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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 03, 2010






Brasil quadruplica comércio com emergentes em 8 anos

Fluxo com nações em desenvolvimento ajudou na resposta rápida à crise financeira mundial

Por: João Peres, Rede Brasil Atual

Publicado em 01/06/2010, 18:45

Última atualização em 02/06/2010, 15:52

São Paulo – Um dos traços centrais da política externa do governo Lula, a ampliação das relações brasileiras com outras nações do hemisfério Sul, tem enormes reflexos sobre a balança comercial e sobre o novo papel do país em âmbito mundial. O passar dos anos reforçou a possibilidade de olhar mais atentamente para as parcerias com nações em desenvolvimento.

O indicador mais claro disso é a balança comercial. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, a corrente de comércio entre o Brasil e os países emergentes passou de US$ 39 bilhões em 2002 para US$ 145 bi em 2009 – mesmo com o impacto da crise econômica internacional no comércio mundial. No mesmo período, o fluxo de negociações entre o Brasil e os países desenvolvidos passou de US$ 67 bilhões para US$ 132 bilhões.

O comércio brasileiro aumentou como um todo. A diferença se ancora no ritmo desta expansão: quase 400% no caso das nações em desenvolvimento, contra 79% no grupo dos mais ricos. Mais que isso, é simbólico notar que, em 2008, pela primeira vez, o comércio com os países em desenvolvimento foi maior que o comércio com as nações mais ricas.

Com os chineses, por exemplo, o volume de comércio brasileiro passou de US$ 4 bilhões em 2002 para US$ 36 bilhões em 2009, com os asiáticos assumindo a condição de principal parceiro comercial do Brasil, posto que historicamente cabia aos Estados Unidos. No caso do Mercosul, o fluxo de comércio passou, em oito anos, de US$ 8,9 bilhões para US$ 28,9 bi.

“Uma das razões pelas quais o Brasil enfrentou a crise econômica de modo menos grave do que outras nações no ciclo 2007-2009 foi a diversificação de parcerias. Embora elas se caracterizem às vezes por venda de produtos primários, realmente solidificaram as posições brasileiras”, afirma Cristina Pecequilo, professora de Relações Internacionais da Unesp.

A consolidação de novas parcerias comerciais é fruto direto das missões empresarias brasileiras ao exterior. Em viagens para 115 países (de 2003 a 2009), presidente e ministros levam, a bordo, executivos de empresas brasileiras exportadoras, que vêm consolidando negócios no exterior e ganhando peso no cenário mundial.

Fora da ordem

A entrada dos emergentes no mercado global criou um mercado comprador importante. "Esses atores mudaram de configuração do ponto de vista de inserção no capitalismo. O jogo geopolítico mudou”, resume Maria Regina Soares de Lima, coordenadora do Observatório Político Sul-americano e professora do Iuperj.

No pós-Guerra Fria, analistas apontam uma transição gradativa para uma multipolaridade – que se opõe à anterior bipolaridade Estados Unidos-União Soviética. Essa ordem com mais potências inclui, primeiramente, a emergência da União Europeia como bloco e, depois, com a China, que se consolida como potência e passa a disputar posto entre as maiores economias mundiais, ao lado de Japão e de Estados Unidos.

O advento de novas forças não deixa muita saída aos que estão no piso de cima: é preciso negociar mudanças de representatividade. Um dos passos mais importantes neste sentido foi o reconhecimento, em 2009, de que o G-8, grupo que reunia as sete nações mais ricas mais a Rússia, passa a incluir outras nações. O caminho natural seria a substituição pelo G-20 Financeiro, mas a solução intermediária encontrada para que algumas nações europeias não percam muita força é o G-14, que deve congregar Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Canadá, Itália, Rússia (os 8) mais África do Sul, Brasil, China, Índia, México e Egito.

Outros grupos foram formados nos últimos anos. Índia, Brasil e África do Sul (Ibas) constituem um fórum específicos e diversos pesquisadores apontam as economias dos chamados Bric – Brasil, Rússia, Índia e China – como cada vez mais influentes.

Brasil e Índia atuaram conjuntamente na Organização Mundial de Comércio (OMC) pela maior liberalização em negociações. Nesse sentido, o centro da pauta é a ainda não concluída Rodada Doha, na qual os dois países pedem, especialmente, a derrubada de barreiras comerciais e subsídios na área de agricultura por parte de países europeus e Estados Unidos.






Boff: A saudade do servo na velha diplomacia brasileira

A saudade do servo na velha diplomacia brasileira

por Leonardo Boff, via Tijolaço

O filósofo F. Hegel em sua Fenomenologia do Espírito analisou detalhadamente a dialética do senhor e do servo. O senhor se torna tanto mais senhor quanto mais o servo internaliza em si o senhor, o que aprofunda ainda mais seu estado de servo. A mesma dialética identificou Paulo Freire na relação oprimido-opressor em sua clássica obra Pedagogia do oprimido. Com humor comentou Frei Betto: “em cada cabeça de oprimido há uma placa virtual que diz: hospedaria de opressor”. Quer dizer, o opressor hospeda em si oprimido e é exatamente isso que o faz oprimido. A libertação se realiza quando o oprimido extrojeta o opressor e ai começa então uma nova história na qual não haverá mais oprimido e opressor mas o cidadão livre.

Escrevo isso a propósito de nossa imprensa comercial, os grandes jornais do Rio, de São Paulo e de Porto Alegre, com referência à política externa do governo Lula no seu afã de mediar junto com o governo turco um acordo pacífico com o Irã a respeito do enriquecimento de urânio para fins não militares. Ler as opiniões emitidas por estes jornais, seja em editoriais seja por seus articulistas, alguns deles, embaixadores da velha guarda, reféns do tempo da guerra-fria, na lógica de amigo-inimigo é simplesmente estarrecedor. O Globo fala em “suicídio diplomático”(24/05) para referir apenas um título até suave. Bem que poderiam colocar como sub-cabeçalho de seus jornais:”Sucursal do Império” pois sua voz é mais eco da voz do senhor imperial do que a voz do jornalismo que objetivamente informa e honestamente opina. Outros, como o Jornal do Brasil, tem seguido uma linha de objetividade, fornecendo os dados principais para os leitores fazerem sua apreciação.

As opiniões revelam pessoas que têm saudades deste senhor imperial internalizado, de quem se comportam como súcubos. Não admitem que o Brasil de Lula ganhe relevância mundial e se transforme num ator político importante como o repetiu, há pouco, no Brasil, o Secretário Geral da ONU, Ban-Ki-moon. Querem vê-lo no lugar que lhe cabe: na periferia colonial, alinhado ao patrão imperial, qual cão amestrado e vira-lata. Posso imaginar o quanto os donos desses jornais sofrem ao ter que aceitar que o Brasil nunca poderá ser o que gostariam que fosse: um Estado-agregado como é Hawai e Porto-Rico. Como não há jeito, a maneira então de atender à voz do senhor internalizado, é difamar, ridicularizar e desqualificar, de forma até antipatriótica, a iniciativa e a pessoa do Presidente. Este notoriamente é reconhecido, mundo afora, como excepcional interlocutor, com grande habilidade nas negociações e dotado de singular força de convencimento.

O povo brasileiro abomina a subserviência aos poderosos e aprecia, às vezes ingenuamente, os estrangeiros e os outros povos. Sente-se orgulhoso de seu Presidente. Ele é um deles, um sobrevivente da grande tribulação, que as elites, tidas por Darcy Ribeiro como das mais reacionárias do mundo, nunca o aceitaram porque pensam que seu lugar não é na Presidência mas na fábrica produzindo para elas. Mas a história quis que fosse Presidente e que comparecesse como um personagem de grande carisma, unindo em sua pessoa ternura para com os humildes e vigor com o qual sustenta suas posições .

O que estamos assistindo é a contraposição de dois paradigmas de fazer diplomacia: uma velha, imperial, intimidatória, do uso da truculência ideológica, econômica e eventualmente militar, diplomacia inimiga da paz e da vida, que nunca trouxe resultados duradouros. E outra, do século XXI, que se dá conta de que vivemos numa fase nova da história, a história coletiva dos povos que se obrigam a conviver harmoniosamente num pequeno planeta, escasso de recursos e semi-devastado. Para esta nova situação impõe-se a diplomacia do diálogo incansável, da negociação do ganha-ganha, dos acertos para além das diferenças. Lula entendeu esta fase planetária. Fez-se protagonista do novo, daquela estratégia que pode efetivamente evitar a maior praga que jamais existiu: a guerra que só destrói e mata. Agora, ou seguiremos esta nova diplomacia, ou nos entredevoraremos. Ou Hillary ou Lula.

A nossa imprensa comercial é obtusa face a essa nova emergência da história. Por isso abomina a diplomacia de Lula

Leonardo Boff é Teólogo e autor de Nossa ressurreição na morte, Vozes 2007

Como é bom assistir de camarote a derrocada da globoe seus socios politicos










Telefônicas vão entrar na TV a cabo.
Só o Serra salva a Globo


Bye-bye monopólio

Saiu na Folha (*), pág. B1 (clique aqui para ler) :


“Anatel dá aval para tele obter tevê a cabo.”


“Procuradoria da agencia avaliza liberação do número de concessões, o que derruba restrição para operadoras (leia-se Globo – PHA).”


“ … o serviço de TV paga pode ser ilimitado, por não haver uma restrição física em sua oferta …”

Navalha

A Globo sufocou a indústria da tevê a cabo no Brasil, para não canibalizar a Rede Globo em tevê aberta.

E sentou em cima da legislação por décadas.

Agora, o reinado chega ao fim.

Atrás da teles vem um mundo de gente.

A oferecer opções de conteúdo, fora do compasso medíocre da Globo.

Bye-bye Globo 2015.

Só o Serra salva a Globo.

Paulo Henrique Amorim

Em tempo: clique aqui para ver como o Zé Ladeira agasalhou o trampo da Globo, num terreno que a Globo invadiu por onze anos

- o PSDB sofre de "pesquisite aguda", dado ao fato de que neste quesito Dilma ultrapassou o tucano em levantamentos de intenção de voto.





















quinta-feira, 3 de junho de 2010

Balanço do PAC: oposição e PIG já tiveram que engolir metade do sapo. Até o fim do ano, engolem o resto.

Vídeo institucional da apresentação do 10º balanço do PAC


O PIG e a oposição fizeram uma oposta contra o PAC, quando foi lançado. Disseram que não existia, que era só propaganda, e blá, blá, blá.

Se perdessem a aposta teriam que engolir um sapo.

Agora, 46,1% do total das ações no âmbito do PAC já estão concluídas, ou seja já é quase a metade. O resto está em andamento.

Com isso, o PIG e a oposição já tiveram que engolir quase a metade do sapo. O resto, a Miriam Leitão e demais serristas, tem até o fim do ano para degustar, tomar uma aguinha para o sapo descer goela abaixo, sem engasgar.

70,7% dos investimentos do PAC foram executados (a diferença entre 46,1% de ações concluídas, é que tem executadas que avançaram etapas, mas ainda não foram concluídas), totalizando R$ 463,9 bilhões (até o dia 27 de maio de 2010), do total previsto para o período 2007-2010, que é R$ 656,5 bilhões.

A agência Brasil, traz um resumo de mais alguns números aqui. A Casa Civil disponibiliza os relatórios completos aqui.

Notícias da boa família SS erra









FHC faz reunião de emergência com Serra e Aécio, no iFHC

Nesta quarta-feira (02), o Instituto FHC, sustentado com dinheiro público de incentivos fiscais, funcionou como comitê de campanha eleitoral demo-tucano para José Serra (PSDB/SP).

FHC,o anfitrião, recebeu Serra e Aécio Neves (PSDB/MG).

Aécio mostrou disposição de quem quer liquidar a eleição já no primeiro turno. Ou seja, quer que o demo-tucano paulista perca no primeiro turno, pois recomendou a Serra ser "um pouco mais agressivo" em relação à Dilma Rousseff (PT), segundo uma influente fonte tucana [segundo o portal Terra].

Na reunião também estava Sérgio Guerra.

Nesta manhã, antes mesmo da reunião, Serra já adotou o novo figurino e apontou seu dedo sujo para Dilma, acusando-a por um "suposto dossiê" que não existe, contra sua filha, Verônica Serra.

O que existe e preocupa tanto Serra, não veio da campanha de Dilma. São notícias conhecidas há bastante tempo, verdadeiras, e de domínio público, que nada tem a ver com dossiê e nem com a campanha petista. Sempre circularam na blogosfera, e em revistas sérias de menor circulação. A filha de José Serra, em 2000, associou-se com a irmã de Daniel Dantas (presa na Operação Satiagraha), em uma firma no exterior (Flórida-EUA). Além disso, a Filha de Serra estudou em Harvard, nos Estados Unidos, com bolsa paga pelos donos da maior cervejaria no Brasil, na época em que José Serra era ministro do planejamento, conforme nota do ano passado.

Na imprensa demo-tucuna é assim: notícias contra o Lula, o PT, Dilma, sem fonte, sem pé, nem cabeça é "jornalismo investigativo". Notícia documentada com documentos oficiais do governo da Flórida, que questionam Serra, por sua filha ter sido sócia em uma firma com uma pessoa presa na Operação Satiagraha, é tratada como se fosse "dossiê".

Não há dossiê há noticias

Revista Forbes publica "dossiê" da filha de José Serra

Clique na imagem para ampliar



É claro que o título da nota é irônico. Notícia, fatos e dados públicos não são dossiês, como os aloprados da campanha de José Serra (PSDB/SP), junto com o partido da Dona Judith Brito, quer transformar.

A revista Forbes (dedicada a bilionários e milionários do mundo, encabeçada por gente da estirpe de Bill Gates, George Soros, Carlos Slim, etc), publica um "dossiê" da filha de José Serra (PSDB/SP).

Lá diz que ela é sócia e membro da multinacional e maior empresa de leilão na internet da América Latina, Mercado Libre (Mercado Livre, no Brasil). A filha de José Serra, ocupa destacada posição na diretoria entre os 10 principais executivos (top-10).