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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, novembro 30, 2010

Não desista nunca



*sátiro

Presidente: A mensagem que eu posso dar é essa: otimismo

Que se faça a Justiça


Presente de grego
A revolta acompanhada do choro compulsivo ainda preserva um senso de justiça. "Não sou contra a instituição e o trabalho que eles fazem. Entendo tudo que tem que acontecer para um futuro melhor. Sou contra os maus policiais, que usam a farda para prejudicar gente trabalhadora", disse, aos prantos, Ronai Braga. Ele teve a casa, na Rua 16 da Vila Cruzeiro, arrombada por agentes da Polícia Civil, segundo vizinhos que o acompanharam na delegacia como testemunhas na hora de registrar a ocorrência. Além de destruírem os móveis da residência, na sexta-feira, os invasores levaram R$ 31 mil, que seriam dados como entrada de um apartamento que a família pretendia adquirir.
Com todos os comprovantes na mão — depósitos bancários, rescisão recente de contrato de trabalho após oito anos com carteira assinada em uma empresa, extratos de FGTS e declarações de Imposto de Renda —, Ronai parece querer provar que seu dinheiro é suado. Pais de dois meninos de 2 e 9 anos, o casal não suporta olhar o quarto das crianças, com os móveis quebrados e as roupas jogadas no chão.
A vizinhança do homem que atualmente trabalha como autônomo, pintando camisetas, relatou na delegacia que um dos policiais que entraram na casa era identificado no uniforme como Carlos A positivo - tipo sanguíneo tradicionalmente inscrito na farda dos agentes de segurança. Ronai completará 32 anos amanhã. "Olha que presente ganhei", diz.

Chávez pede renúncia de Hillary após novo vazamento do Wikileaks





Após o vazamento de mais de 250 mil documentos confidenciais trocados entre representações diplomáticas dos Estados Unidos ao redor do mundo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ele próprio alvo de alguns dos memorandos, afirmou que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, deveria se demitir.
"(Hillary) deveria renunciar, é o mínimo que pode fazer. Deveriam fazer o mesmo todo esse emaranhado de espiões, de delinquentes que há no Departamento de Estado dos EUA. Deveriam dar uma resposta ao mundo, e não começar a atacar e dizer que foi um roubo", avaliou o presidente venezuelano.
"O império foi desnudado. Eu não sei o que os EUA vão fazer. Quantas coisas estão saindo, como desrespeitam até seus aliados! Quanta espionagem!", afirmou o presidente. Ele se mostrou especialmente escandalizado com os documentos que indicam que Hillary mandou realizar um estudo sobre o estado mental da presidente argentina, Cristina Kirchner, a quem expressou sua solidariedade. "Alguém deveria estudar o equilíbrio mental da senhora Clinton", disse Chávez, em reunião de Conselho de ministros transmitida pela TV estatal.
Wikileaks
"Os EUA são um Estado fracassado, ilegal, que joga fora todos os princípios da ética, o respeito por seus próprios aliados, e isso (os documentos que vazaram) o demonstram de maneira gigantesca", disse Chávez.
O líder venezuelano afirmou que "é preciso felicitar os membros do Wikileaks e seu diretor, Julian Assange, por sua coragem e valor". "Este homem (Assange) anda praticamente clandestino, dando declarações não se sabe a partir de onde, temendo inclusive por sua vida", disse.
Em documentos revelados pelo Wikileaks, um vice-secretário norte-americano, Philip Gordon, conta uma conversa que teve com um conselheiro do presidente francês, Jean-David Lévitte, na qual foi dito que Chávez está "louco" e que até mesmo o Brasil não podia apoiá-lo. Outro documento mostra que a diplomacia norte-americana trabalhou para isolar o presidente venezuelano.
*comtextolivre

Wikileaks: O embaraço de Hillary com o Cablegate e a cumplicidade da imprensa dos EUA

Liberais e conservadores brasileiros, chegou a hora. Depois do 11 de setembro diplomático desencadeado neste fim de semana pelo mais impactante vazamento da história moderna-- 250.000 comunicações, a maioria secretas, entre o Departamento de Estado e embaixadas estadunidenses ao redor do mundo -, e do completo sufocamento do tema na TV dos EUA, não resta fiapo de credibilidade à ideia da imprensa 'mais livre do mundo', com que tantos brasileiros à direita do espectro político se referem aos conglomerados de mídia norte-americanos. Para quem se lembra da extrema docilidade com que as mídias eletrônica e escrita dos EUA replicaram a patacoada das armas de destruição em massa do Iraque em 2003, esta foi a cereja do bolo. Não importa o partido que esteja no poder (Democratas ou Republicanos), quando se trata dos interesses imperiais estadunidenses, não sobrevive na mídia gringa um farrapo de compromisso com a verdade ou com a pluralidade de pontos de vista. Ponto final. Podemos passar para o próximo assunto? Grato. Continuemos.
Como já tratamos amplamente aqui, os poderosos usam dois pesos e duas medidas nos casos de “vazamento”, “grampo” ou qualquer obtenção de informação que ocorre naquela zona cinza entre o legal e o ilegal. Conforme a conveniência, enfocam-se na forma ou no conteúdo. Assim aconteceu com os dossiês dos aloprados petistas sobre a corrupção realmente existente no Ministério da Saúde de José Serra, do suposto, miraculoso e etéreo grampo sobre Gilmar Mendes e Demóstenes, e da quebra de sigilo da filha de Serra (cuja forma só importava até o momento em que apurou-se que foi tucano mesmo). Inacreditavelmente, aqui nos EUA, tanto o governo como o parlamento só reagiram à montanha de revelações do Wikileaks com ameaças pesadas contra Julian Assange e equipe. Sarah Palin, sem perder a chance de usar o episódio eleitoralmente contra Obama, sugeriu que os EUA "cacem Assange como a Bin Laden". Sobre o conteúdo dos documentos, nem um pio. Para isso, contaram com a sempre dócil imprensa norte-americana que, no pronunciamento de hoje de Hillary Clinton, não fez sequer uma única pergunta que tratasse do conteúdo das revelações.
E revelaram-se coisas para todos os gostos. Os EUA disseram à Eslovênia que lhe conseguiriam uma reunião com Obama caso os eslovenos aceitassem receber prisioneiros de Guantánamo, o que demonstra o tamanho da batata quente em que se transformou o campo de concentração paralegal [pdf] instalado por George W. Bush. Na Alemanha, os EUA ficaram em saia justa. Os vazamentos mostram tentativa de espionagem gringa sobre o Democratas Livres (liberais de centro-direita, uma espécie de DEM desagripinizado) e comentários feitos nos telegramas da embaixada se referem ao Chanceler alemão como “vaidoso e incompetente”. Hillary quis bisbilhotar o histórico de saúde mental da Presidenta argentina Cristina Fernández de Kirchner. Revelou-se que Israel fez lobby incessante, permanente por um (na certa irresponsável e catastrófico) ataque americano ao Irã, embora nem só de lobby sionista viva o interesse bélico anti-persa: também o rei saudita, confirmam os documentos do Wikileaks, fez pressão pelo ataque. Aliás, não são só os EUA que ficam mal na fita com esses cabos. Os governos árabes, com sua tradicional combinação de subserviência ante Israel e obscurantismo e truculência ante suas próprias populações, também receberam algumas boas lambadas com os vazamentos.
Até agora, as duas revelações sobre as quais valeria a pena um exame mais detido, pelo menos do ponto de vista brasileiro, são duas bombas: a primeira, a de que o estado espião e desrespeitoso da lei internacional, que se consolidou com Bush, foi mantido com o Departamento de Estado de Hillary sob Obama. A segunda é de que até os EUA sabiam que o golpe em Honduras, com o qual pelo menos setores de sua diplomacia colaboraram, era uma monstruosa ilegalidade.
Confirmando a primeira bomba, há um espantoso telegrama em que se detalham planos para espionar o Secretário-Geral da ONU, o coreano Ban Ki-moon, que de forma alguma pode ser descrito como alguém hostil aos interesses americanos. Os planos de espionagem incluíam até mesmo o cartão de crédito de Ki-Moon. A ordem veio diretamente do Departamento de Estado de Hillary que, obviamente, em seu pronunciamento de hoje, nada disse sobre o assunto. Nada lhe foi perguntado tampouco.
Sobre a segunda bomba, Cynara Menezes já disse tudo. Durante meses, bizantinos debates sobre a constituição hondurenha serviram para mascarar o fato cabal de que o golpe que depôs Zelaya não tinha um farrapo de apoio na lei internacional ou mesmo na bizarra legalidade estabelecida pela constituição hondurenha. Ancorados principalmente numa retórica da Guerra Fria herdada da mesma diplomacia estadunidense agora desmascarada, os direitecas brasileiros recorreram aos sofismas de sempre para justificar o golpe. Agora, ficou claro: alô, Revista Veja, nem os gringos acreditavam na mentirada.
Sobre o Brasil, até agora, há pouco, a não ser o já conhecido dado de que os EUA tentaram nos impor uma lei antiterrorismo, da qual o governo Lula-Dilma (o cabo faz explícita referência à atuação dela) conseguiu se safar. De novidades nesse front, há a participação de um especialista brasileiro, André Luis Woloszyn, como uma espécie de “consultor” para os estadunidenses interessados em adequar a legislação alheia a seus interesses: “é impossível”, disse ele, “fazer uma lei antiterrorismo que não inclua o MST”. O caso me parece gravíssimo.
As bombas vão se sucedendo com rapidez só comparável à desfaçatez com que a mídia dos EUA as ignora. O Wikileaks repassou seus vazamentos a cinco veículos de mídia: Le Monde, Der Spiegel, El País, Guardian e New York Times. Destes, a cobertura mais tímida e manipuladora, sem dúvida, é a deste último, totalmente focado na punição a Assange e na “legalidade” de seus atos, com pouca coisa sobre o conteúdo embaraçoso para os EUA. Uma manchete no lugar de destaque do site, na noite desta segunda-feira, dizia: "Vazamentos mostram o mundo se perguntando sobre a Coreia do Norte". Haja óleo de peroba.
PS: Como grande destaque desta segunda-feira, o Presidente equatoriano Rafael Correa ofereceu guarida a Julian Assange, “sem perguntar nada”, para que ele “apresente suas informações não só na internet mas em outros fóruns públicos”. Realmente a Sociedade Interamericana de Imprensa deve ter razão: a “liberdade de imprensa” está ameaçada nos regimes “populistas” latino-americanos. É nos EUA que ela vai bem.
*comtextolivre

As carpideiras do regime militar





Cynara Menezes
WikiLeaks revela documento mostrando que até o governo americano tratou os acontecimentos em Honduras como golpe de estado, enquanto no Brasil falava-se em "deposição constitucional".Por Cynara Menezes. Imagem: Reprodução/WikiLeaks
Há uma revelação, entre as tantas que estão vindo à tona com a divulgação dos telegramas confidenciais das embaixadas dos Estados Unidos no mundo pelo site WikiLeaks, que me deixou particularmente satisfeita. Trata-se da admissão oficial pela diplomacia americana de que o que viveu Honduras em junho do ano passado foi um golpe de Estado. G-O-L-P-E, em português claro, como escrevemos em CartaCapital. Em inglês usa-se a palavra francesa “coup”. Ninguém utilizou o eufemismo “deposição constitucional” a não ser os  pseudodemocratas locupletados em setores da mídia no Brasil.
É a mesma gente que, quando o governo Lula fala da intenção de regular a mídia, vem com o papo furado de que está se querendo cercear a liberdade de expressão. É o mesmo pessoal que ataca cotidianamente um líder democraticamente eleito e reeleito com palavras vis, mas que, ao menor sinal de revide verbal, protesta com denúncias ao suposto “autoritarismo”do presidente. Jornalistas, vejam só, capazes de ir lamber as botas dos militares em seus clubes sob a escusa de que a democracia se encontra “ameaçada” em nosso país.
Pois estes baluartes da liberdade de imprensa e de expressão no Brasil foram capazes de apoiar um regime conquistado pela força a pouca distância de nós, na América Central. Quando Honduras sofreu o golpe, estes falsos democratas saíram em campo para saudar o auto-empossado novo presidente Roberto Micheletti, que mandou expulsar o eleito Manuel Zelaya do país, de pijamas. Dizem-se democratas, mas espinafraram Lula e seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, por se recusarem a reconhecer um governo golpista. Quem é e quem não é democrata nessa história toda?
Não se engane, leitor. Disfarçados de defensores da democracia, estes “formadores de opinião” são na verdade carpideiras do regime militar. Choram às escondidas de saudades dos generais. Quando se colocam nas trincheiras da “liberdade de expressão” contra o governo, na verdade estão a tentar salvaguardar o monopólio midiático de seus patrões, não por acaso beneficiados pela ditadura. Dizem-se paladinos da imprensa livre, desde que seja aquela cevada pelas graças do regime militar. Não à toa, elogiam quem morreu do lado dos generais e difamam quem foi torturado e desapareceu lutando contra a ditadura.
As carpideiras do golpe se disfarçam sob a máscara dos bons moços, cheios de senso de humor “mordaz” (alguns humoristas de profissão, inclusive) e pretensamente bem formados intelectualmente. Mas não é difícil identificá-las: fique de olho em gente que diz que “todo político é igual”, que despreza o brasileiro com declarações do tipo “somos todos Tiriricas” e que prega o voto nulo nas eleições. Repare bem: prescindir do voto é abrir mão de ser cidadão. Na ditadura, não se votava, lembra? As carpideiras do regime militar tentam se conter, mas volta e meia se traem.
É mais fácil reconhecer uma carpideira dos milicos em tempos de guerra do que de paz. Durante as eleições, foi só surgir a polêmica sobre a descriminalização do aborto que elas mostraram a verdadeira face, erguendo a bandeira da ala mais obscurantista da igreja católica. Com a invasão policial dos morros cariocas no fim de semana, a mais “tchutchuca” entre todas as carpideiras da ditadura teve a desfaçatez de postar no twitter: “E se o BOPE, a Polícia e as Forças Armadas, depois da operação no Rio, fossem limpar o Congresso Nacional?” Nenhum respeito às instituições: é dessa matéria que se fazem os golpistas.
Se foram capazes de colocar o presidente Lula, do alto de sua popularidade, em capa de revista com a marca de um pé no traseiro, é de se presumir que as carpideiras do regime militar não darão trégua a Dilma Rousseff. Já começaram por escarafunchar seu passado de guerrilheira. Que ninguém se engane, as carpideiras estão à espreita. Esperam um deslize qualquer de Dilma para tentar defenestrá-la. Estão louquinhas por uma “deposição constitucional” como a que houve em Honduras, porque jamais admitirão ser o que são: groupies de ditadores. Os papéis do Wikileaks deixam claro, porém, que nem os Estados Unidos se enganam mais com golpistas.


Atual livro de cabeceira de Zé Serra




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domingo, novembro 28, 2010

Folha não acredita em petista nem depois de morto



Revista 'Foregin Policy' inclui Celso Amorim em lista de 'pensadores globais' de 2010



A lista dos cem "pensadores globais" mais importantes do mundo segundo a prestigiosa revista internacional "Foregin Policy" aponta o ministro brasileiro das Relações Exteriores Celso Amorim como o 6º lugar do seu ranking. A lista completa, que sai na edição de dezembro da publicação, foi divulgada neste domingo (28) no site da revista.Veja a lista completa no site da revista, em inglês

A ESPANTOSA INTELIGÊNCIA DO BLOGUEIRO-MICHÊ DA REVISTA VEJA


Do Cloaca News!!!! Porrada pouca é bobagem!

Desde os tempos em que atuava como informante dos torturadores, infiltrado no movimento estudantil, no período mais sombrio da ditadura, o auto-denominado “jornalista” Augusto Nunes – que se orgulha da fotografia em que aparece ao lado do general Figueiredo – já demonstrava seu caráter de escova-botas dos patrões. Pois, o tempo, senhor da razão, confirmou o vaticínio. Após exercer a função de proxeneta dos milicos, Nunes fez súbita carreira na imprensa corporativa. Valendo-se de seu excepcional talento para a adulação e de seu topete pega-rapaz, galgou postos e, dizem, perseguiu vários colegas de trabalho.
Uma das passagens bizarras de sua biografia foi sua demissão das Organizações Globo. Roberto Marinho em pessoa o mandou para o olho da rua por causa de um necrológio de Jorge Amado publicado na revista Época, quando o escritor baiano estava ainda bem vivo.
O semovente do meretrício fascista acabou encontrando refúgio no Jornal do Brasil, já sob o comando do empresário picareta Nelson Tanure. Isso talvez explique a derrocada agonizante do tradicional diário carioca, que teve morte cerebral decretada há poucos meses. Augustinho também foi diretor de redação do tabloide Zero Hora, de Porto Alegre. Ali, no entanto, seu reinado foi fugaz: nem mesmo os Sirotsky aguentaram tanta velhacaria.
Restou ao pobre diabo retornar, resignado – e com o rabo entre as pernas – à velha revista Veja, de quem, originalmente, é cria. É ali que, hoje, Augusto Nunes homizia-se, assinando um blog de coprologia jornalística e quejandos.
No último dia 25, ao fazer sua “leitura crítica” da entrevista coletiva que o Presidente Lula concedera a um grupo de blogueiros, Augusto Nunes exibiu tudo o que a vida lhe ensinou, em um texto que, pela sua grandiosidade epistemológica, entrará para os anais da crônica política brasileira. Com invejável garbo e rara agudeza de espírito, assim o titã da imprensa descreveu um dos participantes da histórica entrevista:

“A imagem ampliada pelo close exibe alguém que acabou de chegar dos anos 60 e só teve tempo para deixar a mala no quarto-e-sala do amigo. Os pelos da barba aparada na véspera tentam compensar o sumiço dos fios de cabelo no topo. Enquanto trava uma briga de foice no escuro com os tons sombrios da gravata estampada, o terno preto emprestado de algum parente mais gordo e mais alto engole as mangas e a gola da camisa social branca.”

Melhor usar parênteses (o “terno preto”, na verdade, era azul-marinho; o terno azul-marinho era próprio de seu usuário; o usuário do terno azul-marinho não possuiu qualquer “parente mais gordo”; e a “camisa social branca”, na verdade, era azul-claro). Ou seja: ao provável daltonismo do festejado “jornalista”, juntaram-se o ressentimento, o preconceito e, naturalmente, a imbecilidade.
Para provar que é um sujeito muito inteligente, pediu um dicionário emprestado ao seu vizinho Reinaldo e deu-se ao trabalho de copiar os verbetes cloacais do Pai dos Burros – certamente, nenhum de seus leitores entenderia que o “codinome” do entrevistador era um tropo metonímico, tampouco que o nome do blog é uma ironia.

Clique aqui para ver que, enquanto houver profissionais de imprensa do jaez de Augusto Nunes, o suprimento de matéria-prima deste Cloaca News - ou do Sr. Cloaca, como queira - estará garantido.

Sérgio Cabral e Beltrame demonstraram que é possível enfrentar o crime organizado. Só não enfrenta quem fez acordo com ele ou dele tem medo.

Vitória arrasadora do Rio no Alemão cria constrangimento

O ordinário blogueiro entrevista Fuzileiros Navais
A retomada do território do Alemão pelas forças da Lei durou das 8h da manhã às 9h30 da manhã deste domingo.
Foram cerca de 1200 homens e carros anfíbios, blindados, e helicópteros numa ação coordenada pelo exemplar policial federal José Mariano Beltrame, Secretário de Segurança do Rio.
Os traficantes tinham fugido da Vila Cruzeiro para o Alemão.
As 44 saídas do Alemão foram fechadas.
Os traficantes ficaram presos lá dentro.
E as forças do delegado Beltrame, aos poucos, identificarão os criminosos e as áreas em que armazenavam drogas e armamento.
Este ordinário blogueiro entrevistou Beltrame para o Domingo Espetacular, e ele informou que tropas federais manterão a ocupação do Alemão e da Vila Cruzeiro até que novos policiais militares sejam formados e possam instalar as UPPs.
Nunca dantes na história deste país houve uma ação tão extensa, maciça e fulminantemente eficaz quanto esta no Rio de Janeiro.
A vitória de Sérgio Cabral e Beltrame cria inevitáveis constrangimentos.
Mostra, de forma escancarada, que nenhum governante pode mais fechar os olhos, sentar em cima das mãos, conciliar, ou fazer acordo secreto com o crime organizado.
O Rio de Janeiro era e é uma área de forte consumo e tráfico de droga.
Mas não é a única.
E um dia e, um dia, a casa cai.
O crime organizado vai para a rua, queima ônibus, atira em postos da polícia, tranca ruas e cospe na cara do governante.
Sérgio Cabral e Beltrame demonstraram que é possível enfrentar o crime organizado.
Só não enfrenta quem fez acordo com ele ou dele tem medo.
Paulo Henrique Amorim



Eduardo Paes afirma que complexos da Penha e do Alemão terão uma “invasão” de serviços sociais

RIO – O prefeito Eduardo Paes afirmou, na manhã deste domingo, que prepara um plano de ação com serviços da prefeitura para os complexos da Penha e do Alemão. Paes, que acompanha pela TV a ocupação do Alemão, acrescentou que a prefeitura já vinha mapeando todos os serviços que faltam na comunidade. Em reportagem publicada na edição deste domingo do GLOBO, Paes afirmara que o complexo de favelas da Penha, onde está localizada a comunidade da Vila Cruzeiro, já tomada pela Estado, será contemplado com um megaprojeto de intervenção urbanística e social da prefeitura .
Segundo o prefeito, haverá reforma de escolas, construção de creches e clínicas da família. Paes elogiou a ação das força de segurança:
- É uma redenção do Rio de Janeiro ter de volta para o Estado essas duas comunidades. Estou muito orgulhoso como prefeito e como carioca. Os meus cumprimentos às forças de segurança de ter demonstrado essa capacidade.
O prefeito explicou que a invasão de serviços sociais começa assim que o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, sinalizar o momento certo para a entrada da prefeitura. Amanhã, Paes deverá dar detalhes dos projetos do município para os dois complexos. A primeira ação será da Comlurb, que fará uma grande limpeza de ruas e vielas:
- Vamos fazer uma invasão de serviços sociais. Vamos transformar essas duas comunidades num exemplo de prestação de serviços da prefeitura. Desde a quinta-feira, estamos mapeando tudo que temos lá dentro. Vamos entrar, inicialmente, com a Comlurb que fará uma grande faxina para deixar as ruas mais limpas que a do Leblon. Além disso, nenhum morador ficará sem o Médico de Família. Estou autorizando a reforma das escolas e a construção emergencial de creches. Vamos instalar também Clínicas da Família nas comunidades.
Desde quinta-feira, a Secretaria municipal de Assistência Social tem oferecido as instalações do GREIP da Penha, na Rua Santa Engracia 440, como um abrigo de emergência para os moradores que ficaram sem poder voltar para casa por conta da guerra no Complexo do Alemão. A Prefeitura está oferecendo, no local, colchonetes, kits com produtos de higiene pessoal e alimentação para todos que estão desabrigados. No abrigo, recentemente reformado pela prefeitura, há uma equipe de 12 profissionais, entre assistentes sociais, educadores e agentes comunitários.
*Luis Favre

Traficante enriquece graças aos usuários de drogas





QI de ostra: Para fugir da polícia tatue o nome do chefe





O consumidor de drogas gera o luxo aos traficantes







*CelsoJardim