Quero ver como a mídia vai reagir? Quando Dilma alegou problema de agenda, e de fato foi ao exterior para uma série de encontros, para não comparecer à sabatina da Folha de S.Paulo fizeram um carnaval, e o próprio Serra explorou a questão dizendo que Dilma fugia de debates.
Agora eu pergunto, o que vale mais: ir a uma sabatina de um jornal totalmente comprometido com a candidatura Serra, que se mostrou dócil com o candidato tucano, mas que faria tudo para derrubar Dilma, ou comparecer a um encontro que reúne os maiores cientistsa e pesquisadores do país?
As reuniões da SBPC foram um fórum de resistência durante os anos de ditadura no Brasil, e nela está um público de alta capacidade crítica, capaz de sustentar um debate de alto nível com qualquer candidato. Serra não gosta de enfrentar um público que não lhe seja servil. Não tolera nem jornalistas dos meios amigos que ousam incomodá-lo com alguma pergunta que o contrarie.
Na reunião da SBPC, Serra seria confrontado com a política educacional dos tucanos, que sucateou as universidades federais e desvalorizou seu corpo docente. Certamente seria lembrado também de como lidou com movimentos reivindicatórios, como os dos professores da USP, tratados a cassetete e gás lacrimogêneo, como a ditadura fazia em seus tempos mais sombrios.
Serra não quer debate nenhum com a sociedade. No máximo vai a encontros de entidades patronais e de empresários, onde pode soltar sua ultrapassada cantilena contra os movimentos sociais e os governos de esquerda da América Latina, pois sabe que terá uma claque a aplaudi-lo.
Dilma foi cercada pelos universitários na reunião da SBPC. Será que Serra despertaria o mesmo entusiasmo?
Dilma Rousseff foi à reunião da SBPC, em Natal, aquela da qual Serra fugiu, e falou de seus projetos para a educação, com inclusão social, centros vocacionais e acesso ao mercado de trabalho. Dilma disse que parte de um alicerce construído por Lula, “que inaugurou a era da inclusão social para mais de 190 milhões de brasileiros”.
O site nominuto.com, do Rio Grande do Norte, teve a sensibilidade de registrar não apenas a fala de Dilma e buscou no encontro da SBPC exemplos dessa inclusão educacional proporcionada por Lula. Localizou duas estudantes maranhenses, Simone Cardoso e Thrisna Christopher, alunas do recém criado campus avançado da Universidade Federal do Maranhão, em Chapadinha, no Baixo Parnaíba, quase divisa com o Piauí.
O Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da UFMA, que oferece três cursos em Chapadinha, é parte um projeto de interiorização do ensino superior, que amplia o acesso de estudantes às universidades e contribui para o desenvolvimento de regiões antes esquecidas. E a consequência prática dessa iniciativa pode ser verificada pelas declarações das estudantes maranhenses do curso de Ciências Biológicas.
“Fazia muitos anos que nós queríamos ter uma universidade e só agora, no governo Lula, conseguimos esse sonho”, comentou Thrisna. “Por causa de Lula nós estamos aqui estudando e tendo oportunidade de conhecer o meio da universidade”, disse Simone.
Dilma aproveitou a oportunidade para lembrar que o DEM, aliado incondicional do PSDB e responsável pela indicação do Da Costa para vice do serra, foi contra o Programa Universidade para Todos (Prouni), do governo Lula, e que deu entrada em um processo de inconstitucionalidade do programa, à época de sua criação.
Os demotucanos querem a educação para poucos para manter o país no atraso e o controle das elites que sempre representaram. Não gostam da educação, e muito menos pública. Durante os oito anos de governo tucano no país, o número de universidades privadas no país aumentou 118% e a privatização do ensino superior estava a todo vapor.
A SBPC foi ignorada e suas propostas de reforma do modelo das universidades federais, rejeitadas. De uma delas, desprezada pelo então ministro da Educação de FHC, Paulo Renato de Soiuza, posteriormente secretário de educação de Serra, nasceu o Reuni (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que possibilitou a abertura de novas universidades e a ampliação do número de cursos e vagas no governo Lula.
Dilma assumiu na reunião da SBPC o compromisso de elevar de 1,34% para 2% a participação do setor de Ciência e Tecnologia no PIB, e disse que se eleita pretende fazer com o Brasil chegue a ter 220 mil doutores.
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Para que o Brasil dê um passo decisivo na direção de deixar de ser emergente e se tornar um país desenvolvido, com uma sociedade inclusiva e mais igual, precisa, de um lado, de educação e, de outro, de ciência, tecnologia e inovação.
A ideia foi defendida hoje (28/7) por Dilma Roussef, durante sua participação da 62ª Reunião da Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que acontece até 30 de julho no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal (RN).
Em seu discurso, Dilma fez um balanço das ações do governo Lula em Ciência, Tecnologia e Inovação, adiantando algumas de suas metas para o período 2011-2014, se eleita.
- aumentar os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D e I) dos atuais 1,34% para algo entre 1,8% a 2% do PIB.
- fortalecimento dos 122 institutos de pesquisa criados durante o governo Lula;
- a proteção da Amazônia e do mar;
- aumento do número de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq);
- aumento de mestres e doutores e de patentes.
Dilma acrescentou outras áreas que receberão atenção especial se ela for presidente:
- microeletrônica;
- fármacos;
- energia;
- produção de satélites (e seu uso para monitoramento do desmatamento na Amazônia);
- veículos lançadores de satélites (foguetes do programa espacial)
No balanço que fez da administração Lula, Dilma disse que “tem orgulho de ter participado de um governo que fez tento pela ciência e pela inovação tecnológica”. Em seguida ela citou as principais realizações na área:
- aumento do orçamento para atingir R$ 41,2 bilhões, no período 2007-2010, através do PACTI (Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional);
- o número de bolsas do CNPq e da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) dobrou;
- em 2010 são mais 160 mil bolsas de iniciação científica;
- o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia dobrou em quatro anos;
- a Lei do Bem, que desonera as empresas que fazem inovação
Documento da comunidade científicaAntes de iniciar seu discurso para um auditório lotado, a ex-ministra recebeu dos presidentes da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, uma carta com a agenda das duas entidades para as áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação.
Lido por Raupp, o documento, com centra-se em quatro propostas:
- uma revolução na educação, “em todos os níveis, incluindo o ensino técnico e as diversas formas de educação superior”.
- defende o Brasil deve estar na fronteira do conhecimento;
- a conservação e uso sustentável de seus biomas;
- agregar valor a produção e à exportação, por meio da intensificação da inovação nas empresas e fortalecimento da interação delas com instituições de ensino e pesquisa.
A ABC e a SBPC concluem a carta dizendo que “consideram que essa Agenda de Ciência e Tecnologia para o Brasil deve estar fortemente vinculada ao desenvolvimento social, integral e abrangente, pressuposto para uma nação forte e soberana”. (com informações da
SBPC)
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