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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
terça-feira, maio 25, 2010
segunda-feira, maio 24, 2010
Lula faz nova ofensiva diplomática pelo multilateralismo e paz sustentável
Lula faz nova ofensiva diplomática pelo multilateralismo e paz sustentável
Vídeo institucional da ONU, onde o Presidente Lula apresenta o III Fórum Mundial da Aliança de Civilizações.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, confirmou que o governo do Irã cumpriu o prometido, ao entregar carta à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), informando sobre o acordo que define a troca de urânio.
Nesta semana, Ban Ki-moon desembarca no Brasil, para o III Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, evento da ONU, entre os dias 27 e 29.
Chefes de estado e governo participarão do evento, entre eles o Presidente do Governo da Espanha José Luis Zapatero e o Primeiro-Ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan, outro mediador ao lado do presidente Lula, do acordo com o Irã.
A Aliança de Civilizações é uma iniciativa que busca superar preconceitos e estranhamento entre povos, busca o estreitamento das relações culturais e religiosas diversas, resolver contenciosos migratórios e étnicos, assim como prevenir que que discordâncias tomem o caminho do extremismo. Em resumo, uma iniciativa em prol do entendimento e boa vontade entre os povos. Tudo a ver com a mediação que o presidente Lula faz no Oriente Médio.
A Aliança de Civilizações foi proposta por José Luis Zapatero, logo após os atentados terroristas ocorridos em 2004 no metrô de Madri. Foi co-patrocinada, desde o início, pelo Primeiro-Ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan.
Não é preciso ser nenhum "especialista" da Globo, para entender que haverá intensas articulações políticas e diplomáticas para trazer as potências mundiais ao diálogo, do qual o Irã já aceitou participar.
A imprensa e os "especialistas" colonizados do Instituto Millenium, ouvidos na Globo, terão muito trabalho nesta semana para esconder o sucesso do Brasil na política externa, durante o governo Lula.
Dos Amigos do Presidente Lula
o PIG em 3 X
O “Grande Irmão” espacial
A cada uma hora e meia, sobre nossas cabeças
Alguém se lembra que, mês passado, falei aqui sobre o lançamento de uma enorme nave espacial não-tripulada, de natureza militar, lançada pelos Estados Unidos? Pois não é que o G1 publicou hoje uma matéria sobre o X-37B, protótipo aeroespacial norte-americano, não-tripulado, sobre o qual falamos. Um astrônomo canadense acidentalmente detectou a nave no céu e seguiu sua trajetória. O foguete americano, descobriu ele, dá a volta ao mundo em uma hora e meia.
O governo americano não deu explicações sobre os propósitos da missão, ou sequer quanto tempo duraria, ao certo. Disse apenas que se tratava de uma missão de desenvolvimento científico-militar.Não falou sobre se conduz armas de qualquer espécie ou se é uma nave de vigilância, passando diversas vezes sobre as nossas cabeças.
Não houve nenhum órgão internacional que condenasse o governo Obama e prometesse sanções caso os EUA não quisessem “cooperar”.
Sobre lembranças e esquecimentos - O outro 11 de setembro.
É interessante notar como, mais uma vez, a imprensa brasileira deu menos destaque à lembrança do 11 de setembro de 1973 do que à do 11 de setembro de 2001. Afinal, segundo a lógica dos donos da mídia, é muito mais importante lembrar os ataques às torres gêmeas – quase sempre sem nenhum senso crítico – e destacar o encontro dos “rivais” McCain e Obama nas cerimônias em homenagem aos que neles morreram, do que lembrar o golpe que deu fim à inédita experiência de construção de uma sociedade socialista e democrática na América do Sul. Este "quase silêncio" sobre o golpe que derrubou Allende é bastante eloqüente e, lembrando Jacques Le Goff, é preciso que nos interroguemos sobre os "esquecimentos" e os "hiatos", pois o espaço da memória constitui-se em um permanente campo de batalha. Assim, os "silêncios" e o "não-escrito" são tão reveladores quanto o "dito" e o "escrito". Como incluo-me entre aqueles que insistem em não deixar esquecer, reproduzo abaixo os belos versos do “Réquiem por Salvador Allende”, do poeta português Ruy Belo:
Foi de súbito no outono juro solenemente que o foi
mas as árvores fora tinham de novo folhas recentes
primavera no Chile primavera no mundo
Sinto-me vivo habito muito de pé numa casa
leio vagarosamente os jornais sei devagar que os leio
enfrento meu velho Borges o muito meu destino sul-americano
Acabara um poema enchia o peito de ar junto da água
sentia-me importante conquistara palavras negação do tempo
o mar era mais meu sob a minha voz ali solta na praia
talvez voz metafísica decerto voz de um privilegiado
ombro a ombro com gente analfabeta uma gente sensível e leal
mas que não pode ler e vive muito menos por o não saber
embora saiba olhar o mar sem o saber interpretar
acabara um poema enchia o peito de ar junto da água
quando o irmão Miguel veio pequeninamente pela areia
e convulsivamente me falou da situação no Chile
veio pela praia e punha nas palavras mãos de solidão
mãos conviventes com outras palavras mãos que palavra a palavra
erguem um poema no silêncio só circundante
Allende tinha uns óculos os óculos tinham-no
com eles via a vida com eles via os homens via homens
via problemas de homens e as coisas que via era coisas de homens
hoje apenas uns óculos sem nenhum olhar por detrás
Nos finais de setembro nos princípios de novembro
tu meu amigo que não posso nomear sem te denunciar
dar-me-ás talvez notícias tuas notícias meramente pessoais
já que projectos sociais projectos cívicos profissionais
ficariam decerto nas policiais desertas mãos dos generais
mãos que mataram mãos que assaltaram a casa de neruda
mãos limpas já do sangue despojadas já das alianças
que caridosamente deram que assim conseguiram
solucionar os prementes problemas do país
Ouvi falar também desse cargueiro Playa Larga
praia comprida mas praia deserta e não só da palavra
pois quanta praia tinha hoje só tem o sangue dos milhares das pessoas fuziladas
A onze de setembro nesta praia portuguesa só uns passos pela areia
algum poema terminado alienado algum termo conquistado
tão inefável como por exemplo o do tancazo
atribuído ao golpe orientado por Pablo Rodriguez
homem que vai modelando palavras ao ritmo martelado pelo ódio
na tentativa vã de destruir frases hoje históricas
do grande cavalheiro que decerto foi Allende
e já antes de o dizer com a vida dizia que por exemplo
mais vale morrer de pé do que viver ajoelhado ou então
se as direitas me ajudam a ganhar ganharão as direitas
País amável calorosa entrada em santiago
e ver-me em frente desse homem sozinho relutante em recorrer às armas
e que depois de o ter visto e o ter ouvido
ao homem que for homem poderei chamar-lhe
seja qual for o nome Salvador Allende
Que nestas minhas minerais palavras de poeta
vibre um pouco o vigor da tua voz
bafejando de paz primeiro o bom povo do chile
depois o povo bom de todo o mundo
Que a ignomínia da história não demore em cobrir com o seu manto
os que têm a força mas não têm a razão
pois o nazi-fascismo não ganhou nem nunca ganhará
Mando-te uma ave preta rente à leve ondulação do mar
tu mandas-me do mar a ave branca do teu rosto
vento que vem do mar vento que vem do Chile
Aqui neste dia de súbito cinzento
somente povoado pelo meu sofrimento
e pelo pensamento desse sofrimento
voo também vou também eu nesse lenço
que retiro do bolso aqui à beira-mar
e o meu lenço ao vento é uma ave avesíssima uma ave de paz
uma ave avezada a cada uma das derrotas existentes no mar
somente agora destruída trespassada pela bala que leva uma vida
ave que ao entoar seu canto profundíssimo afinal apenas diz
muito obrigada Salvador Allende
obrigada por essa tua vida de cabeça erguida
só agora tombada trespassada pela bala que leva uma vida
mas não pode levar de vencida a obra por Allende começada
selada por essa promessa de lutar até ao fim até à hora de morrer
nesse importante posto onde te investiram a lei e o povo
Foi no ano de mil novecentos e setenta
ano em que eu fiquei a apodrecer no meu país
que uma coligação do tipo Frente Popular tomou
pela via legal conta do poder no Chile
legalidade sempre respeitada por ti allende
mas por fim desrespeitada pelos militares pelas direitas pela
cristã democracia partido bem pouco cristão e pouco democrático
falavas tu dizias a verdade
uma bala na boca nessa boca donde ainda pouco antes
saíam as palavras na verdade belas como balas
Salvador Allende guerrilheiro sem metralhadora e sem boina
de casaco e gravata para essas guerrilhas no parlamento
guerrilhas todas elas tão contrárias à guerra quão favoráveis à paz
essa palavra alada como ave ave não só de Georges Braque
mas de nós todos aves verticais aves a última estação
árvores desfolhadas num definitivo inverno
Allende do cansaço dos problemas da preocupação constante em jogares limpo
com quem em vez de mãos utensílio de paz vinha com bombas em lugar das mãos
Allende já há muito tempo sem uns olhos para olhares o mar
e sem poderes olhar as pedras preciosas de que fala
Pablo Neruda teu e meu poeta teu íntimo amigo
em Las Piedras del Cielo esse livro puríssimo
e são pedras do céu mas mais do que do céu pedras da terra
Sol que te pões e nascerás no Chile
leva-me a um país que em criança conhecíamos apenas
dos sacos de serapilheira com o nome impresso de um nitrato
e não por dar o nome a uma pequena mas confusa praça de Lisboa
nem por sair nas páginas diárias dos jornais
Do Chile chegou-me não há muito a amizade do Hernán
que em Madrid conheci e não responde há muito às minhas cartas
e a de mais chilenos de olhos vagamente tristes sérios quase portugueses
e desse país mais comprido do globo veio-me também
o lápis-lazúli pedra não já de esperança pedra de amizade
Os camiões há muito já que não sulcavam as estradas do país
estradas bafejadas pela aragem enviada pelo mar por esse
oceano pacífico de um país ainda há pouco bem pacífico
O Washington Post falava já do golpe dias antes do golpe
ninguém delas mas elas encontravam-se ali mesmo
as autoridades militares as autoridades militares as autoridades americanas
vestiam mesmo as fardas do exército chileno
esses americanos gente do dinheiro e do veneno
de um veneno talvez chamado dinheiro
que terá pago em parte as modificações dos foguetes do tipo poseidon
montados já a bordo dos divinos submarinos nucleares americanos
assunto de política estrangeira americana
Hernán Urrutia meu amigo austral
que em Barajas vi olhar voltar
para mim a cabeça pela última vez
Marcelo Coddo professor em Concepción
com quem que bem me lembro conversei sobre o poeta Cardenal
e sobre a jovem poesia nicaraguense
e tantos outros que nem mesmo me terão deixado o nome
mas me deixaram alguma palavra a música da fala um certo sorriso
um certo olhar visível por detrás de uns óculos
talvez hoje quebrados por quem não considera
talvez suficiente o quebrar da vida na haste da vida
embora porventura tenha visto aquela seqüência de Fellini
e desconhece que afinal a vida reproduz a arte
Escrevo este poema no jornal com as notícias frescas
após ter evitado ver as caras de triunfo desses locutores luzidios da televisão
e mesmo ter ouvido a voz desse Pedro Moutinho
a voz das afluências ao nosso principal estádio o da Cova da Iria
e dos cortejos presidenciais e dessas tão espontâneas manifestações
voz afinal da CIA e da ITT e dos demais tentáculos
do imperialismo norte-americano
maneira americana de se estar no mundo
de estar no mundo arrebatando o pão dos homens do Terceiro Mundo
Terceiro mundo ou melhor último mundo
que pagarão agora o preço da cabeça dos trabalhadores chilenos
que marcham mas decerto em vão na direcção
do centro de Santiago onde vingara
a rebelião dos marinheiros vindos de Valparaiso
cabeça dos imensos deserdados deste mundo
Sabíamos decerto um pouco em que consistia
essa via chilena para o socialismo
e líamos talvez um livro acerca do programa da chamada unidade popular
e discursos de Allende naquela cidade distante
embora houvesse muito mais notícias nos jornais
e a gente nos cafés falasse mais em futebol
livro por certo lido com a janela aberta sobre a noite de outono
sobre campos relvados de momento habitados pela escuridão
donde talvez se erguiam cantos pouco menos que religiosos
exaltadores de ideologias já e sem remédio ultrapassadas
Era uma vez um chileno chamado Salvador Allende que
fez um grande país de um país pequeno onde
talvez três anos nós houvéssemos depositado a esperança
quando fosse qual fosse a nossa nacionalidade
todos nós fomos um pouco chilenos
Mas que diabo importa em suma a qualquer de nós
que um homem se detenha quando a história caminha
em frente sempre altiva e serena
como mulher de muito tempo sabedora
Posso dizer por certo como há já muitos anos
acerca dos milicianos espanhóis dizia Neruda
Allende não morreste estás de pé no trigo
Entenda "Economia Moderna" em 8 minutos
A crise financeira mundial vista pelo humor inglês. Teve milhões de acessos, em poucos dias. Produção britânica, já foi legendado para o espanhol e italiano. Uma aula magna sobre os fundamentos da crise, com direito a muito humor.
do Com Texto Livre
do Com Texto Livre
Top secret:o negócio atômico Israel-Apartheid / Lei existe para servir à liberdade, não o inverso
Top secret:o negócio atômico Israel-Apartheid
segunda-feira, 24 maio, 2010 às 17:00
Deu muito trabalho, mas é algo que, infelizmente, a imprensa brasileira, com todos os seus recursos, não se dignou a fazer. O Tijolaco.com foi buscar os documentos publicados pelo jornal inglês “The Guardian” para demonstrar que, sendo verdadeiros, se trata de de um escândalo mundial que não pode ser abafado pela mídia.
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Israel não só ofereceu armas nucleares para a África do Sul, como o fez por “identidade de aspirações e interesses”, como escreveu o então ministro da Defesa de Israel e hoje presidente do país, Shimon Peres, em carta ao secretário de Informação da África do Sul, E.M.Rhoodie, datada de 22 de novembro de 1974, quando as negociações ainda estavam em curso.
A África do Sul era um país isolado pela comunidade internacional pela sua política racista do apartheid . Estava sob embargo mundial e nem nos Jogos Olímpicos era aceita. Em relação a esse estado condenado por seu segregacionismo, Israel manifestava um apreço impressionante pelo que se constata na carta de Peres, um dos documentos revelados pelo The Guardian para comprovar a negociação nuclear entre os dois países.
Peres inicia a correspondência agradecendo os esforços de Rhoodie nos encontros que tinham acontecido naquele mês, em Pretória, e escreve que a cooperação entre Israel e África do Sul se baseava “não apenas nos interesses comuns e na determinação similar de resistir aos nossos inimigos, mas também nos inabaláveis fundamentos de nosso ódio comum à injustiça e de nossa recusa de se submeter a ela.”
O texto é um primor de sarcasmo na referência ao ódio à injustiça em se tratando de uma África do Sul que a praticava diariamente em sua repugnante política com base na superioridade de brancos sobre negros.
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Os documentos revelados pelo The Guardian são esmagadores e não deixam nenhuma dúvida sobre a negociação em curso. Em um memorando secreto de março de 1975, do chefe militar da África do Sul, general RF Armstrong, duas suposições foram feitas sobre o sistema de armamentos oferecido por Israel: que os mísseis seriam armados com ogivas nucleares manufaturadas na África do Sul ou obtidas em outro lugar, e que os mísseis teriam uma longevidade aceitável de modo que se mantivessem estáveis e operacionais por um considerável número de anos enquanto estivessem armazenados.
A primeira suposição seria inexeqüível, já que a África do Sul não tinha a menor condição de construir armas atômicas. Em um encontro posterior entre Peres e o ministro da Defesa sul-africano Pieter Botha, em Zurique, as referências ao Projeto Jericho, de armas nucleares israelenses são claras. Nessa época, o projeto era conhecido pelo codinome Chalet, nome usado no documento oficial e já revelado, antes da publicação do jornal inglês, no livro How SA built six atom bombs. (Como a África do Sul construiu seis bombas atômicas)
As minutas do encontro classificado como” top secret” registram que o “ministro Botha manifestou interesse em um número limitado de unidades do Chalet, sujeito à disponibilidade correta da carga. O ministro Peres disse que a carga correta estava disponível em três tamanhos. O ministro Botha expressou sua satisfação e disse que faria consultas.
O The Guardian, os três tamanhos fariam referência a armas convencionais, químicas e nucleares. Para o jornal inglês, o eufemismo “carga correta” (correct payload) reflete se tratar de arma nuclear pois não seria utilizado no caso de armas convencionais.
A África do Sul opta pela aquisição de armas nucleares por ter concluído que as ameaças ao país estavam se tornando um real perigo a curto prazo. O país do apartheid vislumbrava a possibilidade de que um inimigo, assumindo identidade africana ou de um exército de libertação, poderia adquirir e lançar contra ele um ataque com arma nuclear.
O memorando apontava a China como a potência nuclear mais provável de se associar a “tal aventura”, e citava o diretor da “Agência Central de Armas” dos EUA, que sustentava que as armas nucleares se tornariam disponíveis a grupos subnacionais – rebeldes - nos próximos 10 anos.
Os documentos, tornados disponíveis pela África do Sul, revelam que a existência do acordo deveria ser secreta, o que foi aceito pelas duas partes, com a assinatura de Peres e do ministro da Defesa sul-africano Pieter Botha.
E ficou secreto por mais de 30 anos.
A verdade, porém, nunca pode ser oculta indefinidamente. A surge justamente agora, quando o mundo precisa ver quem é quem nesta discussão sobre controle da energia atômica.
Brizola Neto
Lei existe para servir à liberdade, não o inverso
segunda-feira, 24 maio, 2010 às 14:21
Há uma diferença e uma harmonia fundamentais entre as idéias de liberdade e a de lei.
Uma é ampla, geral e irrestrita. A outra a limita, especifica e restringe, para que todos possam igualmente exercê-la.
Nem a liberdade pode viver sem lei, nem a lei pode viver sem a liberdade, sob pena de tornar-se apenas o édito da tirania.
A ação seletiva e exacerbada do Judiciário em relação a considerar tudo o que manifestar preferência política como propaganda eleitoral está açulando os ânimos dos que querem usar uma interpretação draconiana da lei como ferramenta de supressão da liberdade.
Nossos mais altos juízes, ao se manifestarem “em tese” sobre assuntos que irão examinar, abrem espaço para que suas palavras sejam usadas como “base jurídica” de iniciativas claramente antidemocráticas.
O golpismo é a negação da legalidade, embora a invoque, como fundamento de suas próprias e inconfessáveis razões..
O que as forças pró-Serra estão fazendo, cada vez mais é, invocando a lei, pretender a revogação da democracia.
O curioso é que estes mesmos “defensores da lei além da letra” transgridem-na impunemente, há uma semana, baseados no cálculo de que sofrer punições que lhes serão impostas só após as eleições, lhes é vantajoso. Contra este abuso contra o qual nos levantamos, há ainda quase total silêncio nas cortes, no Ministério Público e na mídia, tão vigilantes em relação à esquerda.
Parece que prevalece aqui um velho brocardo jurídico que diz que “o fogo não arde na Pérsia como arde na Grécia”.
Nem por isso nenhum de nós pede a impugnação do seu candidato, mesmo diante de uma violação expressa da lei, e não de interpretações subjetivas de seu malferimento, como se faz a Lula.
Vamos enfrentar José Serra no campo da democracia, nas ruas, nos debates, nas urnas.
Porque nós defendemos a lei e a liberdade, não a lei para suprimir a liberdade.
Porque a lei é algo que está definido, que serve para todos – e não só para um lado – e que deve ser aplicada com critério e parcimônia, para que se evitem os ódios e os favoritismos.
Já a liberdade… A liberdade, dela disse Cecília Meirelles, a liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.
do Tijolaço
AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA
AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA
CHOMSKY E AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA
O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.
2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê?“Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.
6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…
7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.
8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…
9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!
10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.
Affair nuclear Israel x África do Sul: novas revelações
Affair nuclear Israel x África do Sul: novas revelações
segunda-feira, 24 maio, 2010 às 13:10
O jornal inglês The Guardian está reproduzindo os documentos que provam a negociação entre Israel e a África do Sul para a venda de armas nucleares. O jornal responde, com eles, as negativas verbais das autoridades israelenses de que tenha acontecido a tentativa de venda das armas. Posto aí em cima um noticiário da TV Russa sobre o assunto, que está sendo tratado com absoluta discrição pela mídia americana. Vou olhar os documentos e trarei as informações mais relevantes, mas, se alguém quiser ver, deixo já o link do The Guardian.
do Tijolaço
Higienismo é Eugenismo
Acima, a rampa anti-mendigo: importante programa de combate à pobreza, adotado em São Paulo
O Portal "Vermelho" publica uma série de reportagens sobre o chamado "higienismo" em São Paulo. Essa palavra meio esquisita quer dizer o seguinte: tratar o pobre como sujeira.
Nos últimos anos, é assim que a Prefeitura de São Paulo trata o morador de rua. É assim, também, que o governo paulista trata movimentos sociais como o MST.
O "Vermelho" entrevistou o Padre Julio Lancelotti, defensor dos moradores de rua. Ele vai direto ao ponto: "Serra é o pai do higienismo em São Paulo".
O padre (que foi alvo recente de uma sére de "denúncias" por conta de seu susposto comportamento sexual) dirigiu suas baterias também contra Andrea Matarazo. Homem forte de Serra, seguiu como secretário de Kassab. Julio Lancelotti vê em Matarazzo o articulador e mentor dessa plítica anti-pobre. E deixou claro como MAtarazzo se articula:
- "O Andrea Matarazzo é muito ligado com muitos jornalistas, com a imprensa,"
Em outra parte da série de reportagens, o "Vermelho" explica:
"A troca de farpas entre Matarazzo e Lancellotti atravessou os últimos anos — com uma vantagem para o padre: ele não recorreu a jornalistas para agir como seus porta-vozes ou ghost-writters"
Agora, uma pergunta desse Escrevinhador: Andrea Matarazzo tem jornalistas que agem como seus porta-vozes? Quem seriam?
O Padre Júlio faz um ataque frontal à chamada "grande imprensa". Ele afirma:
"É elogio dizer que nossa imprensa é burguesa, não qualifica precisamente. A nossa imprensa é prostituta."
Nesse ponto, sou obrigado a discordar do padre.
É elogio chamar a velha imprensa de "prostituta". Ela é burguesa, mesmo. Elitista, preconceituosa, tosca. Prostitutas podem ter muito mais sutileza e graça do que a velha imprensa.
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