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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 27, 2010

A internet a informação terá de mudar o mundo











EUA e Paquistão, quem fará a reportagem?









O inglês The Guardian está dando uma bela lição de jornalismo. Recebeu o arquivo com mais de 91 mil relatórios secretos vazados para o site WikiLeaks e preparou um enorme banco de dados, com ótimas ferramentas e infográficos para pesquisa. A coisa é tão vasta e complexa que David Leigh, seu editor de investigações (sim, eles ainda fazem isso) aparece em vídeo para explicar em tutorial como usar o material. Um lorde.

Mas, do que já surgiu de informação, uma me parece maior que todas, e é claro que boa parte da mídia internacional e a nossa não deve dar a devida importância: o apoio do governo paquistanês aos talibãs. Trairagem com os americanos, diriam alguns? Talvez o buraco seja mais em cima. Caberia uma belíssima reportagem se alguém juntasse informações que a própria mídia forneceu ao longo dos últimos nove anos sobre as relações entre EUA e Paquistão. Esta poderia ter feito seu trabalho, mas não o fez. Só agora aparecem fatos graças à internet e a um provável militar descontente.

Sugiro alguns pontos:

A CIA e a ISI, a central de inteligência paquistanesa, trabalham coladinhas há anos. A última é cria da primeira, usam o mesmo modelo, é permanente a colaboração entre as duas. Quem diz é o New York Times. E a CIA já repassou centenas de milhões de dólares para sua congênere no Paquistão, diz o Los Angeles Times.

A CIA e a ISI criaram o talibã, disse Asif Ali Zardari, o próprio presidente do Paquistão, registrado no The Times of India. Interessante, não? Será que isso não dá uma bela reportagem em edição dominical? E não foi o único a dizer. Selig Harrison, um especialista em Ásia do the Woodrow Wilson International Centre for Scholars, confirmou o mesmo, com dados abundantes, no Emperor's Clothes.

E a denúncia de que a ISI estava por trás dos ataques em Mumbai em 2008? Teoria da conspiração? Há nomes envolvidos, diz o News Daily, cadê a reportagem?

E a história, de variadas fontes, que relataram que pouco antes do 11 de setembro o chefe do serviço secreto paquistanês, General Mahmood Ahmed, esteve em Washington. Lá, manteve conversas no Pentágono com o conselho de Segurança Nacional, depois com o diretor da CIA, Tenet, com pessoas da Casa Branca e com Marc Grossman, subsecretário dos EUA para assuntos externos. As mesmas fontes dizem que Mohamed Atta, um dos alegados terroristas do 11/9, recebeu pagamento no valor de 100 mil dólares de Amed Omar Saeed Sheikh, da ISI, que deposita o dinheiro em nome do general Mahmood Ahmed, diz o Asia Times.

Quem vai fazer a reportagem?

Nós os latino americanos somos mais fortes e ricos unidos dai não interessa a quem?!?











A América Latina só tem uma alternativa:

unir-se, lutar e vencer

O presidente cubano Raúl Castro declarou nesta segunda-feira (26), que seu país apoia o direito da Venezuela de defender-se de ameaças e provocações, ao encerrar a primeira reunião de cúpula presidencial bi-nacional.

Lutamos pela paz e pela harmonia entre nossos povos irmãos e nossas gestões sempre terão este objetivo, mas em caso de qualquer problema, que ninguém tenha a menor dúvida sobre o lado de quem Cuba estará, afirmou o presidente Raúl Castro.

No discurso de encerramento do encontro, o presidente cubano advertiu que vivemos uma conjuntura internacional difícil,na qual à instabilidade política, econômica e a deterioração do meio ambiente se soma o perigo de novas aventuras bélicas em diferentes lugares do mundo.

Em nossa região – acrescentou – a instalação de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia põe em risco a estabilidade regional e a soberania de Estados vizinhos.

Respaldamos o direito da Venezuela de defender-se de ameaças e provocações, enfatizou Raúl Castro.

A 200 anos do início de nossas guerras de independência e desde muito antes, a experiência histórica nos ensina que a “Nossa América” só tem uma alternativa: unir-se, lutar e vencer.

O presidente cubano assegurou que a primeira reunião de cúpula presidencial abre uma nova etapa nas relações rumo à União Econômica.

Com informações da Prensa Latina



Via VERMELHO


Eva Golinger: EUA e Colômbia planejam ataque, revelam documentos



A expansão militarista dos Estados Unidos na região e sua estratégia de mobilidade global estão em processo de execução contra a Venezuela. A missiva revelada pelo presidente Chávez confirma os planos contidos em documentos do Pentágono de 2009.

Por Eva Goliger*, em Adital

O presidente Hugo Chávez denunciou este sábado (24) que os Estados Unidos planejam atacar a Venezuela e derrubar seu governo. Durante a celebração do aniversário do Libertador Simón Bolívar, Chávez leu uma carta secreta que havia recebido de uma fonte não revelada dos Estados Unidos.

"Velho amigo, há anos não o vejo, como comentei, lê os três últimos que te enviei, a ideia continua sendo a geração do conflito pelo lado ocidental", leu Chávez do texto confidencial. "Os últimos acontecimentos confirmam, todos ou quase todos, o que estes discutiram em parte por aqui e outras informações que me chegaram desde cima", continuou.

"A fase de preparação da comunidade internacional, com a ajuda da Colômbia, está em plena execução", manifestou o texto, fazendo referência à sessão extraordinária na Organização dos Estados Americanos (OEA), na quinta-feira passada, durante a qual o governo da Colômbia acusou a Venezuela de apoiar "terroristas" e dar refúgio a "acampamentos terroristas" em território venezuelano.

O governo colombiano deu um "ultimato" de "30 dias" para que a Venezuela permita uma "intervenção internacional". O Departamento de Estado também apoiou a posição da Colômbia e instou a Venezuela a que "deve responder ante essa informação ‘comprovada e confirmada’".

A carta continuou com mais detalhes: "Te mandei dizer que os eventos têm data limite no dia 26, porém, por alguma razão estão adiantando movimentos que eram para ser executados posteriormente".

"Nos Estados Unidos a fase de execução está sendo acelerada com uma força de contenção até a Costa Rica, com o pretexto da luta contra o narcotráfico". No passado 1º de julho, o governo da Costa Rica autorizou a entrada de 46 navios de guerra e 7 mil marines estadunidenses em seu território.

O documento destacou que o verdadeiro objetivo dessa mobilização militar é "apoiar operações militares" contra a Venezuela.

Assassinato e derrubada

"Existe um acordo entre a Colômbia e os Estados Unidos com dois objetivos: um é Mauricio e o outro é o governo", revelou o texto secreto. O presidente Chávez explicou que "Mauricio" é o pseudônimo utilizado nessas comunicações.

"A operação militar vai adiante", alertou o texto, e será realizada "pelos do Norte; porém, não querem entrar diretamente em Caracas (...) Estão caçando ‘Mauricio’ fora de Caracas; é muito importante, te repito, é muito importante".

O presidente Chávez revelou que havia recebido comunicações da mesma fonte em ocasiões anteriores, alertando-o sobre ameaças perigosas. Recebeu uma carta da fonte dias antes da captura de mais de cem paramilitares colombianos nas redondezas de Caracas, que eram parte de um plano de assassinato contra o chefe de Estado venezuelano.

Outra comunicação chegou até ele semanas antes do golpe de Estado, em abril de 2002. "A carta falou de francoatiradores e do golpe", explicou Chávez, "e tinha razão, a informação foi veraz; porém, não fomos capazes de atuar a tempo, para prevenir a situação".

Expansão militar dos EUA

Essa última revelação chega justamente depois da decisão de romper relações com a Colômbia, tomada pelo presidente Chávez, após o "show" da Colômbia na OEA. "Uribe é capaz de qualquer coisa", alertou Chávez, anunciando que o país está em alerta máxima e as fronteiras serão reforçadas.

Em outubro de 2009, a Colômbia e os Estados Unidos assinaram um polêmico acordo militar que autorizou Washington a ocupar sete bases militares e o uso de todo o território colombiano para executar suas missões militares. Uma das bases assinaladas no acordo -Palanquero- foi citada em um documento da Força Aérea dos Estados Unidos, em maio de 2009, como necessária para "conduzir operações militares de amplo espectro" por todo o continente para combater "a ameaça de governos anti-estadunidenses" na região.

Palanquero também foi considerada uma peça chave para a estratégia de mobilidade global do Pentágono, como foi destacado no Livro Branco: Estratégia de Mobilidade Global do Comando de Mobilidade Aéreo, publicado em fevereiro de 2009. "O Comando Sul identificou Palanquero, Colômbia (Base Germán Olano SKPQ) como um lugar de cooperação e segurança (CSL, por suas siglas em inglês). Desde esse lugar, quase a metade do continente pode ser alcançado por um C-17, sem necessidade de reabastecimento".

O orçamento de 2010 do Pentágono incluiu uma solicitação de 46 milhões de dólares para melhorar a instalação em Palanquero, para apoiar a "Estratégia de Postura de Teatro" do Comando Combatiente e "dar uma oportunidade única para operações de amplo espectro em uma subregião crítica de nosso hemisfério, onde a segurança e a estabilidade estão sob constante ameaça de insurgências terroristas, governos anti-estadunidenses, pobreza endêmica e frequentes desastres naturais".

O documento da Força Aérea, de maio de 2009, além disso, revelou que Palanquero seria utilizada para "incrementar nossas capacidade de conduzir operações de Inteligência, Reconhecimento e Espionagem (ISR, por suas siglas em inglês); melhorar o alcance global e aumentar a capacidade de guerra expedita".

Em fevereiro de 2010, a Direção Nacional de Inteligência dos Estados Unidos, em seu relatório anual de ameaças, classificou a Venezuela e o presidente Chávez como "Líder anti-estadunidense" na região.

Os Estados Unidos também mantêm duas bases de operações avançadas em Aruba e em Curaçao, a poucos quilômetros da costa venezuelana. Durante os últimos meses, o governo venezuelano denunciou a intromissão não autorizada de vários aviões não tripulados (drones) e outras aeronaves estrangeiras em território venezuelano.

Ao mesmo tempo, documentos oficiais dos Estados Unidos, recentemente desclassificados, revelam entre 40 e 50 milhões de dólares em financiamento a grupos e meios anti-Chávez, para alimentar o conflito dentro do país,executar ações de desestabilização e subversão interna e promover matrizes de opinião em âmbito internacional para justificar uma agressão contra a Venezuela.

Essas últimas revelações evidenciam que estão preparando um conflito sério, perigoso e não justificado contra a Venezuela, um país com uma democracia vibrante e as maiores reservas de petróleo do mundo.

* Eva Golinger é advogada venezuelano-estadunidense
docidadãdomundo

“Não há saída para a Colômbia fora da política e da democracia”

Mergulhada em um cenário de violência política há quase cinco décadas, a Colômbia elegeu, no último dia 20 de junho, Juan Manuel dos Santos à presidência da República, em segundo turno, com 69% dos votos válidos. Candidato apoiado pelo atual presidente, Álvaro Uribe, Santos foi seu Ministro da Defesa, um dos articuladores da escalada bélica contra a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ativo defensor do acordo militar que possibilitou a instalação e a ampliação de bases norte-americanas no país. A disputa presidencial envolveu ainda Antanas Mockus, ex-prefeito de Bogotá, pelo Partido Verde, que obteve 27,5% dos sufrágios. No primeiro turno, participou ainda Gustavo Petro, senador e ex-guerrilheiro, pelo Pólo Democrático, uma coalizão de partidos de esquerda, obtendo 9,5% da preferência dos eleitores.

Sob a gestão de Uribe, a Colômbia tornou-se, juntamente com o México, o maior sustentáculo da política do governo de George W. Bush na América Latina. Além das bases e de um aumento expressivo em seu orçamento militar, vários grupos paramilitares agem com a complacência oficial no combate à oposição armada.

Carlos Lozano, membro da Junta Nacional do Pólo Democrático, integrante do Comitê Central do Partido Comunista Colombiano e editor do semanário Voz, órgão oficial da agremiação, comenta os resultados eleitorais, a influência dos EUA e relaciona o poder oficial com os meios de comunicação em seu país. A seguir, os principais trechos da conversa.

Gilberto Maringoni

Lozano: Mockus agiu como um neoliberal e não representava uma alternativa real

Qual é a situação política, após a vitória de Juan Manuel dos Santos?
As eleições parlamentares e presidenciais foram realizadas sob características que marcam nosso país há décadas: um forte apoio oficial aos candidatos governistas. Praticamente todos os recursos do Estado foram colocados a serviço dos partidos ligados ao presidente Álvaro Uribe. É o caso, por exemplo, dos programas assistenciais. Eles aglutinam milhões de pessoas. A lei proíbe sua utilização com objetivos eleitorais. Mas houve denúncias, ao longo de toda a campanha. Os beneficiários foram coagidos a apoiar candidaturas oficiais, sob pena de perder sua cobertura. Temos notícias também de proselitismo armado, por parte de paramilitares, sobretudo em regiões rurais, pressionando os camponeses para que votassem em Santos.

Como foi a atuação dos partidos de oposição?
O traço importante dessas eleições é que as pesquisas eleitorais trataram de criar uma aparente polarização entre Juan Manuel dos Santos e Antanas Mockus. Algumas sondagens chegaram a apontar Mockus na dianteira. Dois ou três dias antes do primeiro turno, havia um empate técnico, que não se materializou nas urnas. A intenção era muito clara: tirar de cena outras forças, em especial a esquerda, representada pelo Pólo Democrático. No segundo turno, o Pólo propôs a Mockus um acordo de quatro pontos para apoiá-lo. Era algo perfeitamente factível. Mockus não aceitou, alegando, de forma sectária, desejar disputar com suas próprias forças, sem a necessidade de aliados. Aí está o resultado. Mockus representa realmente um setor não contaminado pelo clientelismo e pela corrupção. Porém, é um setor mais à direita. Na prefeitura de Bogotá, Mockus agiu como um neoliberal e não representava uma alternativa real. Mesmo assim, queríamos derrotar o pior, que era a continuidade do uribismo. Com a recusa de Mockus, resolvemos não votar e não respaldar nenhum dos dois candidatos.

O que é o uribismo?
É uma corrente de ultra direita, que cresceu nos últimos anos, com suporte nos tradicionais Partidos Liberal e Conservador. Esta corrente está vinculada aos interesses dos Estados Unidos e do militarismo, com forte influência de oficiais que passaram pela Escola das Américas. É um anacronismo, mas segue existindo aqui. O governo alega estar construindo uma “segurança democrática” que gerará confiança e estabilidade para os investimentos internacionais. Por isso, o governo de Uribe, mais do que qualquer outro da América latina, vem estimulando os tratados de livre comércio, em especial com os Estados Unidos, com a Europa e com o Canadá.

Uribe é realmente popular?
Há que se levar em conta a precariedade da democracia colombiana. Além disso, não podemos desconsiderar a existência de um setor importante da população, não apenas os mais ricos, que respalda o governo. Isso inclui camadas médias e setores populares. O apoio existe, mas não é tão grande como eles alegam. Nas eleições houve 55% de abstenção, pois o voto aqui não é obrigatório. Assim, Juan Manuel dos Santos teve a maioria da minoria dos 45% que votaram, cerca de 30% do total de eleitores. Nas duas eleições vencidas por Uribe, a abstenção também foi semelhante.

Que impacto eleitoral tiveram os acordos militares com os Estados Unidos, firmados no ano passado?
Há um setor importante do país que apóia tudo isso. O governo difunde a idéia de que as bases estadunidenses trarão paz ao país pela via da guerra, pela derrota militar da guerrilha. Nós, da esquerda, sempre colocamos a necessidade de uma solução negociada e política para o conflito. A direita e o governo alegam que as propostas de diálogo fracassaram e que os gringos resolverão o problema.

Há o argumento de que as bases trarão investimentos e desenvolvimento ao país...
É verdade. A campanha publicitária oficial e os meios de comunicação argumentam que as bases melhorarão as condições de infraestrutura de cidades próximas a elas, que haverá mais lojas, mais restaurantes e mais comércio. Sabemos que as coisas não serão assim.

Há diferenças entre o Plano Colômbia, firmado no governo Clinton (1992-2000), e as bases?
Sim. O Plano Colômbia tinha como objetivo alegado combater o narcotráfico. Começou há cerca de 14 anos, com investimentos de cinco bilhões de dólares. Neste ano, o montante caiu para US$ 400 milhões e em 2011 serão apenas US$ 340 milhões. O governo dos EUA resolveu concentrar todos os seus investimentos nas bases militares. Elas agora são sete, mas podem se ampliar, de acordo com convênio. Atualmente, o argumento não é apenas combater o narcotráfico, mas atacar o “terrorismo” e dar segurança ao país. Ou seja, um critério muito genérico, pois com segurança do país pode estar subentendida a existência de uma ameaça externa. Isso preocupa a Unasul. Quem ameaça a Colômbia? Há o argumento de que, com as diferenças que o governo tem com Chávez, ele estaria ameaçando o nosso país. É um caminho perigoso.

Há conexão com a reativação da IV Frota dos EUA no Atlântico Sul?
Claro. O projeto é estacionar a IV Frota na base de Malambo, em Barranquilla. Trata-se da principal cidade colombiana na costa do Caribe.

Qual é a relação do uribismo com os meios de comunicação?
Os grandes meio de comunicação são de propriedade de poderosos grupos econômicos nacionais e internacionais, em estreita relação com o governo. Além disso, Juan Manuel dos Santos integra a família proprietária do jornal El Tiempo, que completará 100 anos em 2011. É o mais influente no país e o grupo possui, além do jornal, um canal de televisão em Bogotá e editoras de livros e revistas. É um monopólio. A família teve um Presidente da República, Eduardo Santos, entre 1938 e 1942. Com a crise econômica, venderam parte das ações ao grupo espanhol Planeta, ligado ao PP, Partido Popular, do ex-primeiro ministro José Maria Aznar. O grupo Planeta deve também ganhar a licitação para o terceiro canal de TV privado que temos aqui. É o único concorrente, algo incrível. Com isso tudo, a tendência política na Colômbia trafega num sentido contrário ao que vem ocorrendo na América Latina, onde a direita perdeu postos importantes.

Como o Sr. avalia a gestão Uribe do ponto de vista social?
O investimento social é mínimo. O governo apresentou uma reforma trabalhista, supostamente para se gerar empregos. O que estamos vendo, pelas últimas estatísticas, é um aumento do desemprego para 12,5% da população economicamente ativa. A saúde foi privatizada. Eliminaram as cirurgias de alto risco do sistema público. No país, 35% do orçamento público vão para o combate à guerrilha e 25% destinam-se aos pagamentos dos serviços da dívida pública. O principal programa de Uribe foi a “segurança democrática”. Com isso, em 2002, ele assegurou derrotar a guerrilha 90 dias. As Farc tiveram muitas baixas, mas seguem atuando. Assim, a “segurança democrática” fracassou. Uribe também buscou um acordo com os paramilitares, para desmobilizá-los. Haveria uma pena máxima de oito anos, independentemente dos crimes, para aqueles que se entregassem. Acabam de condenar os primeiros. São réus confessos de terem cometidos entre 120 e 150 assassinatos. E pegaram oito anos de cárcere! Mesmo assim, os paramilitares também seguem atuando. Segundo a Corporação Arco-Íris, uma ONG de defesa de direitos humanos, há cerca de oito mil deles em ação. A “segurança democrática” é um fracasso, assim como a política social do governo.

Qual é a saída para a questão da guerrilha?
Há oito anos defendemos uma saída política. Quando falo em fracasso militar, estou me referindo também à guerrilha. O governo não conseguiu derrotá-la e esta não logrou conquistar o poder pela via militar. Então há um fracasso neste caminho. São necessárias mudanças mínimas neste país, para que a guerrilha possa se incorporar à vida democrática.

Chanceler de Chávez negocia plano de paz e acusa Estados Unidos de insuflar a guerra

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, esteve reunido com o presidente Lula na noite desta segunda-feira (26/7), durante breve viagem ao Brasil. Antes de continuar seu roteiro, que inclui paradas no Paraguai, Uruguai e Argentina, concedeu entrevista exclusiva ao Opera Mundi. Revelou a intenção de seu governo em articular um “plano de paz permanente com a Colombia” e analisou a escalada da crise entre as duas nações andinas.

Maduro reiterou que seu governo “deseja ter as melhores relações com o governo colombiano”. Mas foi contundente ao afirmar que, diante de qualquer ação agressiva da administração Uribe, a Venezuela irá responder com “medidas extremas de proteção”. Também acusou os Estados Unidos de serem o “pano de fundo” da crise e repetiu o alerta do presidente Chávez, de que o fornecimento de petróleo e derivados será suspenso em caso de qualquer ataque colombiano. Confira, a seguir, a íntegra da entrevista.

Opera Mundi

Maduro: "a Venezuela é vítima da guerra colombiana há 60 anos"

Qual o objetivo da sua visita ao Brasil?
Foi uma visita relâmpago, para trazer uma mensagem pessoal do presidente Chávez ao governo brasileiro, além de oferecermos mais informações sobre as ameaças do governo colombiano contra a Venezuela. O presidente Lula teve o gesto honroso de nos receber. Apresentamos os esboços do plano que vamos levar à Unasul (União das Nações Sul-Americanas), que se reúne na próxima quinta-feira em Quito, focado na necessidade de plano de paz permanente para a região. A guerra civil na Colômbia extravasou suas fronteiras e ameaça a segurança das nações andinas.

Mas quais são as propostas centrais desse plano?
Estamos em processo de consultas. Vamos apresentá-lo formalmente na quinta-feira. Não queremos adiantar os detalhes neste momento porque acreditamos que deve ser muito discutido previamente à sua apresentação na quinta-feira, para que ganhe viabilidade. Mas temos insistido que a corrida armamentista que está acontecendo na Colômbia há varias décadas, particularmente a partir do Plano Colômbia, e agora com as bases militares norte-americanas, leva a um transbordamento da violência daquele país na direção dos países vizinhos. Queremos encerrar essa situação com um plano de paz que possa superar a guerra na Colômbia, que já causou um ataque, em março de 2008, ao território do Equador e que representa uma ameaça permanente à revolução democrática na Venezuela.

O senhor avalia que a crise entre os dois países pode levar a um conflito militar?
É isso que queremos evitar. Já estamos em conflito político e diplomático contra uma doutrina que causou os ataques ao Equador. Uma doutrina que viola o direito internacional em relação à soberania e à inviolabilidade territorial dos países. Faremos todos os esforços para impedir seu desdobramento militar. Mas repudiamos a agressão diplomática do governo colombiano e defenderemos nosso território diante de qualquer tentativa de violação.

Após a eleição de Juan Manuel Santos para presidir a Colômbia, parecia que as relações com a Venezuela poderiam entrar em distensão. A que o senhor atribui a súbita mudança de situação?
Temos que relembrar que o presidente Chávez, no dia 14 de julho, anunciou o desejo de normalizar relações diplomáticas com a Colômbia, determinando que eu procurasse a futura chanceler do país vizinho para tratarmos dos termos de reaproximação. No dia seguinte apareceram notícias, na imprensa colombiana, de que o presidente Uribe apresentaria provas contundentes de presença guerrilheira em território venezuelano. A partir daí foi deslanchada campanha intensa contra nosso governo, repercutindo também na mídia internacional, por meio da CNN e outras empresas de comunicação. Uma semana depois o embaixador colombiano foi à OEA (Organização dos Estados Americanos) e passou horas ofendendo o presidente Chávez e nossas instituições democráticas. Mostrou umas fotos e simplesmente afirmou que guerrilheiros estavam escondidos na Venezuela, sem provar nada. O presidente Uribe parece movido pelo interesse de manter seu espaço como chefe dos grupos mais conservadores e belicistas de seu país. Não tivemos outra opção que não o rompimento das relações diplomáticas.

Mas o próprio presidente Chávez disse que os grupos paramilitares e guerrilheiros de fato cruzam as fronteiras venezuelanas.
Nós somos vítimas da guerra colombiana há 60 anos. Temos quatro milhões de colombianos vivendo na Venezuela, foragidos de guerra. E por que não voltam para a Colômbia? Porque se sentem inseguros, enquanto na Venezuela, a partir do governo Chávez, reconhecemos seus direitos ao trabalho e à seguridade social, ao progresso e à proteção do Estado. Nessas décadas todas fomos constantemente invadidos por guerrilheiros, paramilitares e narcotraficantes, que se apropriaram de terras nossas. Mas usamos nossas formas armadas e policiais, comandadas pelo presidente Chávez, e hoje todos os 2,3 mil quilômetros que temos de fronteira com a Colômbia estão livres da produção de drogas ou laboratórios de processamento. Foi um esforço que fizemos no combate também aos grupos armados. Mas esses quilômetros de fronteiras estão abandonados pela Colômbia. É muito difícil que não soframos mais risco de invasões enquanto não acabar a guerra na Colômbia.


O presidente Chávez anunciou que, se houver agressão militar da Colômbia contra a Venezuela, haverá medidas contra os EUA.
O presidente Chávez há muito tempo denuncia a agressiva movimentação norte-americana contra a Venezuela, com o apoio da Colômbia. As sete bases instaladas na Colômbia estão estrategicamente voltadas contra nosso território, para não falar na reativação da 4ª Frota e outras medidas. Não temos dúvidas de que existe uma estratégia elaborada pelo Pentágono e pelo Departamento de Estado norte-americano para recuperar a hegemonia política que os EUA perderam na região por conta do avanço das correntes progressitas. Todas essas provocações da Colômbia e todas essas intenções agressivas têm, como pano de fundo, esse plano norte-americano. Se a Venezuela for agredida, tomaremos medidas de proteção, a começar pelo cancelamento do comércio de petróleo e derivados com os EUA.

O senhor não acha que a postura de seu governo pode aprofundar a tensão?
Nós queremos ter as melhores relações com o governo da Colômbia e estamos trabalhando nesse sentido. Mas não se pode continuar essa campanha permanente contra o chefe de estado, as instituições e a democracia venezuelana. A revolução bolivariana tem de ser respeitada assim como o governo da Colômbia. Queremos voltar a desenvolver o comércio, os investimentos conjuntos, o intercâmbio em todas as áreas -- cultural, energética etc. Mas a partir de uma retificação profunda, do respeito mútuo e absoluto. Se isso não existir, não temos como fazer o diálogo avançar.



Os usa querem guerras





O jênio não vai para êle isto é inutil






Serra foge da reunião da SBPC

José Serra é o único dos três principais candidatos a presidente que não vai comparecer à 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), esta semana, em Natal, que terá como tema as ciências do mar. Dilma Rousseff e Marina Silva confirmaram presença, mas Serra alegou problemas de agenda para cancelar sua visita, prevista para quinta-feira. A dica foi do nosso colaborador Gustavo, que mandou o link da notícia publicada no site nominuto.com.

Quero ver como a mídia vai reagir? Quando Dilma alegou problema de agenda, e de fato foi ao exterior para uma série de encontros, para não comparecer à sabatina da Folha de S.Paulo fizeram um carnaval, e o próprio Serra explorou a questão dizendo que Dilma fugia de debates.

Agora eu pergunto, o que vale mais: ir a uma sabatina de um jornal totalmente comprometido com a candidatura Serra, que se mostrou dócil com o candidato tucano, mas que faria tudo para derrubar Dilma, ou comparecer a um encontro que reúne os maiores cientistsa e pesquisadores do país?

As reuniões da SBPC foram um fórum de resistência durante os anos de ditadura no Brasil, e nela está um público de alta capacidade crítica, capaz de sustentar um debate de alto nível com qualquer candidato. Serra não gosta de enfrentar um público que não lhe seja servil. Não tolera nem jornalistas dos meios amigos que ousam incomodá-lo com alguma pergunta que o contrarie.

Na reunião da SBPC, Serra seria confrontado com a política educacional dos tucanos, que sucateou as universidades federais e desvalorizou seu corpo docente. Certamente seria lembrado também de como lidou com movimentos reivindicatórios, como os dos professores da USP, tratados a cassetete e gás lacrimogêneo, como a ditadura fazia em seus tempos mais sombrios.

Serra não quer debate nenhum com a sociedade. No máximo vai a encontros de entidades patronais e de empresários, onde pode soltar sua ultrapassada cantilena contra os movimentos sociais e os governos de esquerda da América Latina, pois sabe que terá uma claque a aplaudi-lo.

dotijolaço


Dilma reforça compromisso com acesso à educação

Dilma foi cercada pelos universitários na reunião da SBPC. Será que Serra despertaria o mesmo entusiasmo?

Dilma Rousseff foi à reunião da SBPC, em Natal, aquela da qual Serra fugiu, e falou de seus projetos para a educação, com inclusão social, centros vocacionais e acesso ao mercado de trabalho. Dilma disse que parte de um alicerce construído por Lula, “que inaugurou a era da inclusão social para mais de 190 milhões de brasileiros”.

O site nominuto.com, do Rio Grande do Norte, teve a sensibilidade de registrar não apenas a fala de Dilma e buscou no encontro da SBPC exemplos dessa inclusão educacional proporcionada por Lula. Localizou duas estudantes maranhenses, Simone Cardoso e Thrisna Christopher, alunas do recém criado campus avançado da Universidade Federal do Maranhão, em Chapadinha, no Baixo Parnaíba, quase divisa com o Piauí.

O Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da UFMA, que oferece três cursos em Chapadinha, é parte um projeto de interiorização do ensino superior, que amplia o acesso de estudantes às universidades e contribui para o desenvolvimento de regiões antes esquecidas. E a consequência prática dessa iniciativa pode ser verificada pelas declarações das estudantes maranhenses do curso de Ciências Biológicas.

“Fazia muitos anos que nós queríamos ter uma universidade e só agora, no governo Lula, conseguimos esse sonho”, comentou Thrisna. “Por causa de Lula nós estamos aqui estudando e tendo oportunidade de conhecer o meio da universidade”, disse Simone.

Dilma aproveitou a oportunidade para lembrar que o DEM, aliado incondicional do PSDB e responsável pela indicação do Da Costa para vice do serra, foi contra o Programa Universidade para Todos (Prouni), do governo Lula, e que deu entrada em um processo de inconstitucionalidade do programa, à época de sua criação.

Os demotucanos querem a educação para poucos para manter o país no atraso e o controle das elites que sempre representaram. Não gostam da educação, e muito menos pública. Durante os oito anos de governo tucano no país, o número de universidades privadas no país aumentou 118% e a privatização do ensino superior estava a todo vapor.

A SBPC foi ignorada e suas propostas de reforma do modelo das universidades federais, rejeitadas. De uma delas, desprezada pelo então ministro da Educação de FHC, Paulo Renato de Soiuza, posteriormente secretário de educação de Serra, nasceu o Reuni (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que possibilitou a abertura de novas universidades e a ampliação do número de cursos e vagas no governo Lula.

Dilma assumiu na reunião da SBPC o compromisso de elevar de 1,34% para 2% a participação do setor de Ciência e Tecnologia no PIB, e disse que se eleita pretende fazer com o Brasil chegue a ter 220 mil doutores.

dotijolaço


Em Natal (RN), Dilma encontra cientistas e recebe documento com propostas para o setor

Para que o Brasil dê um passo decisivo na direção de deixar de ser emergente e se tornar um país desenvolvido, com uma sociedade inclusiva e mais igual, precisa, de um lado, de educação e, de outro, de ciência, tecnologia e inovação.

A ideia foi defendida hoje (28/7) por Dilma Roussef, durante sua participação da 62ª Reunião da Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que acontece até 30 de julho no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal (RN).

Em seu discurso, Dilma fez um balanço das ações do governo Lula em Ciência, Tecnologia e Inovação, adiantando algumas de suas metas para o período 2011-2014, se eleita.

- aumentar os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D e I) dos atuais 1,34% para algo entre 1,8% a 2% do PIB.

- fortalecimento dos 122 institutos de pesquisa criados durante o governo Lula;

- a proteção da Amazônia e do mar;

- aumento do número de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq);

- aumento de mestres e doutores e de patentes.

Dilma acrescentou outras áreas que receberão atenção especial se ela for presidente:

- microeletrônica;
- fármacos;
- energia;
- produção de satélites (e seu uso para monitoramento do desmatamento na Amazônia);
- veículos lançadores de satélites (foguetes do programa espacial)

No balanço que fez da administração Lula, Dilma disse que “tem orgulho de ter participado de um governo que fez tento pela ciência e pela inovação tecnológica”. Em seguida ela citou as principais realizações na área:

- aumento do orçamento para atingir R$ 41,2 bilhões, no período 2007-2010, através do PACTI (Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional);
- o número de bolsas do CNPq e da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) dobrou;
- em 2010 são mais 160 mil bolsas de iniciação científica;
- o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia dobrou em quatro anos;
- a Lei do Bem, que desonera as empresas que fazem inovação

Documento da comunidade científica

Antes de iniciar seu discurso para um auditório lotado, a ex-ministra recebeu dos presidentes da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, uma carta com a agenda das duas entidades para as áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação.

Lido por Raupp, o documento, com centra-se em quatro propostas:

- uma revolução na educação, “em todos os níveis, incluindo o ensino técnico e as diversas formas de educação superior”.

- defende o Brasil deve estar na fronteira do conhecimento;

- a conservação e uso sustentável de seus biomas;

- agregar valor a produção e à exportação, por meio da intensificação da inovação nas empresas e fortalecimento da interação delas com instituições de ensino e pesquisa.

A ABC e a SBPC concluem a carta dizendo que “consideram que essa Agenda de Ciência e Tecnologia para o Brasil deve estar fortemente vinculada ao desenvolvimento social, integral e abrangente, pressuposto para uma nação forte e soberana”. (com informações da SBPC)
dosamigosdopresidentelula

A derrocada do PIG Partido da Imprensa Golpista







Estudo da UNESCO condena concentração da mídia

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), lancou o estudo “Indicadores de desenvolvimento da mídia: marco para a avaliação do desenvolvimento dos meios de comunicação”. Segundo o documento da Unesco (leia a íntegra aqui), o Estado deve impedir a concentração indevida no setor de mídia e assegurar a pluralidade. “Os governos podem adotar regras para limitar a influência que um único grupo pode ter em um ou mais setores”, diz o estudo.
A organização afirma que os responsáveis pelas leis antimonopólio precisam atuar livres de pressões políticas. “As autoridades devem ter, por exemplo, o poder de desfazer operações de mídia em que a pluralidade está ameaçada”, destaca.
Radiodifusão
O estudo recomenda ainda a divisão equitativa das frequências de rádio e televisão entre as emissoras públicas, privadas e comunitárias, e entre as estações nacionais, regionais e locais.
Para a Unesco, a distribuição de concessões deve ser transparente e aberta ao público. “O processo deve ser supervisionado por órgão isento de interferência política ou interesses particulares”, afirma.
Na primeira categoria de indicadores proposta para avaliar a mídia de um país, a Unesco questiona se a liberdade de expressão e o direito à informação são garantidos por lei e respeitados na prática.
A publicação ressalta ainda a importância de se preservar a independência editorial e o sigilo das fontes jornalísticas. Além disso, conforme o texto, é preciso averiguar se a população e as organizações da sociedade civil participam da formulação de políticas públicas relativas à mídia.
Restrições justificadas
A Unesco recomenda que o Estado não imponha restrições legais injustificadas à mídia e que as leis sobre crimes contra com a honra (como a difamação) imponham restrições o mais específicas possível para proteger a reputação dos indivíduos.
Restrições à liberdade de expressão, o discurso do ódio, a privacidade, o desacato a tribunal e a obscenidade têm de ser definidas com clareza na lei e devem ser justificáveis em uma sociedade democrática”, diz o estudo.
Censura
Segundo o documento, a mídia não pode estar sujeita à censura prévia – ou seja, qualquer violação às regras para o conteúdo da mídia deve ser punida apenas após sua publicação ou divulgação.
Além disso, o Estado não deve tentar bloquear ou filtrar conteúdo da internet considerado sensível ou prejudicial. “Os provedores, sites, blogs e empresas de mídia na internet não têm a obrigação de registrar-se em um órgão público ou obter uma permissão dele”, informa.
Com relação ao sistema de rádio e televisão, a Unesco recomenda que haja às emissoras garantias legais de independência editorial contra interesses partidários e comerciais. O órgão regulador do setor também deve ser composto por integrantes escolhidos em processo transparente e democrático, e deve prestar contas à população.
Na terceira categoria de indicadores prevista no documento, a Unesco questiona se o conteúdo da mídia – seja ela pública, privada ou comunitária – reflete a diversidade de opiniões na sociedade, inclusive de grupos marginalizados.
A UNESCO também considera essencial para o fortalecimento da democracia o desenvolvimento da mídia comunitária; a capacitação dos profissionais da área; e o avanço da infraestrutura de comunicação, para recepção da radiodifusão, acesso a telefones e à internet.
As informações são da Agência Câmara.
Naturalmente, pelo próprio conteúdo e conclusões, o estudo não mereceu maior destaque ou divulgação pelo baronato midiático nacional sempre pronto a ocultar fatos desfavoráveis aos seus interesses.
By: O Partisan

segunda-feira, julho 26, 2010






Decifrando a Opus Dei

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Como sabido, a Opus Dei é uma seita que tem como uma de suas características o membro chicotear ele próprio(isso significa que a instituição está exercendo mais controle sobre você.Tem de machucar, deixar marcas. Caso contrário, não “faz efeito”).O grande nome da Opus Dei no Brasil é o senhor Carlos Alberto Di Franco.Neste artigo, ele diz que Dilma é uma criatura que ainda tem que ser decifrada.Ok, vamos lá decifre Dilma.Eu de há muito tempo decifrei a Opus Dei:.Geraldo Alckmin, Ives Granda Martins, Ruth Kelly e afins, fazem parte dessa seita que vive em constante comunhão com o diabo.





Dez falsos motivos para não votar na Dilma Roussef

Por Jorge Furtado

Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes.

1. “Alternância no poder é bom”.

Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.

2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.

Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra, por sua vez, tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.

3. “Dilma não é simpática”.

Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. (nota do Blog do Cappacete: Serra foi um péssimo governador para São Paulo, Jorge Furtado é gaúcho e não conhece a realidade paulista). Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.

4. “Dilma não tem experiência”.

Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.

5. “Dilma foi terrorista”.

Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.

6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano”.

Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.

7. “Serra vai moralizar a política”.

Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.

8. “O PT apóia as FARC”.

Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Artur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?

9. “O PT censura a imprensa”.

Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.


10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.

Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.


(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.

Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões

Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares

Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões

Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos

Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78

Reservas cambiais:
FHC/Serra = 185 bilhões de dólares negativos x Lula/Dilma = 239 bilhões de dólares positivos.

Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%

Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%

Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%


(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:

José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.

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