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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, outubro 02, 2010
Por que a Globo medrou
A Globo sabe que já era |
A Globo medrou porque a Classe C aumentou e, com dinheiro no bolso, mais pessoas se libertaram da escravidão da Globo.
A Globo mudou porque menos gente assiste à televisão – e menos gente das classes A e B, vidradas na Globo.
A televisão se instalou na Classe C e a Globo não percebeu.
Como Serra e o FHC, a Globo pensa que a “Classe C” fica entre a Business e a Primeira.
A Globo medrou por causa da Ongoing, uma empresa de origem portuguesa, que começou a comprar jornais que fazem concorrência aos jornais da Globo.
E vai comprar mais.
A Globo medrou por causa da internet – e menos gente depende do jornal nacional.
A Globo medrou porque as pessoas vão ver o que bem entenderem da TV na telinha do celular.
A Globo medrou porque o Governo Lula não subsidiou a Globo.
No Governo do Fernando Henrique, com 50% da audiência, a Globo ficava com 90% da verba do Governo Federal.
Era subsídio na veia.
Com Lula, e Franklin Martins, os 45% de audiência de hoje rendem 48% da verba federal.
A Globo medrou porque o Edir Macedo apoiou a Dilma.
A Globo medrou porque, segundo a Veja, a última flor do Fascio, a Record vai comprar o Brasileirão e a Copa do Mundo.
A Globo medrou porque a Dilma vai fazer a Ley de Medios.
A Globo medrou porque a Globo tem que salvar a pele.
O Golpismo da Globo foi longe demais.
A Globo agora tem que se preocupar é com a sobrevivência dela e, não, com a do Serra, que caput.
A Globo já era.
E ela sabe disso.
Clique aqui para ler “A Globo medrou e o jornal nacional não resumiu o debate”.
Clique aqui para ver um vídeo histórico: “Como a Globo manipulou a eleição para eleger o Collor”.
gilmar dantas sera denunciado na ONU
Gilmar Mendes será denunciado na ONU por telefonema de Serra
Via CartaCapital
Rodrigo Martins
A ligação telefônica, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, teria ocorrido na quarta-feira 29, durante o julgamento de recurso do PT contra a obrigatoriedade de dois documentos para votar. Por Rodrigo Martins. Foto: Gil Ferreira/ STF
O suposto telefonema do presidenciável José Serra (PSDB) ao ministro Gilmar Mendes, durante uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), levou a ONG Justiça Global e uma série de outras organizações de direitos humanos a encaminhar uma denúncia para as Nações Unidas, devido às suspeitas de falta de independência do magistrado. A ligação telefônica, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, teria ocorrido na quarta-feira 29, durante o julgamento de recurso do PT contra a obrigatoriedade de o eleitor portar dois documentos no dia da votação.
O recurso já havia sido acolhido por sete dos atuais dez ministros da Corte (Eros Grau se aposentou e ainda não foi substituído) quando Mendes decidiu pedir vistas do processo. No dia seguinte, votou contra a requisição petista. De toda maneira, a votação terminou em oito votos favoráveis e dois contra. E, agora, o eleitor pode se apresentar no pleito com qualquer documento de identificação oficial com foto. Vitória do PT, que temia que os eleitores de baixa renda e escolaridade deixassem de votar em função da exigência de dois documentos.
Para as entidades que subscrevem a denúncia, o caso apresenta indícios claros de interferência política nas decisões do Supremo. “Um juiz da mais alta Corte do País não pode receber telefonemas de uma das partes interessadas no meio do julgamento. Pediremos que as Nações Unidas avaliem o caso e cobrem providências do governo brasileiro, para que se faça uma investigação criteriosa dos fatos, inclusive com a quebra judicial do sigilo telefônico se for o caso”, afirma a advogada Andressa Caldas, diretora da Justiça Global.
De acordo com ela, o documento deverá ser encaminhado na tarde desta sexta-feira à brasileira Gabriela Carina de Albuquerque da Silva, relatora especial da ONU sobre a independência de juízes e advogados, e ao Alto Comissariado das Nações Unidas. “Normalmente, encaminhamos esse tipo de denúncia apenas à relatoria da ONU, mas como a titular do cargo é brasileira talvez ela se sinta impedida de avaliar o caso”. Razões para isso não faltam, afinal Gabriela foi assessora de Mendes na época em que ele era presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com ela, o documento deverá ser encaminhado na tarde desta sexta-feira à brasileira Gabriela Carina de Albuquerque da Silva, relatora especial da ONU sobre a independência de juízes e advogados, e ao Alto Comissariado das Nações Unidas. “Normalmente, encaminhamos esse tipo de denúncia apenas à relatoria da ONU, mas como a titular do cargo é brasileira talvez ela se sinta impedida de avaliar o caso”. Razões para isso não faltam, afinal Gabriela foi assessora de Mendes na época em que ele era presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Andressa ressalta ainda que o ministro Gilmar Mendes, ex-advogado geral da União no governo Fernando Henrique Cardoso, foi acusado outras vezes de atuar de forma parcial no Supremo. “Em diversos casos, o magistrado se pronunciou antes de avaliar os autos do processo e emitiu opiniões contestáveis, por exemplo, ao criminalizar a atuação de movimentos sociais, como o MST”, afirma a advogada. “É por isso que está tomando corpo um movimento pelo impeachment de Mendes. Não temos posição firmada a esse respeito, mas consideramos que esse caso do suposto telefonema de Serra ao ministro, durante o julgamento de um recurso apresentado pelo partido de sua principal oponente nas eleições, deve ser criteriosamente investigado. E, caso se comprove a falta de autonomia, o magistrado precisa ser punido”.
Entre as entidades que subscrevem a denúncia, estão a Rede Nacional de Advogados Populares (Renap), o instituto Ibase e a ONG Terra de Direitos. Além de reportar o caso do telefonema de Serra, o documento enumera outros deslizes do ministro e expõe sua estreita relação com políticos ligados ao PSDB.
Rodrigo Martins
Rodrigo Martins é repórter da revista CartaCapital há quatro anos. Trabalhou como editor assistente do portal UOL e já escreveu para as revistas Foco Economia e Negócios, Sustenta!,Ensino Superior e Revista da Cultura, entre outras publicações. Em 2008 foi um dos vencedores do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.
sexta-feira, outubro 01, 2010
usa fazem o mundo de cobaias variam os métodos
EUA usaram humanos como cobaias na Guatemala
Quem duvida que durante muitos anos o poder imperial dos Estados Unidos sobre os países latino-americanos e, especialmente, as Banana Republic foi monstruoso, que leia a notícia que está estampada hoje na imprensa de todo o mundo. 65 anos atrás o governo norte-americano, para desenvolver novas formas de penicilina, infectou deliberadamente 696 cidadãos da Guatemala com sífilis e gonorréia, com o objetivo de testar antibióticos.O monstruoso programa científico, de fazer inveja ao nazista Mengele, foi executado com suporte do exército americano e utilizou como cobaias pessoas que cumpriam pena naquele país.
Em comunicado especial, as secretarias de Estado e Saúde dos EUA, Hillary Clinton e Kathleen Sebelius, assumiram a culpa do país pela experiência e pediram desculpas à Guatemala. O presidente daquele país, Álvaro Colón(foto) , acusou o governo americano de crime contra a humanidade. E olhem que não foi a primeira vez que os Estados Unidos tiveram que reconhecer a prática deste tipo de crime.
No governo Clinton, os EUA já tinham admitido ter feito testes com prisioneiros negros no próprio território americano, quando eles que eram divididos em grupos que recebiam ou não recebiam antibióticos para analisar os efeitos do tratamento.
A Casa Branca disse que Barack Obama pedirá pessoalmente desculpas ao presidente guatemalteco.
É triste , porém, vermos que atrocidades que só pensávamos ter ocorrido sob a brutalidade nazista terem sido praticadas por aqueles que se proclamam “campeões da liberdade” e “líderes do mundo livre”.
*Tijolaço
Lula o filho do Brasil no mundo
A estreia de Lula na argentina
Ariel Palacios CORRESPONDENTE BUENOS AIRES – O Estado de S.Paulo
Lula, o Filho do Brasil, dirigido por Fábio Barreto, debutou nos cinemas portenhos na quinta-feira passada, transformando a Argentina no primeiro país no exterior a exibir o filme que retrata a vida do presidente brasileiro. Foram 8 mil espectadores no fim de semana da estreia. Mas a expectativa do coprodutor do filme, o argentino Eduardo Costantini Jr., é que um total de 100 mil pessoas vejam a produção na Argentina nos próximos meses.Otávio de Souza/Divulgação – Mãe coragem. Gloria Pires no filme que revê a vida de Lula
Qual sua expectativa de público para a obra no país?
Estreamos com 20 cópias em Buenos Aires. Não é a melhor época para a estreia, pois na primavera, com o sol, as pessoas vão em peso aos parques e deixam de lado os cinemas. Além disso, com a proximidade das eleições no Brasil, houve até críticas de que havia um interesse eleitoral, o que é um absurdo, já que no país o volume de brasileiros que vota na embaixada é mínimo… Mas, de forma geral, nossa estimativa é que poderíamos chegar aos 100 mil espectadores. Uma coisa peculiar é que o filme foi até comentado nos jornais argentinos no meio de matérias sobre a economia brasileira. Nas próximas semanas, levaremos o filme às cidades de Córdoba e Rosário (respectivamente, a segunda e terceira cidade da Argentina). Esta é a primeira estreia fora do Brasil. Estamos viabilizando a distribuição no México, Venezuela, Colômbia, Chile, Paraguai, Equador e Uruguai. A ideia é estrear em todos esses países até meados de 2011. Minha expectativa de público para a Argentina é de 100 mil pessoas, o que é um volume grande. Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, atraiu um público de 150 mil espectadores na Argentina.
Nos dias de hoje, há um crescente fascínio pelo Brasil por parte dos argentinos. Antigamente, o Brasil interessava mais pelas praias e pelo carnaval.
Mas, desde o final dos anos 1990, os políticos brasileiros, tanto da oposição como do governo, são citados como exemplos a seguir pelos argentinos. E de quebra, os empresários argentinos confessam sua inveja da economia brasileira.
A que atribui essa “brasilmania” que agora tomou conta da Argentina?
Acho que o Brasil está vivendo um período de enormes transformações que vem de várias décadas. Já na época do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso começou a tornar visível a estabilidade graças ao Plano Real e ao crescimento da economia. E, depois, Lula, com todo o seu carisma, continuou esse plano, dando prosseguimento ao crescimento do Brasil.
Seria possível fazer um filme sobre outra figura política da região, como Chávez ou os Kirchners?
Acho que poderiam ser feitos filmes sobre Evo Morales e Chávez. Mas a política não me interessa. O que me interessa é o Brasil, e especificamente, a figura de Lula, além do prazer de ter trabalhado com Fábio Barreto. O Brasil me interessa como um todo, mais do que fazer filmes sobre políticos da região.
Foi criticado por ter produzido um filme que alguns setores enquadraram de “direita” como o Tropa de Elite e agora é criticado por ter produzido um filme definido como de propaganda política da esquerda…
São acusações ridículas. A intenção de um filme como Tropa de Elite era a de mostrar a violência da polícia com os narcotraficantes. Não apoiamos essa violência, mas a mostramos e denunciamos. No caso do filme do Lula, alguém dizer que tem intenções políticas é um absurdo. Além disso, o trabalho está focalizado na relação de Lula com a sua mãe.
Quais as chances para o Oscar de melhor filme estrangeiro?
Acredito que ele tem altas chances de ser selecionado. Fico feliz que o Brasil tenha escolhido este filme para o Oscar. A produção é sobre Lula, logo, Hollywood deve ficar bem interessada. Ora, para que escolher outro filme para representar o Brasil?
Tem novos projeto para o país?
Estivemos conversando com o cantor e produtor americano Lenny Kravitz, que quer fazer um filme no Brasil, no qual ele seria protagonista. O diretor seria um inglês que reside em Hollywood. Estamos atrás do financiamento. Tudo deve estar definido até o fim do ano.
Nas últimas décadas foram feitos filmes sobre figuras como Gandhi e Mandela. Gandhi já morreu e Mandela está aposentado… é complicado fazer um filme sobre um líder político que ainda está na ativa?
Complicado não foi. Mas aprendi que muitas pessoas não gostaram porque acharam que era um filme proselitista por coincidir com o ano eleitoral…
Como imagem do Brasil, para as novas gerações, Lula poderia ser mais conhecido do que Pelé?
Sim, acredito que daqui para a frente, Lula deverá se tornar mais conhecido do que Pelé.
O presidente Chávez assistirá a Lula, o Filho do Brasil quando o filme estrear em Caracas?
Não sei… mas seria ideal!
Marcha da ...
Gilmar Mendes pode cair.Quebra do sigilo de Mendes, já!
A matéria apresentada pelo Jornal Folha de S. Paulo é de extrema gravidade. Pelo noticiado, e se verdadeiro, o ministro Gilmar Mendes e o candidato José Serra, tentaram, por manobra criminosa, retardar julgamento sobre questão fundamental, referente ao exercício ativo da cidadania: o direito que o cidadão tem de votar.
por Wálter Fanganiello Maierovitch, para o Terra Magazine
por Wálter Fanganiello Maierovitch, para o Terra Magazine
Atenção: Gilmar e Serra negam ter se falado. Em outras palavras, a matéria da Folha de S.Paulo não seria verdadeira.
Pelo que se infere da matéria, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes interrompeu o julgamento do recurso apresentado pelo PT. Pela ação proposta, considera-se inconstitucional a obrigatoriedade do título eleitoral, acrescido de um documento oficial com fotografia.
O barômetro em Brasília indica alta pressão. Pressão que subiu com o surpreendente pedido de “vista” de Mendes. E que chegou no vermelho do barômetro com a matéria da Folha. Ligado o fato “a” (adiamento) com o “b” (pedido de Serra), pode-se pensar no artigo 319 do Código Penal: crime de prevaricação.
Já se fala entre políticos, operadores do Direito e experientes juristas, caso o fato noticiado na Folha de S.Paulo tenha ocorrido e caracterizado o pedido de Serra para Gilmar “parar” o julgamento, em impeachment do ministro.
O impeachement ecoa na “rádio corredor” do Supremo. E por eles circulam ministros e assessores.
Com efeito. O julgamento da ação proposta pelo PT transcorria sem sobressaltos. Não havia nenhuma dificuldade de ordem técnica-processual. Trocando em miúdos, a matéria sob exame dos ministros não tinha complexidade jurídica. Portanto, nenhuma divergência e com dissensos acomodados e acertados.
Sete ministros já tinham votado pelo acolhimento da pretensão apresentada, ou seja, ao eleitor, sem título eleitoral, bastaria apresentar um documento oficial, com fotografia. A propósito, a ministra Ellen Gracie observou que a exigência da lei “só complica” o exercício do voto.
O que surpreendeu, causou estranheza, foi o pedido de vistas de Gilmar Mendes. Como regra, o pedido de vistas ocorre quando a matéria é de alta complexidade. Ou quando algum ministro apresenta argumento que surpreende, provocando a exigência de novo exame da questão. Isso para que quem pediu vista reflita, mude de posição ou reforce os argumentos em contrário.
Também causou estranheza um pedido de vista de matéria não complexa, quando, pela proximidade das eleições, exigia-se urgência.
Dispensável afirmar que não adianta só a decisão do Supremo. É preciso tempo para a sua repercussão. Quanto antes for divulgado, esclarecido, melhor será.
Terceiro ponto: a votação no plenário do STF se orientava no sentido de que a matéria era de relevância, pois em jogo estava o exercício da cidadania. A meta toda era, como se disse no julgamento, facilitar e não complicar o exercício da cidadania, que vai ocorrer, pelo voto, no próximo domingo, dia das eleições.
Um pedido de vista, a esta altura, numa questão simples, em que os sete ministros concluíram que a lei sobre a apresentação de dois documentos para votar veio para complicar, na realidade, dificultava esse mencionado exercício de cidadania ativa (votar).
O pedido de vista numa questão que tem repercussão, é urgente e nada complexa, provocou mal-estar.
Os ministros não querem se manifestar sobre a notícia divulgada pela Folha, uma vez que, tanto José Serra quanto Gilmar Mendes negaram. Mas vários deles acham que a apuração do fato, dado como gravíssimo, se for verdadeiro, é muito simples. Basta quebrar o sigilo telefônico.
Pano rápido. Como qualquer toga sabe, a matéria da Folha de S.Paulo é grave porque envolve, caso verdadeira, uma tentiva de manipulação que prejudica o direito de cidadania. Trata-se de um ministro do Supremo, que tem como obrigação a insenção. Serra e Mendes desmentiram. A denúncia precisa ser apurada pelo Ministério Público e, acredita-se, que a dra Cureau não vai deixar de apurar e solicitar, judicialmente, a quebra dos sigilos telefônicos de Serra e Mendes.
A única forma de se cassar um ministro do Supremo, já que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não tem poder correcional sobre eles, é o impeachment. Ministros do Supremo só perdem o cargo por impeachment.
O único caminho, quando se trata de grave irregularidade, de crime perpetrado — e esse caso, se comprovado, pode ser caracterizado como crime —, é o impeachment.
Na historiografia judiciária brasileira nunca houve impeachment de ministro do STF. Já houve cassação pela ditadura militar, e por motivo ideológico.
* Oni Presente.
Serra foi além dos sapatos
Na foto, o "jenio" |
O melancólico desempenho de José Serra nos debates da Globo e da Record é a comprovação do provérbio romano: “Não vá o sapateiro além dos sapatos”.
Em toda a campanha, Serra demonstrou que não conseguiu adicionar um único voto ao que o “Poste Anti-PT” teria.
Serra não representa nada – além da elite branca (e separatista, em São Paulo) que votaria em qualquer Poste.
Serra não tem visão – não tem uma proposta para o Brasil.
Como diz o sábio Fernando Lyra: São Paulo não pensa o Brasil.
Serra é paulista e o Brasil cansou do paulistismo.
Serra não tem biografia.
Essa história de que “fiz isso”, “fiz aquilo” não esconde uma realidade inescapável: em 50 anos de carreira, ele não apresentou uma única idéia que preste.
O que pensa esse rapaz, se perguntou o filósofo Paulo Arantes, numa sabatina na Folha.
Serra não tem carisma.
Serra não é popular.
Serra fugiu do padrinho, FHC.
E não botou ninguém no lugar.
Ficou sozinho, a tomar café com o índio.
Serra é um apparatchik soviético, putiniano.
Um operador de máquina partidária e das finanças que azeitam essa máquina.
Serra é um operador do PiG, especialmente do PiG de São Paulo.
Serra persegue jornalistas que não sejam do PiG.
Clique aqui para ler “por que Serra elogiou ACM – ou, a liberdade de expressão”.
Serra não tem escrúpulos – se necessário, passa com um trator por cima da mãe e telefona para o Gilmar, se isso prejudicar o adversário e melar a eleição – clique aqui para ler.
Serra vai virar o bode expiatório.
A "colonista" Eliane Catanhêde disse que ele era o candidato “mais consistente”, quando havia ainda a possibilidade de se realizar uma convenção no PSDB e Aécio sair candidato.
Aécio não era “consistente”, portanto.
Hoje, na pág. 2 a Folha, a Catanhêde joga Serra ao mar.
O PiG vai dizer que a culpa é dele – o sapateiro que tentou ir além dos sapatos.
Nem o Fernando Henrique o consolará.
Ontem, o Farol de Alexandria iluminou uma reunião de banqueiros em São Paulo – sua platéia de preferência.
Provavelmente, em troca de um cachê de US$ 50 mil.
O Farol não falou em Serra uma única vez.
Em 2002, logo depois que Serra perdeu a eleição pela modesta diferença de 61% a 39%, a repórter Dolores Mendes, do UOLNews, perguntou ao Presidente Fernando Henrique como ele explicava a derrota que tinha acabado de sofrer.
O Farol se irritou e começou a piscar.
Os lábios adquiriram um movimento espontâneo.
E FHC respondeu rispidamente: eu não perdi; quem perdeu foi o Serra.
Dez minutos depois da entrevista, recebo – este ordinário blogueiro era o chefe do UOLNews – um telefonema do Presidente da empresa Caio T. (“T” de Tartufo) Costa.
Queria saber quem era essa tal de Dolores e mandava demití-la.
(Essa história de que só o Serra no PSDB persegue jornalistas precisa ser reavaliada.)
Lamentavelmente, não foi possível atender à sugestão do(s) Presidente(s).
Vai ser assim: FHC vai vender o Serra na baixa.
O PiG vai vender o Serra na baixa.
A elite vai vender o Serra na baixa.
E Serra vai retornar ao limite de sua competência: ser um poeta municipal.
Paulo Henrique Amorim
Família Tuma declara segundo voto a Netinho para Senado em São Paulo
O vereador e cantor Netinho de Paula, candidato ao Senado por São Paulo, recebeu hoje declaração de apoio da família do senador Romeu Tuma).
Romeu Tuma Júnior ligou para Netinho para dizer que o senador disse estar indignado com a "campanha promovida contra Netinho", se referindo às denúncias envolvendo o candidato.
Netinho com Mercadante |
Segundo Netinho, as matérias na imprensa e as ofensas que recebeu pela internet são uma espécie de bullying no cenário político. "Acredito que esta campanha trouxe à tona um fenômeno novo, o do bullying político.
História
O vôo da liberdade
Foto de autor desconhecido. Os jornais de todo o país estamparam na primeira página a fotografia da libertação de 13 presos políticos em frente ao Hércules 56 da FAB. Rio de Janeiro, 1969.
No dia 4 de setembro de 1969, em pleno regime militar, militantes de duas organizações de esquerda seqüestraram o embaixador dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick, numa rua do bairro de Botafogo, no Rio, exigindo a libertação de 15 presos políticos e a divulgação de um manifesto como condição para a devolução do diplomata. Foi a mais espetacular ação da guerrilha urbana, que se iniciara timidamente em 1968 e ganhara enorme impulso depois do AI-5. O governo atendeu às reivindicações dos seqüestradores: os presos políticos foram enviados para o México e o manifesto foi publicado nos principais jornais e divulgado em todas as rádios e televisões. Libertado o embaixador, seguiu-se feroz repressão, que levou em novembro do mesmo ano ao assassinato de Carlos Marighella, líder da ALN e principal dirigente da luta armada contra a ditadura. Os jornais de todo o país estamparam na primeira página essa fotografia da libertação de 13 presos políticos em frente ao Hércules 56 da Força Aérea Brasileira. De pé, a partir da esquerda: Luís Travassos, José Dirceu, José Ibrahim, Onofre Pinto, Ricardo Vilas, Maria Augusta, Ricardo Zarattini e Rolando Frati. Agachados: João Leonardo, Agonalto Pacheco, Vladimir Palmeira, Ivens Marchetti e Flávio Tavares.
*ImagemVisions
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