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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, maio 17, 2010
Padre é preso por ato obsceno, embriaguez e corrupção
Padre é preso por ato obsceno, embriaguez e corrupção
Evandro Fadel - 16/05/2010 - 18:05
O padre Silvio Andrei, de 40 anos, pároco da Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, na região episcopal Sé da Arquidiocese de São Paulo, foi preso nesta madrugada em Ibiporã, no norte do Paraná. Ele é acusado de ato obsceno, corrupção ativa e embriaguez ao volante.
O primeiro pedido de fiança e concessão de liberdade foi negado nesta tarde por falta de documentos. O advogado do padre tentava providenciá-los para conseguir a liberdade ainda hoje.
A Polícia Militar de Ibiporã conta que o padre teria ido a Londrina, região na qual trabalhou durante alguns anos, para realizar um casamento. Durante a madrugada, policiais que estavam em uma das avenidas centrais de Ibiporã foram abordados por um homem nu que havia descido de um carro. Ele teria feito uma proposta sexual aos policiais. Logo depois teria saído com o carro, mas foi seguido pelos policiais, que o pararam no bairro Jardim Pastor. Segundo os policiais, pouco antes ele teria abordado um menor, que fugiu. Ao examinarem os documentos perceberam que se tratava de um padre. No banco de trás do carro encontraram as vestimentas sacerdotais.
De acordo com a Polícia Militar, Andrei teria oferecido dinheiro aos policiais para que não o encaminhassem à delegacia. Ele também teria se recusado a fazer o teste de bafômetro, mas o relatório da PM aponta que o hálito denotava que havia tomado bebida alcoólica, além de apresentar olhos avermelhados e fala desconexa.
O advogado de Andrei, José Adalberto Almeida da Cunha, disse que não há nada que prove as acusações feitas pelos policiais. Ele afirmou que, antes de celebrar o casamento, o padre teria tomado alguns remédios, em razão de estar depressivo e para relaxamento muscular. Depois da celebração foi à festa, onde "se excedeu um pouco no vinho". Na hora de voltar Andrei teria tomado o caminho de Ibiporã ao invés do centro de Londrina.
De acordo com o advogado, como o padre teria se sentido mal, acabou vomitando e tirou a maior parte das roupas. Logo depois, teria parado o carro e perguntado a um rapaz a direção de Londrina. Posteriormente teria sido abordado pelos policiais. O advogado negou as acusações de propina e de assédio o menor.
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