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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 14, 2010

Mercadante São Paulo necessita













Estadista da PAZ Dilma mostra a que veio






Lula matou o DEM, PFL, PDS, ARENA, UDN

Dilma, Lula e Ideli no comício: por que votar no DEMos se eles queriam acabar com o PROUNI?


O comício em Joinvelle arrastou outra multidão, para levar Dilma, Ideli Salvatti (PT), Cláudio Vignatti (PT) e Ghizoni (PCdoB) rumo à vitória em Santa Catarina.

Dilma Rousseff, pediu reflexão sobre o futuro para o país e o estado:

“Agora nós vamos ter de olhar e pensar que futuro nós vamos querer para o Brasil. Queremos um futuro que apresenta para nós a possibilidade desse país de acabar de vez com a miséria, a possibilidade desse país se transformar numa das maiores nações do mundo, com um povo de classe média. Ou queremos a volta da paralisia, do desemprego e da desigualdade?...

... É o futuro que levou a 700 mil estudantes a cursar a universidade privada? Ou é o passado voltando com aqueles que hoje são nossos adversários que queriam acabar com o Prouni? É o futuro que vai levar milhões de crianças a ter oportunidade de estudar numa creche? Ou é aquele futuro que a gente ia de joelhos pedir dinheiro emprestado para o FMI?...

... Santa Catarina é especial porque tem uma classe trabalhadora e empresarial competente. Mas, a gente precisa de parceiros. Eu conheço aqui nesse palanque alguém que a gente pode confiar: é essa mulher, a senadora Ideli Salvatti. A Ideli foi responsável pela aprovação dos grandes programas do presidente Lula no Congresso”.

Na sua vez de discursar, Ideli disse: “Foi com o senhor, presidente, que aprendi a governar para a maioria. Juntos nós vamos transformar Santa Catarina no melhor lugar para se viver no Brasil”.

O presidente, quando discursou, lembrou aos catarinenses que eles não podiam permitir que o estado seja governado por um representante do DEMos, que é contra os avanços do governo federal e entrou na justiça para acabar com o ProUni.
*dosamigosdaPresidentaDilma


Em SC, Lula chama Bornhausen de Bornhausen e DEMO de DEMO


É preciso extirpar o DEMO


Nada como uma eleição para lavar a roupa suja.

Com 80% de popularidade e uma candidata que deve ganhar no primeiro turno, Lula soltou os cachorros em Santa Catarina.

Chamou os Bornhausen de Bornhausen, ou seja, de extrema-direita.

Os DEMO de DEMO, que foram ao Supremo contra os negros que entram, na maioria, no ProUni.

E o Luiz Henrique, que vivia de papagaio de pirata do Ulysses Guimarães, como o Heráclito Fortes e acabou como o Heráclito – na melancólica extrema direita, de braços dados ao Bornhausen.

Em tempo: quem é DEMO nessa e foi em todas as eleições ? O jenio.


‘Precisamos extirpar o DEM da política brasileira’, afirma Lula.


Presidente participou de comício de Dilma Rousseff em Joinville (SC).

Do G1, em São Paulo


Em comício da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, na noite desta segunda-feira (13), em Joinville (SC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o partido de oposição DEM seja “extirpado” da política brasileira.


Em discurso marcado por críticas à sigla opositora e aos adversários do PT em Santa Catarina, Lula disse que o Democratas “alimenta ódio”.


“Eu não quero crer que esse povo extraordinário de Santa Catarina vá pensar em colocar no governo alguém de um partido que alimenta ódio, que entrou na Justiça para acabar com o ProUni [programa federal de concessão de bolsas universitárias], como o DEM entrou”, disse Lula.


Segundo última pesquisa do Ibope, o candidato do DEM ao governo de SC, Raimundo Colombo, assumiu a liderança na disputa. Colombo tem o apoio do PSDB e do PMDB do ex-governador Luiz Henrique, apoiado por Lula em 2006 e que hoje disputa vaga no Senado.


“Quando Luiz Henrique foi eleito pensei que ele ia mudar, mas ele trouxe de volta o DEM, que nós precisamos extirpar da política brasileira”, disse o presidente.

Em discurso, o presidente também centrou fogo na família Bornhausen, tradicional na política catarinense, do deputado federal Paulo Bornhausen (DEM-SC) e do ex-presidente nacional do partido Jorge Bornhausen.


“Nós já aprendemos demais e sabemos que os Bornhausen não podem vir disfarçados de carneiros, porque já sabemos quem são os Bornhausen, já conhecemos as histórias deles”, disse Lula.


Lula critica ‘direita raivosa’

Em referência ao escândalo do mensalão, Lula disse ter sido alvo da “direita raivosa” que “levou Getúlio Vargas a dar um tiro no coração” e impulsionou a ditadura militar no país.


“Essa mesma direita tentou fazer o mesmo comigo em 2005, e não fez. Porque eu tinha um ingrediente a mais, eu tinha vocês, e eles nunca tinham lidado com um presidente da República que tinha nascido no berço da classe operaria desse pais”, afirmou.


O presidente citou números de repasses federais a Santa Catarina e disse ter atitude “republicana” em relação a governantes de oposição. Fez menção ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, ao afirmar que não distribui verbas por critérios partidários.


“O adversário dessa mulher aqui [Dilma] recebeu mais dinheiro no meu governo do que o Mário Covas [ex-governador de SP] recebeu em oito anos quando o Fernando Henrique Cardoso era do mesmo partido e presidia esse país”, disse.

*ConversaAfiada

O castigo de Bornhausen

Há cinco anos, o então presidente do DEM, então PFL, Jorge Bornhausen, dissera: “A gente vai se ver livre desta raça por, pelo menos, 30 anos”, se referindo a Lula, ao PT e, provavelmente, à toda a esquerda.
O ex-senador continuou a fazer suas caminhadas na linda Praia Brava, na linda Ilha de Florianópolis, e ainda deve andar todo lampeiro com a lideranças que seu candidato, Raimundo Colombo, ostenta nas pesquisas para o governo.
Mas a maré vai virar e ele vai ter de enfrentar a onda pró-Dilma. Haverá segundo turno e, aí, contra Ideli Salvati ou Ângela Amin, não haverá possibilidade de que o DEM ganhe o Governo do Estado.
Hoje, ele teve de ouvir Lula comer bem frio o prato da vingança. O presidente exortou o povo catarinense a “extirpar o DEM da vida política do país”. Pelo voto, antes que os engraçadinhos venham dizer que isso é autoritário. “Nós já aprendemos demais, já sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados carneiros” , disse Lula.
Aliás, o discurso de Lula mostrou – estou tentando conseguir o vídeo – nossa confluência histórica:
“É a mesma direita que articulou e levou o Getulio Vargas a dar um tiro no coração, a mesma direita que levou o João Goulart a renunciar. É a mesma direita que disse que Juscelino Kubitschek não podia ganhar, se ganhasse não tomava posse e se tomasse posse não ia governar. Essa mesma direita tentou fazer o mesmo comigo em 2005. E não fez porque eu tinha ingrediente a mais, eu tinha vocês. Eles nunca tinham lidado com um presidente que tinha nascido no berço da classe operária desse país”.
O “Reich de mil anos do pensamento único” se acabou faz tempo.
*Tijolaço, comtextolivre

Lula:'precisamos extirpar o DEMO da política brasileira'


Exatamente, e, com os demos, os bicudos corruptos.

JOINVILLE, Santa Catarina (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na segunda-feira duras críticas ao Democratas, um dos partidos que dá sustentação ao presidenciável do PSDB, José Serra, durante comício realizado em apoio à candidata petista ao governo de Santa Catarina, Ideli Salvatti.

Ao lado de Dilma Rousseff (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto na corrida ao Planalto, Lula afirmou que "os Bornhausen não podem vir disfarçados de carneiros", porque, de acordo com ele, "todos sabem a história deles".

O presidente se referiu à família Bornhausen, cujo reduto eleitoral é esse Estado e que faz oposição sistemática ao governo Lula em Brasília e apoia Raimundo Colombo (DEM), candidato ao governo estadual, hoje líder nas pesquisas.

"Quando a direita raivosa, quando a direita com ódio, a mesma direita que articulou e levou Getúlio Vargas a dar um tiro no coração... a mesma direita que levou o João Goulart a renunciar, a mesma que disse que Juscelino não podia ganhar... Essa mesma direita tentou fazer isso comigo em 2005 e não fez", discursou Lula.

Lula também respondeu às criticas da oposição aumentando ainda mais o tom dos ataques. O governo federal tem recebido críticas de Paulo Borhausen, deputado federal do DEM-SC, que tem declarado que o governo Lula não envia recursos para o Estado para recuperar as perdas provocadas com as enchentes de 2008.

"Antes de terminar o meu mandato, eu vou pedir para Controladoria Geral da República para fazer uma investigação do dinheiro federal.. para saber onde esse dinheiro foi parar, porque não faltou dinheiro para cá, para a seca do Rio Grande do Sul, nem para a chuva do Nordeste e nem para nenhum Estado", rebateu Lula.

Mesmo batendo na imprensa, o presidente pediu seu apoio. "Muita gente acha que não gosto da imprensa, mas cheguei até aqui por causa dela, mesmo quando diz mentira a meu respeito... porque o povo, na sua sabedoria, consegue separar o joio do trigo", declarou.

Em seu discurso, Dilma também fez ataques a seu adversário, mas de forma mais amena, e comparou o governo Lula com o de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

"Temos que escolher qual futuro a gente quer. Se o futuro de 700 mil estudantes na universidade privada ou voltar para o passado com aqueles que hoje são nossos adversários e queriam acabar com o ProUni", disse Dilma.





ss Erra






Aécio dá tchau para o Serra

José Serra está pressionando seu colega Aécio Neves, candidato tucano ao senado para que ele mostre Serra em seus programas eleitorais em Minas. Apesar da pressão, os tucanos mineiros amigos do ex-governador asseguram que o efeito será quase nulo. Eles têm em mãos pesquisa Vox Populi que mostra que só 8% do eleitorado mineiro "com certeza votaria em Serra" por causa de Aécio. Outros 68% declaram que não seguiriam os conselhos do mineiro tucano Aécio Neves.
*amigosdopresidenteLULA

SP:Falta de transporte coletivo faz trabalhador perder 35 dias por ano no trânsito


A falta de transporte coletivo de qualidade na cidade de São Paulo obriga as pessoas a dirigirem, em média, 2 horas e 43 minutos por dia para se deslocarem de casa para o trabalho e do trabalho para casa, segundo levantamento do Ibope. Multiplicando pelos dias úteis, o trabalhador perde 35 dias por ano no trânsito.

As melhorias no transporte só existem na propaganda do governo do Estado. No caso da rede metroviária, por exemplo, os tucanos não cumpriram suas próprias metas de investimento.

Durante a gestão Alckmin, de 2003 a 2006, foram entregues apenas 2 km de metrô e duas estações: Imigrantes e Chácara Klabin, na linha 2 – Verde. Dos investimentos previstos para o período na Linha 2 e na Linha 4 do Metrô, apenas 28,11% dos valores previstos foram efetivamente repassados e pagos pelo governo Geraldo Alckmin à empresa.

A propaganda de José Serra criou a ilusão de que São Paulo estaria preparada para absorver a demanda ao final de 2010, quando o Plano de Expansão estivesse implantado, o que não ocorreu. O ex-governador prometeu entregar 18 km de metrô e 12 estações até 2010.

Mas, de 2007 a 2010, José Serra entregou apenas 7 km e cinco estações, sendo três da Linha 2 – Verde: Alto do Ipiranga (2007), Sacomã (2010) e Vila Prudente (2010) e duas estações para a Linha 4 Amarela: Paulista e Faria Lima (2010). As três últimas estações funcionando em horário restrito.

A gestão Serra deixou de investir R$ 1,3 bilhão na expansão da rede de metrô de São Paulo em 2009. Ao todo, estava previsto o gasto de R$ 3,3 bilhões, mas foram aplicados R$ 2 bilhões na ampliação, segundo balanço do Metrô, publicado no Diário Oficial do Estado em abril deste ano . O valor de investimento estava previsto no orçamento 2009, aprovado pela Assembleia Legislativa.

A redução dos investimentos ocorreu principalmente pelo atraso na Linha 5-Lilás (Chácara Klabin / Capão Redondo). O trecho deixou de receber R$ 1 bilhão, o equivalente a 80% da verba prevista. Segundo a empresa, não houve falta de recursos financeiros nas obras. A linha 5 – lilás ainda está do jeito que foi inaugurada em 2002, parada no Largo Treze. O governo estadual prometeu a inauguração de duas novas estações para 2010, a Estação Adolfo Pinheiro e a Estação Campo Belo, o que foi postergado, pois as obras mal começaram.

Já a linha 4 – Amarela (Vila Sônia/Luz), que deveria ter entrado em operação em 2008, ainda não tem cronograma de funcionamento das seis estações previstas na fase 1, nem cronograma certo da fase 2, prevista para entrar em operação em 2012. Isso porque, por falta de fiscalização e por negligência do governo do Estado, houve o desabamento na futura estação Pinheiros, ocasionando a morte de sete pessoas. A empresa privada contratada para operar a linha, até o momento, só possui oito dos 14 trens previstos. O atraso operacional tem prejudicado mais de 700 mil passageiros diariamente.

A linha 2 – Verde (Vila Madalena/Vila Prudente), além do atraso na inauguração das estações Tamanduateí e Vila Prudente, previstas para março de 2010, está superlotada nos horários de pico.

Mas, em termos de lotação, a campeã é a linha 3 – Vermelha (Palmeiras – Barra Funda/Corinthians – Itaquera), a mais lotada do mundo, com mais de nove passageiros por metro quadrado no horário de pico. A linha 1 – Azul (Tucuruvi/Jabaquara) segue o mesmo caminho.

No ano de 2010, deveria entrar em operação a linha 6 – Laranja (Brasilândia/São Joaquim), mas ainda não existe sequer o projeto executivo da linha.

Como conseqüência da falta de metrô e de outros meios de transporte coletivo de qualidade no Estado, as pessoas são obrigadas a utilizarem o transporte individual no modo motorizado (motos ou carros), segundo a última pesquisa Origem Destino, realizada em 2007 pelo Metrô. Esse tipo de transporte representa 45% das viagens, contribuindo com os congestionamentos crônicos e aumento da poluição. Fonte:PT



Marcelo Tas, o humorista patrocinado pelo DEM de Santa Catarina, acaba de postar na sua página do Twitter :"No comício em SC, pres. Lula disse que quer "extirpar" a oposição. Conhece alguma figura histórica que teve este mesmo desejo?"

Sim, Tass, nós lembramos de uma histórica que teve este mesmo desejo

Seu pupilo, aquele que te paga para dar palestras, o ex presidente do PFL,atual DEM, e ex-senador Jorge Bornhausen (SC) afirmou em público: “Vamos acabar com essa raça.Vamos nos ver livres dessa raça”.Se referindo ao PT, a Lula e aos eleitores. Então podemos, também, dizer que os líderes do DEM consideram Jorge Bornhausen nazista?.

Quem vai extirpar o DEM e o PSDB é o povo, e nas urmas, no dia 03 de outubro. É só ver as últimas pesquisas. O Brasil não quer mais saber desses partidos

E o leitor que quiser tirar de circulação esse tipo de cabo eleitoral do DEM, é só prestar atenção nos anunciantes que patrocina a baixaria no programa CQC da Band, e boicotar. Simples assim

*dosAmigosdoPresidenteLULA

segunda-feira, setembro 13, 2010

Padre Eunuco ou fim do Celibato. Celibato é farsa insuportável






Igreja católica belga promete ajudar as vítimas de padres pedófilos

Bélgica: Abusos sexuais de padres levaram 13 pessoas ao suicídio

Bélgica: 475 vítimas de pedofilia pedem indemnizações à Igreja

Perto de meio milhar de vítimas de pedofilia, crimes cometidos por padres belgas que já prescreveram, pediram indemnizações à Igreja Católica. Treze das vítimas suicidaram-se.


As vítimas dos padres belgas acusados de pedofilia, meio milhar de acordo com o relatório conhecido sexta-feira, pediram indemnizações à Igreja Católica.

O advogado de 30 das vítimas, Walter Van Steenbrugge, declarou que os seus clientes procuram justiça pela via civil dado que a maioria dos delitos prescreveram uma vez que os factos aconteceram nos anos 60, 70 e 80.

"As vítimas têm direito ao reconhecimento (dos crimes) e a serem compensadas", disse o advogado ao canal belga RTBF.

Conclusões da investigação


Na passada sexta-feira foram apresentadas as conclusões da comissão que investigou os abusos sexuais no seio da Igreja belga, dirigida pelo pedopsiquiatra Peter Andriassen, revelando que 475 crianças sofreram abusos e 13 dessas se suicidaram.

Ao longo de 200 páginas sucedem-se testemunhos de antigos alunos internados em colégios religiosos que foram vítimas de abusos e que denunciaram uma lei de silêncio na cúpula da hierarquia eclesiástica, que conheceria os casos.

Dois dias depois da apresentação das conclusões, o cardeal belga Godfried Danneels disse sentir-se "chocado" com o acontecido, numa das poucas reações da Igreja belga.

"O caso Dutroux da Igreja"


A dimensão dos abusos levou mesmo Andriassen a afirmar que este é "o caso Dutroux da Igreja", em referência ao assassino e pedófilo belga Marc Dutroux.

No sábado foi conhecido que o antigo bispo da cidade belga de Bruges, Roger Vangheluwe, pediu a reforma da sua antiga diocese.

Vangheluwe foi o primeiro religioso a ser demitido do cargo na sequência do escândalo de pedofilia, depois de ter sido conhecido que abusou de crianças na sequência do escândalo que desde novembro de 2009 abalou a Igreja Católica belga.

Num comunicado, o antigo bispo, de 73 anos, afirmou que está a deixar a comunidade de Westvleteren, onde encontrou refúgio nos últimos meses, para se retirar para "outro lugar, fora da diocese de Bruges".

O antigo bispo de Bruges exprimiu novamente o seu arrependimento e pediu desculpas à sua vítima e à família. "A minha tristeza tem aumentado desde que vi o mal causado pelos seus atos", afirmou.


Por Redacção

Uma comissão incumbida de investigar a pedofilia na Igreja Católica belga divulgou, esta sexta-feira, que pelo menos 13 pessoas se suicidaram depois de terem sido abusadas por padres.

A comissão, que recolheu testemunhos de 475 pessoas abusadas e de familiares, avança que foram referidos 13 suicídios que terão «relação com o abuso sexual» por parte de um clérigo.

André-Joseph Léonard, primaz da Bélgica, em coletiva de imprensa


BRUXELAS — A Igreja católica belga, abalada por um escândalo de pedofilia sem precedentes, comprometeu-se esta segunda-feira a dar mais atenção às vítimas, após a publicação de um relatório com mais de uma centena de testemunhos de abuso sexual de menores nos últimos 50 anos, que o papa Bento XVI disse terem lhe causado "dor".

"Queremos nos comprometer com as vítimas, e ajudá-las ao máximo", declarou à imprensa o primaz da Bélgica, André-Joseph Léonard, admitindo que a crise desatada por esses casos é profunda dentro da Igreja.

"Temos que ouvir suas perguntas para restabelecer sua dignidade, e ajudá-las a superar a dor que tanto sofreram", acrescentou.

Monsenhor Léonard também reiterou seu apelo para que os culpados confessem seu pecado, admitindo que os pedidos anteriores neste sentido não foram ouvidos.

"Dos erros do passado queremos tirar as lições necessárias", insistiu.

O relatório da "Comissão para o tratamento de queixas de abusos sexuais em uma relação pastoral", criada pela Igreja, mas dirigida por um psiquiatra independente, Peter Adriaenssen, revelou ter recebido, entre janeiro e junho de 2010, cerca de 500 queixa por parte de vítimas.

O professor Adriaenssen também anunciou que 13 pessoas cometeram suicídio.

"Naturalmente o Papa sente muita dor" com a publicação deste relatório, declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, à emissora de TV belga RTL-TVI.

O documento "revela, uma vez mais, o imenso sofrimento das vítimas e dá maior consciência da gravidade destes crimes", acrescentou Lombardi.

A Igreja belga assegurou nesta segunda-feira que estuda a criação de um "centro de reconhecimento, reconciliação e cura", mas que os detalhes ainda não estão definidos. "Esperamos que esse centro seja aberto até o Natal", explicou Johan Bonny, bispo da Antuérpia.

A associação Direitos Humanos da Igreja, que reúne vítimas de abusos sexuais cometidos por sacerdotes, declarou-se decepcionada com a falta de independência deste organismo.

"Não pode haver uma comissão de investigação de crimes cometidos em uma instituição que seja controlada por esta mesma instituição", queixou-se seu porta-voz, Lieve Halsberghe.

Depois dos escândalos que atingiram as Igrejas alemã, irlandesa e americana, entre outras, uma chuva de queixas inundou a Bélgica depois da demissão, em 23 de abril, do bispo de Bruges, Roger Vangheluwe, que admitiu ter abusado sexualmente de seu sobrinho menor de idade entre 1973 e 1986.

Roger Vangheluwe anunciou no domingo sua aposentadoria fora de sua antiga diocese, apesar de inúmeras pessoas defenderem que fosse passado para estado laico.

Indagado sobre o futuro de Roger Vangheluwe, Léonard disse que corresponde a Roma decidir isso. "O procedimento seguirá como previsto. A nunciatura nos assegurou que num prazo razoável Roma tomará esta decisão", afirmou.

O escândalo de pedofilia criou um trauma em todo o país, onde as revelações se sucedem.

Um religioso flamenco pedófilo, Eric Dejaeger, disse que vai se entregar em breve à justiça do Canadá, onde é alvo de queixas por parte de vítimas de abusos sexuais, segundo a imprensa belga.

O homem, de 63 anos, atuou como missionário no Canadá nos anos 1970 para converter a população inuit ao cristianismo. Foi condenado em 5 de abril de 1990 a cinco anos de prisão nesse país pelo estupro de oito meninos, antes de ser colocado em liberdade ao final de 18 meses.

No entanto, em 1995, foi alvo de novas queixas, o que o fez voltar à Bélgica, onde reside desde 2009. A justiça belga indicou, no entanto, que precisa de um pedido de extradição do Canadá para entregá-lo a este país.

Militância é cidadania






O Ad Hominem da Militância

Já é um clichê repetido à exaustão que a grande mídia tem sofrido um tranco duro durante esta década de disseminação do acesso à internet. Não quero aqui martelar outra vez este ponto, mas analisar, de forma breve, uma variação recente da resposta de alguns jornalistas ao processo que poderíamos chamar de “choque de transparência”.

Trata-se do termo “militância”, sistematicamente usado por jornalistas para desqualificar as críticas recebidas pela grande mídia na internet. Em primeiro lugar, vale lembrar uma diferença entre os blogues, principais instrumentos de crítica da mídia na primeira metade da década, e o Twitter, plataforma de micro-publicações que adquire cada vez mais importância na internet brasileira. Muito pode ser dito aqui e existe gente mais qualificada que eu para falar dos aspectos técnicos da coisa. Limito-me a apontar o óbvio: por mais barulho que os blogues fizessem, era relativamente simples ignorá-los. Um blog opera em seu espaço próprio, que o jornalista da grande mídia, mesmo visitando, pode ignorar ou fingir ignorar. No Twitter, não. Cada jornalista e veículo de mídia possui seu próprio perfil, mas opera no mesmo ambiente que todos os outros tuiteiros. Uma avalanche de menções a alguém dificilmente poderá ser ignorada sem que se caia no ridículo. Por isso a ombudsman da Folha foi obrigada a dedicar a coluna inteira deste domingo ao #DilmafactsbyFolha. Teria ficado feio demais fingir desconhecimento de uma experiência tão impactante como aquela.

Posto que praticamente nenhum tuiteiro vive sem dar uma olhadinha na coluna das menções a seu nome, os jornalistas e a grande mídia começaram a ter uma ideia de como são percebidos. O autismo com que sempre se comportaram sofreu um duro golpe e a principal estratégia de desqualificação não tardou a se consolidar. Observando as últimas colunas dos Mervais, Cantanhêdes, Noblats, Leitões et caterva, dois dos substantivos mais repetidos são “militante” e “militância”. As críticas que recebem são colocadas na conta da militância enquanto eles, evidentemente, acreditam fazer “jornalismo”.

Como todas as outras observações supostamente neutras, esta também merece ser dissecada. Sabemos qual é o único grande partido brasileiro que tem “militantes”. PSDB, DEM, PMDB e congêneres não possuem “militantes”. Podem possuir funcionários, assessores, parlamentares, mas militante é coisa mais rara nessas agremiações. O mais curioso na desqualificação é que um militante é alguém que, por definição, faz política porque nela acredita. Um jornalista empregado por um grande grupo de mídia brasileiro é alguém que, por definição, e não importa quais sejam suas opiniões e integridade pessoais, está severamente limitado no que pode dizer, mesmo quando bloga ou tuíta em seu próprio nome. No entanto, uma enorme fração destes últimos se vê no direito de desqualificar fatos e argumentos apresentados por aqueles com o ad hominem “você é militante” (link via César). O argumento ad hominem, que desqualifica o interlocutor sem se ocupar do conteúdo do argumento, costuma ser o último refúgio de quem está em apuros numa discussão. Os jornalistas da grande mídia têm recorrido a ele com frequência impressionante.

Especialmente nos debates acerca do governo Lula e de seu antecessor, repete-se o mesmo paradigma com tediosa previsibilidade. Mostram-se números, dados, gráficos e fatos que ilustram o que sabe 85% da população brasileira: que o governo Lula foi muito melhor para o Brasil, e especialmente para os mais pobres, que seu antecessor tucano. Acossado pela comparação entre níveis de salário, de investimento, de relação dívida / PIB, entre o número de universidades construídas, vagas criadas para o ensino superior e empregos gerados nos dois governos, além de uma infinidade de outros etecéteras, o jornalista “isento” só consegue, num implícito reconhecimento de derrota no debate, resmungar: "eu faço jornalismo, você é militante".
Está cada vez mais bonito ver essa galera levar baile. Os “militantes”, pelo que parece, só estão começando.
Idelber Avelar

“Liberdade de expressão” – o que significa para o PiG







Judith Brito é a presidente da ANJ, líder da oposição e guardiã da “liberdade de expressão”

O Conversa Afiada reproduz texto de Washington Araújo, enviado pelo amigo navegante Miguel:

Novas definições para liberdade de expressão


Por Washington Araújo


Após o encontro promovido pelo Instituto Millenium, liberdade de expressão possui 30 novos significados.


1. Liberdade de expressão é interditar todo e qualquer debate democrático sobre os meios de comunicação.


2. Liberdade de expressão só pode ser invocada pelos que controlam o monopólio das comunicações no País.


3. Liberdade de expressão é bem supremo estando abaixo apenas do Deus Mercado.


4. Liberdade de expressão é moeda de troca nas eternas rusgas entre situação e oposição.


5. Liberdade de expressão é denunciar qualquer debate sobre mecanismos para termos uma imprensa minimamente responsável.


6. Liberdade de expressão é gerar factoides, divulgar informações sabidamente falsas apenas para aproveitar o calor da luta.


7. Liberdade de expressão é deitar falação contra avanços sociais, contra mobilidade social, contra cotas para negros e índios em universidades públicas.


8. Liberdade de expressão é cartelizar a informação e divulgá-la como capítulos de uma mesma novela em variados veículos de comunicação.


9. Liberdade de expressão é não conceder o direito de resposta sem que antes o interessado passe por toda a via crucis de conseguir na Justiça valer seu direito.


10. Liberdade de expressão é explorar a boa fé do povo com programas de televisão que manipulam suas emoções e suas carências oferecendo uma casa aqui outro carro ali e assim por diante.


11. Liberdade de expressão é somente aprovar comentários aptos à publicação em sítio/blog da internet se estes referendarem o pensamento do autor e proprietário do sítio/blog.


12. Liberdade de expressão é ser leviano a ponto de chamar a ditadura brasileira de “ditabranda” e ficar por isso mesmo.


13. Liberdade de expressão é imputar ao presidente da República comportamento imoral tendo como fundamento depoimento fragmentado da memória de um indivíduo acerca de fato relatado quase duas décadas depois.


14. Liberdade de expressão é apresentar imparcialidade jornalística do meio de comunicação mesmo quando os principais jornalistas fazem de sua coluna tribuna eminentemente partidária.


15. Liberdade de expressão é fazer estardalhaço em torno de um sequestro que não ocorreu há quase 40 anos com a clara intenção de tumultuar o processo político atual.


16. Liberdade de expressão é assacar contra a honra de pessoa pública utilizando documentos de autenticidade altamente duvidosa e depois fazer mea culpa na seção “Erramos”.


17. Liberdade de expressão é submeter decisões editoriais a decisões comerciais de empresas e emissoras de comunicação.


18. Liberdade de expressão é somente dar ampla divulgação a pesquisas de opinião em que os resultados sejam palatáveis ao veículo de comunicação.


19. Liberdade de expressão é não ter visto Lula, o filho do Brasil e considerá-lo péssimo produto cinematográfico.


20. Liberdade de expressão é minimizar o descaso do poder público ante as enchentes de São Paulo e reduzir candidato à Presidência a mero poste.


21. Liberdade de expressão é ter dois pesos em política externa: Cuba é o inferno e China é o paraíso.


22. Liberdade de expressão é demonizar movimentos sociais e defender a todo custo latifúndios vastos e improdutivos.


23. Liberdade de expressão é usar uma concessão pública para aumentar os níveis de audiência com o uso perverso de crianças no papel de vilões.


24. Liberdade de expressão é desqualificar quem não aprecia a programação servida pelo Instituto Millenium.


25. Liberdade de expressão é rejeitar in totum toda e qualquer proposição da Conferência Nacional de Comunicação.


26. Liberdade de expressão é apostar em quem ofereça garantias robustas visando manter o monopólio dos atuais donos da mídia brasileira.


27. Liberdade de expressão é obstruir qualquer caminho que conduza mecanismos de democracia participativa.


28. Liberdade de expressão é fazer coro contra qualquer governo de esquerda e se omitir contra malfeitorias de qualquer governo de direita. Ou vice-versa.


29. Liberdade de expressão é fugir como o diabo foge da cruz de expressões como liberdade, democracia, cidadania, justiça social, controle social da mídia.


30. Liberdade de expressão é lutar para manter o status quo: “O direito de informar é meu e ninguém tasca.”


Miguel Baia Bargas

*ConversaAfiada

SS erra só ele é dono da verdade vixe











O exterminador de vice

José Serra deve ter perdido hoje até o voto do seu vice. Em palestra na Ordem dos Advogados do Brasil, em Brasília, contou ter feito uma emenda para não ter vice, que considera “uma coisa que vem do passado”.

O tucano não devia se preocupar muito com isso pela irrelevância do seu vice, mas com sua “sutileza” e desprezo aos aliados atingiu diretamente seu companheiro de chapa e também ao DEM, responsável pela indicação.

“O vice hoje é para composição política. Muitas vezes soma ao contrário”, afirmou Serra, certamente querendo jogar nas costas do Da Costa a culpa pela seu inexorável despencar

Coitado do Da Costa, nem bem pôs as asinhas de fora e já foi atingido por flecha amiga. Muy amiga.

*Tijolaço


Todo mundo ficou sabendo que filha de Serra tinha negócios em paraísos fiscais no dia 4 de junho

Os "blogs sujos" como o nosso e o Conversa Afiada, no dia 4 de junho deste ano,mostramos a introdução do livro de Amaury Ribeiro Júnior, que repetimos abaixo.
Introdução ao livro que aloprou o Serra:
Os porões da privataria
Quem recebeu e quem pagou propina. Quem enriqueceu na função pública. Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria. Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos. Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais. Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo. Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem o que explicar ao Brasil.
Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como (Marin) é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil …
Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.
A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior.
Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.
(Ricardo Sergio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m… “, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)
Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).
O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.
A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.
O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.
O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.
Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.
Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.
Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.
De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.
Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” — foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria…
Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.
(1) A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.
(2) As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.