Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 01, 2010

Iara, a brasileira, fala do ataque em Gaza

Iara, a brasileira, fala do ataque em Gaza

Estou chegando a São Paulo, onde vim participar de um ato de sindicalistas, mas queria trazer a voc~es a entrevista feita por telefone pelo jornalista Marcelo Ninio, com a brasileira Iara lee. Iara estava no Marmari Mavi, navio de bandeira turca que lidrava a flotilha interceptada pela marinha israelense em águas internacionais.
Ela diz que os comandos chegaram atirando.
“Esperávamos que eles dessem tiros na perna, tiros no ar, só para aterrorizar as pessoas, mas foram direto. Eles atiraram na cabeça dos passageiros”, diz ela.




Brizola Neto

Aposentadoria na Educação, término de uma Carreira, início de um Descaso!!!











Flagrante de uma sessão de diálogo de Serra com os professores



Aposentadoria na Educação, término de uma Carreira, início de um Descaso!!!

Sou Professora do Estado de São Paulo, aposentada, lecionei 38 anos ingressando na carreira no final da década de 40 no ensino fundamental e como não poderia deixar de ser já naquela época eram muitas as dificuldades para o exercício da profissão em condições muito precárias mas minha missão era alfabetizar, formar cidadãos, ajudar a construir um País melhor. Pois bem, aqui em São Paulo vivemos há mais de uma década sob a administração do Partido do PSDB, partido este que até mesmo pelo histórico de seus integrantes e lideres, é de luta social e como não poderia deixar de ser a Educação deveria ser uma de suas prioridades, mas infelizmente não é o que esta acontecendo o que me causa uma grande frustração, com uma política de total opressão, indigna, chegando aos limites da crueldade, situação esta nem mesmo sendo vista nos auges tempos da Ditadura Militar, foi tirado do professor sua Política Salarial. Hoje um professor recebe Bônus, ao invés de reajuste salarial, e com isso os aposentados ficam excluídos não recebendo nenhum tipo de reajuste há pelo menos 12 anos. E pior, o Governo ainda se vangloria desta situação. Mas ao contrário do que o Estado deseja, aposentadoria não é sinônimo de morte e como qualquer outro trabalhador da ativa precisamos viver, consumimos água, energia, alimentos, remédios, moradia e etc… E estes produtos são reajustados também para o aposentado da Educação. É esta a política do PSDB para a Educação e seus profissionais que tanto se dedicaram para formar cidadãos??? É esta a política do PSDB para o aposentado? A Política da exclusão social e desumana através do achatamento salarial? Ao recorrermos á Justiça que reconhece nossos direitos, inquestionável, vira precatório e nada muda. A carreira do magistério que antes era uma profissão reconhecida e respeitada passa a ser um trabalho temporário, “um bico”, pois afinal qual profissional capacitado que investe na sua formação e se preocupa com seu futuro, irá ingressar em uma carreira que oferece um final tão triste?

Este é um desabafo de um Profissional da Educação que a cada dia vem perdendo seu poder aquisitivo, mas, ainda não perdeu o poder da palavra! Que Deus nos abençoe!

Georgina Nogueira Pacheco Costa (Professora do Estado de São Paulo, Aposentada)

do Conversa Afiada

terça-feira, 1 de junho de 2010

BASTA!

CHEGA DE AGRESSÕES !

O ESTADO DE ISRAEL É TERRORISTA!

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizEatL8ISisvJT-t16eaMll5D5DM09H9Ji962NWq5sfZRLkxcg2UmcL_HMLq0dXKD4LIHQiMG6CM1vTEst7uJqdObEbiU00w1ZDfTSKdXnue-b-yE1rVgaYp9SBL-_FJcI5ZkWGe-IRAo/s1600/israel+palestina+rapazes.bmp

Karl Marx

Karl Marx
Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo

Rosa Luxemburgo

Rosa Luxemburgo
"Liberdade apenas para aqueles que apoiam um governo ou que são membros de um partido – por mais numerosos que eles possam ser – não é liberdade. Liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa diferente."

ENERGIA NUCLEAR? NÃO OBRIGADO!

ENERGIA NUCLEAR? NÃO OBRIGADO!
Atenção que o lobby do nuclear está a querer levantar a garimpa ...

PLATAFORMA ANTI-GUERRA, ANTI-NATO (PAGAN)

PLATAFORMA ANTI-GUERRA, ANTI-NATO (PAGAN)
Criação, apoio e divulgação de acções não-violentas contra o militarismo, a guerra e a NATO

CONTRA A DITADURA DO PENSAMENTO ÚNICO


HOMENAGEM AOS RESISTENTES AO FASCISMO




Uma homenagem aos resistentes italianos ao fascismo. Uma homenagem extensível a todos os resistentes portugueses que também lutaram arduamente contra o fascismo ... afinal em Itália e em Portugal, o dia da libertação é a 25 de Abril!

O 25 de Abril de 1945 (Itália) e de 1974 (Portugal) é o resultado da sua luta !

CRAVOS, MUITOS CRAVOS VERMELHOS ...

E com cravos, muitos cravos vermelhos, se começou a pintar a vontade de revolucionar!







da tribuna socialista

Muito Boas


Não é mais José Serra. É Zé Ladeira
Sânscrito





Rio: Dilma, Crivella e Cabral lideram

Jornal do Brasil


NA FRENTE – Só 6% o acham ruim

Pesquisa do Ibope realizada entre os dias 19 e 21 de maio mostra que a pré-candidata do PT à Presidência venceria com folga em todas as regiões do estado do Rio de Janeiro A pesquisa do Ibope encomendada pelo Sindicato dos Condutores da Marinha Mercante divulgada hoje, como revela o Informe JB, traz algumas outras novidades sobre a intenção dos eleitores no Rio de Janeiro. Além da vantagem de 17 pontos sobre José Serra (PSDB), seu principal adversário na corrida ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff lidera em todas as regiões fluminenses – capital, metropolitana e interior, com pouca variação, entre 46% e 41%, com maio força entre os cariocas.

A petista perde força à medida que sai da capital (46%, 43% e 41%), enquanto que o tucano Serra vem em ascensão da ponta para dentro. Ele é mais forte no interior (36%), tem 29% na metropolitana e 21% na capital.

Contudo, perde para Dilma em todas as regiões.

Marina Silva teria 10% dos votos, mesmo percentual de brancos e nulos entre os eleitores do Rio de Janeiro. No estado, apenas 8% dos eleitores declararam não saber em quem irão votar para presidente.

Aliados na frente

O levantamento estimulado aponta vantagem do governador Sérgio Cabral (PMDB), que concorre à reeleição, com 43% das intenções de voto, sobre o ex-governador Anthony Garotinho (PR), que ficou com 21% das intenções, e Fernando Gabeira (PV), com 12%. Mas apesar de a pesquisa sinalizar que Cabral, aliado de Dilma no estado, poderia vencer no primeiro turno, o número de eleitores que não sabem em quem votar para governador é grande. Somados, chegam a 23%.

Deste total, 12% disseram que se as eleições fossem hoje votariam em branco ou anulariam seus votos. Já 11% dos entrevistados admitiram que ainda não sabem em quem votar para o Palácio Laranjeiras.

Apenas 1% preferiu não responder à pergunta.


GABEIRA – Preferido na classe A

Enquanto Cabral aparece no levantamento como o preferido do povão – tem 45% dos votos dos que ganham de 1 a 2 salários mínimos, e 28% dos que ganham o mínimo -, o deputado Fernando Gabeira é o escolhido da chamada classe A: 48% dos eleitores que ganham entre 5 e 10 mínimos.

Nas classes C e D, Cabral rivaliza com Garotinho. O ex-governador tem 34% das intenções de votos entre os eleitores que recebem até 1 salário mínimo, contra 28% de Cabral, entre a mesma faixa salarial. O levantamento foi realizado antes de o TRE-RJ tornar Garotinho inelegível por três anos, por abuso de poder econômico (o ex-governador recorreu da decisão).

Senado Se a eleição fosse hoje, o senador Marcelo Crivella (PRB) e o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) estariam disparados na frente dos adversários (26% e 24%, respectivamente). Os eleitores de Crivella estão nas classes C e D, entre os que ganham de 2 a 5 salários, 31% o reelegeriam.

Dos que ganham 1 e 2 salários mínimos, 29%.

Maia é o preferido da classe A: teria 30% dos votos dos que recebem mais de 10 mínimos. O ex-prefeito abre vantagem sobre Crivella na capital, onde foi apontado por 26%, contra 19% que votariam no senador. Porém, na periferia e no interior, Crivella desponta (30% e 32%, respectivamente, contra 22% e 25% de Maia nessas regiões).

Em terceiro lugar no levantamento, o ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (PT) – que registrou 8% das intenções de voto na pesquisa – teve desempenho parecido tanto entre os que ganham mais de 10 mínimos (10%) quanto entre os que recebem até um salário (9%).

Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio que também é pre-candidato à vaga pelo PMDB, contaria com 20% dos votos dos eleitores da classe A.

Atrás de Picciani, o ex-deputado Marcelo Cerqueira (PPS) aparece empatado com o ex-pagodeiro Vaguinho, hoje evangélico, que entrou na disputa pelo PTdoB: ambos estão com 2% das intenções de voto.

A margem de erro na pesquisa (registrada no TSE sob o número nº 12414/2010) é de 3%.

__________

46 % dos eleitores da capital votariam em Dilma, se a eleição fosse hoje

21 % dos cariocas, porém, seguiriam com o tucano José Serra

14 % dos eleitores na cidade do Rio iriam optar por Marina Silva

__________

* Empate – 31% não votariam em Crivella de “de jeito nenhum”; outros 31% votariam “com certeza”; 24%, “poderiam votar”

*Rejeição – 38% não votariam em Cesar Maia “de jeito nenhum”, contra 27% que votariam “com certeza”; e 24% “poderiam votar”

* 76% dos eleitores do Rio disseram ao Ibope que não saberiam em quem votar se as eleições fossem hoje. Este índice corresponde ao levantamento espontâneo, sem nenhum candidato sugerido


01/06/2010 - 09:50h Dilma nada de braçada no Rio

Informe JB – Jornal do Brasil

http://imagens.empauta.com/view/imagem.php?code=eJwdx8ENACAMxLCJkBJKj--2BU6PBL--2B--2BdB2HEszG1lk4XTdX4IPn8QIYA--3D--3D&maxsize=180A MAIS RECENTE PESQUISA IBOPE não deixa dúvida de que Dilma Rousseff entrou em ascensão também no estado do Rio. E com ampla vantagem: nada menos que 17 pontos separam a pré-candidata do PT à Presidência, líder na pesquisa, do tucano José Serra. Na estimulada, Dilma tem 44%, contra 27% de Serra, em segundo, e 10% de Marina Silva (PV), em terceiro. Os números da espontânea também surpreendem. A petista lidera com 19%, 11 pontos à frente do tucano. Para o governo do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) lidera com folga e venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje. Tem 43%, seguido de Anthony Garotinho (PR), com 21%, e Fernando Gabeira (PV), com 12%. Para o Senado, Marcelo Crivella (PRB) e Cesar Maia (DEM) lideram, com 26% e 24% respectivamente, no cenário da estimulada. Lindberg Farias (PT) surge em terceiro, com 8%, e Jorge Picciani (PMDB) em seguida, com 4%.

Indecisos

Chama a atenção índice na espontânea para a Presidência no estado: 51% dos entrevistados não sabem em quem votar.

Terceiro grau

Dilma tem a preferência dos que têm curso superior – 45%. Nesse grupo, Serra surge na preferência de 26% no estado.

Mister (W.) M.

A grande surpresa é Wagner Montes (PDT). Ele mudaria o cenário. Incluído na lista, na estimulada aparece em segundo (21%), atrás de Cabral (35%) e à frente de Garotinho (16%). Na espontânea, empata com Gabeira em 3º (2%).

Dentro e fora

Cesar Maia é mais forte na capital, com 30% – 48% dos seus votos vêm da cidade e região metropolitana. Crivella lidera na metropolitana e interior, de onde extrai 62% de seus votos.

Cenário

A pesquisa foi encomendada pelo Sindicato dos Condutores da Marinha Mercante e registrada no TSE (nº 12414/2010.). Foram ouvidas 812 pessoas entre os dias 19 e 21 maio. Margem de erro de 3%.

Postado por Luis Favre

Governo vai dar Bolsa Família para 46 mil moradores de rua

Serão 300 mil benefícios, incluindo também quilombolas

Catarina Alencastro –

BRASÍLIA. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome vai começar a distribuir o Bolsa Família para 46.078 moradores de rua identificados nas cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. Com base em levantamento feito pelo IBGE, cerca de 300 mil bolsas serão destinadas a eles e a quilombolas, ribeirinhos e indígenas. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome já atende a população de rua em um programa piloto em Belo Horizonte.

A ideia do governo é atacar esses “bolsões de pobreza” agora de forma mais consistente.

Hoje, 14,3 milhões de famílias (49 milhões de pessoas) recebem Bolsa Família.

O governo admite que é mais difícil cadastrar e acompanhar essas populações, porque todos os beneficiários têm que ter um endereço fixo para referência.

No caso das populações de rua, os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAs) poderão ser as referências desses beneficiários. Mas valerá até um abrigo ou restaurante popular que frequentem.

— Há uma preocupação com o cadastramento para que possamos acompanhálos.

Muitos casos também têm que ser atendidos pelo serviço de saúde, por estarem associados à dependência química e a transtornos mentais — disse a ministra Márcia Lopes.

As contrapartidas valerão para todos. Em caso de famílias com crianças, elas têm que ser assíduas na escola e ter acompanhamento médico. Grávidas são obrigadas a fazer o pré-natal.

Para cada criança na escola, o benefício é ampliado. O beneficiário também pode ser sozinho.

Neste caso, ganha a renda básica de R$ 68 mensais.

Mais acesso a serviços e menos analfabetismo Ontem, o ministério informou que houve uma melhora no acesso dos participantes do programa a saneamento e abastecimento de água. Em setembro do ano passado, 65,7% dos beneficiários contavam com água encanada e 54,2%, com rede de esgoto ou fossa séptica. Em 2005, esses percentuais eram de 63,7% e 50,6%, respectivamente. Ainda assim, se comparada à cobertura média no país, o atendimento ainda é baixo.

A baixa escolaridade também é regra entre os receptores do benefício do governo.

Ao todo, 82,1% dos beneficiários ou são analfabetos ou não concluíram o ensino fundamental.

Enquanto entre os atendidos pelo Bolsa Família a taxa de analfabetismo chega a 16,7%, no Brasil é de 9%. Entre 2007 e 2009, no entanto, o número de responsáveis pela família que não sabiam ler caiu de 17,3% para 13,1%. Também houve aumento no número de beneficiários que procuraram se matricular no ensino médio para retomar seus estudos de 13,2% para 17,6%.

A renda dos beneficiários também aumentou, em média, de R$ 48,69 por pessoa da família (antes de começar a receber a bolsa) para R$ 72,42. São famílias que saíram da extrema pobreza (R$ 70 por pessoa da família), mas permanecem pobres (R$ 140 por pessoa da família).

— O beneficiário passa de extrema pobreza para pobreza.

Mas, (mesmo passando) de pobreza a não pobreza, o valor ainda é insuficiente — diz Lúcia


01/06/2010 - 08:01h Bolsa Família eleva em quase 50% a renda dos extremamente pobres

Gilberto Costa Repórter da Agência Brasil

Brasília – O benefício pago pelo Programa Bolsa Família eleva a renda da população atendida em 48,7%. O dado consta do Perfil das Famílias Beneficiadas pelo Programa Bolsa Família (PBF), análise divulgada hoje (31) pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

O estudo calcula que a média nacional da renda familiar per capita (total da renda dividido pelo número de pessoas no domicílio) sem os benefícios pagos pelo programa é de R$ 48,69. Com o aporte, essa média passa para R$ 72,42, acima da linha da extrema pobreza (miséria) calculada em R$ 70.

O programa paga benefícios variáveis conforme o tamanho da família, número de crianças e adolescentes na escola. Os valores vão de R$ 22 a R$ 200. O pagamento é feito pela Caixa Econômica Federal a partir do cadastro das prefeituras municipais.

De acordo com o MDS, a renda per capita dos atendidos pelo Bolsa Família é maior nas regiões mais ricas, mas o impacto é maior nas regiões mais pobres. No Sudeste, a renda é de R$ 82,27; no Sul, a renda chega a R$ 85,07; e no Centro-Oeste, a renda fica em R$ 84,22. No Norte e no Nordeste, apesar do aporte de recursos, a média é abaixo da linha de pobreza: R$ 66,21 e R$ R$ 65,29; respectivamente.

Ainda segundo o ministério, o efeito geral do Bolsa Família foi diminuir o tamanho da população em extrema pobreza que era de 12% para um patamar de 4%. A pesquisa foi feita com base nos dados de setembro de 2009.

Cerca de 49 milhões de pessoas formam as famílias beneficiadas pelo programa, a maior parte dessas pessoas (56,17%) tem até 17 anos.

A pesquisa sobre o perfil das famílias beneficiadas ainda revela que 70% dos beneficiados vivem em área urbana, em domicílios que declaram ser próprio (61,6%), sobretudo em casas (92,6%). Nos últimos anos, esses domicílios melhoraram de condição física. De 2005 para 2009 caiu o número de residências que não tinham tratamento de água, luz, esgoto e coleta de lixo.

Atualmente nove de cada dez domicílios contam com coleta de lixo; 67,8% têm escoamento sanitário e 83,9% têm abastecimento de água por rede pública. De acordo com a secretária nacional de Renda e Cidadania, Lúcia Modesto, apesar da diversidade regional e da condição da pobreza em vários lugares, a desassistência desses serviços ainda é parecida em vários estados.

Segundo a secretária, nos últimos anos, cerca de 4 milhões de famílias deixaram de ser atendidas pelo PBF, 80% delas porque tiveram a renda elevada; o que demonstra, segundo Lúcia Modesto, que o programa “tem porta de saída”.

De acordo com a ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, até o final do ano, o Bolsa Família quer atender 12,9 milhões de famílias. Atualmente atende 12,4 milhões. O crescimento do programa irá permitir a inclusão de 48 mil famílias de moradores de rua, ribeirinhos, indígenas e de bolsões de pobreza ainda não inscritos no programa.

Edição: Lílian Beraldo

Postado por Luis Favre

entrevistas esclarecedoras sobre o ataque de Israel a barcos humanitários

‘Um comportamento estúpido’


Entrevista ANAT LAPIDOT-FIRILLA

TEL AVIV. A professora israelense Anat Lapidot-Firilla, do Centro de Estudos Estratégicos da Universidade Hebraica de Jerusalém, não hesita em criticar a ação militar israelense que resultou em mortos e feridos. Especialista no relacionamento entre Israel e Turquia, a professora acredita que o caso pode chegar à Corte Internacional de Haia

O GLOBO: Como o incidente com a flotilha vai influenciar a imagem de Israel no mundo?

ANAT LAPIDOT-FIRILLA: Com certeza, a pressão sobre Israel vai aumentar, tanto em termos populares como em organizações e instituições internacionais como as Nações Unidas. O país vai passar a ficar ainda mais isolado. Com certeza, governos cujos cidadãos foram mortos ou feridos tentarão acionar Israel na Justiça internacional.

Pode chegar até mesmo ao Tribunal Internacional de Haia. O que pode acontecer, também, é um aumento drástico nos ataques contra israelenses e comunidades judaicas pelo mundo. Toda vez que acontece algum incidente, com ou sem razão, isso ocorre. E, desta vez, foi mesmo um incidente grave.

O comportamento de Israel foi, no mínimo, estúpido.

Que erros Israel cometeu?

LAPIDOT-FIRILLA: Muitos! Não sei até que ponto o ministro da Defesa, Ehud Barak, entendeu que poderia atuar em águas internacionais, e dessa maneira. Ele tinha de saber que toda essa ação era parte de uma guerra de relações públicas, por isso tinha que ser respondida com relações públicas, e não militarmente, levando a essa tragédia.

Infelizmente, Israel se encontra numa espécie de apatia mental.

Não consegue entender como o resto do mundo pensa.

Como ficará o relacionamento entre Israel e Turquia, que já está na corda bamba?

LAPIDOT-FIRILLA: Vai piorar ainda mais. Há um estrago real no relacionamento entre os dois países, que já estava se corroendo nos últimos dois anos. Tudo vai depender, agora, de como Israel vai se comportar. Mas é um estrago de imagem e também diplomático.

Pode chegar a uma guerra entre os dois países?

LAPIDOT-FIRILLA: Não. É muito exagerado e cedo para pensar nisso.

Os dois países não têm interesse ou motivação para isso, pelo menos neste momento. Os israelenses têm que entender que a política turca é muito clara, sistemática.

A Turquia quer se estabelecer como a potência hegemônica da região, e Israel não gosta muito disso. Existe aqui uma luta de forças.

O que a Turquia quer é se posicionar diferentemente no mundo como um ator internacional. E o esquema da Turquia com o Brasil e o Irã é a prova disso.

Como isso tem a ver com esse comboio marítimo?

LAPIDOT-FIRILLA: A Turquia tent a estabelecer uma política internacional baseada em ética, e não na realpolitik. O objetivo é colocar elementos de ética, moral e justiça com o partes integrantes da política internacional.

Segundo os turcos, o mundo não pode se manter calado enquanto Israel faz o que quer com os palestinos, como se fosse o fortão do bairro.

A Turquia é responsável por esse comboio? Qual a ligação do país com a flotilha?

LAPIDOT-FIRILLA: O barco principal da flotilha, o maior de todos, é de uma empresa ligada ao partido governista turco. Mas o governo turco foi quem decidiu promover essa viagem.

Também não foi o patrocinador.

Mas com certeza apoiou os manifestantes, moralmente. O governo viu essa ação como abençoada, como bem-vinda. (D.K.)

***

‘As famílias estão apreensivas’

Entrevista W. ROESCH-METZLER

BERLIM. Autora do livro “Ohne Wasser, ohne Land, ohne Recht” (“Sem água, sem terra e sem direito”), sobre Gaza, Wiltrud RoeschMetzler (vice-presidente da ONG católica Pax Christi, co-organizadora do comboio de navios atacado por Israel), disse ao GLOBO que a comunidade internacional não pode ficar indiferente à violência militar contra civis desarmados.

Graça Magalhães-Ruether

: A senhora já tem informações sobre o paradeiro dos políticos que levavam ajuda a Gaza em nome da ONG católica Pax Christi?

WILTRUD ROESCH-METZLER: Desde hoje (ontem) cedo tentamos entrar em contato com o nosso pessoal que estava no navio Mavi Marmara.

Até agora, sabemos apenas que houve 10 mortos (a versão oficial de Israel) e uma dúzia de feridos. Mas não sabemos quem são as vítimas. As famílias dos passageiros do navio estão muito apreensivas.

Nós já sabíamos que a missão era arriscada, mas em ocasiões anteriores, Israel apenas confiscava os barcos e devolvia os passageiros aos seus países de origem.

Os navios encontravamse em águas internacionais quando foram abordados. A escalada da violência é motivo de preocupação.

Eram pessoas desarmadas, motivadas por ideais pacifistas, que admitiam o próprio risco para levar ajuda a pessoas em dificuldades, à população da Faixa de Gaza.

O governo de Israel havia adiantado que não deixaria os navios passar.

ROESCH-METZLER: Sim, sabíamos disso. Também em outras ações semelhantes o governo dizia o mesmo mas, apesar disso, já conseguimos levar a ajuda até a população de Gaza. Eles ficam muito animados quando recebem a nossa ajuda, porque veem que o resto do mundo não os esqueceu.

Poderia dizer alguma coisa sobre a carga dos navios?

ROESCH-METZLER: Os navios carregavam apenas produtos para ajudar à população palestina. Nós enviamos peças pré-fabricadas para a construção de casas, cadeiras de roda elétricas, equipamentos hospitalares e alimentos.

Os seis passageiros alemães, entre eles as deputadas federais Inge Höger e Annette Groth, deveriam voltar amanhã para a Europa.

Quais são os principais problemas em Gaza?

ROESCH-METZLER: A população vive há três anos em uma prisão coletiva.

São 1,5 milhão de pessoas em uma pequena faixa, de 8 quilômetros de largura por 40 quilômetros de comprimento.

Um estudo da União Europeia revela que um problema grave é também a sub-nutrição da população, 50% de crianças abaixo de 18 anos de idade. Mesmo quem acompanha de perto a situação não entende direito a política de Israel. Um dia, proíbe a entrada de macarrão na região; no outro, a entrada de leite ou carne. Não há nenhuma segurança de fornecimento de alimentos. Muitas das pessoas que ajudamos são vítimas da guerra ocorrida dezembro de 2008 até janeiro de 2009. São pessoas que ficaram paralíticas e sofreram graves queimaduras durante os bombardeios.

Por que as diversas tentativas, por último até do Brasil, não resultaram num efeito concreto, como o fim do boicote?

ROESCH-METZLER: Na minha opinião, porque todas as negociações feitas até agora não pressionam Israel o bastante. Nas negociações do Quarteto, do qual faz parte a União Europeia, é exigido o fim da violência do Hamas, mas de Israel não é exigido o fim do bloqueio.

Com a ação dos navios para Gaza, queríamos também chamar a atenção do mundo para uma tragédia dos palestinos em Gaza que ocorre silenciosamente, mesmo quando o assunto não está mais nas páginas dos jornais.

Postado por Luis Favre

O pesadelo que Israel não conseguiu deter

Por Jerrold Kessel e Pierre Klochendler, da IPS [Terça-Feira, 1 de Junho de 2010 às 09:20hs]

Ainda não está totalmente claro o que aconteceu com a flotilha humanitária internacional que se dirigia a Gaza e foi interceptada por forças de Israel, causando a morte de, pelo menos, 16 pessoas. Mas o incidente já ameaça ter sérias consequências no conflito do Oriente Médio. Estes fatos podem dar um impulso fundamental aos esforços do povo palestino para acabar não só com o cerco a Gaza, mas com toda ocupação israelense de seus territórios, e para alcançar a aspiração de se constituir em Estado independente. O incidente e a polêmica que causou é o pesadelo que Israel temia mesmo antes de as embarcações partirem da Turquia.

O caso solapa, talvez até o colapso, a já fraca imagem internacional de Israel e agrava suas relações com o governo turco. Sem dúvida, haverá maior atenção mundial sobre a difícil situação humanitária vivida pelos 1,5 milhão de palestinos sitiados em Gaza. Isto é motivo para duas perguntas cruciais. A primeira é: Marmara, o barco principal da frota internacional, se transformará no “Êxodo” palestino?

Em 1947, em meio aos esforços da comunidade internacional judia pela independência do então Mandato Britânico da Palestina, o “Êxodo”, um velho navio de carga, transportava milhares de sobreviventes do nazismo para a região. Quando a embarcação foi detida pelas forças britânicas, foi gerada uma polêmica mundial que favoreceu a criação do Estado judeu.

A outra pergunta é: O incidente com a flotilha passará a ser o “Shaperville” de Israel? Em 1961, a polícia do apartheid (sistema de segregação racial oficial contra a maioria negra) na África do Sul disparou contra centenas de manifestantes desarmados que protestavam contra o regime branco. O massacre foi o detonador de uma grande oposição internacional ao governo sul-africano.

O incidente diante da costa de Gaza era previsível. Esperava-se que a frota chegasse ao território ontem. Entretanto, ao anoitecer do dia 30 de maio, três barcos da Marinha de Israel estacionados em Haifa zarparam para interceptar os ativistas. Pouco antes do amanhecer, uma unidade de comando naval israelense abordou as seis embarcações nas quais viajavam cerca de 600 ativistas. As duas partes apresentaram relatos diferentes sobre o ocorrido.

Um correspondente em um dos navios informou para a Turquia que as forças israelenses haviam disparado contra o Marmara antes de abordá-lo. Por outro lado, funcionários militares de Israel afirmaram que os soldados foram atacados com facas, paus e barras de ferro quando houve a abordagem. Foram ameaçados de “linchamento”, afirmou um oficial. Portanto, não tiveram outra opção a não ser “agir energicamente para se proteger”, acrescentou.

Entre os ativistas estava a irlandesa Mairead Corrigan-Maguire, prêmio Nobel da Paz, e legisladores europeus, bem como vários cidadãos dos Estados Unidos, incluindo um ex-embaixador e um ex-alto funcionário do Departamento de Estado. A Turquia, que criticara duramente Israel depois da ofensiva desse país contra Gaza há 18 meses, na qual morreram 1.400 palestinos, qualificou de inaceitável a operação naval. “Israel terá de assumir as consequências de seu comportamento”, afirmou a chancelaria turca em um comunicado.

Por sua vez, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, qualificou o incidente de “massacre”, segundo a agência de notícias Wafa. Abbas, cujo partido Fatah perdeu o controle de Gaza para o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) em 2007, decretou luto oficial por três dias nos territórios palestinos. A Liga Árabe convocou uma sessão especial para hoje, em meio aos temores de que Abbas possa cancelar as próximas conversações de paz com Israel, patrocinadas pelos Estados Unidos. O vice-chanceler de Israel, Danny Ayalon, disse em entrevista coletiva que foram encontradas armas nos navios. A frota era uma “armada de ódio e violência”, afirmou.

Por sua vez, o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, lamentou as mortes, mas disse que “toda a responsabilidade” recaía sobre os organizadores da frota e aqueles que atacaram os soldados quando o Marmara foi abordado. Barak insistiu que os ativistas não tinham nenhum objetivo humanitário, apenas “pura provocação”. Gaza está “sob controle de uma organização terrorista: o Hamas”, afirmou Barak, insistindo em dizer que isso dá a Israel o direito de controlar tudo o que entra no território. Por sua vez, o líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, afirmou que “o verdadeiro rosto de Israel foi exposto perante a comunidade internacional”.

Além das acusações mútuas, além da dor e da indignação, a principal questão é o impacto que a ação militar israelense terá na região. Uma das consequências pode ser um aumento da pressão internacional para que Israel acabe com o sítio a Gaza. Por outro lado, se ativistas e opositores a Israel tentarem utilizar o incidente para atacar a legitimidade do Estado judeu, em lugar de se dedicarem a questionar a ocupação dos territórios palestinos, podem receber um tiro pela culatra. O resultado mais provável neste último caso seria uma nova onda de enfrentamentos entre palestinos e israelenses.

da Revista Forum

Lula na Cidade de Deus: do filme à outra realidade

O presidente Lula foi ao bairro Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, inaugurar uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento, de Saúde), com 10 consultórios, sala de reanimação de emergência, laboratório de análises clínicas, sala de imobilização e sutura, radiologia, eletrocardiograma, coleta de sangue e farmácia, apta para receber 450 pacientes por dia.

A Cidade de Deus é a localidade onde se passa a história do premiado filme de Fernando Meireles, baseado no livro do escritor Paulo Lins, um filho do bairro, que cresceu vendo os casos narradas no filme.

Surgido como conjunto habitacional, na política higienista da remoção das favelas centrais do Rio de Janeiro para locais afastados, no governo udenista de Carlos Lacerda (um antecessor dos demo-tucanos), pouco a pouco foi sendo dominado pela criminalidade do tráfico.

Agora a Cidade de Deus começa a se ver livre do estigma do crime, com a chegada de investimentos do Estado. Além da UPA, a Cidade de Deus já recebeu investimentos em segurança pública, através dos programas federais Territórios da Paz/PRONASCI e estaduais das UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), internet sem-fio grátis para os moradores, além do incremento da educação, com a abertura de 26 novos cursos profissionalizantes no Centro Vocacional Tecnológico (CVT), da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec).

Lula compara jeito de governar com antigo prefeito demo-tucano Cesar Maia

O presidente Lula disse que o governo será criticado por fazer obras para pessoas de baixa renda:

- Certamente, alguém vai olhar e vai dizer: Esse Sérgio Cabral [governador], esse Lula e esse Eduardo Paes [prefeito] são uns babacas, porque em vez de gastar dinheiro fazendo um centro de música fino, para rico, fica fazendo elevador para pobre. Pobre tem mais é que engrossar a canela, andar, amassar barro... a gente vai inaugurar um teleférico no Complexo do Alemão. Vai inaugurar, para quê? Para que a mulher que vem com uma compra, que vem do trabalho, ela possa chegar em casa em pouco tempo, não tenha que ficar subindo pirambeira para lá ou para cá.

Ao referir-se ao centro de música fina, o Presidente Lula criticou, sem citar o nome, o ex-prefeito Cesar Maia (DEMos/RJ), que construiu um "elefante branco" chamado "Cidade da Música". Obra faraônica e superfaturada, já custou R$ 500 milhões e ainda faltam mais de R$ 100 milhões para acabar. Além do alto custo, a prioridade de construir uma nova casa de ópera e música clássica sempre foi questionável, pois o Rio de Janeiro já tem um excelente Teatro Municipal, além da Sala Cecília Meireles, e ainda tem a Escola Nacional de Música da Universidade Federal.

O ex-prefeito do DEMo está sendo processado pelo Ministério Público por improbidade administrativa, por causa desta obra.

MV Bill diz que comunidade comemora não só a UPA, mas o conjunto da Obra

O rapeiro engajado MV Bill, também presidente da Central Única das Favelas (CUFA), nascido e criado na Cidade de Deus, estava lá com o presidente Lula na inauguração da UPA.

Ele diz que a comunidade tem que comemorar não só a UPA, mas as melhorias que todo o bairro vem recebendo, incluindo os programas sociais que trouxeram cidadania.





dos amigos do Presidente Lula

Um trecho do discurso de Lula: de 31/06/2010



do amigos do Pres Lula

Por que vou para Gaza’ Escrito por Iara Lee






Genocidio em Gaza continua...

‘Por que vou para Gaza’


Escrito por Iara Lee - Correio da Cidadania


Em alguns dias eu serei a única brasileira a embarcar num navio que integra a Gaza Freedom Flotilla. A recente decisão do governo israelense de impedir a entrada do acadêmico internacionalmente reconhecido Noam Chomsky nos Territórios Ocupados da Palestina sugere que também seremos barrados. Não obstante, partiremos com a intenção de entregar comida, água, suprimentos médicos e materiais de construção às comunidades de Gaza.
Normalmente eu consideraria uma missão de boa vontade como esta completamente inócua. Mas agora estamos diante de uma crise que afeta os cidadãos palestinos criada pela política internacional. É resultado da atitude de Israel de cercar Gaza em pleno desafio à lei internacional. Embora o presidente Lula tenha tomado algumas medidas para promover a paz no Oriente Médio, mais ação civil é necessária para sensibilizar as pessoas sobre o grave abuso de direitos humanos em Gaza.
O cerco à Faixa de Gaza pelo governo israelense tem origem em 2005, e vem sendo rigorosamente mantido desde a ofensiva militar de 2008-09, que deixou mais de 1.400 mortos e 14.000 lares destruídos. Israel argumenta que suas ações militares intensificadas ocorreram em resposta ao disparo de foguetes ordenado pelo governo do Hamas, cuja legitimidade não reconhece. Porém, segundo organizações internacionais de direitos humanos como a Human Rights Watch, a reação militar israelense tem sido extremamente desproporcional.
O cerco não visa militantes palestinos, mas infringe as normas internacionais ao condenar todos pelas ações de alguns. Uma reportagem publicada por Anistia Internacional, Oxfam, Save the Children e CARE relatou que "a crise humanitária (em Gaza) é resultado direto da contínua punição de homens, mulheres e crianças inocentes e é ilegal sob a lei internacional".
Como resultado do cerco, civis em Gaza, inclusive crianças e outros inocentes que se encontram no meio do conflito, não têm água limpa para beber, já que as autoridades não podem consertar usinas de tratamento destruídas pelos israelenses. Ataques aéreos que danaram infra-estruturas civis básicas, junto com a redução da importação, deixaram a população de Gaza sem comida e remédios de que precisam para uma sobrevivência saudável.
Nós que enfrentamos esta viagem estamos, é claro, preocupados com nossa segurança também. Anteriormente, alguns barcos que tentaram trazer abastecimentos a Gaza foram violentamente assediados pelas forças israelenses. No dia 30 de dezembro de 2008, o navio ‘Dignity’ carregava cirurgiões voluntários e três toneladas de suprimentos médicos quando foi atacado sem aviso prévio por um navio israelense, que o alvejou três vezes a aproximadamente 90 milhas da costa de Gaza. Passageiros e tripulantes ficaram aterrorizados, enquanto seu navio fazia água e tropas israelenses ameaçavam com novos disparos.
Todavia eu me envolvo porque creio que ações resolutamente não violentas, que chamam a atenção ao bloqueio, são indispensáveis para esclarecer o público sobre o que está de fato ocorrendo. Simplesmente não há justificativa para impedir que cargas de ajuda humanitária alcancem um povo em crise.
Com a partida dos nossos navios, o senador Eduardo Matarazzo Suplicy mandou uma carta de apoio aos palestinos para o governo de Israel. "Eu me considero um amigo de Israel e simpatizante do povo judeu" escreveu, acrescentando, "mas por este meio, e também no Senado, expresso minha simpatia a este movimento completamente pacífico… Os oito navios do Free Gaza Movement (Movimento Gaza Livre) levarão comida, roupas, materiais de construção e a solidariedade de povos de várias nações, para que os palestinos possam reconstruir suas casas e criar um futuro novo, justo e unido".
Seguindo este exemplo, funcionários públicos e outros civis devem exigir que sejam abertos canais humanitários a Gaza, que as pessoas recebam comida e suprimentos médicos, e que Israel faça um maior esforço para proteger inocentes. Enquanto eu estou motivada a ponto de me integrar à viagem humanitária, reconheço que muitos não têm condições de fazer o mesmo. Felizmente, é possível colaborar sem ter que embarcar em um navio. Nós todos simplesmente temos de aumentar nossas vozes em protesto contra esta vergonhosa violação dos direitos humanos.
Iara Lee é cineasta brasileira de origem coreana e está na flotilha humanitária que levava suprimentos à Faixa de Gaza quando foi atacada pelo exército israelense em águas internacionais, o que causou a morte de onze voluntários turcos.

do Turquinho