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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, maio 17, 2010
Claro como água
A inveja é uma merda, mas a subserviência é pior ainda
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), padrinho político e mestre de José Serra (PSDB/SP), demonstrou inveja, quando tentou diminuir nesta segunda-feira (17) a atuação do presidente Lula no fechamento do acordo nuclear com o Irã.
Questionado se o Brasil havia feito um “gol” para a solução do impasse, FHC respondeu: “Precisa ver o juiz apitar que deu o gol mesmo, ou se houve impedimento. Eu não sei.”
Quem FHC pensa que é "o juiz"? Hilary Clinton? Barack Obama? É triste a subserviência de FHC a Washington. Ele nunca entendeu o tamanho e a importância do Brasil, por isso fez um governo tão subserviente e entreguista, que atrasou o Brasil por 8 anos.
Antes disso, FHC relutou em comentar o assunto e só falou após insistência dos jornalistas. “Eu não posso falar do Irã, porque cheguei há pouco do México. Não li nada”, justificou.
Em entrevista à rádio CBN, na manhã desta segunda, Dilma Rousseff (PT) disse que Lula “marca um gol no Oriente Médio” ao fechar o acordo com o Irã.
Serra também se recusou a comentar. Disse desconhecer os termos do acordo nuclear com o Irã mediado por Lula, e preferiu não comentar o assunto.
Também preferiu não falar das duas recentes pesquisas - Vox Populi divulgada neste domingo e CNT/Sensus desta segunda-feira -, que mostram que ele foi ultrapassado por Dilma.
Como se vê, a inveja é uma merda, mas a subserviência é pior ainda. O povo está vendo quem é quem.
dos amigos do Presidente Lula
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