas a relações entre coisas, quanta gente se encontra com as coisas? O mundo inteiro tende a converter-se num grande écran de televisão, onde as coisas se olham mas não se tocam. As mercadorias em oferta invadem e privatizam os espaços públicos. As estações de auto-carros e de comboios, que até há pouco eram espaços de encontro entre pessoas, estão agora a converter-se em espaços de exibição comercial.
O shopping center, ou shopping mall, vitrina de todas as vitrinas, impõe a sua presença avassaladora. As multidões acorrem, em peregrinação, a este templo maior das missas do consumo. A maioria dos devotos contempla, em êxtase, as coisas que os seus bolsos não podem pagar, enquanto a minoria compradora submete-se ao bombardeio da oferta incessante e extenuante. A multidão, que sobe e baixa pelas escadas mecânicas, viaja pelo mundo: os manequins vestem como em Milão ou Paris e as máquinas soam como em Chicago, e para ver e ouvir não é preciso pagar bilhete. Os turistas vindos das povoações do interior, ou das cidades que ainda não mereceram estas bênçãos da felicidade moderna, posam para a foto, junto às marcas internacionais mais famosas, como antes posavam junto à estátua do grande homem na praça. Beatriz Solano observou que os habitantes dos bairros suburbanos vão ao center, ao shopping center, como antes iam ao centro. O tradicional passeio do fim de semana no centro da cidade tende a ser substituído pela excursão a estes centros urbanos. Lavados, passados e penteados, vestidos com as suas melhores roupas, os visitantes vêm a uma festa onde não são convidados, mas podem ser observadores. Famílias inteiras empreendem a viagem na cápsula espacial que percorre o universo do consumo, onde a estética do mercado desenhou uma paisagem alucinante de modelos, marcas e etiquetas. A cultura do consumo, cultura do efémero, condena tudo ao desuso mediático. Tudo muda ao ritmo vertiginoso da moda, posta ao serviço da necessidade vender. As coisas envelhecem num piscar de olhos, para serem substituídas por outras coisas de vida fugaz. Hoje a única coisa que permanece é a insegurança, as mercadorias, fabricadas para não durar, resultam ser voláteis como o capital que as financia e o trabalho que as gera. O dinheiro voa à velocidade da luz: ontem estava ali, hoje está aqui, amanhã, quem sabe, e todo trabalhador é um desempregado em potencial. Paradoxalmente, os shopping centers, reinos do fugaz, oferecem com o máximo êxito a ilusão da segurança. Eles resistem fora do tempo, sem idade e sem raiz, sem noite e sem dia e sem memória, e existem fora do espaço, para além das turbulências da perigosa realidade do mundo.
Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma mercadoria de vida efémera, que se esgota como esgotam, pouco depois de nascer, as imagens que dispara a metralhadora da televisão e as modas e os ídolos que a publicidade lança, sem tréguas, no mercado. Mas a que outro mundo vamos nos mudar? Estamos todos obrigados a acreditar no conto de que Deus vendeu o planeta a umas quantas empresas, porque estando de mau humor decidiu privatizar o universo? A sociedade de consumo é uma armadilha caça-bobos. Os que têm a alavanca simulam ignorá-lo, mas qualquer um que tenha olhos na cara pode ver que a grande maioria das pessoas consome pouco, pouquinho e nada, necessariamente, para garantir a existência da pouca natureza que nos resta. A injustiça social não é um erro a corrigir, nem um defeito a superar: é uma necessidade essencial. Não há natureza capaz de alimentar um shopping center do tamanho do planeta.
*Dilma e José Serra tem suas biografias comparadas em texto que está circulando pela internet
*Dilma e José Serra tem suas biografias comparadas em texto que está circulando pela internet. É uma boa comparação sobre ambos. De um lado a biografia de Dilma e do outro a biografia de José Serra:
José Serra tem 68 anos é paulista, filho único de imigrantes italianos, o pai, empresário no ramo de frutas. José Serra foi criado em uma ampla e confortável casa na Mooca, São Paulo.
Dilma Rousseff tem 62 anos, é mineira, filha do imigrante Pedro Rousseff, búlgaro naturalizado brasileiro, e da professora Dilma Jane Silva.
Quando Serra tinha 11 anos, sua família mudou para uma luxuosa casa em São Paulo na Rua Antônio de Gouveia Giudice, no bairro nobre de Alto Pinheiros.
Imóvel não era problema para a rica família Serra, que passava férias no Rio. Um dos espaçosos apartamentos foi cedido para Serra utilizar, exclusivamente, como esconderijo seguro para os grupo terrorista Ação Popular do qual foi um dos fundadores, que pouco tempo depois viriam a praticar atentados, roubar e seqüestrar.
Aluna da escola pública (escola estadual Milton Campos em Minas Gerais), Dilma conseguiu ingressar na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, e, no início dos anos sessenta, tornou-se uma grande militante do movimento estudantil combatendo a ditadura militar no país.
Serra, por sua vez, neste mesmo período, ajudou a fundar a Ação Popular (grupo radical e adepto da luta armada que explodiu o aeroporto de Gurarapres em 25/07/1966).
Quando presidente da UNE vivia encangado na barra da calça de Jango.
Dilma ingressou em 1967 na faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Tornado-se economista, mestre em teoria econômica pela Unicamp e doutoranda em economia monetária e financeira pela mesma universidade.
Aos 18 anos, Serra ingressou no curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, o qual nunca concluiu. Com o golpe militar de 1964, ele exilou-se na Bolívia, no Uruguai e, em seguida, no Chile, onde fez o “Curso de economia” da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), de 1965 a 1966, especializando-se em planejamento industrial. Apenas 2 (dois) anos de curso! Quer dizer, não é um curso superior formal. Depois disso, fez mestrado em Economia pela Universidade do Chile (1968), da qual foi professor entre 1968 e 1973. Em 1974, fez Mestrado e Doutorado em Ciências Econômicas na Universidade Cornell, nos Estados Unidos, sem nunca ter concluído uma faculdade. Como foi possível isso? No Chile e nos EUA não é exigido curso superior para fazer pós-graduação, o que não é permitido aqui no Brasil. Além disso, os cursos de pós-graduação que Serra cursou na Cornell (com que dinheiro não sei, porque são caríssimos) não são “strictu senso“ mas “lato senso“ como os fornecidos pela rede privada aqui no Brasil. Em suma: não valem nada em termos acadêmicos. Serra permaneceu 13 anos longe do Brasil. Autoexilando-se (ou melhor, fugindo) no Chile, junto com FHC ao invés de lutar pelo povo contra a ditadura. Na volta ao Brasil, logo locupletou-se com as elites brasileiras.
Enquanto isso, Dilma estava sendo presa e torturada. Combateu até o fim a ditadura militar no Brasil. Sempre esteve ao lado das forças progressistas e democráticas brasileiras. E ainda é, incansável defensora que se abra os arquivos secretos da ditadura militar. É direito de todo o povo saber o que realmente acontecia nos porões da ditadura.
Em 1978, Serra iniciou a sua carreira política, que este ano completa 32 anos. Teve sua candidatura a deputado impugnada, pois estava com os direitos políticos suspensos devido à explosão do aeroporto de Guararapes. Foi admitido como editorialista do jornal que também apoiou a ditadura (Folha de São Paulo).
Em 1973, Dilma Rousseff retomou o curso de Economia na UFRGS, no Rio Grande do Sul, onde estava preso seu segundo marido, Carlos Araújo, por também combater a ditadura militar. Ingressou, junto com o marido, no PDT e recebeu um cargo de estagiária na Fundação de Economia e Estatística, em 1977. Em 1978, Dilma Rousseff começou a fazer as disciplinas do mestrado na UNICAMP.
Em 1983, Serra iniciou, efetivamente, a sua carreira como gestor, assumindo a Secretária de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, quando fez um péssimo trabalho. Braço direito do governador Montoro, não conseguiu sequer arrumou as finanças do Estado, sucateando ainda mais a Educação e a Saúde.
Em 1986, Serra foi eleito deputado constituinte, e teve um dos piores desempenhos, como pode-se conferir abaixo:
a) votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;
c) votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;
d) votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;
e) negou seu voto pelo direito de greve;
f) negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;
g) negou seu voto pelo aviso pró prévio porcional;
h) negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;
i) negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;
j) negou seu voto pela garantia do salário mínimo real;
Fonte: DIAP — “Quem foi quem na Constituinte”;pág. 621.
Em 1985, Dilma assumiu a Secretaria Municipal da Fazenda, em Porto Alegre, no governo do pedetista Alceu Collares, que classificou a gestão “como exemplo de competência e transparência”.Dilma saiu da Secretaria da Fazenda de Porto Alegre em 1988, quando se afastou para se dedicar à campanha de Carlos Araújo(um dos fundadores do PDT ao lado de Leonel Brizola) à prefeitura de Porto Alegre.
Serra foi um dos fundadores do PSDB, em 1988. Foi derrotado por Luiz Erundina, (á época do PT), nas eleições para prefeito de São Paulo. Em 1990, foi reeleito deputado federal quando teve novamente péssimo mandato.
Em 1989, Dilma foi nomeada Diretora-Geral da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, saindo de lá para ser presidente da Fundação de Economia e Estatística, no governo de Alceu Collares.
Em 1994, Serra foi um dos grandes apoiadores do Plano de Privatização de Fernando Henrique Cardoso, deixando um rastro de enormes prejuízos para o povo brasileiro:
· 166 empresas privatizadas entre 1990 e 1999;
· 546 mil postos de trabalho extintos diretamente;
· 17,1% dos 3,2 milhões de empregos formais perdidos na década.
(Fontes: Pochmann, Márcio. A década dos mitos. São Paulo, Editora Contexto, 2001. Biondi, Aloysio. O Brasil privatizado. São Paulo, Editora Perseu Abramo, 2001)
Depois foi eleito senador por São Paulo, em seguida, assumiu o Ministério do Planejamento, onde por pura incompetência deixou o país à mercê de um racionamento durante o famoso “apagão” no governo FHC que durou Oito meses.
Em 1995, Dilma Rousseff voltou para a FEE, mas como funcionária, já que o PDT havia perdido a eleição. Ali editou uma revista de indicadores econômica.
Em 1998, José Serra assumiu o Ministério da Saúde. Junto com FHC, zerou o investimento na área de saneamento, o que causou a propagação de várias doenças no país. Além disso, José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar os focos do Aedes Aegypti. Dos R$ 81 milhões gastos em publicidade do seu ministério em 2001, apenas R$ 3 milhões foram utilizados em campanhas educativas de combate à doença. O resultado desta política criminosa se fez sentir no Rio de Janeiro que, entre janeiro e maio de 2002, registrou 207.521 casos da dengue e a morte de 63 pessoas.
Em 1998, Dilma retornou à Secretaria de Minas e Energia, no governo petista de Olívio Dutra, eleito governador gaúcho.
Em 2002, Serra candidatou-se à Presidência, sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno.
Em 2002, Dilma foi nomeada ministra das Minas e Energia do governo Lula, um ministério que cuida de questões relevantes para o país como o petróleo, o gás, a energia elétrica e as energias renováveis.
Em 2004, Serra elegeu-se Prefeito de São Paulo e prejudicou sua já arranhada imagem ao mentir para o povo de São Paulo quando no debate da Band, diante de Boris Casoy, afirmou que em caso de não cumprir a promessa, que seus eleitores nunca mais votassem nele. Disse ainda que “embora alguns candidatos adversários gostem de dizer que eu sairei candidato à presidência da República ou ao governo do estado, eu assumo esse compromisso, meu propósito, minha determinação é governar
São Paulo por quatro anos”. Deu sua palavra em rede nacional e depois voltou atrás, mentindo para o povo.
Em junho de 2005, Dilma assumiu o ministério da Casa Civil quando coube a ela tarefa de comandar o principal programa do segundo mandato de Lula, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Em 2006, Serra elegeu-se Governador de São Paulo (confirmando que mentira mesmo ao povo), cargo que exerceu até o último dia 31 de março de 2010. O governo foi marcado pela tragédia no Metrô e o escândalo no Caso Alstom.
É o candidato natural da oposição à Presidência da República. Oposição esta composta pelo PSDB (partido à qual pertence o chefe do mensalão mineiro, Eduardo Azeredo e Yeda Crusius, governadora do RS, envolvida em um escândalo no Detran daquele estado). Ainda possui aliança com o DEM (partido do mensalão do DF no qual o ex-governador e principal operador do esquema, José Roberto Arruda, iria ser o candiato à vice de José Serra).
De 2006 para cá, Dilma vem ganhando destaque na mídia por sua excelente atuação na Casa Civil e crescendo a cada dia pela sua determinação. É a candidata natural escolhida pelo presidente para dar continuidade ao projeto de crescimento econômico e investimentos sociais do Governo Lula.
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*Este currículo comparado não tem autoria conhecida, está circulando pela internet, mas é uma boa comparação entre a biografia de Dilma com a biografia de José Serra. Copie e envie para todos os seus amigos, conhecidos, colegas e parentes. Faça um bem para o Brasil. Faça um bem para as pessoas. Ajude a desmanchar a maior mentira que já inventaram na história deste país: José Serra.
Para ator, flechas de Robin Hood seriam hoje voltadas à "mídia"
Para ator, flechas de Robin Hood seriam hoje voltadas à "mídia"
“Wall Street também seria alvo da ira do ladrão que roubava dos ricos para dar aos pobres
Anselmo Massad, Rede Brasil Atual
O ator Russell Crowe, protagonista do filme "Robin Hood", de Ridley Scott, declarou nesta quarta-feira (12) que, se o personagem existisse atualmente, combateria a mídia. Após a sessão de abertura do festival de Cannes, na França, ele criticou ainda os banqueiros de Wall Street.
"Podemos nos perguntar qual era a principal motivação de Robin Hood, se era econômica ou política. A minha teoria é que, se Robin Hood se voltasse contra alguém hoje, seria contra os grandes grupos de mídia que concentram a informação e criam monopólios", afirmou segundo o UOL Notícias. "Também olharia para Wall Street, para a crise das hipotecas, para a crise dos 'subprime" e seriam seus novos alvos", afirmou segundo a AFP.
A história é inspirada nas lendas a respeito do cavaleiro do século XI que roubava de ricos proprietários de terras para distribuir aos pobres.
Crowe é alvo recorrente da imprensa especializada em celebridades por envolvimento com escândalos. "O coração de Robin é simples: ele se comove com o sofrimento desnecessário de outro ser humano. E isso acontece em todos os tempos", concluiu.
"Robin Hood" da versão de Ridley Scott inclui combates e intrigas políticas entre a nobreza e o rei João da Inglaterra, que sucede a Ricardo Coração de Leão.”
Tristeza e redução de lucros para a indústria bélica!
Embora a grande mídia empresarial não queira admitir, Lula e a diplomacia brasileira foram protagonistas de um grande feito histórico, que ficará registrado nos livros acadêmicos: como muita conversa, coragem e espírito de entendimento, impediram uma insana guerra.
Tristeza e redução de lucros para a indústria bélica! Nem todos ganham com a paz...
A aposta dos EUA e da mídia tupiniquim de que o Irã não aceitaria um acordo de troca de combustível nuclear foi perdida. Típico tiro no pé. Mais um desastre para os golpistas midiáticos de plantão, que só faz salientar a bem-sucedida empreitada de Lula! O torneiro mecânico, afinal, impôs sua pax, contribuindo de forma extraordinária para que o impasse de Teerã com o Ocidente acerca do programa atômico iraniano fosse superado.
Sobre a "torcida" da mídia em desfavor do acordo, basta relembrar o que afirmou Merval Pereira no O Globo, ontem (domingo):
“Assim como previsivelmente não conseguiu nada no Oriente Médio, a busca de um protagonismo internacional leva o governo brasileiro a assumir uma negociação com o Irã que dificilmente se concretizará, ainda mais na tosca concepção de Lula de que a solução ainda não foi encontrada por que nenhum dirigente internacional sentou-se para negociar com Ahmadinejhad “olho no olho”.
Aliás, o jornalista Paulo Henrique Amorim está absolutamente certo quando afirma que os “colonistas” do PIG (Partido da Imprensa Golpista) assim se comportarão (buscar dar um golpe, derrubando o presidente eleito) sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital (ver clicando aqui).
Inquestionavelmente Lula gravou seu nome na história universal e se consolidou como grande liderança mundial. Barack Obama estava certo: Lula é o cara! Um homem de boa vontade, que sempte acredita numa conversa "olho no olho".
FHC certamente está se consumindo. Além de entreguista, o ex-presidente brasileiro, integrante do PSDB, rezava a cartilha diplomática norte-americana, como um bom colonizado que se curva diante de seu senhor.
Quando nossos filhos e netos estudarem a disciplina de História, aprederão duas lições: 1) FHC foi o presidente entreguita, que privatizou quase tudo no Brasil; 2) Lula foi o presidente que fez o Brasil crescer e diminuiu as desigualdades sociais e regionais, além de contribuir para a paz mundial. FHC será motivo de vergonha; Lula, de orgulho! A História não constuma ser clemente com os impostores!
Gol do Brasil!!!!
Na madruga de hoje Brasil, Irã e Turquia conseguiram fechar o tão desacreditado acordo nuclear. Esta era a última chance dada à Lula de diálogo com Irã, caso contrário, começariam as sanções. O presidente brasileiro mais uma vez deixou todos boquiabertos e reafirmou sua posição de prestígio internacional.
Entretanto, nem tudo está garantido. Leia a seguir o texto de Flávio Aguiar para a rede Brasil Atual.
Irã: gol de placa do Brasil.
Por Flávio Aguiar
Já ninguém acreditava. Eram os 29 minutos da prorrogação. Logo viriam os pênaltis. Todos, é claro, batidos contra o mesmo gol, onde o goleiro Mahmoud ia tentar defender todas, nem que fosse no gogó. A capitã Hillary Clinton já convocava os batedores: Sarkozy, da França, Cameron, do Reino Unido, Merkel, da Alemanha, e os contrafeitos Putin, da Rússia e Jin Tao, da China.
Foi quando Amorim e Luis Inácio entraram tabelando na área, um lançou para o outro, que deu um chapéu em Hillary, retrucou para o um, que fez uma embaixada e botou na frente do gol: os centroavantes Ahmadinejad e Erdogan conseguiram evitar bater cabeça, e cabecearam juntos para as redes. Gol do Brasil!!!!, numa jogada que deixou tiririca a galera do contra que, dos camarotes da mídia conservadora, jurava que não ia dar certo e só falava em gafes do time brasileiro.
A turma da miopia congênita levantava tudo que era argumento possível contra a participação do Brasil na tentativa de abrir uma porta para que se resolva o impasse nuclear do Irã. Dizia ela que o Brasil não tinha nada a ver com isso, que a questão nuclear no Oriente Médio não interessava ao Brasil (!), que era uma questão menor (!!), que o Brasil não tem qualquer interesse no Irã, etc. e tal. Ficaram roendo as unhas até os cotovelos e mordendo pé de mesa.
Nem tudo são flores no Irã liderado pelo Conselho dos Aiatolás (que é onde está de fato o poder) e por Ahmadinejad, um político esperto de estilo populista que se posicionou no espaço vazio entre a política religiosa do país, o povão ainda assolado pela pobreza, a classe média emergente e o cenário internacional, onde pretende despontar como um líder de âmbito regional, mas de alcance internacional.
Este é o nó da questão. O Irã, com uma das maiores reservas de petróleo e gás do mundo, com reservas de urânio consideráveis, um parque industrial já significativo, 70 milhões de habitantes mais ou menos, um PIB de 336 bilhões de dólares, pode vir a se tornar uma potência emergente, desestabilizando área onde os Estados Unidos e seus aliados mantém um controle instável sobre governos – todos, não só o Irã – questionáveis do ponto de vista de uma democracia.
É claro que o campeonato não terminou. Possivelmente os governos norte-americano e israelense farão tudo para desacreditar o acordo feito entre a Turquia e o Irã, com o aval e a mediação do Brasil. É claro também que Turquia e Irã terão de se concentrar em honrá-lo. Se não fizerem, a partida será anulada. É muito possível também que os Estados Unidos queiram impor, através do Conselho de Segurança da ONU, novas sanções ao Irã. Mas já ficou mais complicado obter a carta branca pró-ativa que queriam da Rússia e da China.
De certo modo, há uma certa necessidade por parte dos “grandes” ocidentais do Conselho de Segurança, de impor sanções ao Irã. É uma demonstração de força, por parte de países cuja hegemonia, sobretudo a dos EUA, indiscutível no plano militar, vem sendo cada vez mais posta em dúvida no plano político. O que Hillary Clinton pretendia, além de conter o ímpeto do Irã, era “realinhar” o seu time, muito disperso e tomado por disputas internas, como a da França e da Alemanha em torno do euro. É verdade, ela terá razão em reclamar: a jogada do Brasil atrapalha esse esforço, não resta dúvida. Mas não custa lembrar que o assunto está na competência do Brasil, que ora tem um mandato temporário de dois anos no Conselho de Segurança da ONU.
Aos descontentes com os novos ventos na política externa brasileira, resta ainda o argumento de que tudo isso não passa de uma encenação para que Lula ganhe o prêmio Nobel da Paz. É cedo para fazer prognósticos. Mas e daí, se ganhar? Aí não haverá cotovelo nem unha que chegue.
Premiado com o Urso de Ouro em Berlim e Melhor documentário em Havana, o filme mostra de que forma a Argentina foi saqueada pela grandes corporações
(Argentina, Suiça, França, 2003 - Direção: Pino Solanas)
Premiado com o Urso de Ouro em Berlim e Melhor documentário em Havana, o filme mostra de que forma a Argentina foi saqueada pela grandes corporações, de como o governo neoliberal de Menem conseguiu levar o país a bancarrota, privatizando tudo e servindo aos interesses do FMI, Banco Mundial e OMC.
Genocídio Social, a Argentina passa da condição de país “quase de 1º Mundo” para um país em que a maioria da população se torna miserável. Mortalidade infantil, desnutrição, abandono social total, endividamento externo fizeram a marca do que seria o “exemplo de neoliberalismo para o mundo”.
Toda essa situação se tornou insuportável até finalmente explodir na revolta popular de 19 e 20 de dezembro de 2001.
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