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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 03, 2010

Notícias da boa família SS erra









FHC faz reunião de emergência com Serra e Aécio, no iFHC

Nesta quarta-feira (02), o Instituto FHC, sustentado com dinheiro público de incentivos fiscais, funcionou como comitê de campanha eleitoral demo-tucano para José Serra (PSDB/SP).

FHC,o anfitrião, recebeu Serra e Aécio Neves (PSDB/MG).

Aécio mostrou disposição de quem quer liquidar a eleição já no primeiro turno. Ou seja, quer que o demo-tucano paulista perca no primeiro turno, pois recomendou a Serra ser "um pouco mais agressivo" em relação à Dilma Rousseff (PT), segundo uma influente fonte tucana [segundo o portal Terra].

Na reunião também estava Sérgio Guerra.

Nesta manhã, antes mesmo da reunião, Serra já adotou o novo figurino e apontou seu dedo sujo para Dilma, acusando-a por um "suposto dossiê" que não existe, contra sua filha, Verônica Serra.

O que existe e preocupa tanto Serra, não veio da campanha de Dilma. São notícias conhecidas há bastante tempo, verdadeiras, e de domínio público, que nada tem a ver com dossiê e nem com a campanha petista. Sempre circularam na blogosfera, e em revistas sérias de menor circulação. A filha de José Serra, em 2000, associou-se com a irmã de Daniel Dantas (presa na Operação Satiagraha), em uma firma no exterior (Flórida-EUA). Além disso, a Filha de Serra estudou em Harvard, nos Estados Unidos, com bolsa paga pelos donos da maior cervejaria no Brasil, na época em que José Serra era ministro do planejamento, conforme nota do ano passado.

Na imprensa demo-tucuna é assim: notícias contra o Lula, o PT, Dilma, sem fonte, sem pé, nem cabeça é "jornalismo investigativo". Notícia documentada com documentos oficiais do governo da Flórida, que questionam Serra, por sua filha ter sido sócia em uma firma com uma pessoa presa na Operação Satiagraha, é tratada como se fosse "dossiê".

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